06/12/2013
“Foi uma grande vitória”, palavras do Ministro da Educação do Brasil ante os resultados lastimosos da educação brasileira na avaliação realizada a cada três anos pela OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico através da aplicação de provas pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos – PISA (sigla em inglês). Fico sem saber o que leva um ministro de uma área vital para uma Nação ser tão cínico em tal pronunciamento. Será que é da índole ou é do meio em que vive? Enquanto nos Estados Unidos o governo vai ter que explicar o 25º lugar na classificação geral entre 65 países participantes, aqui é motivo de júbilo e comemoração o 58º lugar, mesmo tendo retrocedido em duas posições ante 2009.
A realidade é uma só: não há como sair deste fosso da péssima qualidade de nossa educação enquanto pessoas desabilitadas e incapacitadas ficarem à frente dessa sensível área. Ela é vital ao desenvolvimento econômico e social do Brasil. Não adianta ficar fazendo mágicas e invencionices para desenvolver sem uma base sólida na educação. É preciso maior cuidado e vontade política para impulsionar esta estrutura que determina a evolução de um povo. Não é só o dinheiro, componente menor na alavancagem, que vai fazer com que a educação brasileira salve milhares de jovens, já perdidos e a perder, e o País. É preciso deixar de iludir a Nação de que os recursos do pré sal será a salvação dos sonhos de milhares de estudantes que hoje estão sendo jogados na lata de lixo.
Essa qualidade lastimável em que está a educação no Brasil terá um desenrolar grave: são os alunos de hoje os professores do amanhã. São os alunos de hoje os profissionais e técnicos dos próximos anos e que o Brasil necessitará para crescer e se desenvolver. Como então será possível isso? Os professores de hoje, dada a péssima orientação educacional recebida, não conseguem transmitir informações e conhecimentos aos alunos. Isso tudo somados a desvalorização profissional e aos salários aviltados, formam a receita que resultam no duro bolo que aí está. São os dirigentes políticos de hoje que estão plantando a péssima colheita do amanhã. Qualquer homem do campo sabe o resultado do que é fazer um plantio sem técnica e sementes de qualidade. Vai ter grandes prejuízos. Com a sociedade é a mesma coisa, o campo de trabalho, de tecnologia e familiar será sofrível e desajustado e a Nação apenas buscando por sobrevida.
É preciso inteligência, sabedoria e conhecimento para administrar o coração do desenvolvimento que é a educação. Sem isso, erros grosseiros serão praticados a altos custos financeiros e morais para o País como os acontecidos com o Programa Ciência Sem Fronteiras. A ânsia de ganhar pontos nas pesquisas e votos, levou o governo federal a praticar o absurdo de oferecer bolsas de graduação, pós graduação, doutorado e pós doutorado sem antes avaliar o conhecimento e a eficiência em línguas estrangeiras dos alunos brasileiros. Como fazer esses cursos nas melhores universidades sem esse conhecimento básico para o aprendizado extremamente técnico e científico. Deveria fazer um criterioso exame dos interessados, não somente de conhecimento acadêmico como lingüístico. A verdade é que politizaram a educação. Sindicatos, eleições etc. e tal são exemplos disso.
Continuo defendendo há anos que a área educacional tem que ser desvinculada da estrutura do Executivo e, com isso, da ingerência política. Isto é necessário dada a característica moral e político-cultural do nosso povo. Poderia também, assim como o Ministério Público, criar na Constituição Federal a seção VI do Capítulo II, do Poder Executivo com o título Das Funções Essenciais à Cultura, ao Ensino e ao Conhecimento, onde estaria estabelecida a sua unidade, indivisibilidade e independência funcional. Já tenho rascunhado alguns artigos e parágrafos. Não há e nem haverá outra forma que possa dar a está sensível e vital área da Nação, o desenvolvimento qualificado e inovador que a ela se exige para ser a ponta de lança do crescimento e evolução na qualidade de vida do povo brasileiro. Só assim teremos centros de estudos formados por escolas e universidades em que o aluno, em razão do ensino, terá prazer em freqüentar e com isso aprender com professores preparados e qualificados naquilo que vai transmitir. Sem isso, não há renovação na Educação.
PS. Túlio, que DEUS o receba.
Jornalista e Adv. Rapphael Curvo
raphaelcurvo@hotmail.com
Adv. Ellen Maia Dezan Curvo
OAB/SP 275669
ellendezan@hotmail.com
www.xprospector.com.br
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