domingo, 23 de novembro de 2014

É espantoso, mas são os ladrões que estão nos revelando o verdadeiro Brasil

Arnaldo Jabor

O país sempre foi construído na fronteira entre o público e o privado, e a nossa consciência acha que o dinheiro público não tem dono. A roubalheira é tão descarada que os crimes só estão aparecendo com a ajuda dos corruptos.
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FHC QUE ME PERDOE, MAS É IMPERDOÁVEL


por Percival Puggina. Artigo publicado em 
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que me perdoe. Malgrado seus muitos e inegáveis méritos, ele tem grande responsabilidade pela expansão e consolidação de seus opositores no poder.
 Sim, a nação lhe deve boas iniciativas. Mas ele tem grave responsabilidade pela chegada do PT ao poder. Nada fez para evitar que isso acontecesse. Franqueou ao partido da estrela acesso à alma de parcela significativa do povo brasileiro pela via da mistificação e da mentira. Enquanto no governo, Fernando Henrique Cardoso prestava atenção e levava em grande conta o que Lula dizia. Havia algo de petista, um pigarro socialista, na garganta e na alma do acadêmico que governou o Brasil durante oito anos. Lula, por seu turno, uma vez eleito, teve o mérito de manter o que havia de melhor nas políticas de seu antecessor, lixando-se para o seu próprio discurso e para seu partido. Está aí o principal motivo do maior sucesso político do governo de Lula sobre o de FHC. Como consequência, o PT cresceu mais com FHC do que com Lula. Com Lula, o PT ganhou o controle da máquina. Com FHC o controle de corações e mentes.
O ex-presidente que me perdoe, mas isso é imperdoável. Visivelmente, ofereceu-se ele em holocausto para a vitória do PT. Tirou o casaco, a gravata e abriu a camisa para o assassinato de sua reputação. Permitiu que o importante trabalho social iniciado por sua mulher, Ruth Cardoso, fosse menosprezado e, depois, usurpado por seus adversários. Omitiu-se nas eleições subsequentes ou, por tudo isso, foi alijado delas por seus correligionários Serra e Alckmin. Retornou agora, tarde demais, idoso demais, irrelevante demais, na campanha de Aécio Neves.
Não agiu contra o assassinato da própria reputação. Não mostrou que o PT no governo, com todos os meios de investigação disponíveis, não provou uma única das acusações que lhe fez ao longo de oito anos. Não exibiu o consagrador estado de probidade administrativa representado por esse silêncio. Não se valeu dele para mostrar a criminosa capacidade de difamar e injuriar que caracteriza o petismo. Com tudo isso, Fernando Henrique descumpriu um dever moral perante o qual não poderia se omitir. Não é próprio dos homens de bem tolerar o que ele tolerou. Por agir como agiu, tornou possível o escárnio dos escárnios, que se manifesta quando os petistas, confrontados com a indizível tragédia moral em que se meteram, permitem-se afirmar que não são piores do que os demais. E encontram quem neles creia!
Ao abrir caminho, como de fato abriu, para o crescimento do PT e sua ascensão ao poder, Fernando Henrique fez mal ao Brasil. Desde que li o Manifesto de fundação do PT em 1980, eu sabia o que era e o que viria a ser esse partido. Com muito maior razão ele, homem inteligente e político experiente, tinha que saber o que iria acontecer quando o país caísse nas mãos em que veio a cair.
* Percival Puggina (69), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+.

A reportagem de capa de VEJA reafirma que, no Brasil, sábado é o mais cruel dos dias para quem tem culpa no cartório

Augusto Nunes

21/11/2014
 às 22:05 \ Direto ao Ponto


capa380
Sábado é mesmo o mais cruel dos dias para gente com culpa no cartório, reafirma a edição de VEJA que logo estará nas mãos dos assinantes e leitores. Desta vez, o sono dos pecadores será perturbado por informações que começam pela mensagem eletrônica enviada por Paulo Roberto Costa a Dilma Rousseff e se estendem por todas as páginas da reportagem de capa. As revelações atestam que Dilma e Lula ignoraram todos os sinais de que havia algo de podre no reino da Petrobras. A conivência dos governantes liberou o bando criminoso para o prosseguimento do saque.
Outro email divulgado por VEJA escancara o plano concebido para materializar um dos sonhos do governo lulopetista: assassinar a independência do Tribunal de Contas da União com a nomeação de ministros obedientes aos interesses e caprichos do Planalto. Gente como Erenice Guerra, por exemplo. A melhor amiga de Dilma só não foi transferida para o TCU por ter tropeçado num caso de polícia no meio do caminho. Descobriu-se que Erenice chefiava, simultaneamente, a Casa Civil e uma quadrilha de traficantes de influência.
Tudo somado, conclui-se que o Petrolão foi uma ignomínia de tal forma superlativa superlativa que agora começou a subverter a Bíblia. Os cavaleiros do apocalipse brasileiro, por exemplo, não se limitam a quatro. São incontáveis, aparecem com muita frequência e se tornam especialmente inquietantes quando se ouve o tropel num sábado.

Lava Jato apura se empreiteiras cometeram crime eleitoral premiando empregados em troca de votos



Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Investigadores da Operação Lava Jato tentam obter provas concretas de que parte da propina que seria paga por empreiteiras, em negociatas com contratos superfaturados na Petrobras, pode ter se revertido para uma sutil compra de votos na recente eleição presidencial. Alguns dos depoentes teriam revelado que as construtoras fizeram pagamentos de "premiações" a seus empregados, principalmente em grandes obras nas regiões Norte-Nordeste, como incentivo indireto para um descarrego de votos em Dilma Rousseff. 

Além da expectativa para o indiciamento do grupo político (que pode variar de 40 a 70 ou mais figurões), essa suspeita de emprego do dinheiro de propina para "investimento" indireto, disfarçado e ilegal na campanha eleitoral é um dos pontos mais delicados em fase de apuração pela força tarefa que cuida da lava Jato. O temor de que tal assunto vaze (configurando crime eleitoral capaz de gerar um pedido de impugnação da chapa presidencial de Dilma-Michel Temer) já chegou à cúpula do governo.A ordem de cima é para abafar tal suspeita...

O cagaço é tanto que alguns assessores próximos à Presidenta Dilma Rousseff têm feito, nos bastidores, falsos elogios à atuação do juiz Sérgio Fernando Moro, da 13a Vara Federal em Curitiba. A tática é não provocar a ira do Homem de Gelo que tem muitas frentes abertas até agora em mais de 10 processos conduzidos sob a eficiente lógica da "transação penal", com colaborações premiadas que geram provas concretas para condenação. Além disso, na tradicional autofagia nazicomunopetralha, Dilma vai adorar que Moro tire do caminho dela muito "aliado" com poder para atrapalhar o segundo mandato... 

Além da suspeita de financiamento eleitoral disfarçado, existem muitos fios a serem puxados na Lava Jato. A partir da revelação de que o ex-gerente da diretoria de Serviços da Petrobras Pedro Barusco confessou ter recebido US$ 22 milhões em propina da SBM, empresa holandesa de afretamento de navios-plataforma, as investigações da Operação Lava Jato terão de mergulhar, além da camada pré-sal, nos negócios da Petrobras Global Finance B. V. – uma caixa preta sediada em Rotterdam, na Holanda.

Não se sabe quem são os dirigentes da empresa que cuida das finanças da endividada Petrobras na Europa. Só se sabe que no mesmo endereço holandês, no segundo e terceiro andares da (Wenna 722, Weenapoint Tower A, 3014DA, em Rotterdam), funcionam a Petrobras Nederlands (PNBV), a Petrobras Global Trading (PGT) e a Petrobras International Braspetro BV (PIB). As subsidiárias holandesas, além de fechar contratos, captam recursos para a empresa em euro e dólar.

Investidores da Petrobras suspeitam que a pouco conhecida subsidiária da Petrobras no exterior teria sido aparentemente criada para fazer o mesmo papel da PFICo (Petrobras International Finance) – da qual Assembleia Geral da Petrobras, em 16 de dezembro de 2013, aprovou uma estranha “cisão parcial”. Agentes do Departamento de Justiça dos EUA e da Securities and Exchange Comission (a xerife do mercado de capitais nos States) estão de olho vivo neste negócio.

Barusco é apenas uma pontinha do iceberg de corrupção. Barusco se aposentou na Petrobras em 2010 e, a partir daí, foi diretor de Operações da Sete Brasil, empresa que tem contrato de US$ 80 bilhões com a Petrobras. 
Agora, em processo de "colaboração premiada", Barusco se comprometeu a devolver cerca de US$ 100 milhões, algo em torno de R$ 253 milhões, o maior volume de dinheiro que um investigado resolve devolver aos cofres públicos a partir de uma investigação criminal no país. O ex-gerente confessou também que recebe propina por negócios escusos na Petrobras há 18 anos, desde 1996. Por isso, teria acumulado mais dinheiro desviado que outros ex-diretores pegos pela Lava Jato.

Se o terceiro escalão, desconhecido, faturou assim, imagina quem está acima dele na escala de recebimento de propinas no petrolão...

Confronto aguardado


Coisa de Espanhol

Desde ontem, a cantora espanhola Isabel Pantoja, considerada a última grande voz da canção popular espanhola, cumpre pena de dois anos por lavagem de dinheiro, em regime fechado.

Ela foi sentenciada no ano passado por “lavar” mais de US$ 2 milhões (R$ 5,2 milhões) de dólares da prefeitura de Marbella, província de Málaga, entre 2002 e 2003.

A cantora também foi condenada a pagar uma multa de € 1,14 milhões (R$ 3,7 milhões).

O motivo amoroso

Na época, Isabel tinha um relacionamento com o então prefeito da cidade, Julián Muñoz, condenado a sete anos.

Segundo a sentença, ele foi responsável por conduzir um esquema que dava licenças urbanas em troca de subornos.

Ainda bem que essas coisas feias só acontecem lá na Espanha...

Virando a casaca?


Direito e Justiça em Foco


Neste domingo, o Desembargador Laercio Laurelli recebe em seu programa o maestro João Carlos Martins.

Consolo



© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 22 de Novembro de 2014.