domingo, 29 de abril de 2012

Como a organização de Carlinhos Cachoeira aproveitou-se do prestígio do senador Demóstenes Torres para tentar influenciar decisões judiciais


O homem de Cachoeira na Justiça


ANDREI MEIRELES, MURILO RAMOS E MARCELO ROCHA - Revista Época
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ALIADOS O senador Demóstenes Torres (acima, à esq.) e o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Eles discutiram formas de  conseguir decisões favoráveis na Justiça (Foto: Dida Sampaio/AE e Bruno Stuckert/Folhapress)

A organização criminosa comandada pelo bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, ficou conhecida até agora por sua atuação em jogos ilegais, corrupção de agentes públicos e políticos e contrabando. A intensa atividade fica clara no extenso material obtido pela polícia na investigação que resultou na Operação Monte Carlo, em 29 de fevereiro. Gravações obtidas por ÉPOCA mostram, agora, uma nova faceta da atuação da turma. Para isso, a organização aproveitou-se da projeção e da boa imagem sustentada até então por seu integrante mais conhecido, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). O objetivo era tentar influenciar decisões do Sistema Judiciário.
Em fevereiro do ano passado, a Polícia Federal (PF) prendeu 19 policiais militares em Goiás durante a operação Sexto Mandamento – na Bíblia, “Não matarás” é o sexto dos dez mandamentos. De acordo com a investigação da PF, os policiais faziam parte de um grupo de extermínio acusado de matar inclusive crianças, adolescentes e mulheres sem envolvimento com práticas criminosas. Alguns assassinatos foram cometidos no horário de expediente dos policiais. Os suspeitos foram levados para o presídio federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.
DOIS AMBIENTES A CPMI do Cachoeira no Senado (no alto) e o presídio de Campo Grande (acima). Cachoeira e Demóstenes discutiram como livrar policiais do presídio. Na CPMI, Cachoeira será a principal estrela, ao lado da empreiteira Delta (Foto: Geraldo Magela/Ag. Senado e Dida Sampaio/AE)
Dias depois, em 3 de março, a situação dos policiais foi tema de uma das centenas de conversas entre Cachoeira e Demóstenes. Cachoeira pede a Demóstenes que converse com o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), para tentar transferir os policiais para um presídio goiano. As gravações mostram que o senador da República orientou o bicheiro no procedimento para ajudar os PMs acusados de assassinato.
“Eu tava com o Ronald hoje (...) o Estado interceder através do Ronald para puxar esse pessoal pra cá pra cumprir aqui”, diz Cachoeira. “Ronald” é Ronald Bicca, procurador-geral de Goiás na ocasião. Com seu conhecimento e experiência no Judiciário, Demóstenes – ex-procurador-geral do Ministério Público (MP) de Goiás e ex-secretário da Segurança do Estado – afirma que Bicca precisaria concordar com o pedido de remoção dos presos para que ele pudesse ser levado adiante. E diz a Cachoeira que seria mais eficaz atuar no MP. “Eu já falei com a turma para dar o parecer favorável. Fica tranquilo”, diz Demóstenes. Cachoeira pergunta quando aconteceria isso. Demóstenes diz que quando “assumir o moço”.
Oito dias após o diálogo, Benedito Torres, irmão de Demóstenes, assumiu a Procuradoria-Geral do MP de Goiás. Benedito afirmou a ÉPOCA que “não daria abertura a esse tipo de tratativa”. O MP afirma que “todos os pareceres da instituição foram contrários à aventada transferência”. O governador Perillo diz que jamais recebeu pedidos de Demóstenes para interceder em favor dos acusados. “O governador jamais permitiria sequer ser abordado para tal propósito”, disse Perillo em nota. O ex-procurador-geral Bicca disse que não foi procurado por Cachoeira ou por Demóstenes. O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirma que o senador Demóstenes Torres não vai comentar as acusações porque considera as gravações da Polícia Federal ilegais. A Justiça autorizou, em junho, a transferência de 15 presos para o Centro de Custódia da Polícia Militar, em Goiânia. Mais de um ano depois da prisão, apenas um dos acusados continua preso. Os outros exercem atividades administrativas na PM.
Não há, na investigação da PF, nenhuma referência a ligações da organização de Cachoeira com mortes. Ele tinha especial interesse na Polícia Militar (PM) por razões práticas. Entre os milhares de conversas captadas pela PF, há muitos diálogos de Cachoeira e de seus auxiliares com policiais civis e militares que faziam vista grossa a seus negócios ilícitos. Cachoeira usava sua influência política para nomear delegados e oficiais da PM para cargos estratégicos. A investigação da PF mostra que ele pagava propina para policiais. Ao todo, 28 policiais militares, sete civis e outros sete federais são apontados como membros da organização. Assim, Cachoeira assegurava proteção a seu império da jogatina em Goiás e na periferia de Brasília.
Desde a prisão de Cachoeira, em 29 de fevereiro, como parte da Operação Monte Carlo, ficou claro como Demóstenes conciliava sua atuação de político probo, com imagem respeitável, ao trabalho de membro destacado de uma organização criminosa, com ramificações no jogo ilegal, contrabando, evasão de divisas e corrupção de agentes públicos. O lançamento de suspeitas tão fortes, com evidências tão claras como as levantadas pela PF, tem o poder de mudar a percepção pública sobre uma pessoa. Há políticos que, por ser alvos frequentes de acusações, nem se abalam com novas denúncias. O caso de Demóstenes é totalmente distinto. Até o início de março, ele era um parlamentar de prestígio. Chegara à política graças à atuação como promotor e secretário de Segurança de Goiás. Em nove anos como senador, construiu uma sólida imagem de inimigo da corrupção, campeão de projetos de endurecimento de leis de combate ao crime e pela atuação em temas constitucionais. Em 2010, foi o relator da Lei da Ficha Limpa, uma iniciativa que vai dificultar a sobrevivência de políticos com problemas com a lei.
mensagem 728 (Foto: reprodução)
Demóstenes foi presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, uma das mais importantes da Casa. É a CCJ que sabatina e aprova (ou rejeita) magistrados indicados pela Presidência da República para ocupar vagas no Supremo Tribunal Federal (STF), no Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Superior Tribunal Militar (STM) e para o cargo de procurador-geral da República. A posição abriu portas para Demóstenes nos mais altos escalões do Judiciário. Ele passou a ser um dos parlamentares de maior prestígio entre juízes e ministros de tribunais superiores. Passou a frequentar seus gabinetes para discutir questões constitucionais e federativas. Como membro da comissão de Orçamento, Demóstenes dedicou especial atenção às verbas destinadas ao Judiciário. Tornou-se o principal interlocutor do Ministério Público Federal (MPF) na comissão e brigava para destinar recursos ao MPF.
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, foi um dos magistrados que mantiveram relacionamento próximo com Demóstenes. Eles se conheceram há cerca de dez anos. Gilmar e Demóstenes discutiram várias vezes temas relacionados ao Judiciário. Um deles foi uma Proposta de Emenda Constitucional para reforçar o papel da Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Encontraram-se algumas vezes também em eventos sociais. “Até o dia em que vieram a público os fatos em torno do senador Demóstenes, autoridades públicas se relacionavam com naturalidade com o referido senador”, afirmou o ministro Gilmar Mendes em nota. “Até então o senador era credor da respeitabilidade de que desfrutava”. Recentemente, antes do conhecimento público dos relacionamentos paralelos de Demóstenes, o ministro César Asfor Rocha, do STJ, foi homenageado num jantar na casa de Gilmar. Entre os convidados de Asfor estava Demóstenes.
A boa fama e os relacionamentos de Demóstenes com pessoas influentes no Judiciário, sabe-se agora, eram vistos como um bem precioso por Cachoeira. Num diálogo de quatro minutos, no dia 16 de agosto do ano passado, Cachoeira e Demóstenes falam sobre a queda de Wagner Rossi (PMDB) do Ministério da Agricultura, sobre o ex-ministro José Dirceu (PT), até chegar à Companhia Energética de Goiás (Celg). Na conversa, Demóstenes comemora com Cachoeira uma decisão do ministro Gilmar Mendes, considerada favorável à Celg. “Conseguimos puxar aqui para o Supremo uma ação da Celg aí. Viu?”, diz Demóstenes. “O Gilmar mandou buscar, deu repercussão geral pro trem aí.”
NOVA DENÚNCIA O governador de Goiás, Marconi Perillo. Alvo de suspeitas por ligações com Cachoeira e de receber propina, ele pediu para ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
No dia anterior, o ministro Gilmar decidira que o STF era o órgão competente para julgar uma disputa em que a Celg reclama indenização de R$ 1,2 bilhão da União, da Eletrobras e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O processo estava na Justiça Federal de Goiás, mas advogados da Celg recorreram ao Supremo por entender que o tribunal era o foro adequado. Gilmar aceitou os argumentos da Celg. “Há patente conflito federativo”, afirma Gilmar em sua decisão. Ele afirmou a ÉPOCA que seguiu a jurisprudência do Supremo e que não foi procurado por Demóstenes para tratar do assunto. Não há sinais de que as investidas de Demóstenes nos tribunais superiores tenham dado qualquer tipo de resultado. Mas a investigação da PF deixa claro que ele tentava usar seu prestígio no Judiciário para tentar favorecer os interesses da quadrilha de Cachoeira.
A sofisticação dos relacionamentos de Demóstenes se espelhava também por seus gostos pessoais. Demóstenes é conhecido no Congresso como um grande apreciador de vinhos e dono de uma admirada adega. As gravações da Operação Monte Carlo revelam que Demóstenes compartilhava o gosto por vinhos caros com Cachoeira. Num dos diálogos interceptados pela PF, Gleyb Ferreira, um dos auxiliares de Cachoeira, informa a Demóstenes os preços de cinco garrafas de vinho: duas, de determinado tipo, custavam US$ 2.950 cada uma; as outras três, de outro tipo, sairiam por US$ 2.750 cada uma. Demóstenes autorizou a compra e pediu para debitar no cartão do “amigo deles”. No dia 16 de agosto, Gleyb comenta com Geovani, outro comparsa de Cachoeira, que Demóstenes autorizara a compra de cinco garrafas e que cada uma delas custava R$ 30 mil no Brasil. Em outra conversa, Cachoeira testa os conhecimentos de Demóstenes na área, ao dizer que tomava o vinho “Purple Angel”. “Você conhece?”, diz Cachoeira. Demóstenes afirma: “É um vinho com rótulo meio azulado”. O Purple Angel é um vinho chileno, produzido com uvas carmenère.

Na semana passada, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investigará Cachoeira e suas ramificações iniciou seus trabalhos. Além de Cachoeira e Demóstenes, um dos principais alvos de disputa será a construtora Delta. Na semana passada, a empreiteira perdeu contratos com a Petrobras. O governador de Goiás, Marconi Perillo, decidiu não esperar ser envolvido na CPI. Pediu para ser investigado pela Procuradoria-Geral da República, após o site do jornalista Mino Pedrosa ter divulgado que um enviado de Cachoeira entregara um pacote com R$ 500 mil a Perillo no Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano. “É uma denúncia irresponsável, leviana, inverídica e despropositada”, diz Perillo. Outro governador investigado por envolvimento com Cachoeira é Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal.
As gravações revelam que Demóstenes e Cachoeira trocavam impressões sobre vinhos caros 
Em paralelo à CPI, Demóstenes enfrentará um processo no Conselho de Ética do Senado. Sua cassação é dada como certa. O relator da matéria, o senador Humberto Costa (PT-PE), diz que não usará as gravações da PF. Costa quer blindar seu relatório das investidas dos advogados de Demóstenes, que tentam anular, na Justiça, a validade das gravações da PF. Se elas forem a base da acusação do Conselho, Demóstenes pode escapar. Os senadores planejam cassar Demóstenes por quebra de decoro parlamentar. Em seu discurso na tribuna do Senado, ele disse que era apenas amigo de Cachoeira. A realidade mostra o contrário.
Na semana passada, Demóstenes passou rapidamente pelo plenário do Senado. Como acontece desde o início do escândalo, foram momentos constrangedores. Apesar das disputas políticas inflamadas, o plenário é, em geral, um ambiente de camaradagem entre iguais. Os senadores se cumprimentam, se abraçam e conversam animadamente. Quando algum é fulminado por um escândalo, e não conta com apoio político forte, cai num limbo. No tempo que Demóstenes passou no plenário, poucos o cumprimentaram. Alguns evitaram fazer isso, com receio dos olhares indiscretos das câmeras. O prestígio e a imagem respeitável que Demóstenes Torres desfrutava esvaneceram-se.
Ouça os áudios das conversas entre Carlinhos Cachoeira e Demóstenes Torres  
3 de março de 2011 - “Já falei com a turma para dar o parecer favorável”
Carlinhos Cachoeira e Demóstenes combinam providências para transferir PMs de Goiás, acusados de participação em grupo de extermínio, da penitenciária federal de Mato Grosso do Sul para um presídio em Goiás.
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16 de agosto de 2011 - “Conseguimos puxar aqui para o Supremo uma ação da Celg”
Demóstenes e Cachoeira comemoram a decisão do ministro do STF Gilmar Mendes de transferir da Justiça Federal de Goiás para o Supremo uma ação de litígio entre a Celg – estatal de energia de Goiás – e o governo federal, um processo que envolve valores bilionários.

Generoso e inconveniente

Tal qual os egoístas, os generosos podem causar antipatia nos colegas de trabalho. Saiba como não ultrapassar esse limite e alinhar seu comportamento


Luís Pereira (redacao.vocesa@abril.com.br)  Revista VOCÊ
Crédito: Negreiros
 - Crédito: Negreiros
Você é daquelas pessoas que se voluntariam para as mais diversas tarefas? Está sempre disposta a ajudar? Pensa o tempo inteiro em como se antecipar às necessidades do negócio? Se a resposta é "sim", então é bom tomar cuidado.

Um estudo recente realizado pelos pesquisadores americanos Craig Parks, da Universidade Estadual de Washington, e Asako Stone, do Instituto de Pesquisa do Deserto de Nevada, concluiu que profissionais excessivamente disponíveis podem irritar colegas a ponto de causar aversão.

Intitulado O Desejo de Expulsar Membros Altruístas do Grupo (The Desire to Expel Unselfi sh People from the Group), o estudo revela que pessoas generosas demais podem ser mal interpretadas e fazer com que seus colegas se sintam inferiorizados perante um desempenho mais virtuoso.

A reação desses colegas pode ser puxar a pessoa para baixo ou marginalizar o profissional. Ou seja, uma atitude teoricamente positiva — a generosidade — pode acabar sendo prejudicial ao desempenho do indivíduo no ambiente de trabalho.

A raiz do problema é que o excesso de disposição acaba por gerar descarreira confi ança dentro de um grupo. O profissional que está sempre cedendo, que é muito altruísta, pode passar a sensação de que quer alguma coisa em troca, voluntária ou involuntariamente. "Pode parecer que a pessoa é generosa com segundas intenções, com o desejo de crescer mais rápido", diz Débora Dado, gerente de desenvolvimento de pessoas da Visa Vale, empresa de benefícios, em Barueri, na Grande São Paulo.

O efeito prejudicial para a carreira é que as pessoas se afastam de quem abusa da disposição em ajudar. "O profissional passa a ter dificuldade para trabalhar em equipe", diz Gilberto Martelli, diretor de recursos humanos e vice-presidente da Marsh Brasil, empresa de serviços na área de seguros, de São Paulo. Em geral, esse comportamento pega mal entre os colegas quando é destinado apenas ao chefe ou a algum superior que pode ter influência na promoção do profissional. Se as manifestações de generosidade e disposição são dirigidas igualmente a pares e subordinados, a reação do grupo tende a ser mais justa.

"Qualquer comportamento que contenha um quê de exagero pode causar implicações no relacionamento de um profissional com seu grupo", diz Karin Parodi, presidente da consultoria Career Center. Mas como ajustar essa atitude de forma a não tolher um espírito com iniciativa? Para começar, se você quer ajudar uma pessoa, pergunte educadamente se ela quer sua ajuda. Segundo Maíra Habimorad, diretora da consultoria grupo DMRH, também é importante observar o comportamento dos colegas: eles resistem em compartilhar trabalhos com você? Você é sempre um dos últimos a ir embora? Verifique sinais como esses, que indicam que as tarefas não estão sendo divididas com coerência.

Quando quiser ajudar, procure diferenciar generosidade de proatividade, essa, sim, uma qualidade importante no trabalho. "São coisas diferentes", adverte o psicólogo e consultor de carreira Cristiano Amorim, da consultoria Fellipelli, de São Paulo. "Ser proativo não está ligado a atender outra pessoa, como a generosidade", explica o consultor. Num comportamento proativo, você exercita um olhar para o mercado e para a empresa e se antecipa. "Enxergar uma oportunidade de negócio e desenvolvê-la é uma atitude positiva", diz Cristiano. Deixe claro que sua intenção é contribuir para o negócio, e não se destacar individualmente apenas. Não espere reconhecimento por isso. Se alguma coisa vier, ponto para você.

COMO FOI FEITO O ESTUDO 

Para demonstrar que generosidade em excesso atrapalha, os pesquisadores convidaram estudantes para participar de jogos por computador. O programa mostrava aos participantes que todos os jogadores contribuíam para o grupo, exceto um deles, que era falso. Numa segunda rodada, um jogador falso comportava-se com extrema generosidade. 

Após o fim dos jogos, os pesquisadores perguntaram aos estudantes com quem eles não gostariam mais de jogar. O egoísta foi o escolhido. Mas os cientistas notaram que os estudantes também desenvolveram antipatia pelo jogador generoso, o que gerou uma nova pesquisa, para estudar o altruísta. 

Conclusão: diante de um generoso, os participantes estavam avaliando a própria reputação em relação à atitude de outros jogadores. E sentiram que, comparado ao do altruísta, o comportamento deles havia deixado a desejar, o que os magoava e os deixava na defensiva.

CHECKLIST DO GENEROSO 

PARA SABER SE VOCÊ ESTÁ EXAGERANDO NA DISPOSIÇÃO, ANALISE SEU COMPORTAMENTO: 

LEIA O AMBIENTE – É preciso compreender os verdadeiros valores em jogo no ambiente de trabalho. Confira se você não está contrariando códigos hierárquicos. Quebrar limites é uma atitude importante, mas nas ocasiões certas. 

CHEQUE A EMPATIA – Coloque-se no lugar das pessoas e veja se realmente elas estão interessadas na sua ajuda. Verifique se você não está forçando a barra. 

PERGUNTE AOS OUTROS – Se você desconfia que os colegas estão reagindo de um modo estranho na sua presença, peça feedback e comece a refletir sobre as características de sua própria personalidade.

DEPUTADO DENUNCIA PENETRAÇÃO DA MÁFIA DAS DROGAS NO EXÉRCITO DA VENEZUELA


Domingo, Abril 29, 2012


Aluizio Amorim - Blog do Aluizio Amorim 

O deputado venezuelano Julio Montoya
O governo de Hugo Chávez, acuado por acusações de que protege corruptos e envolvidos no tráfico de entorpecentes, liderança militar optou por enterrar a cabeça na areia e ignorar um perigoso fator de divisão dentro força armada nacional que ameaça a paz e a segurança dos venezuelanos, denunciou o deputado oposicionista Julio Montoya.

Em uma entrevista ao jornal El Nuevo Herald, de Miami (EUA) o parlamentar da oposição venezuelana manifestou preocupação sobre a penetração da máfia no seio das forças armadas e dos esforços do governo para varrer debaixo do tapete as explosivas acusações do ex-magistrado Eladio Aponte Aponte denunciando que os oficiais de maior hierarquia são aqueles que operam o negócio de drogas no país.

Montoya, disse que os esforços do regime em Caracas para proteger os militares envolvidos estão produzindo um grave dano institucional à nação.

"É um erro histórico não investigar isso, porque isso irá permitir que no seio do governo e da sociedade venezuelana sigam crescendo estrutururas mafiosas com alto poder político, com alto poder militar e com alto poder econômico. E isso não é conveniente nem sequer para o próprio governo, porque aquele que se deixa controlar pelas máfias termina engolido pelas máfias", acresdentou Montoya, que se reuniu esta semana em Washington com congressistas e representantes de entidades governamentais norte-americanas que estão investigando detidamente as denúncias de Eladio Aponte.

Aponte, que foi destituído em março do Tribunal Supremo de Justiça, há duas semanas colabora com as autoridades norte-americanas, relatando detalhes sobre as operações do narcotráfico na Venezuela, país que se converteu sob o governo de Chávez na principal porta de saída da droga elaborada na América do Sul.

No seu depoimento em Washington perante os agentes da Agência de Luta contra as Drogas dos Estados Unidos (DEA, sigla de acordo com o inglês), Aponte declarou que grande parte das operações do narcotráfico na Venezuela são "dirigidas diretamente" pelo ministro da Defesa, Henry Rangel Silva; o chefe da poderosa Quarta Divisão Blindada do Exércio, Cliver Alcalá; e o presidente da Assembléia Nacional, Diosdado Cabello.

Cabello atualmente encabeça a ala militar do chavismo e se perfila como o homem de maior influência dentro do país depois de Chávez, que passa a maior parte de seu tempo em Cuba para tratar-se do câncer do qual padece.

A existência das máfias apontadas por Eládio Aponde atinge a fibral moral da Força Armada Nacional, declarou o deputado Montoya.

"É uma situação que poderia provocar uma fratura dentro das Forás Armadas e isso é perigoso para qualquer país", assinalou. "Não se pode ter oficiais que tenham um sentido de obediência e perdir-lhes que convivam com oficiais que estão sendo questionados eticamente, por delitos de lesa humanidade ou de tráfico de drogas". Do site do jornal El Nuevo Herald - tradução livre do espanhol
TEXTO COMPLETO EN ESPAÑOL:
El gobierno de Hugo Chávez, arrinconado por acusaciones de que protege a una cúpula militar corrupta e inmersa en el narcotráfico, ha optado por enterrar la cabeza en la arena y hace caso omiso a un peligroso factor de división dentro de la Fuerza Armada Nacional que amenaza a la paz y la seguridad de los venezolanos, denunció el diputado opositor Julio Montoya.
En una entrevista con El Nuevo Herald, el opositor venezolano expresó preocupación por la penetración de las mafias dentro de la Fuerza Armada y por los esfuerzos emprendidos por el gobierno para barrer bajo la alfombra las explosivas acusaciones del ex magistrado Eladio Aponte Aponte respecto a que los oficiales de mayor jerarquía son quienes manejan el negocio de la droga en el país.
Montoya dijo que los esfuerzos del régimen de Caracas por proteger a los militares implicados están produciendo un grave daño institucional a la nación.
“Es un error histórico no investigar esto, porque eso va a permitir que en el seno del gobierno y de la sociedad venezolana sigan creciendo estructuras mafiosas con alto poder político, con alto poder militar y con alto poder económico. Y eso no es conveniente ni siquiera para el mismo gobierno, porque aquel que se deja controlar por las mafias termina comido por las mafias”, añadió Montoya, quien se reunió esta semana en Washington con congresistas y representantes de entidades gubernamentales estadounidenses que están investigando detenidamente las denuncias de Aponte.
Aponte, quien fue destituido en marzo del máximo Tribunal Supremo de Justicia, lleva cerca de dos semanas colaborando con las autoridades estadounidenses, relatando detalles sobre las operaciones del narcotráfico en Venezuela, país que se ha convertido bajo el gobierno de Chávez en la principal puerta de salida para la droga elaborada en Sudamérica.
En el testimonio que brindó en Washington frente a agentes de la Agencia de Lucha contra las Drogas de Estados Unidos (DEA, por su nombre en inglés), Aponte declaró que gran parte de las operaciones de narcotráfico en Venezuela son “dirigidas directamente” por el ministro de Defensa, Henry Rangel Silva; el jefe de la poderosa Cuarta División Blindada del Ejército, Cliver Alcalá; y el presidente de la Asamblea Nacional, Diosdado Cabello.
Alcalá y Rangel Silva ya habían sido incluidos en la lista elaborada por la Oficina de Control de Activos Extranjeros (OFAC) del Departamento del Tesoro por sus presuntos vínculos con el narcotráfico y organizaciones terroristas.
Cabello, por su parte, fue mencionado en los cables del Departamento de Estado divulgados por WikiLeaks como “uno de los principales polos de corrupción” en Venezuela.
Cabello actualmente encabeza el ala militar del chavismo y se perfila como el hombre de mayor influencia dentro del país después de Chávez, quien pasa la mayor parte de su tiempo en Cuba para tratarse el cáncer que padece.
La existencia de las mafias nombradas por Aponte está tocando la fibra moral de la Fuerza Armada Nacional, declaró Montoya.
“Es una situación que podría provocar una fractura dentro de las Fuerzas Armadas y eso es peligroso para cualquier país”, comentó. “No se puede tener a oficiales que sientan un sentido de obediencia y pedirles que convivan con oficiales que están cuestionados éticamente, por delitos de lesa humanidad o de tráfico de droga”.Clique AQUI para ler o texto integral en español

CACHOEIRA, “VEJA” E A VERDADE SOBRE O GOVERNO PARALELO DE JOSÉ DIRCEU NUM QUARTO DE HOTEL. OU: ACABOU A FARSA, ZÉ! TENTE OUTRA VEZ!


28/04/2012
 às 18:54

Reinaldo Azevedo - Blog do Reinaldo Azevedo 


O subjornalismo a serviço de José Dirceu e da escória do mensalão mudou um pouquinho de tom. Teve de revelar a sua real face. O objetivo é mesmo proteger aquele que é chamado de “chefe de quadrilha” pelo Procurador Geral da República.
Muito bem! Até ontem, a escória fazia marola na rede: “O jornalista da VEJA fez isso e aquilo; está de conluio com Cachoeira…” O inquérito, agora tornado público, deixa claro o que as pessoas decentes já sabiam: o profissional da VEJA atua em busca de informações que interessam ao público. Tanto não estava a serviço de Cachoeira que reportagem da revista sobre a Delta preocupa o grupo. Diálogos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres flagram os dois se articulando para abafar a repercussão da notícia. SABEM QUEM ESTAVA, NA PRÁTICA, QUERENDO OU NÃO, ATUANDO EM FAVOR DE CACHOEIRA? AQUELES QUE IGNORARAM A REPORTAGEM DA VEJA.
Nota à margem: pessoalmente, sou favorável ao fim do sigilo de justiça em inquéritos por uma razão simples: sempre há vazamento, e quem opera para isso fica impune. Como não se conhece o conteúdo do inquérito, alguns canalhas escrevem o que bem entendem. O que há mesmo lá contra a VEJA? Nada! Só há coisas a favor. Ou então vamos ver.
1: José Dirceu é ex-deputado, cassado por corrupção.
2: José Dirceu é acusado de chefe de quadrilha em processo que tramita no Supremo Tribunal Federal.
3: José Dirceu é “consultor” de empresa privadas nacionais e estrangeiras.
4: José Dirceu é chefão informal — não tem nem cargo na Executiva — do PT.
Muito bem! Se alguém com esse currículo está se encontrando, de forma clandestina, com autoridades dos Poderes Legislativo e Executivo em quartos de hotel, em meio à crise que resultou na queda do chefe da Casa Civil, pergunta-se:
a) isso é ou não é notícia?
b) isso deve ou não vir a público?
Nota: nem Dilma Rousseff sabia das atividades clandestinas de Dirceu, que atraía para seu cafofo também subordinados da presidente. O “chefe de quadrilha” (segundo a PGR) e seus esbirros no subjornalismo a soldo tentam agora, inutilmente, transformar em crime a divulgação da notícia.
No inquérito que já vazou na íntegra, a turma de Cachoeira comemora a notícia, sugere que está na origem da divulgação da fita — fita, notem bem!, que é do circuito interno do hotel. Não foi especialmente produzida por ninguém.Isso é apenas um fato! SE A FITA TIVESSE SIDO PASSADA À VEJA POR UM SANTO, O CONTEÚDO SERIA AQUELE. SE A FITA TIVESSE SIDO PASSADA À VEJA POR UM BANDIDO, O CONTEÚDO SERIA AQUELE.
“Aquele, qual, Reinaldo?”
Este: um deputado cassado por corrupção, lobista de empresas privadas, acusado de ser “chefe de quadrilha”, mantendo encontros secretos com autoridades do Legislativo e do Executivo.
VEJA publicou? Publicou e fez muito bem! Folha, Estadão, O Globo e Época, para citar alguns veículos, agiriam da mesma forma. Qualquer veículo tomaria essa decisão? Não! Aqueles que dependem da boa vontade de terceiros para sobreviver usariam o material para fazer negócio. Os que precisam da ajudinha do governo federal e das estatais para existir também a esconderiam. E haveria certamente quem se visse tentando a usar o material para fazer chantagem.
“Pôr fogo na República”“Ah, mas Cachoeira e sua turma dizem que a fita iria pôr fogo na República…” E daí? Que dissessem que iria incendiar o mundo! Cada um usa as metáforas e as hipérboles que forem do seu gosto. Os diálogos deixam claro que ele é chegado, com frequência, a afetar um poder que não tem, o que certamente despertava a admiração dos seus subordinados. Isso é irrelevante. Atenção para o que vai em caixa alta. Depois, dirijo uma pergunta aos petistas: SEMPRE QUE ALGUÉM CASSADO POR CORRUPÇÃO, LOBISTA DE EMPRESA PRIVADA E ACUSADO DE SER CHEFE DE QUADRILHA ESTIVER SE ENCONTRANDO COM AUTORIDADES DA REPÚBLICA, A OBRIGAÇÃO DA IMPRENSA, SE SABE DO FATO E TEM A PROVA, É DENUNCIAR.
O resto é conversa de criminosos e de seus assalariados — TODOS ELES, INVARIAVELMENTE, PAGOS COM DINHEIRO PÚBLICO OU DE ESTATAIS — para tentar esconder os próprios crimes.
A pergunta aos petistasVenham cá: se Dirceu estava lá, no seu cafofo, recebendo autoridades do Executivo e do Legislativo para tratar apenas de assuntos republicanos e do interesse do país, por que tanto drama? Por que haveria, nas palavras do contraventor, o risco de se “pôr fogo no país”? Aquilo tudo não era, na visão de vocês, legítimo, correto, moralmente aceitável? Da próxima, sugiro que reuniões desse tipo sejam noticiadas no site do PT. Assim:
“Ontem, no Hotel X, o companheiro José Dirceu se encontrou com o ministro do Desenvolvimento Industrial e com o líder do governo na Câmara, demonstrando que continua a ser um dos homens mais influentes do PT e da República. Perseguido pela imprensa burguesa, o agora mediador dos interesses entre o trabalho e o capital discutiu com as autoridades uma pauta que é do interesse (…)”
Essa gente perdeu a noção do ridículo e ficou sem discurso. Está comprovado: o único interesse é mesmo defender o “chefe de quadrilha” (segundo a PGR) e… a quadrilha.
Para encerrar - Alguns cretinos estão tentando ressuscitar a mentira comprovada de que um repórter da VEJA tentou invadir o santuário de José Dirceu naquele hotel. O Ministério Público nem sequer aceitou a denúncia porque não se conseguiu nem mesmo apresentar um indício de que isso tenha acontecido.
A esperança de Lula e da quadrilha do mensalão era a de que o inquérito sobre Demóstenes desmoralizasse a imprensa, contribuindo para livrar a cara dos quadrilheiros. Se o STF vai livrar ou não, isso eu não sei! O que resta comprovado é que foi para o brejo mais essa tentativa do PT de matar o jornalismo para restar como única instância da verdade no país.
Imaginem, meus senhores, a verdade a cargo de José Dirceu. Quando menos, ela teria duas caras.
PS - Ah, sim, independentemente de você ser professor de Educação Moral e Cívica ou não: caso tenha alguma fita que mostre José Dirceu ou outro qualquer mantendo reuniões suspeitas com autoridades da República, faça a fita chegar à imprensa digna desse nome. Isso é do interesse público e tem de ser conhecido pelo público.
PS2 - A propósito: quem vinha vazando a conta-gotas o conteúdo do inquérito sobre Demóstenes? Quem o vazou agora na íntegra? Nao me digam que foi uma freira do convento das Carmelitas Descalças… A farsa desmoronou, Zé! Tente outra vez!
PS3 - E cumpre jamais esquecer as palavras tornadas históricas por Carlinhos Cachoeira e Jairo, um de seus auxiliares. Relembro:
CACHOEIRA - Nós temos de ter jornalista na mão, ô Jairo! Nós temos que ter jornalista. O Policarpo nunca vai ser nosso…
JAIRO - É, não tem não, não tem não. Ele não tem mesmo não. Ele é foda!
PS4 - Fantasia final
Consta lá no inquérito que a fita teria sido cedida à VEJA em troca de uma reportagem sobre bingo eletrônico. A canalha a soldo repete isso por aí.
Cadê a reportagem?
Onde foi publicada?
Quando foi publicada?
Essa gente não cansa de se desmoralizar?
Por Reinaldo Azevedo