sexta-feira, 2 de maio de 2014

Deputados do PT caçam assessor que filmou as mordomias de Zé Dirceu na prisão da Papuda


CLIQUE AQUI para ver o video que flagra as mordomias de Zé Dirceu na Papuda. As cenas foram obtidas sem autorização judicial, durante a visita de deputados ao ex-deputado corrupto do PT.

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?blogadmin=true&cod_post=534418&ch=n

A deputada Luiza Erundina, PSB de SP, depois de ver que Zé Dirceu possuía uma TV comum na sua cela, reclamou penalizada:

- Tem preso comum com TV de plasma.

. O "pobrezinho" Zé Dirceu não tem TV de plasma.

. As verdadeiras condições da cela do bandido petista condenado no Mensalão possui TV, chuveiro quente, forno de microondas, beliche especial e amplo espaço.

. Está tudo no video.

. O video, aliás, deu nos nervos dos deputados do PT, PSB e PSOL que visitaram a Papuda. Eles não queriam que nada vazasse.

. E agora cassam o autor do filme, sem se preocupar com o conteúdo, que mostra os privilégios do corrupto ex-ministro de Lula e ex-presidente do PT.

. Alguns minutos após o término da visita da comitiva formada por integrantes da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) ao presídio da Papuda para que a Folha de S. Paulo publicasse em seu site um vídeo com imagens de José Dirceu. O grupo não tinha, no entanto, a autorização judicial para fazer as imagens.

. "A juíza da Vara de Execuções Penais, Débora Valle de Britto, não permitiu que fossem feitos vídeos. Por conta disso, todos os assessores ficaram aguardando do lado de fora, não tiveram acesso à cela em que Dirceu estava. Exceto um, que não ficou e acompanhou, no caso  William Pereira Dos Passos, assistente técnico da liderança do PPS.

. Dedo duro, petista alinhado de modo carnal a Zé Dirceu, o deputado Nilmário Miranda denuncia:
- Era a única pessoa que estava lá – não deveria estar – e que não aparece no vídeo. Todos os demais aparecem.

. Na saída, contudo, Gabrilli deu entrevista aos meios de comunicação que esperavam na porta. "A cela dele é iluminada, ampla, o tipo de material do beliche é diferente, tem televisão, tem micro-ondas", relatou a deputada, sobre a cela de José Dirceu.

. No final da tarde desta quarta-feira (30), a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara oficiou a juíza Débora Valle de Brito. "Repudiamos a gravação clandestina, feita à revelia da orientação da CDHM, ardil que, além de violar a ordem dessa VEP [Vara de Execuções Penais], violou a intimidade do um preso", diz o documento.

O fascínio pela complexidade


Everardo Maciel
A tributação, em princípio, deve vincular-se, com a maior fidelidade possível, aos fatos econômicos sobre os quais incide.
Essa regra, todavia, gera muitas vezes complexidade, da qual resultam ônus para o contribuinte, no cumprimento das obrigações fiscais (custos de conformidade), e dificuldades para a administração tributária, no exercício das atividades de fiscalização (custos administrativos), sem falar nos problemas decorrentes de insegurança jurídica.
Não existem estudos confiáveis que avaliem os custos de conformidade no País, sendo razoável, entretanto, admitir que eles sejam expressivos, tendo em conta que pesquisas do Banco Mundial (Doing Business) mostram que, em termos de facilidade para o pagamento de tributos, o Brasil alcançou uma modesta 156ª posição em um universo de 185 países. Nos Estados Unidos, os custos de conformidade alcançam a significativa proporção de 18% dos tributos pagos pelas empresas.
O contribuinte, invariavelmente, prefere a simplicidade. No Brasil, 60% das pessoas físicas declaram pelo modelo simplificado e 93% das pessoas jurídicas optam pelo Simples ou pelo Lucro Presumido, evidenciando clara preferência pelos modelos simplificados de tributação da renda.
A complexidade tributária, às vezes, se revela inevitável, como na tributação das instituições financeiras ou das corporações transnacionais. Sempre que possível, contudo, deve ser evitada.
As pequenas e microempresas, por exemplo, não podem ser tratadas com a complexidade dispensada à grande empresa, como, aliás, já prescreve a própria Constituição.
A despeito disso, a política tributária tem um especial fascínio pela complexidade.
Foram necessários onze anos para que se procedesse à elevação dos limites de opção pelo Lucro Presumido – regime que possibilitou, na segunda metade dos anos 1990, uma relevante formalização fiscal.
O SIMPLES, instituído em 1996, representou sem lugar a dúvidas a mais ousada medida visando tratar adequadamente, no âmbito tributário, as pequenas e microempresas.
Como é próprio das iniciativas pioneiras, encerrava algumas limitações na origem: era restrito à tributação federal, ainda que tenha inspirado modelos análogos nos Estados; vedava a inclusão de inúmeros setores, notadamente o de serviços; não previa um modelo de transição para outros regimes, o que desestimulava o crescimento das empresas, produzindo uma variação tributária do “Complexo de Peter Pan”.
A Emenda Constitucional nº 42, de 2003, previu a criação do SIMPLES Nacional, o que se tornou realidade com a Lei Complementar nº 123, de 2006.
A amplitude nacional foi um inequívoco ganho, mas em contrapartida o regime ficou paradoxalmente muito complexo, a ponto de a própria lei complementar fazer alusão a um sistema operacional para calcular o imposto devido. Quanto às restrições setoriais para adesão ao SIMPLES pouco se acrescentou e nada se disse quanto à transição.
Há um forte movimento, no Congresso Nacional, para rever a legislação do SIMPLES, notadamente no que concerne à extinção quase completa das vedações à opção pelo regime, supressão das tabelas de alíquotas que complicam a apuração do tributo, restrição à utilização da substituição tributária e eliminação dos entraves burocráticos.
Em direção contrária ao movimento, se movem todos aqueles que abominam a simplificação, porque afinal sistemas tributários complexos constituem uma instância de poder.
As alegações contrárias são as costumeiras: dificuldades para fiscalização e perda de arrecadação.
Os reconhecidos avanços tecnológicos da administração tributária produziram uma máquina capaz de enfrentar, com eficácia, a evasão fiscal.
As estimativas de renúncia fiscal partem do falso pressuposto do montante que seria arrecadado caso essas pequenas e microempresas fossem tributadas no regime comum. Nada dizem sobre se elas estariam em atividade ou se recolheriam tributos, caso não existisse o SIMPLES.
Nessa refrega, cabe bem a observação de Steve Jobs: “o simples pode ser mais difícil que o complexo”.

Everardo Maciel é ex-Secretário da Receita Federal. 

Hallelujah - Choir of King's College, Cambridge live performance of Hand...

Cartas de Seattle: Calote em crowdfunding? Processo neles


Melissa de Andrade
Os moradores de Seattle estão entre os que mais investem em crowdfunding em todo o país. Os nerds e geeks das empresas de tecnologia daqui investem principalmente em projetos que envolvem filmes e vídeos, jogos de computador e revistas em quadrinho.
Agora o estado de Washington, onde fica Seattle, é o primeiro do país a processar uma empresa por não entregar os produtos prometidos durante uma campanha decrowdfunding.
Você já deve ter ouvido falar nesse tipo de site: alguém lança um projeto de financiamento coletivo, os internautas que gostarem da ideia investem um determinado valor em troca de alguma coisa (um item do produto ou um mimo, por exemplo), o idealizador leva todo o dinheiro que conseguir levantar se passar de uma meta predeterminada, e os internautas recebem o dinheiro de volta se o valor total não foi alcançado.
Graças ao crowdfunding, um professor da Universidade de Washington já conseguiu financiamento para sua pesquisa científica, o óculos de realidade virtual Rift virou realidade (e depois foi comprado pelo Facebook) e o diretor de cinema Spike Lee conseguiu dinheiro para o próximo filme. Tudo com doação de gente comum, como eu e você.
O problema é que há projetos que desaparecem depois de conseguirem financiamento. É o caso do jogo de cartas da empresa Asylum, do Tenessee, que está sendo processada pela procuradoria pública de Washignton.


O empresário Ed Nash arrecadou US$ 25.146 entre 810 pessoas em 2012 através do site de crowdfunding Kickstarter – incluindo pelo menos 31 pessoas de Washington. Ninguém ouviu falar do projeto desde o meio do ano passado.
O processo é baseado em defesa do consumidor: os clientes pagaram por um produto e nunca o receberam. Simples assim. Ou a empresa cumpre o prometido e manda um item do jogo e outros brindes previstos para chegar em 2012 ou devolve o dinheiro para cada um. Não é o primeiro caso de fraude de crowdfunding, mas é o primeiro a ser levado na Justiça.
O valor de 25 mil dólares não é nada em comparação ao US$ 1,5 milhão levantado por Spike Lee no seu projeto, mas Washignton manda um recado claro: a internet não é terra de ninguém. O melhor é que o Kickstarter apoia a ação judicial.
Dinheiro jogado fora só vale quando é por escolha própria; calote, ninguém gosta de levar. Nem o povo bonzinho de Seattle.

Melissa de Andrade é jornalista com mestrado em Negócios Digitais no Reino Unido. Ama teatro, gérberas cor de laranja e seus três gatinhos. Atua como estrategista de Conteúdo e de Mídias Sociais em Seattle, de onde mantém o blog Preview e, às sextas, escreve para o Blog do Noblat.

Izaías e Seus Chorões | Flor de Abacate (Álvaro Sandim) | Instrumental S...

As novas evidências de corrupção e caixa dois num contrato da Petrobras com a Odebrecht


Um caso exemplar de como a política manda na estatal

DIEGO ESCOSTEGUY E MARCELO ROCHA. COM LEANDRO LOYOLA
02/05/2014 22h22


ATROPELO A refinaria  de Pasadena,  no Texas. Uma auditoria diz  que a Petrobras desrespeitou  a regra para  fazer serviços  na unidade   (Foto: Richard Carson/Petrobras)
Há cerca de dois anos, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, convocou os principais executivos da estatal para uma reunião. Graça Foster, como é conhecida, assumira o cargo havia poucos meses, mas já queria exigir resultados. Como ocorrera com alguns dos subordinados de Dilma Rousseff, ela assimilara rapidamente o estilo da presidente: gritar primeiro e cobrar depois. O clima naquela reunião, como em tantas outras, era tenso. Internamente, a Petrobras já vivia tempos difíceis. Gastava demais para produzir – e vender – petróleo de menos. O motor da Petrobras engasgava porque ela rodava, desde o começo do governo Lula, com gasolina de má qualidade, batizada com política excessiva. Política na escolha de quem comandaria a empresa (subiu quem fosse mais amigo do PT e do PMDB) e na escolha por gastar muito em múltiplos e simultâneos contratos caríssimos (subiram as empresas amigas dos amigos do PT e do PMDB).
Naquela reunião, Graça Foster cobrava resultados. Quem deveria ser cobrado já deixara a Petrobras. Não estavam na reunião sindicalistas do PT, como José Sérgio Gabrielli, a quem Graça Foster sucedera, e executivos suspeitos de corrupção, como Paulo Roberto Costa, sustentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por um consórcio entre PT, PMDB e PP. Dilma conseguira derrubar Paulo Roberto da Diretoria de Abastecimento logo após Graça Foster virar presidente da Petrobras, mas não conseguira evitar que o número dois de Paulo Roberto, José Carlos Cosenza, assumisse o posto do antigo chefe. Cosenza fora escolhido pelo PMDB do Senado. Abaixo de Cosenza, mantinham-se apaniguados do PMDB. Nenhum era mais poderoso que outro José, de sobrenome Pereira, à frente da gerência responsável por compras e vendas milionárias (sem licitação) de produtos derivados de petróleo. Pereira era mantido no cargo por indicação pessoal do ministro de Minas e Energia,Edison Lobão, do PMDB.

Pereira estava na reunião. E ouviu muito. “Se você pensa que se manterá no cargo só porque foi indicado pelo Lobão, está enganado”, disse Graça Foster, segundo relatos de quem estava lá. Pereira ficou furioso. “Se a senhora pensa que é presidente da Petrobras porque é a melhor engenheira da empresa, está enganada”, disse, segundo os mesmos relatos. “A senhora está presidente porque sua indicação política é melhor do que a minha.” Graça Foster respondeu com “impropérios”, nas palavras de quem assistiu à cena. Pereira levantou-se e deixou a sala. Numa demonstração do peso que a política tem nas decisões tomadas – e nas que deixam de ser tomadas – na Petrobras, Graça Foster não conseguiu demitir Pereira. Ele permaneceu mais dois anos no cargo. Foi demitido apenas há três semanas, no dia em que a Polícia Federal entrou, com ordem judicial, na sede da Petrobras, em busca de provas do esquema de corrupção liderado por Paulo Roberto.

Segundo documentos obtidos pela PF na casa de Paulo Roberto, a que ÉPOCA teve acesso, como a agenda dele (leia abaixo), Cosenza continuava a se encontrar periodicamente com o ex-chefe. Despachavam sobre os assuntos discutidos na cúpula da estatal. Os documentos, como e-mails e planilhas, mostram que, mesmo fora da Petrobras, Paulo Roberto continuou seu esquema na Diretoria de Abastecimento. Ajudava a fechar e a prorrogar contratos de quem pagava a ele por isso. Quem o ajudava a mover a caneta dentro da Petrobras? A PF investiga.
Minha influência será sua herança (Foto: Sérgio Lima/Folhapress )
Na Petrobras, como em qualquer estatal, a caneta só se move por fortes razões – normalmente, por pressão ou ordem de quem indicou aquele que pode mover a caneta. Nos casos de corrupção descobertos nos últimos meses, pesam suspeitas graves contra seis empreiteiras e outras seis multinacionais, além de políticos do PT, do PMDB e do PP. A maioria das evidências está no inquérito aberto para investigar a “organização criminosa”, como define o Ministério Público, liderada por Paulo Roberto e pelo doleiro Alberto Youssef. Um contrato da Petrobras em especial (leia abaixo), investigado pela PF e pelo MPF em outra frente, assusta os políticos, ainda mais na iminência da criação de uma CPI no Congresso para apurar os desvios na Petrobras. O negócio, de US$ 826 milhões, foi fechado em outubro de 2010, durante o segundo turno das eleições presidenciais, entre a Petrobras, maior empresa do Brasil, e a Odebrecht, maior empreiteira do Brasil. Para quê? Serviços de segurança, meio ambiente e saúde em unidades da Petrobras no Brasil e no exterior – um conjunto de providências que, no mundo empresarial, leva a sigla SMS.
Por que tanta pressa? (Foto: reprodução)
Em agosto do ano passado, o lobista João Augusto Henriques, responsável, no PMDB, por fazer a caneta da Diretoria Internacional da Petrobras se mexer, afirmou a ÉPOCA quemontara essa operação. Disse que, para que a caneta do PT de Gabrielli se mexesse e aprovasse o contrato, foi preciso acertar uma doação equivalente a US$ 8 milhões à campanha de Dilma Rousseff. “Odebrecht? Eu montei tudo”, disse João Augusto. “A Odebrecht tinha de ganhar. Foi até ideia minha. Pelo tamanho dela. Pelo padrão.” Ele afirmou que acertou a doação com o tesoureiro informal do PT, João Vaccari. Segundo João Augusto, tudo começou no segundo semestre de 2009. Funcionava no Senado a CPI da Petrobras. Era uma CPI fajuta, que quase nada investigou. Pelo acordo revelado por João Augusto e confirmado a ÉPOCA por mais dois envolvidos na operação, o PMDB ajudaria a enterrar a CPI, relatada pelo senadorRomero Jucá. Em troca, a direção da Petrobras, então comandada por Gabrielli, assinaria embaixo do projeto Odebrecht. Houve dificuldades, mas assim foi feito.
Em janeiro de 2012, pouco antes da intervenção branca de Dilma na Petrobras e da posse de Graça Foster, auditores encontraram irregularidades graves no contrato de US$ 826 milhões. ÉPOCA obteve acesso à auditoria. Era um trabalho preliminar, mas minucioso, que nunca veio a público. Nele, os auditores são contundentes nas ressalvas à operação. Alertam que o negócio com a Odebrecht fora ruim – e dizem que o contrato deveria ser rescindido (leia documentos e detalhes acima). “A estratégia de contratação para implantação da carteira (SMS) da ANI (Área de Negócios Internacional) se mostrou prejudicial aos interesses da Petrobras”, afirmaram os auditores. “Sob tais circunstâncias, o processo licitatório deveria ter sido interrompido”, afirmou Marise Feitoza, gerente de Auditorias Especiais.
Os auditores entenderam que a contratação fora equivocada, por causa do perfil das empresas convidadas e pelo prazo reduzido para apresentação de propostas. A Petrobras convidou formalmente outras empreiteiras: quatro no Brasil e quatro no exterior. Algumas não tinham nada a ver com esse tipo de serviço. Todas declinaram. Sobrou para a Odebrecht. A auditoria preliminar apontava numerosas irregularidades no contrato. Entre elas: a diretoria executiva da Petrobras determinara que os serviços relativos às refinarias de Pasadena, nos Estados Unidos, Bahía Blanca, na Argentina, e Okinawa, no Japão, deveriam ser submetidos a autorização específica antes de ser feitos. No caso de Pasadena, isso significou um aditivo de US$ 20,3 milhões ao contrato. Os auditores não encontraram evidência de que isso tenha sido respeitado. A fiscalização concluiu que a Odebrecht usou uma artimanha comum: atribuir preços elevados a serviços que fatalmente serão feitos em maior quantidade na execução do contrato. É uma prática conhecida como “jogo de planilha”. Aumenta o lucro da empresa contratada. E dá prejuízo a quem contrata.

O relatório causou pânico na cúpula da Petrobras e fúria na Odebrecht. De acordo com técnicos da estatal, Graça Foster e sua equipe pretendiam seguir a orientação da auditoria e anular o contrato. Ao saber disso, João Augusto e o PMDB agiram. Segundo o relato de João Augusto, o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, procurou Graça Foster para impedir a anulação do contrato. Ele mencionou, segundo João Augusto e outro lobista envolvido no negócio, as “contribuições políticas” decorrentes do contrato.
Após a pressão da Odebrecht e dos lobistas envolvidos, fez-se uma nova versão da auditoria. Ela não falava em anular o contrato e usava linguagem mais leve. Era uma solução intermediária. Em janeiro de 2013, decorridos pouco mais de dois anos da contratação, a Petrobras anunciou a redução do contrato: de US$ 826 milhões, para US$ 480 milhões. Como justificativa, a direção disse que o contrato precisava “refletir o portfólio atualizado de ativos e necessidades de serviços de controladas no exterior”.
ÉPOCA localizou a auditora Marise Feitoza, que trabalhou nas duas versões da auditoria. Ela disse não se lembrar da primeira e mais pesada versão. “Em nossa rotina, a gente sempre emite os primeiros comentários e envia a quem foi auditado, para que possa fazer seus comentários sobre o que foi levantado. A partir de ajustes e acertos, às vezes alguém pode apresentar novos dados para a gente, pode ter errado em alguma análise. Todo auditor trabalha assim”, disse.
Investigações independentes da PF, do MPF e de uma cada vez mais inevitável CPI são fundamentais em casos como este e também em outros. É o caso de outro contrato fechado por Paulo Roberto, com a petroquímica Unipar, em 2008. A Petrobras se uniu à Unipar, para criar a maior empresa do setor, chamada Quattor. “A parceria entre a Petrobras e o grupo Unipar não poderia ser mais auspiciosa”, disse Paulo Roberto, ao assinar o contrato. A sociedade foi criticada dentro da Petrobras e por executivos independentes. Segundo essas críticas, a Unipar pagou muito pouco (R$ 380 milhões) para entrar na sociedade, ainda por cima tendo controle sobre ela.
No começo de 2009, a “auspiciosa” parceria rendeu propina ao esquema de Paulo Roberto e Youssef, segundo suspeita a PF. Um relatório do Conselho de Controle das Atividades Financeiras, o Coaf, obtido por ÉPOCA no inquérito da Lava Jato, revela que a Unipar depositou R$ 466 mil na conta de uma das empresas de fachada de Youssef – a mesma que recebia depósitos de propina das empreiteiras com contratos na Petrobras (leia acima). Pelo relativo baixo valor do pagamento em relação ao total do negócio, a PF suspeita que obtiveram apenas um retrato de uma relação financeira mais estável, que envolveu outros pagamentos. Agora, a PF tenta rastrear outras transações da Unipar com Youssef.
O ministro Edison Lobão afirma, por meio de sua assessoria de imprensa, que conhece o ex-gerente José Raimundo Pereira. De acordo com a nota, Pereira chegou ao cargo de gerente executivo de Marketing e Comercialização “por decisão da direção da empresa” e “contou com o apoio”. Procurado, Pereira não retornou os recados deixados por ÉPOCA. O empresário Frank Geyer e a Unipar informaram, por intermédio da assessoria de imprensa, que não se manifestariam. A Petrobras não respondeu até o fechamento desta edição. ÉPOCA não conseguiu localizar João Vaccari e o senador Romero Jucá. No ano passado, por meio da assessoria do PT, Vaccari afirmou não ter sido responsável pela tesouraria da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010 e que as doações recebidas foram todas legais. Jucá negou ter conversado com João Augusto ou ter barganhado o contrato da Odebrecht pelo fim da CPI da Petrobras, em 2009.
Em nota, a Odebrecht afirma: “A Odebrecht nega veementemente a existência de qualquer irregularidade nos contratos firmados com a Petrobras, conquistados legitimamente por meio de concorrências públicas. Esclareça-se que a redução no valor do mencionado contrato para a execução de serviços em instalações da Petrobras fora do Brasil foi única e exclusivamente consequência da diminuição do escopo deste contrato. Em decorrência do plano de desinvestimentos da Petrobras no exterior, a prestação dos serviços elencados no contrato, originalmente prevista para ocorrer em nove países, foi reduzida para quatro. A Odebrecht desconhece questionamentos feitos em auditoria interna da Petrobras e as conclusões dessa mesma auditoria. A empresa está à disposição de qualquer órgão de fiscalização para fornecer informações sobre o mencionado contrato, cujas obras previstas já foram concluídas e entregues.”
Na Petrobras, as canetas sempre se movem na direção certa. Após pagar pouco para virar sócia da Petrobras, a Unipar ganhou muito para sair da sociedade. Em 2010, a Petrobras uniu os ativos dela aos de uma outra empresa para formar uma petroquímica ainda maior, a Braskem. Essa outra empresa era a Odebrecht.
Uma união suspeita (Foto: Agência Petrobras)

OBRA-PRIMA DO DIA (ARQUITETURA) Basílica do Bom Jesus, Goa, Índia (1594)

 Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa - 
1.5.2014
 | 12h00m

O Oceano Indico banha uma cidade onde ainda se fala português, na qual algumas ruas têm nomes muito nossos conhecidos, como rua Direita, rua dos Leilões, onde algumas famílias atendem pelo nome de Mascarenhas, Souza, Gama ou Albuquerque. O português é a terceira língua falada em Goa e não é obrigatório nos currículos escolares, mas ainda é estudado em muitas escolas e falado por famílias de ascendência portuguesa.
Se você tem o mapa da Índia na memória, fica fácil imaginar onde Vasco da Gama foi parar lá por 1500. Fica longe, muito longe de Portugal e da Torre de Belém que o Tejo namora. Mas nossos navegadores, inspirados e instigados pelo príncipe d. Henrique de Avis, cognominado O Navegador, foram parar em mares nunca dantes navegados, em terras onde Portugal fincou sua bandeira, espalhou sua língua, sua religião e seus costumes.
Tenho a impressão que nós, brasileiros, não damos a devida importância a esses gigantes da Humanidade, os desbravadores dos mares. É pena. Somos tolos e ingratos, mas isso só nos diminui...
Volto a Goa. Em 1543 os portugueses já dominavam várias regiões no entorno de Goa. No final do século 16 essa área estava tão rica que recebeu o nome de Goa de Ouro. E toda essa região era ocupada pelos portugueses.
De Goa partiram grandes vultos para o apostolado cristão no Oriente, como São Francisco Xavier e São João de Brito. Em Goa, os portugueses ergueram igrejas e escolas e liceus. E foi em Goa que Camões e Bocage escreveram parte de suas obras.
A Companhia de Jesus chegou a Goa em 1542. São Francisco Xavier e seus companheiros jesuitas encontraram ali uma pequena capela que reformaram para nela instalar um colégio-seminário (Colégio São Paulo) destinado à formação de clérigos indianos e uma escola de medicina. Hoje, desse colégio, só resta o portal.
Em 1594 os jesuitas decidiram ampliar seu seminário, assim como a escola apostólica e a escola de medicina. Para isso precisavam de mais espaço. Começaram então a construir a bela Igreja do Bom Jesus. Em um de seus pilares podemos ler a inscrição: "Construção iniciada em 24 de novembro de 1594. Consagrada em 15 de maio de 1605".


A planta obedece ao desenho da Chiesa del Gesù, em Roma, e como nessa impressionante igreja, o monograma IHS é proeminente em sua elegante fachada barroca (detalhe acima, visto do Cruzeiro). Entre as duas, a del Gesù romana e a basílica em Goa, há apenas dez anos de diferença.


A fachada, em granito, obedece a estilos diferentes num conjunto muito harmonioso com quase 19 m de altura. O altar-mor apoiado em colunas de basalto, mede 16m x 9m. A nave é muito bem iluminada e seu interior inspira o silêncio.



Ao contrário de informação largamente difundida, a Basílica não foi construída para receber o corpo de São Francisco Xavier. O santo faleceu numa viagem missionária a caminho da China, em 1552. Em 1553 foi levado para o pequeno Colégio São Paulo, aquele primeiro noviciado fundado por ele em Goa. Foi somente em 1624 que seu corpo, num sarcófago em prata lavrada, foi transferido para a Igreja do Bom Jesus.
Mas foi em 1698 que o mausoleú onde repousa o santo tomou sua forma definitiva, graças a Cosme III, grão duque da Toscana, que enviou o mármore e os artistas de sua escolha para erguer o monumento que pode ser visto dentro da Basílica do Bom Jesus (abaixo).



Mas nem tudo correu sem percalços. Quando o Marquês de Pombal, em sua luta contra a influência da Igreja Católica expulsou os jesuítas de Portugal, aos de Goa foi ordenado que regressassem a Portugal, o que aconteceu em 1760. Em 1773 a Companhia de Jesus foi extinta pelo Papa Clemente XIV. Em 1814 o Papa Pio VII restaurou a Ordem mas eles só foram autorizados a voltar a Goa em 1933.
Em 1952, no 400º aniversário da morte do santo, o cortejo de peregrinos foi de tal ordem que o Patriarca de Goa decidiu que não era mais possível permitir que o caixão em prata fosse aberto para que os restos mortais do santo fossem vistos. O caixão de prata recebeu uma urna em cristal que não pode ser aberta.
Em 1956 a Companhia de Jesus recuperou seus bens em Goa, a Igreja do Bom Jesus inclusive. À importância nacional e internacional das peregrinações, com cada vez mais fieis buscando rezar junto ao mausoléu, o Papa Pio XII se rendeu e elevou a igreja a Basílica do Bom Jesus.
Abaixo, o conjunto formado pela Basílica e pela Casa Pastoral dos Jesuítas, uma das heranças portuguesas muito bem conservadas em Goa.


Basílica do Bom Jesus, Goa, Índia

DIA DO TRABALHO - Ato da Força Sindical foi palco para a oposição


O GLOBO: Sérgio Roxo, Lino Rodrigues e Renato Onofre
Aécio e Campos criticam Dilma em ato da Força Sindical e petistas são vaiados no da CUT
SÃO PAULO - O pacote de bondades anunciado na véspera pela presidente Dilma Rousseff em cadeia de rádio e TV não foi suficiente para aplacar o clima de animosidade contra o governo nas festas do Dia de Trabalho da Força Sindical e da CUT realizadas ontem em São Paulo. Chamados para discursar no intervalo entre shows musicais, petistas e ministros foram vaiados nos dois eventos.
Na comemoração da CUT, o público chegou a impedir a realização do ato político ao atirar objetos no palco. Já a festa da Força Sindical, como era esperado, se transformou em palanque para os dois pré-candidatos presidenciais de oposição: Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
Incitados pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (Solidariedade-SP), presidente licenciado da central sindical e anfitrião do evento, parte do público que esteve na Praça Campo de Bagatelle, na Zona Norte da cidade, vaiou o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, quando ele discursou e defendeu o governo Dilma, ao falar sobre a valorização de 70% do salário mínimo. Ele também disse que a candidatura de Aécio é uma tentativa de trazer o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso de volta e que os tucanos tentam desvalorizar a Petrobras para privatizar a empresa.
— Pode vaiar. A vaia é parte da democracia — respondeu Carvalho, diante das manifestações do público.
Minutos antes, ao lado de Aécio, Paulinho, que já anunciou apoio ao candidato do PSDB, disse que a presidente tem coragem de falar na TV, mas manda "subalternos" para encontro com trabalhadores. O deputado também incentivou o público a fazer o gesto da banana para a presidente a afirmou que ela deveria ir para o presídio da Papuda, em Brasília, onde estão detidos petistas condenados pelo mensalão.
— Temos uma corrupção desenfreada. O governo que deveria dar exemplo está atolado na corrupção. É o governo que, se fizer o que a presidente Dilma falou ontem (quarta), quem vai parar na Papuda é ela — discursou Paulinho, na festa que reuniu, segundo a polícia militar, 250 mil pessoas ao longo de todo o dia.
Na cadeia de rádio e televisão, Dilma, além de anunciar aumento de 10% no valor do benefício do Bolsa Família e reajuste de 4,5% na tabela do Imposto de Renda, disse que o seu governo impõe um "combate incessante e implacável da corrupção".
Ao discursar, o ministro do Trabalho, Manoel Dias (PDT), rebateu a atitude de Paulinho e saiu em defesa de Dilma.
— Essa reunião não é para ofender ninguém. Eu quero contestar o meu amigo Paulinho. Ele não precisava ofender a presidente.
Ao descer do palco, Gilberto Carvalho minimizou a vaia que levou.
— Eu não vou comentar sobre o Paulinho da Força. Eu respeito os trabalhadores da Força Sindical. Prefiro me relacionar com eles — falou o ministro, que criticou o presidenciável tucano: — O Aécio veio como convidado próprio de um oportunismo de eleição. Eles só aparecem a cada quatro anos. O problema é que, quando eles governaram, o salário mínimo ficou rebaixado. O problema é que quando eles governaram nós tínhamos um processo de desemprego alto. O presidente deles chamava os aposentados de vagabundos.
Antes, Aécio havia atacado Dilma durante os dois minutos em que discursou. No único momento em que foi aplaudido, disse que a presidente preferiu ficar reclusa em casa do que dialogar com os trabalhadores.
— O Brasil precisa de trabalho e de decência. E é por isso que estamos aqui. Porque a presidente foi à televisão falando que quer dialogar com a classe trabalhadora, mas hoje está fechada no palácio. E, hoje, não vem aqui para olhar para vocês e explicar porque a inflação voltou, porque o crescimento sumiu e porque a decência anda em falta no atual governo.
Em entrevista, na saída do evento, o tucano questionou novamente as medidas anunciadas por Dilma:
— A presidente da República protagonizou um momento patético da vida pública deste país. Ela utilizou um instrumento de Estado, que é a cadeia de rádio e televisão, para fazer proselitismo político para atacar adversário. As medidas que ela anuncia vêm na direção daquilo que já vinhamos defendendo há muito tempo. O reajuste (do Bolsa Família) não atende ao crescimento inflacionário — afirmou.
Aécio acrescentou ainda que Dilma "acha que a crise da Petrobras é culpa da oposição, mas é daqueles que fizeram dela um balcão de empregos".
Eduardo Campos chegou atrasado, depois que os shows musicais já haviam recomeçado e evitou, assim, o encontro com Aécio e Gilberto Carvalho. Em um discurso de apenas dois minutos, o pré-candidato do PSB se comprometeu a não mexer com os direitos dos trabalhadores num eventual governo. O pré-candidato do PSB voltou a repetir o discurso de mudança e contra a velha política.
— Brasília está de costas para o Brasil. Brasília tem o pacto dos velhos políticos, contra o povo, contra a distribuição de renda , contra os trabalhadores.
Depois do discurso do pré-candidato do PSB, Paulinho pediu novamente que o público repetisse o gesto da banana para Dilma. Campos ficou constrangido e disse, em entrevista, que o debate na eleição deve se dar com respeito aos adversários.
O ex-governador de Pernambuco também criticou o pronunciamento da Dilma em rede nacional.
— O que nós vimos foi mais uma fala eleitoral do que a fala de presidente da República. O fato da presidente anunciar o aumento do Bolsa Família é uma medida que vem reparar as perdas da inflação que ela mesmo deixou acelerar nos alimentos e retirou o poder de compra das famílias mais pobres —comentou.
Petistas não discursam em ato da CUT
Na festa da CUT, no Vale do Anhagabaú, no Centro de São Paulo, políticos petistas — como o prefeito Fernando Haddad, o pré-candidato ao governo do estado Alexandre Padilha e o ministro Ricardo Berzoini (Relações Institucionais) — foram impedidos de fazer os discursos porque o público, impaciente pela retomada dos shows musicais, vaiou e atirou papéis, latas e garrafas contra o palco.
Pela programação do evento, os discursos deveriam durar uma hora, mas acabaram abreviados em poucos minutos. O primeiro a subir seria Haddad, mas, tão logo seu nome foi anunciado, o público (estimado em 3 mil pessoas pela Polícia Militar, ou 80 mil, segundo os organizadores) reagiu. Indignado, o prefeito foi embora sem falar com a imprensa.
O apresentador tentou acalmar o público exaltado, pedindo calma, e chegou a dizer que "o ato político era importante". Berzoini também foi recebido com vaias e impedido de discursar. Padilha, ao pegar o microfone, logo lançou uma pergunta:
— Quem é contra o racismo?
As pessoas ergueram os braços e Padilha aproveitou o momento e resumiu seu discurso à saudação única "bom dia, boa tarde e boa noite". E logo deixou o palco e foi embora. O senador Eduardo Suplicy também só agradeceu ao público e a festa seguiu com os shows.
Publicado no Globo de hoje.

RECEITA FEDERAL TEM O MAPA DO PROPINODUTO DA PETROBRAS

quinta-feira, 1 de maio de 2014


Relatório da Receita Federal mostra como parte do dinheiro que saiu da Petrobras para pagamento ao Consórcio Nacional Camargo Correa para a construção da refinaria Abreu e Lima caiu em uma das contas da MO Consultoria, uma das empresas do doleiro Alberto Youssef. O documento aponta que o consórcio liderado pela Camargo Correa, uma das sete maiores empreiteiras do País, pagou R$ 26 milhões para a MO entre 2009 e 2013. Os pagamentos teriam sido feitos em operações triangulares com a Sanko Sider e a Sanko Serviços. Segundo a polícia, a MO é uma empresa fictícia e teria sido criada apenas para lavagem de dinheiro. O relatório com o fluxograma do dinheiro serviu de base a uma das denúncias do Ministério Público Federal contra o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, contra Youssef e mais oito supostos cúmplices dos dois. Na semana passada, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, acolheu a denúncia e abriu processo contra os acusados. Na segunda etapa da investigação, a Polícia Federal deverá concentrar a apuração sobre a Camargo Correa e outras empresas que fizeram repasses à MO. De 2009 a 2013, a Camargo Correa e outras empresas vinculadas a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, repassaram R$ 90 milhões à MO de Youssef. Pelo laudo da polícia, em 2009, a Petrobras pagou R$ 1.029 bilhão ao consórcio da Camargo Correa encarregada da execução de parte das obras da Abreu e Lima. A partir daí, a Camargo transferiu R$ 3,6 milhões para a Sanko Sider Com. Imp Exportação. Na sequência a Sanko repassou R$ 3,1 milhões para a MO. Em 2010, a Petrobras repassou mais R$ 919 milhões para o consórcio da Camargo. O consórcio transferiu, então, R$ 8 milhões para Sanko Sides, que transferiu R$ 2,5 milhões para a MO. A Sanko Sider transferiu ainda mais R$ 935 mil para a empreiteira Rigidez e R$ 1,7 milhão para a Muranno Brasil Marketing, estas duas últimas empresas também suspeitas de serem ligadas a Youssef. Na continuidade dos repasses em operações triangulares, a Petrobras pagou R$ 513 milhões à Camargo Correa, que repassou R$ 16,3 milhões para a Sanko Sider e R$ 11,5 milhões para Sanko Serviços. Deste total, R$ 18,1 caíram na conta da MO. Em 2012, a Petrobras desembolsou R$ 472 milhões. A Camargo Correa repassou R$ 28,7 milhões para a Sanko Sider e R$ 2,9 milhões para a Sanko Serviços. A partir daí o dinheiro foi repartido: R$ R$ 5,1 milhões foram para a MO, R$ 1,6 milhão para a empreiteira Rigidez e R$ 3,27 milhões para a Muranno Brasil Marketing. Auditores do Tribunal de Contas da União identificaram superfaturamento de mais de R$ 650 milhões nas obras do consórcio. Os dados do Tribunal de Contas da União também estão sendo usados como base para acusação contra Youssef, Costa e outros suspeitos de envolvimento com desvios de dinheiro da Petrobras.

DOLEIRA BRASILEIRA PRESA NA ESPANHA REVELA LIGAÇÃO DO DINHEIRO DESVIADO DA PETROBRAS E OUTROS ÓRGÃOS DO GOVERNO PETISTA NO FINANCIAMENTO DO TRÁFICO DE COCAÍNA DA MÁFIA ITALIANA NDRANGHETTA

quinta-feira, 1 de maio de 2014

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Está presa na Espanha a doleira brasileira Maria de Fátima Stocker, gaúcha de 41 anos, nascida na município de Vicente Dutra, mas que tem os parentes morando no município de Parobé, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Maria de Fátima Stocker está presa na Penitenciária Madrid V - Soto Mayor, na Espanha, há cerca de 15 dias. Mária de Fátima Stocker foi presa pela Interpol, em uma operação na qual participaram representantes das polícias especiais da Espanha, Suiça, Inglaterra e Itália.
Quem encaminhou à Interpol o pedido para a sua prisão foi a Polícia Federal de Santos, no litoral paulista.
A investigação que acabou levando até o pedido de prisão dela, deferido pela Justiça Federal, foi iniciativa após um alerta da polícia italiana a respeito do tráfico de duas toneladas mensais de cocaína pura, originária do Peru e da Bolívia, promovido pela máfia italiana Ndranghetta.
Os traficantes peruanos e bolivianos ingressavam no porto de Santos à noite, arrombavam contêineres com destino a portos europeus e colocavam a carga de cocaína dentro deles. Depois avisavam seus comparsas da mafia Ndranghetta para invadir navio na Itália e resgatar a cocaína de dentro dos contêineres.
A Ndranghetta pagava para a doleira Maria de Fátima Stocker, que passava aviso ao doleiro Alberto Youssef, avisando que já estava com o dinheiro, e que ele podia passar o valor correspondente, no Brasil, aos traficantes donos da cocaína pura. Onde o doleiro Youssef levantava o dinheiro para financiar os pagamentos do tráfico de cocaína? Junto com seus relacionamentos no PT e no governo petista, nos desvios de recursos públicos, da Petrobras e de outros órgãos governamentais, como no Ministério da Saúde.
A operação de investigação internacional levou mais de dois anos. Nesse ínterim, foram barradas algumas das exportações mensais de duas toneladas de cocaína pelo porto de Santos. Então a máfia Ndrangheta tentou transferir suas operações de embarque da droga para o Amapá, onde mergulhares enviados da Itaília tratavam de afixar a carga ao casco de navios. Uma dessas cargas foi mal afixada e boiou, alertando a Polícia Federal. Os mergulhadores tiveram tempo para fugir.
Em Santos, o alerta da polícia italiana gerou a Operação Monte Pollino, que se conectou com a Operação Lava-Jato.
A doleira Maria de Fátima Stocker é uma mulher que saiu do Brasil e foi morar na Suiça. Lá, conheceu um executivo de banco suiço e passaram a viver juntos. Ela adotou os filhos do suiço e adquiriu a cidadania da Suiça. Ao se separarem, ela foi morar em Londres, onde também mora uma irmã sua, casada com iraniano.
As duas já eram monitoradas pelos serviços secretos norte-americanos, especialmente a NSA (National Security Agency). Foi a NSA que avisou os serviços policiais italianos, e estes avisaram a Polícia Federal brasileira.
A Polícia Federal, no Brasil, passou a investigar uma operação de tráfico de cocaína e bateu de frente com um gigantesco esquema de desvio de recursos públicos no governo petista de Dilma Rousseff e na maior estatal brasileira, a Petrobras, gerando recursos que serviam para financiar o tráfico internacional de cocaína.
Este cenário talvez ajude a compreender a grande irritabilidade que se apoderou do governo da petista Dilma Rousseff contra o governo americano e o presidente Obama, inclusive com o cancelamento de visita oficial à Casa Branca. Agora, as duas operações foram deflagradas praticamente ao mesmo tempo, uma no Brasil e outra nos países europeus.
Maria de Fátima Stocker deverá ser defendido na Justiça Federal brasileira pelo advogado Eduardo Jobim, de Santa Maria.