segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Gato Angorá também dá azar? - Alerta Total

Posted: 05 Feb 2017 02:51 AM PST

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Lembram da brizolista Dilma Rousseff? Quando Presidenta, ela tentou nomear Luiz Inácio Lula da Silva para Ministro, a fim de gerar foro privilegiado para o ex-Presidente “perseguido” pela Lava Jato. Dilma foi golpeada, e se ferrou, mas agora temos a prova viva de que o titular do trono do Palácio do Planalto não aprende com os erros do passado.

Seu sucessor, Michel Temer, nomeia Welington Moreira Franco para Ministro, a fim de gerar foro privilegiado para aquele que o guru ideológico da Dilma, Leonel Brizola, chamava de “Gato Angorá” (pelo jeitinho com que arruma os vistosos cabelos brancos). Pior que o ato de Temer, foi ouvir o Moreira alegar que “já era ministro” (ele cuidava da programada privataria que é o sonho dourado da turma do PMDB).

Moreira sempre foi um péssimo gestor público. Na Prefeitura de Niterói, de 1977 a 1982, deixou a cidade com imensa dívida externa. No Governo do Estado do Rio de Janeiro (1987 a 1991), sucedendo a um primeiro mandato de Leonel Brizola, Moreira geriu tão mal a questão penitenciária que ali ocorreu o avanço do Comando Vermelho – e não no período Brizolista, como se comumente acusa sem provas reais. Enfim, sempre governista nas Eras Lula e FHC – só não se deu bem porque a Dilma brizolista não gostava dele -, o “sociólogo” Moreira sempre foi apontado como “político ligado às empreiteiras”. Nunca, porém, houve qualquer denúncia formal contra ele, sob suspeita de corrupção.

Será que a proteção ao Gato Angorá dará azar a Michel Temer? Pode até ser que sim... No entanto, a pequena bobagem não deverá derrubá-lo. Apesar da Lava Jato no calcanhar (ou no pescoço) de seus amigos, aliados e ministros, Michel Temer tem a proteção da Oligarquia Financeira Transnacional que controla o Brasil. Portanto, a merda pode feder mais que coco de gato. Mas ele ficará onde está até 2018.

Teve fato muito mais grave que a proteção a Moreira. A peregrinação de todos os poderosos ao Hospital Sírio-Libanês, sob a desculpa de consolar Luiz Inácio Lula da Silva pela perda da esposa Marisa Letícia, é um sinal de que o ladro negro da força continua mais forte que nunca em Bruzundanga. Todos os poderosos que visitaram Lula, na verdade, foram lá dar um recado de “solidariedade” a eles mesmos: “Vamos nos unir contra a Lava Jato que pode acabar com todos nós”.

Implícito na novelinha da quase-morte de Marisa Letícia (que era alvo da mesma Lava Jato), o recado hediondo dos políticos praticamente passou despercebido do nosso jornalismo canalha (ou sem noção) – que causa tanto prejuízo a nossa cidadania. Aliás, a imprensa é tão idiota que Moreira Franco, quando foi Prefeito da minha terra, costumava debochar, nos bastidores, que os jornalistas de Niterói seriam “compráveis” com duas caixas de cerveja...

Esqueçamos Moreira e suas lendas. Voltemos ao $talinácio. É preciso ler com seriedade o lamento de Lula, de que “Marisa morreu triste pela maldade que fizeram com ela”. Quem “fizeram”: Sérgio Moro e os membros da Força Tarefa da Lava Jato. Lula é réu em cinco processos que estão com Moro.

Se os alvejados pela Lava Jato estão mais unidos que nunca, concedendo a Lula o protagonismo de liderar as barbaridades ocultas contra a maior operação de combate à corrupção nunca antes na História deste País, é hora de ativar o sistema de Alerta Total (sem trocadilho com o nome deste site). O lado ruim nunca esteve tão fragilizado, porém não está morto e jamais se uniu, de verdade, como agora, por uma injusta causa comum: garantir a costumeira impunidade e, se possível, avançar nos negócios, usando novos “laranjas” nacionais, sócios internacionais e familiares como “gestores”.

A máfia unida pode até nem ser vencida, mas precisa ser combatida – com extrema inteligência. A Força Tarefa da Lava Jato precisa avançar para obter provas objetivas sobre os tentáculos ocultos do sistema de roubalheira. As dezenas de delações premiadas podem contribuir para ampliar a identificação dos pontos focais da ampla e organizada rede do Crime Institucionalizado.

A sociedade precisa colaborar. É hora de avançar na pressão total, nas redes sociais e nas ruas, para o fim do foro privilegiado para políticos e autoridades que cometem crimes comuns – e principalmente o hediondo crime da corrupção. O absurdo privilégio ainda protege os bandidos que aparelham a máquina pública. Eles mantêm poder para avançar nas armações e prosseguir na obscura operação abafa – que só pode ser combatida por membros do Judiciário com coragem e honra.

Não basta ficar na torcida. É preciso agir. Os bandidos vêm com tudo para cima. A barbárie pode saltar das penitenciárias para os ambientes da Lava Jato... Afinal, o Crime Institucionalizado ainda é hegemônico. A Lava Jato, infelizmente, ainda é um “ponto fora da curva”. Sorte que a adesão contra o crime vem crescendo...

É hora de Tolerância Zero. Intervenção Constitucional! As mudanças são inevitáveis. A Revolução Brasileira está em andamento.

Viuvice?


Eike apavorado

Circula boato forte entre gigantes do mercado financeiro que Eike Batista estaria sofrendo ameaças em Bangu 9.

O mais aguardado delator premiado da Lava Jato tem tudo para acabar transferido para Curitiba – como este Alerta Total já antecipou.

A família de Eike não quer que ele se torne um “arquivo-queimado”...

Emplacado

Michel Temer deve anunciar esta semana seu escolhido para o Supremo Tribunal Federal.

Ives Gandra Martins Filho será o brindado pela vaga aberta pela morte de Teori Zacaski.

Atual presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ives Gandra já foi “sabatinado” e aprovado pela ministra Cármen Lúcia, Presidente do STF e do Conselho Nacional de Justiça.

Doação fraudada

Comentário do engenheiro mecânico Éder Rocha Rodrigues, indignado com a badalação que Lula fez com a suposta doação de órgãos da falecida ex-primeira-dama Marisa Letícia:

“Considero ultrajante a notícia de doação de órgãos da ex-primeira dama! Isso não existe!! Nunca soube de um caso de doação de idoso; talvez os velhos do PT sejam exceção… Pior ainda é ver a imprensa televisiva noticiar essa história demagoga, uma verdadeira afronta à inteligência do cidadão”.

Reservado, mas nem tanto...

Defesanet informa que o general Echegoen, Ministro Chefe do Gabinete ,Institucional, desembarcará em São Paulo nesta terça-feira, dia 7, para um encontro com a chamada “Comunidade de Inteligência”.

Assuntos:  segurança urbana, criminalidade, farc X pcc...

As Inteligências das FFAA, PM, Policias Federal e Civil, junto com membros de outras agências menos conhecidas do grande público, foram convocadas para o encontro na sede paulista da Abin, no prédio do Ministério da Fazenda, na Prestes Maia.

Pisa fundo


O certo e o errado


Menino Demo




© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 5 de Fevereiro de 2017.

"A montanha dos mágicos" - por Paulo Delgado


O Globo

A afetada arquitetura do modelo político ruiu. É osso duro de roer ver que o que é útil à sociedade precisa, primeiro, ser considerado útil ao interesse do sistema político



O Brasil não tem as montanhas mais altas do mundo. Mas a proeminência topográfica do sistema político sobre a sociedade faz dele um pico intransponível para cidadãos. A análise de seus efeitos sobre os costumes exige mais do que investigações judiciais. A combinação da crise político-econômico-judicial requer uma análise cultural sobre o significado prático-moral da arte de representar, defender e encarcerar os outros.

Ninguém vai impor coerência ao sistema político, devolver coesão e respeito à ordem social e estimular o desenvolvimento econômico aliado de tantas guerras por domínio. Todos os poderes têm deveres uns para com os outros, e a insanidade atual é achar que não é responsabilidade de políticos, juízes e promotores a violência nas ruas e nos presídios.

A atmosfera filosófica obscura da política estendeu seus males a todos os setores. O próprio Poder Judiciário, que protege os juízes que condena, como o Ministério Público, esse Robespierre que só imagina guilhotina no pescoço alheio, quando fazem maquinações para acumulação de mando, interferindo na balança de poder, correm o risco de transformar a ação positiva num objetivo negativo.

Os crimes verbais na internet, parte da violência atual, são o mesmo pântano criado pela representação confusa de partidos fictícios e demagogos que seguem em frente sem parar.

O mal transbordou para toda a sociedade e situou o modelo político em desconformidade com fins de interesse geral. Contrapondo o gosto e o belo todos os dias, em decisões, tragédias e flagrantes, o poder do Estado está em total assimetria com a monotonia da normalidade dos honestos.

A afetada arquitetura do modelo político ruiu. É osso duro de roer ver que o que é útil à sociedade precisa, primeiro, ser considerado útil ao interesse do sistema político. O poder de cada um não é visto como essencial ao equilíbrio da sociedade. Por isso, a decisão de cada poder mira sempre na legitimidade diante do outro poder. Eles aspiram ao mesmo trono, proclamam e negam que a Constituição seja sua mãe. Não há mais enredo suficiente para tais atores. Está generalizada a confusão entre a satisfação de ser artista e o dever de ser autoridade.

Em relação ao político, a sensação de ser bom não tem mais um ajuizamento interior que leve em conta o interesse do outro. Maiorias ocasionais se formaram essa semana, continuarão maioria quando o interesse for o da sociedade? É regra: o prazer material de ter mandato é maior que o prazer moral da representação. Mas não é verdade que sempre foi assim.

O sucesso da Lava-Jato não é a ética da sua motivação. É o desvendar de antigas fronteiras ocupadas por um sistema comum. Acrescido do princípio simplificado de que pela despesa é que se conhece o homem público.

Não é mais a falta de universalismo moral das atitudes que ofende os brasileiros. É o excesso de cálculo da política dos Três Poderes. Que não consegue contrariar, nem deter, antes impulsiona motivações egoístas dos sentidos, permitindo que em torno do Estado se possa ir tão longe no erro. Um apetite doentio pois, a maioria ainda não percebeu, que honra e proveito não cabem no mesmo saco.

Congresso vira cabide de emprego para derrotados nas eleições - Por Marcela Mattos


Após fracassarem nas urnas, candidatos a prefeito e a vereador ganham emprego na Câmara e no Senado

Nas redes sociais, uma calorosa homenagem, acompanhada por fotos de beijos e abraços, parabenizava o deputado federal Wilson Beserra (PMDB-RJ) pelo seu aniversário de 47 anos. A publicação foi feita pelo candidato derrotado a um cargo de vereador na pequena Seropédica, no Rio de Janeiro, Wattyla Felypeck Gabriel Vicente, o “Cebolinha”. No texto, ele referia-se ao congressista como um “grande amigo, pai, irmão, parceiro, companheiro”. Menos de 24 horas depois, uma nova atribuição entrou na lista de referências a Beserra: a de chefe.
Tendo o ensino médio como escolaridade e a experiência de caminhoneiro como a principal no currículo, Wattyla Cebolinha conseguiu ser lotado no mais alto nível de Secretário Parlamentar na Câmara, o 25º, com salário de 7.167,14 reais mensais – sem as gratificações. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) no último dia 17 de janeiro.
O caso de Wattyla Cebolinha é emblemático e ilustra as prioridades dos parlamentares em um ano considerado decisivo para a recuperação econômica do país.
Enquanto o Congresso retoma os trabalhos com uma vasta agenda de temas complexos e de impacto direto na sociedade, como a Reforma da Previdência, deputados e senadores recorrem ao coleguismo para reforçar seu time de assessores. Na lista estão candidatos a prefeito e a vereador nas últimas eleições que, sem ter sucesso nas urnas, acabaram fora de postos-chave do poder. Eles sequer devem comparecer ao Congresso. A prioridade é que atuem nas bases eleitorais.
O deputado Wilson Beserra afirma que seu novo assessor tem como atribuição atender as demandas da população no estado. “Além da parte técnica, temos também uma equipe com pessoas trabalhando nas cidades. Então, geralmente, são pessoas que a gente já conhece e tem noção do trabalho que fazem e da experiência política que têm”, justificou.
Situação semelhante é percebida no Senado. Por apenas 184 votos, o comerciante Luciano Pamponet de Sousa não conseguiu sentar-se à cadeira de prefeito do município de Macajuba, no interior da Bahia. Seu principal doador individual na campanha foi o senador e ex-governador da Bahia Otto Alencar (PSD), que injetou 5.000 reais no projeto eleitoral de Luciano de Noé, como é conhecido.
Diante da derrota do correligionário, Alencar continuou dando sua contribuição: contratou Luciano para um cargo comissionado em seu gabinete. Como ajudante parlamentar, vai receber 2.347,14 reais por mês, mais gratificações. O senador baiano disse que o assessor já lhe prestou serviços em outras ocasiões e que vai acompanhá-lo nas viagens que faz ao interior do estado.
Há casos em que os laços são ainda mais antigos. O ex-vereador de Sinop (MT) Fernando Assunção, por exemplo, escreveu sua carreira política caminhando ao lado do deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT), de quem foi secretário municipal. No ano passado, estimulado por Leitão, decidiu alçar voos mais altos e concorreu ao cargo de vice-prefeito do município. Com a chapa derrotada, não ficou sem emprego: passou a compor os quadros comissionados do deputado mato-grossense.
A reportagem detectou ainda diversos outros casos de, após fracassarem nas urnas, candidatos conseguirem emprego no Congresso Nacional.
Exemplos deles são Ednael Alves de Almeida (PSD), candidato a vereador de Jequié (BA), empregado no gabinete do deputado Antônio Brito (PSD-BA); Lilia Aparecida Almeida Maturana (PSD), candidata a prefeita de Jardinópolis (SP), no gabinete do deputado Walter Ihoshi (PSD-SP); Valdenor Paulo do Nascimento (PSC), candidato a vereador de Ponta Grossa (PR), no gabinete do deputado Aliel Machado (Rede-PR); Rosemery Aparecida Lavagnolli Molina (PP), candidata a prefeita de Flórida (PR), no gabinete do deputado Luiz Nishimori (PR-PR), e Fernando Messias dos Reis (PROS), candidato a prefeito de Bocaiúva, no gabinete do deputado George Hilton (PRB-MG).