sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Civilização do lápis - Cristovam Buarque


Muitos de nós não comprariam um exemplar do “Charlie Hebdo” com suas blasfêmias de mau gosto, mas estamos indignados com o ato bárbaro de fanáticos que assassinaram seus profissionais. A liberdade religiosa deve criar respeito a todos os credos e seus símbolos, e a liberdade de expressão deve assegurar o direito a quem deseja blasfemar contra eles. Estamos indignados porque o mundo contemporâneo não foi capaz de avançar no exercício pleno da tolerância, com humor sem blasfêmias e sem violência contra quem blasfema.

Estamos indignados também contra aqueles que usam a barbaridade de alguns fanáticos para criar preconceitos contra 1,6 bilhão de pessoas que praticam o islã, uma religião com 15 séculos de história.

Estamos indignados porque a indignação contra os atos terroristas em Paris não se manifesta com a mesma força contra outros bárbaros atos terroristas, como, por exemplo, meninas sequestradas na Nigéria, o uso de uma criança suicida como portadora de bomba e os bombardeios aéreos contra civis no Iraque e na Palestina.

Indignados porque nossa civilização ocidental ocupa o planeta sem respeitar outras culturas: rouba terra, destrói florestas, anula valores e culturas, impõe modo de vida, ridiculariza o que não lhe é similar e fabrica terrorismo, resultado da humilhação e do desespero. Estamos indignados com a maldade do terrorismo e com a insanidade da fábrica de terrorismo.

Estamos indignados e envergonhados porque vencemos as doenças, entendemos o funcionamento do universo e dominamos a natureza para viver confortavelmente, mas não conseguimos controlar nossa voracidade pelo consumo, nossa ganância pelo lucro, nossos fanatismos.

Em consequência, estamos deixando uma civilização do medo para nossos jovens e as futuras gerações: medo do aquecimento global, do desemprego, da droga e da desigualdade crescente. Medo, sobretudo, da violência atual do terrorismo provocado pelo fanatismo religioso e, em breve, pelo desespero da exclusão social ou pelo inconformismo com a destruição do meio ambiente. A fábrica de violência está na economia, que destrói a natureza para que 1% da população tenha riqueza maior do que a dos outros 99%.

Mas temos esperança de que a humanidade possa reorientar nosso destino para um modelo de civilização harmônico com a natureza, entre os seres humanos, suas culturas e religiões, em busca da felicidade, com plena liberdade, inclusive de expressão.

Acreditamos que, além das medidas policiais imediatas, a vitória sobre o terrorismo só virá por meio de um imenso programa mundial de investimento em educação das crianças, ao longo de décadas. Até porque de nada adianta falar em pena de morte para quem deseja ser mártir, de nada adianta defender a liberdade de expressão para os 800 milhões de adultos que não sabem ler.

Não foi por acaso que o lápis se transformou em símbolo da luta contra o terrorismo e a civilização do medo.

Crânio pré-histórico pode ser peça-chave do puzzle da história humana


Um fragmento de crânio encontrado no Norte de Israel está a permitir perceber melhor uma fase crucial da história dos primeiros humanos na altura em que a nossa espécie saiu de África à conquista de outras partes do mundo, afirmam cientistas liderados pelo antropólogo Israel Hershkovitz, da Universidade de Telavive. Os seus resultados foram publicados na revista Nature com data de quinta-feira.
Trata-se da parte superior do crânio (ou seja, sem face nem maxilares) e foi desenterrada na gruta de Manot, na Galileia Ocidental. As técnicas de datação permitiram determinar que o crânio tem cerca de 55.000 anos de idade, ou seja que data de um período em que se pensa que elementos da nossa espécie estavam a emigrar de África.
Ainda segundo estes cientistas, as características do crânio sugerem que terá pertencido a um parente próximo dos primeiros Homo sapiens (que, mais tarde, colonizariam a Europa). Por isso, a equipa considera que o crânio representa a primeira prova concreta de que o Homo sapiens viveu naquela região ao mesmo tempo que os neandertais.
Para Hershkovitz, o crânio é “uma peça importante no puzzle da grande história da evolução humana”. Terá pertencido a uma mulher, embora não seja possível dizer ao certo.
Com base na genética, já se pensava que a nossa espécie e os neandertais terão procriado aproximadamente durante o período representado pelo crânio. É por isso que todas as populações de origem euroasiática ainda são portadoras, no seu genoma, de ADN de neandertal.
“Temos aqui a primeira prova fóssil directa de que os humanos modernos e os neandertais viveram na mesma área ao mesmo tempo”, diz o co-autor e paleontólogo Bruce Latimer, da Universidade Case Western Reserve (EUA). “A coexistência destas duas populações numa região geográfica confinada, aliada ao facto que os modelos genéticos indicarem que houve cruzamento entre as duas espécies, abona em favor da ideia de que esse cruzamento ocorreu no Levante”, diz Hershkovitz.  
Os neandertais, robustos e de sobrolho maciço, prosperaram na Europa e na Ásia há uns 350.000 a 40.000 anos, tendo-se extinguido pouco depois da chegada dos Homo sapiens. Quanto à nossa espécie, os especialistas pensam que terá surgido há uns 200.000 anos em África, tendo mais tarde migrado para outros locais.
A gruta de Manot situa-se à beira da única rota terrestre que os antigos humanos poderiam ter percorrido para viajar de África até ao Médio Oriente, Europa e Ásia. Permaneceu vedada durante 300.000 anos e foi descoberta em 2008 durante a construção de canalizações de esgoto. Armas de caça, conchas perfuradas, talvez usadas como ornamentos, e ossos de animais já foram desenterrados na gruta juntamente com outras ossadas humanas.
Fonte: Público
 
O crânio encontrado na gruta de Manot 

A Presidente deveria renunciar e confessar seus crimes



Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Márcio Accioly

O ex-presidente (31/01/61 a 25/08/61) Jânio Quadros é autor de frase que revela, sem qualquer retoque, o apego exercido pelos chamados homens públicos do Brasil aos postos que vêm sempre se ampliando ao longo de nossa história republicana: “-No Brasil não se renuncia a nenhum cargo, nem mesmo ao de guarda da esquina”. E sua então excelência estava coberto de razão. Ele próprio só renunciou ao de presidente da República, devido a um delírio causado por carraspana mal assimilada.

Isso deve ser lembrado, no instante em que atravessamos uma das mais sérias crises ambientais vividas pelo planeta (isso acontece a cada 11 mil e 500 anos), era glacial que irá secar rios, promover erupções vulcânicas (já estão acontecendo aos milhares, no solo submarino), tempestades e terremotos, quando iremos precisar de profissionais que consigam oferecer seus conselhos e entendimento, na busca de salvação de alguns dedos, já que os anéis irão se corroer possivelmente todos.

Temos, hoje, na Presidência da República, pessoa completamente despreparada, semialfabetizada, inculta, e que muito mal ainda irá nos causar, especialmente em função da imposição de vontades produzidas por partido político que é a mais elaborada agremiação de bandidos irrecuperáveis, mentirosos e assaltantes dos cofres públicos em qualquer tempo e em qualquer levantamento histórico que se faça. O PT já deixou de ser um caso de polícia para ser uma questão de vida ou morte de um povo.

Os administradores do Brasil sempre foram assim: apenas aprimoraram o potencial maligno capaz de arruinar qualquer esforço no sentido de se formar uma nação ou de se fortalecer uma instituição. Não somos uma nação. Somos um amontoado de pessoas sem rumo ou noção. Pessoas impotentes na ignorância quase absoluta de chamada classe política cuja esquerda, dita “progressista”, ainda vive de louvar ditaduras como a cubana e assassinos cruéis e covardes como Guevara e Fidel Castro.

O próprio alinhamento externo de nosso país, ao longo de 12 anos de bandidagem e roubalheira do PT, atestam isso. Basta verificar os discursos de um outro presidente alcoólatra (este, analfabeto e sem o charme do maluco Jânio Quadros), Lula da Silva, que apoiou as loucuras do então presidente iraniano, Mahmoud Amehdinejad e chamava o então presidente da Líbia, Muamar Kadhaffi de “irmão” (antes deste último ser empalado e morto da mesma forma que costumava fazer com adversários).

Na miríade de partidos políticos de fancaria, temos um, o PcdoB, que dia desses estava emitindo nota em que defendia posicionamento do sanguinário tirano da Coreia do Norte, Kim Jong-Il. Nossos comunistas são contra o capitalismo e possíveis vantagens que o sistema possa oferecer, mas não deixam de cruzar os céus do planeta, acima e abaixo, montados em jatos modernos (produzidos pelo imperialismo), nem de utilizarem notebooks, computadores de última geração e modernos apetrechos.

O Brasil não tem planejamento para nada, apesar de exibir vistoso Ministério com esse nome em que simulações parecem conduzir a tal finalidade. Trata-se, na realidade, de órgão em que o que de mais produtivo se sobressai é a utilização de cartão corporativo criado na gestão FHC. Com o cartão são feitos saques, compras sem nenhum vínculo com o órgão, desvios de dinheiro público, porque ele foi criado para isso mesmo: para encher legalmente bolsos, sacolas e pastas dos que nos roubam tudo.

Mas o pior de tudo é ver o descontrole e despreparo da presidente da República. Flagrada como cúmplice na roubalheira da Petrobras (ainda faltam apurar BNDES e sabe-se lá que órgãos mais onde a roubalheira é prática comum), nessa sangria moral sem fim onde os autores dispõem de infindáveis recursos jurídicos que os livram da prisão até que tudo seja esquecido. O melhor que Dilma poderia fazer seria renunciar. 


Márcio Accioly é Jornalista.

O pior volume morto



Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Luiz Sérgio Silveira Costa

A Petrobras, finalmente, publicou seu balancete do 3º trimestre de 2014, e – pasmém -, não computou as  perdas com a  corrupção bilionária do Lava-Jato! Esse balancete, junto com as palavras da presidente na reunião dos inacreditáveis 39 ministros e secretários, é a cara, o melhor retrato, e desnuda o PT: mentiras, cinismo, desfaçatez, desonestidade, descaramento, despudor e vergonha!

Um abusado, insolente e reiterado desrespeito à inteligência e sensatez do – até quando? - cordial do povo brasileiro! Não bastassem todas as impudências para vencer as eleições, verifica-se que o País é um mero instrumento de poder nas mãos dessa gente, que não tem o mínimo cacoete republicano, um simples verniz de estadista, uma leve brisa de respeito aos seus cidadãos.

A alternativa é a mesma da saúva, de tempos atrás: ou o Brasil acaba com o PT ou o PT acaba com o Brasil, esta a hipótese que está na frente... Não bastassem todas as crises, malfeitos e lambanças, de vários nomes, nesses 12 anos, o PT está levando o país a atingir o volume morto de seu mais importante reservatório: o moral!


Luiz Sérgio Silveira Costa é Almirante, reformado.

Dilma, o PT e as empreiteiras - ESTADÃO


O governo do PT, principal responsável pelo escândalo da Petrobrás, está preocupado em minimizar as consequências com as quais poderá vir a arcar quando toda a verdade vier à luz, e se articula para armar um esquema que lhe permita, pelo menos, salvar os dedos ao custo menor de entregar os anéis. Este é o sentido da ordem do Palácio do Planalto, de preservar as empreiteiras envolvidas na lambança, e que imediatamente foi passada adiante por dois porta-vozes da presidente Dilma Rousseff, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o advogado-geral da União, Luis Inácio Adams. Declarou o primeiro: "Do ponto de vista das empresas, me parece que há um desejo claro, que não afasta as punições de quem deva ser punido, de que nós não criemos situações que atrapalhem a vida econômica dos brasileiros".
As palavras do ministro fazem eco à posição firmada por Dilma Rousseff em seu discurso na abertura da reunião ministerial dias atrás: "Nós devemos punir as pessoas e não destruir as empresas. As empresas, elas são essenciais para o Brasil. Nós temos que saber punir o crime, nós temos que saber fazer isso sem prejudicar a economia e o emprego do País. Nós temos de fechar as portas para a corrupção. Nós não podemos, de maneira alguma, fechar as portas para o crescimento, o progresso e o emprego".
O bom senso não recomenda "destruir" empresas, mas a lei prevê, sim, punição para as que cometem transgressões legais. Até porque empresas não são abstrações intangíveis, mas as pessoas físicas, empresários e executivos, que as possuem e dirigem. E como não dá para colocar na cadeia empresas que agem contra a lei, como se faz com seus dirigentes, a lei prevê que, entre outras punições, a elas sejam impostas pesadas multas e compensações que objetivam impedi-las de continuar se beneficiando de recursos comprovadamente obtidos de modo ilícito.
Assim, ao tentar blindar contra punições as empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, Dilma Rousseff arrisca-se, mais uma vez, a incorrer em crime de responsabilidade, por ignorar, entre outras, a Lei Anticorrupção - que atende aos compromissos assumidos pelo Brasil em tratados internacionais -, cuja entrada em vigor no dia 29 de janeiro de 2014 ela comemorou em clima de pré-campanha eleitoral, mas que agora quer transformar em letra morta.
O chamado petrolão é uma armação criminosa que só tem uma vítima, o cidadão brasileiro, e muitos culpados: os agentes políticos a serviço do governo do PT e de seus aliados; os operadores de dentro e de fora da Petrobrás e as empreiteiras que se uniram em cartel com o propósito de garantir uma distribuição "justa", entre elas, dos contratos com a petroleira. São todos cúmplices.
É impossível de imaginar que todos saiam ilesos dos vários processos judiciais que brevemente começarão a ser instaurados como decorrência das investigações da Lava Jato. Mas do ponto de vista estratégico está claro que interessa ao governo do PT preservar as empreiteiras, para o que lança mão de um argumento que é mera cortina de fumaça: a defesa do "emprego" e da "vida econômica". E por quê? Pela razão óbvia de que manter as empreiteiras intocadas significa preservar uma parceria que tem sido extremamente útil a petistas e associados.
Além disso, essa é uma maneira de conquistar a boa vontade e arrefecer o ímpeto acusatório dos empreiteiros, principalmente os que estão na cadeia e que, de qualquer modo, continuarão mandando em suas empresas. Esses empresários tentam articular suas defesas em torno do argumento de que são vítimas de uma chantagem que, em última análise, acabaria sendo imputada ao próprio governo.
Assim, o escândalo da Petrobrás está, entre outros efeitos, operando o milagre de transformar o governo do PT, e Dilma em particular, em defensores de empresas à beira de serem declaradas inidôneas. Logo Dilma, que jamais disfarçou sua visceral desconfiança da iniciativa privada.
Das duas, uma: está sendo preparada uma grande pizza que manterá o Planalto longe do escândalo ou a presidente da República, tentando preservar as empreiteiras para, alegadamente, garantir empregos e a saúde da economia, transformou-se em refém da corrupção. Mas também pode ser que, das duas, duas.

Greta Garbo, quem diria... - FERNANDO GABEIRA


Na última semana fui a Santa Catarina para documentário sobre a morte do surfista Ricardo dos Santos, foi assassinado com dois tiros nas costas por um soldado da PM embriagado. Constatei que o soldado respondeu a quatro inquéritos, um por tortura. O Ministério Público pediu sua retirada das ruas. Ele não só continuava trabalhando normalmente, como usava a arma oficial, uma ponto 40. Tentei falar com o governador Raimundo Colombo e com o comandante da PM, eles se esquivaram. Não foram ao enterro, não viram a família, só se eclipsaram.
Por que as pessoas do governo não dão as caras nessas circunstâncias? Ao fazer essa pergunta, lembrei-me de Dilma, que também se refugiou no Palácio do Planalto e não apareceu para falar francamente das medidas econômicas e da crise hídrica que já atinge 45 milhões de brasileiros. Nem mesmo para nos consolar pela situação energética (é uma especialista) e dizer quais são os rumos do País nesse campo. Dilma, na sua fase Greta Garbo, quem diria, acabou no Planalto Central.
Não me estou referindo a essas aparições programadas, com blindagem à prova de perguntas elementares. Com os ministros, foi como se aparecesse de chapéu e óculos escuros, se escondendo. Era preciso não apresentar como sua a nova política econômica. Era preciso explicar por que não a mencionou na campanha. Ao contrário, atribuiu as medidas de austeridade aos adversários, caracterizando-as como um saco de maldades.
Sabe-se ainda que o governo pretendia mudar as regras de seguro-desemprego e pensões de viúvas antes das eleições. Mas não teve coragem de mencioná-las. De novo, atribuiu aos adversários conservadores e neoliberais que não gostam dos pobres.
Ainda na Guarda do Embaú, no pé da Serra do Tabuleiro, navegando no Rio da Madre, tentei me colocar a pergunta essencial para mim: por que a esfera da política se descolou da sociedade e os governantes não se sentem responsáveis em reconhecer erros, apontar rumos?
À noite vi pela TV o ministro de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri, numa mesa-redonda em Davos defender a política de Dilma. Segundo ele, o País retomou o caminho do meio, entre consumo e investimento, é um movimento normal. O que acontece, na verdade, é o fracasso de uma política econômica que, em certos casos, como o da energia, estimulou o aumento de consumo de forma equivocada, econômica e socialmente.
É no processo eleitoral que encontramos algumas respostas para o descolamento da esfera do governo, permitindo que a presidente paire no limbo dos corredores do palácio enquanto o País espera respostas urgentes. Numa campanha comandada pelo marketing, o governo criou uma novela de quinta categoria em que a heroína, Coração Valente, enfrentava banqueiros que tiravam a comida da mesa dos pobres. Em 2018, criam outro script e, assim, esperam, vencem as eleições de novo. A propósito: o roteirista que imaginou Lula vestido de laranja na frente da Petrobrás deveria ser mandado para a Sibéria.
É simplesmente impossível que Dilma não apareça para comentar a questão da água. Vamos passar tempos difíceis, precisamos de uma política, de curto e de longo prazos, para equacionar o uso desse recurso, muitas vezes mais valioso que o petróleo. Isso se não nos detivermos só no preço do litro, embora em muitos pontos do País o litro da água mineral bata o petróleo também nesse quesito.
É possível que Dilma esteja esperando o fim da temporada das chuvas. O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse que contava com Deus, que é brasileiro. Deus está vivo e bem em São Gabriel da Cachoeira, usa barba, camisa vermelha e aceita uma graninha. Vamos pôr Deus entre parênteses e enfrentar sozinhos o desafio pela frente. O mundo moderno é precisamente marcado por esta realidade: estamos sós e somos nós os responsáveis pelo nosso caminho. Também por isso os radicais islâmicos nos combatem.
De que adianta argumentar se as esferas se descolaram, o universo da política se tornou opaco e inalcançável? A única saída é recolher as evidências que possam ser um antídoto para o enredo da próxima novela, em 2018.
Nas eleições de 2008 já era um tema importante o registro no tribunal eleitoral do programa de governo. Por esse processo era possível qualificar o estelionato eleitoral. O problema é que os candidatos registram qualquer coisa, às vezes nem registram com antecedência, o que impossibilita o debate.
Uma grande fonte de financiamento, os desvios na Petrobrás, deve secar. Certamente a corrupção vai buscar novas brechas, mas a tendência é um enxugamento das campanhas milionárias. É apenas mais uma das chances que o Brasil tem de se livrar da presença calamitosa do PT, evitar que as campanhas políticas se transformem em panfletos de quinta categoria.
Segunda-feira a oposição volta do recesso. É um verão quente, mas ela devia ter-se reunido mais, falado mais, cobrado mais. Enfim, tudo mais, como nos versos da canção popular. Ainda tem uma chance de desmontar peça por peça a novela marqueteira. Isso será pedagógico.
Por que a Coração Valente apareceu para os ministros, e não para nós, pagadores de impostos, desempregados, os que têm pouca ou nenhuma água, os que acendem vela nos apagões? Dilma prometeu que não haveria mais apagões. Mas já houve um na energia. Há outro, pois o modelo Greta Garbo é, na verdade, um apagão no diálogo com a sociedade.
Tudo isso ocorre num processo crescente de violência nas grandes e médias cidades e até em balneários para descanso e relaxamento. Onde está mesmo aquele plano de integração dos órgãos de segurança, todos conectados, todos online, sabendo até a cor do sapato do assaltante? No Rio, 14 pessoas foram alvejadas por balas perdidas, duas crianças morreram. Todo esse aparato foi comprado para Copa do Mundo e Olimpíada. Por que não funciona, por que a insistência na desconexão, diante de um cenário tão complexo?
Governantes são de Marte. O pouco que sei dos habitantes desse planeta: costumam ser sensíveis ao cheiro de fumaça e acionam o instinto de sobrevivência, desde que devidamente estimulados.

A mesma Dilma de sempre - Rogério Furquim Werneck


Mal iniciado o segundo mandato, o novo governo parece prestes a ser tragado pelo turbilhão que vem sendo gerado pela conjunção de três crises de grandes proporções. Não bastassem os desafios de um quadro econômico muito difícil e os alarmantes desdobramentos da crise que se abateu sobre a Petrobras, a presidente se vê agora obrigada a já lidar, em plena estação chuvosa, com rápido agravamento da precariedade da oferta de energia elétrica no país.

O que torna o turbilhão mais assustador é que nenhuma das três crises poderá ser superada sem que o governo reconheça graves equívocos cometidos nos últimos 12 anos. Se isso já parece muito difícil, mais difícil ainda se afigura quando se leva em conta o estreito envolvimento pessoal de Dilma Rousseff, ao longo de três mandatos presidenciais, nas decisões equivocadas que gestaram e alimentaram as três crises. O que a superação dessas crises requer, portanto, antes de mais nada, é que a presidente seja pessoalmente capaz de se permitir fazer um mea-culpa em relação a cada uma delas.

Não se trata de exigir da presidente um acerto de contas com o país e a História. Longe disso. A razão pela qual o reconhecimento dos erros cometidos é indispensável é bem outra. Sem se permitir um mea-culpa, por tácito que seja, a presidente ficará presa a diagnósticos fantasiosos e, portanto, a concepções inadequadas das medidas necessárias para a superação dessas crises.

Não lhe será fácil. Em cada caso, a mudança requerida de discurso deverá exigir da presidente doses improváveis de humildade e pragmatismo, para dar o dito pelo não dito a respeito de decisões desastrosas que, por muito tempo, defendeu com arrogância e triunfalismo.

Para perceber de forma mais concreta quão penosa terá de ser a mudança de discurso que se faz necessária, vale a pena ver de novo, por exemplo, o pronunciamento de oito minutos, em cadeia nacional de rádio e televisão, de 23 de janeiro de 2013, em que a presidente Dilma anunciou redução de tarifas de energia elétrica, comemorou a queda forçada de taxa de juros e denunciou os pessimistas de sempre (disponível em http://zip.net/bpqJg3).

É a consciência da dificuldade de dar o dito pelo não dito que talvez explique o silêncio profundo a que se entregou a presidente desde o início do seu segundo mandato. Incapaz de articular um novo discurso, Dilma parece ter preferido atravessar o mês de janeiro enclausurada, imersa em reflexões sobre as proporções da metamorfose por que terá de passar, se quiser enfrentar com sucesso os desafios do seu segundo mandato.

No início desta semana, a quebra do longo silêncio de Dilma, na primeira reunião ministerial do novo governo, vinha sendo aguardada com grande expectativa. Os mais otimistas chegaram a acalentar a esperança de um novo discurso, com reconhecimento pelo menos tácito de equívocos cometidos no primeiro mandato.

Mas o que se viu foi a mesma Dilma de sempre, agarrada às velhas mistificações. Sobre o quadro desastroso do setor elétrico, houve apenas a promessa lacônica de que "estamos tomando todas as ações cabíveis para garantir o suprimento de energia". Sobre o descalabro da Petrobras, o que se ouviu é que “a realidade atual só fez reforçar nossa determinação" de dotá-la da “mais eficiente estrutura de governança e controle que uma empresa estatal ou privada já teve no Brasil".

Na menção às medidas de ajuste fiscal, a devastação das contas públicas do ano passado foi justificada — acredite se quiser — como necessária para preservar o emprego e a renda, em face da deterioração do cenário externo e do agravamento das condições climáticas. “Nós reduzimos o resultado primário para combater os efeitos adversos desses choques sobre a economia e proteger a população.”

O mais espantoso é que, tendo dito tudo isso, a presidente tenha conclamado os ministros a combater campanhas de desinformação. “Nós não podemos permitir que a falsa versão se crie e se alastre.” Seria irônico, se não fosse trágico.

Uma joia rara e 94 diamantes apreendidos com Cerveró indicam como o Petrolão guarda grana desviada a jato



Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

De onde vieram 94 diamantes e uma rara joia apreendidos com o ex-diretor Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró? Identificar a origem das pedras, avaliadas por especialistas do mercado em cerca de R$ 65 milhões de reais, é uma das chaves para saber quem efetivamente corrompeu Cerveró e outros dirigentes da Petrobras. Se Cerveró tinha tantos diamantes, imagina quem estava acima dele no esquema... Um clássico filme de 007 já nos ensinou que nem os diamantes são eternos... A blindagem de políticos corruptos, também não... Quem lida com diamantes sabe muito bem disto.

Todo mundo sabe que as comissões de corrupção são pagas com um ativo de fácil negociação no mercado internacional: diamantes. Os países africanos, com quem brasileiros negociam, adoram tal prática O risco que os corruptos correm é serem facilmente identificados na hora de vender as "joias" – geralmente negociadas em Amsterdã e Antuérpia, em operações rigidamente controladas pelos judeus. Quem não negocia as pedras costuma guardá-las em cofres de bancos em Londres e em Paris - o que pode também ser rastreado.

Em 12 de dezembro de 2012, o Alerta Total revelou um informe da inteligência das Forças Armadas, sobre negócios atípicos com pedras preciosas. Militares descobriram que Rosemary Nóvoa Noronha, quando foi chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, utilizava um passaporte exclusivo de membros do primeiro escalão governamental para viagens de negócio ao exterior que fazia sem a presença do amigo Luiz Inácio Lula da Silva. As pedras preciosas seriam originárias de negócios ocultos feitos pela cúpula petralha na África, principalmente Angola. Tais informações sigilosas sobre o Rosegate não aparecem nas 600 páginas do inquérito da Operação Porto Seguro. O caso se transformou em um processo que corre em estranho segredo judicial...

Serviços de inteligência das Forças Armadas receberam informes de que Rose participaria de negócios com diamantes em pelo menos cinco países: Bélgica, Holanda, França, Inglaterra e Alemanha. As pedras preciosas seriam originárias de negócios ocultos feitos pela cúpula petralha na África, principalmente Angola. Tal informação também foi passada à PGR pelos militares. Foram detectadas dezenas de viagens não-oficiais de Rosemary ao exterior, para "passeios de negócios". O passaporte especial a denunciou. Foram 23 para a França. Para Suíça, ocorreram 18, por via terrestre, partindo de Paris, e mais quatro por via aérea. Rose também fez 12 deslocamentos de avião para a Inglaterra. Outras sete viagens para o Caribe e os Estados Unidos, aconteceram de navio – de acordo com a inteligência militar brasileira. O Rosegate morreu...

Mas a Lava Jato (ainda) não! A dúvida é se será antes ou depois do carnaval que o Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai apertar o botão da descarga contra políticos com direito ao absurdo foro privilegiado para crimes comuns de corrupção por envolvimento na Lava Jato do Petrolão. Outra incerteza é a quantidade exata de "excelências" que serão denunciadas: 30? 40? Chegou-se a especular que seriam 77 deputados e 14 senadores, mais três governadores... A certeza é que a principal e mais famosa autoridade beneficiária dos esquemas permanecerá impune, blindada como de mau costume, sem ter seu nome citado entre réus ou investigados. A dúvida é até quanto tal blindagem será possível de perdurar...

Rodrigo Janot já tem a certeza de que, semana que vem, pedirá ao Supremo Tribunal Federal a devolução, para a primeira instância, dos processos de políticos que perderam o foro privilegiado. Eles sairão das mãos do ministro Teori Zavascki para os cuidados do juiz Sérgio Fernando Moro, da 13a Vara Federal em Curitiba. Quem perdeu mandato eletivo na Câmara, no senado ou em governos estaduais deve estar "apertadinho" de medo. Provavelmente só depois do Carnaval, a partir de 18 de fevereiro (Quarta-feira de Cinzas), é que os poderosos ladrões da República começam a ser denunciados formalmente.

Até agora, a Procuradoria Geral da República mantém em sigilo os nomes de políticos indiciáveis. Mas o Supremo Tribunal Federal e a cúpula do poder sabe direitinho quem são eles. Resta esperar para ver se os mais poderosos serão poupados, em detrimento dos bodes expiatórios. Os cotados para isto são seis ex-deputados federais e dois ex-governadores.

E as chaves da cadeia?


Sempre de fora

Na edição de 22 de dezembro do ano passado, o Alerta Total antecipou:

Cabeças coroadas dos podres poderes de Brasília advertem que uma mega operação de blindagem estaria em curso para proteger Luiz Inácio Lula da Silva (sempre ele) e a transnacional brasileira Odebrecht de qualquer risco de indiciamento ou envolvimento com os crimes relacionados à Operação Lava Jato. Gigantescos interesses econômicos globalitários estariam por trás deste escudo de defesa. O informe de inteligência que circula no eixo EUA-Brasil-África indica: "A Águia não teria interesse em atingir Lula e seu principal parceiro, Marcelo Odebrecht, pelo menos neste momento"

A Odebrecht, que tem Sociedades de Propósito Específicos firmadas com a Petrobras, além de ter os maiores contratos de obras e serviços com a estatal de economia mista, também não aparece citada, milagrosamente, em nenhuma bronca veiculada até agora. A transnacional baiana só é citada de forma especulativa, e não de maneira oficial, concreta. Curiosamente, a Odebrecht fica de fora enquanto outras das maiores empreiteiras do País e seus dirigentes são triturados pelo noticiário da Lava Jato: OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Mendes Júnior, UTC e Galvão Engenharia.

Recordações...

O delator premiado Paulo Roberto Costa revelou que recebeu da Odebrecht propina de R$ 57 milhões (US$ 23 milhões), grana que foi depositada na Suíça.

Auditoria do TCU concluiu que Odebrecht, Camargo Corrêa e OAS superfaturaram em R$ 367,9 milhões seus contratos em Abreu e Lima.

Só o contrato da Odebrecht na Petrobras para a obra da refinaria de Abreu e Lima (PE) chegou a R$ 1,5 bilhão.

A Odebrecht nega que tenha pago qualquer propina a Paulo Roberto Costa, que fez parte do Conselho da Brasken...

Corrupção subavaliada


A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, foi forçada a admitir ontem que pode haver aumento nos valores relativos à corrupção e ampliação no período de análise dos contratos de empresas com a estatal, de 2004 a 2012:

"A resposta não é trivial e depende da evolução dos processos na Polícia Federal. Se tivermos mais depoimentos em que surjam outras empresas, temos que buscar, abrir e esse número cresce. Os R$ 188,4 bi contemplam os grandes ativos da companhia. Esse numero aqui não é firme e depende dos números de empresas que estão sendo informadas pelo Ministério Público. Cresce o número de empresas, cresce esse número". 

A Petrobras destacou em seu balanço empreendimentos superavaliados em R$ 88,6 bilhões.

Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da companhia, admitiu em depoimentos que os contratos foram superfaturados em 3%, o que poderia indicar uma perda de R$ 4 bilhões.

Devendo... 

O endividamento da Petrobras chegou a R$ 331,7 bilhões no fim de setembro.
Foi bem maior que os R$ 249 bilhões de setembro de 2013.

O temor concreto é que os donos de títulos (bonds) da companhia emitidos nos EUA peçam a antecipação do vencimento. 

Balançando...


Análise de um militar ativista que apoia a criação da Associação dos Juízes Antocorrupção:

"Teremos um carnaval com samba nas cadeias e prisões em massa. O cerco está se fechando. Já pegaram o Sergio Gabrielli e agora a nova bomba vem de Portugal. Logo Dilma e seu amigo Lula serão pegos e não temos dúvida esse governo não começa. Vai patinar se perderem eleição para Câmara. A mulher parece um saco de pancada. Os meios internacionais já somem do Brasil com a debandada dos investidores".

Nova manifestação

O povo vai para a rua no sábado, dia 31, às 15 horas, no MASP.

Confirmaram presença para a nossa manifestação a Deborah Albuquerque - a Barbie Fitness, o Janio - o homem da faixa "vende-se empresa (pela melhor oferta). motivo: cansei do Brasil", Alexandre Silva - jovem talento do programa Raul Gil e o Smith Hays - gay da direita.

Enviem os vídeos de vocês também e nós ajudamos a espalhar, unidos somos mais fortes e não podemos nos dispersar. Afinal,

Lava Jato virou site...

O Ministério Público Federal colocou no ar o site da Operação Lava Jato.

A transparência, em rede social, é uma arma para evitar que muito do que foi investigado acabe em pizza ou no esquecimento.

Vale a pena visitar: http://www.lavajato.mpf.mp.br/

Enxugamento de gelo

A Lei Anticorrupção, que entrou em vigor em 29 de janeiro do ano passado, fez seu primeiro aniversário sem ser regulamentada.

A lei pune empresas com multa de até 20% do faturamento bruto e prevê a existência de “mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica”.

Sem regulamentação, tudo continua como dantes na roubalheira do abrantes...

Diferença

A Holanda fechou oito prisões por falta de presos para colocar nelas.

Aqui vamos fechar as torneiras por falta de água e não vamos prender todos os corruptos...

Nossa fonte de corrupção é inesgotável...

Bundões comparados


Qual a semelhança e a diferença entre a Dilma e a famosa bunda da Paolla Oliveira, na minissérie global "Felizes para sempre?"

A semelhança é que são duas bundonas de alta qualidade, uma no sentido conotativo e outra no denotativo abundante do termo.

A diferença é que o governo da bundona dificilmente permitirá que os brasileiros acabem "Felizes para sempre"...

Tombamento aprovado

Do jornalista João Baptista de Abreu Júnior, um apelo em seu face:

"Podem me jogar pedras e me acusar de machista, mas o traseiro da atriz Paolla Oliveira deveria ser tombado pela Unesco como patrimônio material da Humanidade. Nem Oscar Niemeyer seria capaz de idealizar tal obra de arte".

E, depois, uma comparação necessária:

"A corrupção é um patrimônio tão nacional quanto o traseiro da Paolla Oliveira".

Nova velha moeda do Brasil

Tosse da Vaca

Do jornalista Carlos Augusto C, Mello, também no face:

Pensamento do dia:

"O pior surdo é o que não quer ouvir a vaca tossir."

Tipos de Petralhas

Do mago da fotografia Carlos Ebert em seu face, a Paquera em tempos petistas:

Ele: Tu é linda!
Ela: Obrigada!
Ele: Tá solteira?
Ela: Tô!
Ele: Tem filho?
Ela: Tenho.
Ele: Quantos?
Ela: Você quer me comer ou me cadastrar no Bolsa Família?

Indagação

Do leitor Regis Fusaro, um comentário e uma pergunta pertinentes:

Na "cara" da edição de (28/01 do Estadão, a foto da Senhora e três de seus ministros sugere dois pensamentos:

1- a presença do Min. Levy leva-nos ao Império Romano:  "Até tu Joaquim?" e...

2- o riso fácil, talvez como um introito a uma ópera sobejamente conhecida:  TUTUNUTUDUM... E sempre os mesmos!

Quem poderá salvar-nos do tamanho da "encrenca"?

Tio Samba



Espetáculo produzido por Carlos Mauro e Fabiano Segalote.



© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 30 de Janeiro de 2015.