segunda-feira, 23 de abril de 2012

Grilagem de luxo



Empresário do ramo da construção civil mantém equipe de pedreiros em alojamento de Vicente Pires a fim de levantar casas rapidamente sem que a fiscalização perceba. Os operários, vindos da Bahia, se revezam para que os trabalhos ocorram ininterruptamente

Na última quarta-feira, cerca de 50 pessoas fecharam um dos sentidos da Via Estrutural. Munidos de faixas, paus e pedras, os manifestantes queimaram pneus e impediram a passagem dos motoristas por mais de duas horas. O grupo protestava contra a derrubada de sete casas de luxo na Chácara 126 de Vicente Pires, todas erguidas irregularmente. Mas tudo não passou de uma grande encenação. Os moradores revoltados, na verdade, eram pedreiros contratados por um suposto grileiro de terras da região. ...

A reportagem do Correio apurou que os homens pagos para se passarem por proprietários i ndignados com a demolição são operários oriundos da Bahia. Há cerca de seis meses, o empresário do ramo da construção civil Sidney Pereira Lopes mandou buscar os trabalhadores na cidade de Barreiras. Na chácara alvo da ação do GDF, Sidney improvisou um precário alojamento de madeira a fim de abrigá-los. Desde então, o empresário usa o exército de empregados para driblar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2006 entre o Ministério Público do DF (MPDFT) e o GDF. O acordo proíbe novas construções em Vicente Pires enquanto o processo de regularização da cidade não for concluído.

Juntos, os pedreiros conseguiam levantar uma casa de dois pavimentos e quatro quartos em menos de uma semana. As obras ocorriam  24 horas. Nem à noite os trabalhos eram interrompidos. Aliás, era na madrugada que os operários aceleravam a produção, por conta da fiscalização inexistente no horário. Sidney sabia que, depois de erguido e habitado, um imóvel dificilmente seria alvo de operações do governo. Por essa razão, ele cobrava rapidez dos funcionários.

Custo alto

Na Chácara 126, foram construídas mais de 20 casas. Cada unidade custava, em média, R$ 600 mil. As maiores chegam a ter 900 m2. Ousado, o empresário tinha planos para formar um condomínio nobre. À revelia do Estado, cercou toda a área com um muro de quatro metros de altura, impedindo a visão de quem passa pela rua. Influente, conseguiu levar asfalto e energia elétrica ao parcelamento clandestino. Certo da impunidade, mandou erguer uma imponente guarita, que futuramente contaria com segurança privada. A maioria das unidades já estava vendida e os primeiros moradores iriam se mudar em breve. Quem adquiriu o imóvel recebeu apenas uma cessão de direito, documento que não dá autorização para ocupação de terras públicas.

O secretário adjunto da Secretaria de Estado de Ordem Pública (Seops), José Grijalma Farias, avisou que os compradores ficarão no prejuízo. “Até agora, ninguém se apresentou como dono. Se alguém, por ventura, tiver pagado por uma dessas casas, não será ressarcido porque trata-se de uma área pertencente à União”, disse. Das 20 residências de luxo levantadas na chácara, apenas sete foram demolidas, mas Farias garante que as outras 13 serão derrubadas em breve. “Nós seguimos um cronograma e as casas dentro dessa chácara que não foram ao chão são passíveis de erradicação a qualquer momento. Isso deve ocorrer nas próximas operações”, afirmou Farias.

Sidney Pereira Lopes trabalhou por mais de 15 anos na loja de materiais de construção Casa Forte, em Vicente Pires. Começou como vendedor e tornou-se gerente. Era braço direito do proprietário do estabelecimento comercial, Reynaldo Wagner Taveira, 51, preso no ano passado por agentes da Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco). Segundo investigações da Polícia Civil, ele pagava propina a auditores fiscais de obra da Agência de Fiscalização (Agefis) para receber informações privilegiadas sobre operações de derrubadas.

Por telefone, Sidney disse ser vítima de um complô e jurou não ter nenhuma relação com construções de casas luxuosas na chácara 126 de Vicente Pires. “O pessoal conversa demais. Não tenho nada ali naquela área. Tem gente fantasiando, tentando armar um complô contra mim”, defendeu-se. O suposto grileiro confirmou nutrir uma grande amizade com Reynaldo, mas garantiu nunca ter feito negócio com ele. “Eu trabalhei com ele por muitos anos e o conheço muito bem porque temos uma amizade, mas não passa disso”, disse.

Para denunciar

Construções irregulares no DF podem ser comunicadas por meio do telefone 156.

Por Saulo Araújo

Fonte: Correio Braziliense - 23/04/2012

Sob pressão e em meio a uma guerra de egos, ministros do Supremo se dividem em relação ao processo do mensalão e escancaram crise


O STF rachado



PRESSA
Nova presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia (centro) também quer julgar mensalão logo

Manda a tradição que os ministros do Supremo Tribunal Federal façam homenagem a quem deixa a presidência da Corte com uma sequência de discursos repletos de elogios. Mas a despedida de Cezar Peluso, na quarta-feira 18, seguiu outro roteiro. Foi fria, rápida e sem uma palavra sequer de apoio. Minutos antes do início da sessão, no Salão Branco, dois ministros conversavam sobre a falta de disposição de cumprir o ritual de discursar na saída do presidente. Um deles chegou a sugerir que telefonassem para o decano Celso de Mello, que ainda não tinha chegado para a sessão. O gesto deixou claro que Marco Aurélio Mello, o segundo mais antigo integrante do STF, não pretendia fazer elogios à atuação de Peluso. A quebra da tradição foi um exemplo claro do clima de discórdia que reina no Supremo às vésperas do julgamento do processo do mensalão, o maior da história da mais alta Corte do País. Responsáveis pelo desfecho do caso, os 11 ministros têm opiniões diferentes sobre a prioridade que deve ser dada ao processo. ISTOÉ conversou com ministros, assessores e advogados que circulam entre os integrantes do mais importante órgão do Judiciário para mostrar o tamanho da crise no STF. ...

A descrição sobre o que está, de fato, acontecendo muda de tom, mas o conteúdo é semelhante. Todos concordam que o clima nunca foi tão tenso e não se restringe apenas ao grau de impopularidade que Cezar Peluso atingiu nos últimos anos, especialmente entre os próprios pares. Tanto assim que nem a chegada do novo presidente, Carlos Ayres Britto, parece ser capaz de apaziguar os ânimos e reduzir as divergências instauradas. O ministro mais popular da Corte assumiu a presidência com a firme disposição de apressar a votação do processo do mensalão. Afinado com o relator Joaquim Barbosa, o novo presidente começou a telefonar para os colegas e perguntar sobre o andamento dos votos. Antes de tomar posse, Ayres Britto avisou que pretende conversar com seus pares sobre a importância do caso e a necessidade de julgá-lo rapidamente.

Nem bem iniciou sua estratégia, ele encontrou resistência de outros ministros, que, como não têm interesse em mudar a rotina do tribunal, apegam-se a formalismos para justificar suas posições. O ministro revisor do caso, Ricardo Lewandowski, é o mais irritado e resolveu interpretar os telefonemas como uma forma de pressão para que acelere o seu voto. Publicamente, fez um discurso afirmando que “ministros não são pressionados”. Reservadamente, no entanto, o discurso é outro. O revisor do mensalão admitiu não estar satisfeito com posicionamentos de outros integrantes da Corte. “Tenho plena autonomia”, reclamou. Lewandowski tem repetido que também respeita a opinião pública, mas não admite as interferências externas e não concorda em colocar o mensalão na frente de outros processos.

A posição de Lewandowski é respaldada por Marco Aurélio Mello e pelo decano Celso de Mello. Os dois consideram absurda a inversão de pauta. “Não vejo motivo para dar tratamento diferenciado”, diz Marco Aurélio. Por motivos muito mais pessoais do que os argumentos de julgador, o ministro Antonio Dias Toffoli não tem qualquer interesse em priorizar o caso. Advogado do PT por anos e titular da AGU no governo Lula, Toffoli se irritou com declarações de colegas de que será uma verdadeira “anomalia” ele não se declarar impedido. Disposto a votar no caso, ele disse que não vê motivo para seu impedimento. “Todos os ministros do STF que receberam a denúncia foram indicados por Lula, mas o magistrado não tem compromisso com quem fez sua indicação”, disse Toffoli após um evento na Fiesp. Apesar do argumento, ele não convence os colegas.

O mal-estar envolvendo Toffoli e os demais integrantes do STF já começou a ser notado no mundo jurídico. No dia 2 de abril, quem assistiu à posse dos novos dirigentes do Tribunal Regional Federal da 3ª Região percebeu que ele sequer cumprimentou o colega Ayres Britto durante o evento. Ao ser questionado sobre a deselegância de seu ato, o ex-AGU explicou que estava com muita pressa para pegar carona no avião do vice-presidente Michel Temer. Ayres Britto fez que entendeu.

A maioria do STF se alinha com Ayres Britto e defende tratamento diferenciado para o mensalão. Até integrantes da ala mais conservadora, como Gilmar Mendes e Cezar Peluso, acreditam que adiar o julgamento colocaria o Supremo numa situação delicada por conta do risco real de prescrição. “Além disso, não podemos ignorar o fato de que dois ministros se aposentam este ano. E sabemos que a substituição nunca é rápida”, diz Mendes, referindo-se às aposentadorias de Peluso, em setembro, e Ayres Britto, em novembro. O julgamento já no primeiro semestre deste ano é defendido também pelo reservado ministro Luiz Fux e pela nova presidente do TSE, Cármen Lúcia. A ministra, por sinal, protagoniza outra frente de discordâncias entre ministros. Antes da posse, ela soube que o ministro Lewandowski não recebeu bem as homenagens antecipadas a sua sucessora no comando do TSE. Cármen Lúcia confidenciou que estava “pisando em ovos” para não se desentender com o colega. É nesse clima de vaidade e egos que o plenário do STF se prepara para o maior julgamento do século.  


Por Izabelle Torres

Fonte: IstoÉ.com - 23/04/2012

Canadense cria cadeira com espaços ocos para você guardar o que quiser



A Hollow Chair, de Judson Beaumont, tem os braços ocos e um espaço livre sob o assento

Você já ouviu falar da Hollow Chair? A peça, cujo nome pode ser traduzido por cadeira oca, vale por dois, servindo tanto para sentar quanto para guardar livros, brinquedos ou o que sua criatividade ou necessidade mandarem.
 
















O designer Judson Beaumont, do Straight Line Designs Inc., trabalhava no criação de uma cadeira comum quando pensou que seria interessante eliminar a maioria do espaço "inútil" da peça. Assim, nasceu a Hollow Chair.  

Cada cadeira é feita com mais de 670 pedaços de madeira compensada, cortados em uma máquina de Comandos Numéricos Computadorizados (CNC). Depois, esses pedaços são reunidos e a peça então, polida. O estofamento é de vinil.


















Uma Hollow Chair custa a partir de R$ 5,5 mil, acrescidos das taxas de envio e empacotamento. A cadeira pode ser customizada com diferentes tipos de madeira e estofamento. A Straight Line Designs Inc. entrega no Brasil e os pedidos podem ser feitos diretamente no site da empresa.

Barrageiros na Amazônia (por Delfim Neto)


Autor: Delfim Neto


Organismos oficiais responsáveis pelo planejamento do setor energético estimam que mais de dois terços (70%, aproximadamente) do potencial ainda inexplorado para a produção de energia hidrelétrica no Brasil está na Amazônia. É nessa imensa região, onde “a terra brota das águas” (na feliz descoberta do jornalista Juan de Onis, veterano correspondente da imprensa europeia entre nós), que os brasileiros vão consolidar a autonomia energética que ajudará a garantir prosperidade, a integração econômica e um lugar no primeiro escalão das nações que vão dar as cartas neste mundo do século XXI.
O aproveitamento desse potencial recebeu um forte impulso em janeiro de 2011 com o início das obras das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia, que terão capacidade de acrescentar 6 mil megawatts à matriz energética brasileira. A primeira tem geração prevista para 2015, enquanto Jirau já está com 70% da obra em andamento e deve iniciar os testes operacionais no primeiro trimestre de 2013. Com menos de dois anos de trabalho – enfrentando as difíceis condições da Amazônia Oriental – a GDF Suez, empresa líder do consórcio Energia Sustentável do Brasil, preparava-se para começar os testes de geração no segundo semestre de 2012. Teve de reprogramá-los por causa dos conflitos trabalhistas que interromperam as atividades em duas ocasiões, já retomadas por sinal.
Na construção da Usina de Santo Antônio trabalham hoje 15 mil funcionários, a maioria ocupada nas obras civis. As obras da Usina Hidrelétrica de Jirau geraram 25 mil empregos diretos no auge dos trabalhos de construção da barragem. Na fase atual são 16 mil, com a diminuição do volume das obras civis. Um número expressivo desses trabalhadores foi contratado após rápido aprendizado, proporcionado pelas próprias empreiteiras. Dois aspectos importantes foram ignorados, de modo geral, nos relatos da mídia quando da divulgação dos incidentes nos canteiros de obras.
O primeiro diz respeito às dificuldades das empreiteiras para encontrar trabalhadores com experiência nesse tipo de obra, os chamados barrageiros, pelo simples fato de que entre 1985 (quando terminou a gigante Itaipu) e 2005 (quando o governo Lula conseguiu derrotar a oposição à construção de usinas na Amazônia), o planejamento das hidrelétricas foi abandonado no Brasil. Quem não se lembra do “apagão” energético de 2001? Em duas décadas sem obras importantes no setor, os barrageiros se dispersaram. Um capital humano precioso foi desperdiçado.
Outro aspecto é a falta de referência às barreiras naturais representadas pela distância dessa região dos centros urbanos, onde o trabalhador encontra o conforto a que está acostumado, com os problemas agravados pela necessidade de ficar longe da família, dos amigos. Os antigos barrageiros tinham adquirido um know-how valioso que lhes permitia superar os desconfortos da vida meio nômade.
No seu livro A História das Maiores Obras do País e dos Homens Que as Fizeram, Wilson Quintela, um executivo de grande valor que presidiu a Construtora Camargo Corrêa, descreve os barrageiros: “Trata-se de alguns milhares de homens e mulheres, de peões a engenheiros, de mestres de obra a cozinheiros que, à maneira dos antigos exércitos, se deslocam de barragem em barragem ao longo dos rios brasileiros, construindo as usinas que mantiveram o País aceso, com energia limpa, durante meio século”.
Impõe-se observar a natureza desses problemas quando persiste entre nós uma forma de oposição retrógrada, que tem encontrado meios de retardar (e até impedir) a exe-cução das obras projetadas para iluminar os povos amazônicos e possibilitar a produção de manufaturas, inclusive para exportação. Há novos caminhos para chegar aos portos peruanos no Pacífico e aos mercados do Caribe.
É imperioso dar andamento às obras das hidrelétricas de Belo Monte, no Xingu, no Rio Teles Pires, em Mato Grosso, e insistir na liberação dos licenciamentos para o complexo de usinas em São Luís do Tapajós, em território paraense. E é importante manter ocupados os novos barrageiros com o treinamento e a capacitação técnica que estão absorvendo na construção das usinas pioneiras do Rio Madeira.
Os brasileiros querem o cum-primento das leis de proteção ambiental e a audiência autêntica dos povos indígenas, mas não têm por que aceitar a chantagem de organizações financiadas com capital externo, cujo desejo, obviamente, não é o bem-estar dos naturais da Amazônia.

Peso político da extrema-direita na Europa



PARIS, 23 Abr 2012 (AFP) -A candidata Marine Le Pen obteve no domingo 17,9% dos votos no primeiro turno da eleição presidencial francesa, mas o resultado histórico da ultradireitista não é uma exceção na Europa, onde outros partidos ganharam espaço nos últimos anos.

- ÁUSTRIA: 28,2%

No Parlamento austríaco, o Partido Liberal da Áustria (FP–) ocupa 34 dos 183 assentos, com 17,5%. A Aliança pelo Futuro da Áustria (BZ–), uma dissidência da formação anterior que defende as mesmas teses populistas, eurocéticas e islamofóbicas, possui 21 cadeiras com 10,7%.

- SUÍÇA: 26,6%

No Parlamento suíço, a União Democrática de Centro (UDC), liderada por Toni Brunner, possui desde as eleições de dezembro de 2011 a maior bancada parlamentar, com 54 dos 200 assentos. Este partido populista e xenófobo causou polêmica com campanhas publicitárias nas quais mostrava um rebanho de cordeiros brancos expulsando um cordeiro negro estrangeiro ou uma mulher com o véu integral diante de minaretes em forma de ogiva nuclear.

- NORUEGA: 23%

Representado por 41 dos 169 deputados do Parlamento, o Partido do Progresso teve entre seus membros Anders Behring Breivik, que está sendo julgado pela morte de 77 pessoas no dia 22 de julho do ano passado. Este partido populista hostil à imigração foi o grande derrotado das eleições locais realizadas após o massacre.

- FINLNDIA: 19%

O Partido dos Finlandeses Autênticos teve um grande êxito nas eleições de abril de 2011. A formação eurocética e populista ocupa 39 dos 200 assentos do Parlamento.

- HUNGRIA: 16,67%

O partido de ultradireita Jobbik entrou no Parlamento após as legislativas de abril de 2010, e possui 46 dos 386 assentos da câmara. O Jobbik defende a preservação da identidade nacional e o resgate dos valores cristãos, da família e da autoridade, utilizando, em algumas ocasiões, símbolos de uma formação nazista dos anos 1930.

- DINAMARCA: 14%

O Partido Popular Dinamarquês possui, desde 2011, 22 das 179 cadeiras do Parlamento. Assim como os demais partidos de extrema-direita escandinavos, defende uma política anti-imigração e hostil ao Islã.

- BÉLGICA: 12,6%

O Vlaams Belang ocupa desde as eleições legislativas e federais de junho de 2010 doze dos 150 assentos do Parlamento, menos do que nas legislaturas anteriores. Este partido flamengo defende posições nacionalistas, separatistas e anti-imigração.

- HOLANDA: 15,45%

O Partido pela Liberdade (PVV), a formação eurocética e islamofóbica do deputado Geert Wilders, foi considerado o grande vencedor das eleições legislativas antecipadas de junho de 2010, passando de 9 para 24 deputados no Parlamento, que conta com 150. O partido apoiava o Partido Liberal do primeiro-ministro demissionário Mark Rutte.

A coalizão se desfez após o fracasso, no sábado, das negociações sobre a redução do déficit público, o que, a princípio, deve precipitar eleições antecipadas.

- SUÉCIA: 5,7%

A extrema-direita está, pela primeira vez, presente no Parlamento, graças ao partido Democratas da Suécia (SD). Nas eleições legislativas de setembro de 2010, este partido, contrário à imigração, obteve 20 das 348 cadeiras em jogo.

Por que o governo não zela por suas contas como zelamos pelas nossas?


Enviado por Ricardo Noblat - 
23.04.2012
 | 
11h43m
COMENTÁRIO


Imgine a seguinte situação: você quer reformar sua casa ou apartamento. Então contrata um mestre de obras e sua equipe.
Ao fim da reforma, você descobre  que o mestre de obras superfaturou despesas, desviou verbas, fez pagamentos indevidos e usou material de qualidade inferior.
O que você faz em seguida?
Assina 31 novos contratos como mesmo mestre de obras.
Sim, isso mesmo. Você assina 31 novos contratos como mesmo mestre de obras que o roubou.
Que tal?
Pára que eu quero descer!!!
André de Souza, repórter de O Globo, conta, hoje, no jornal, uma história parecida com essa. Trechos do relato dele:
"Após ser apontada como líder de um esquema de corrupção que desviou milhões de reais dos cofres da União e veio a público em agosto de 2010 — na Operação Mão Dupla, feita pela Controladoria-Geral da União (CGU) com a Polícia Federal (PF) — a construtora Delta continuou assinando contratos de alto valor com órgãos federais.
Desde que o governo tomou conhecimento das graves irregularidades cometidas pela empreiteira em obras de rodovias no Ceará, foram assinados 31 novos contratos com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), no valor total de R$ 758 milhões. 

(...) Na época, a CGU informou que detectara “um prejuízo estimado em R$ 5 milhões aos cofres públicos da União, afora o risco social decorrente da execução de obras de infraestrutura rodoviária fora das devidas especificações técnicas”.
Mas isso não impediu que o Dnit celebrasse novos contratos com a Delta, sendo três deles (no valor total de R$ 9,6 milhões) no Ceará, onde foram detectadas as irregularidades em 2010.
(...) A empreiteira ganhou destaque recentemente no noticiário por suas ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso pela PF em fevereiro na Operação Monte Carlo.
(...) O grande número de contratos com órgãos públicos obtidos pela Delta se refletem em seu faturamento. Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) mostram que até 100% dos ganhos da construtora vêm de contratos com o setor público." 
Pergunta que você não precisa responder: quem pagará pelo malfeito da Delta - no Ceará ou em qualquer outro lugar?
A Delta tem obras em todos os Estados - e mais no Distrito Federal.  
É generosa doadora de dinheiro para campanhas eleitorais.
Pergunta idiota que dispensa resposta: Será por isso que governadores e políticos em geral nada dizem a respeito da Delta?

Destino de Demóstenes está nas mãos de Sarney e Renan


Enviado por Ricardo Noblat - 
23.04.2012
 | 
11h02m
POLÍTICA


Conselho aos açodados: não dêem por liquidada a fatura com a cassação em breve do mandato e dos direitos políticos do senador Demóstenes Torres (GO-sem partido), acusado pela Polícia Federal de ser sócio do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Ao longo dos seus 188 anos de funcionamento, o Senado só cassou um dos seus integrantes - Luiz Estevão de Oliveira (PMDB-DF), em 2000, acusado de desvio de recursos públicos destinados à construção do fórum da Justiça do Trabalho em São Paulo.
As evidências contra Luiz Estevão eram fortíssimas. Mesmo assim ele foi cassado por uma diferença de apenas três votos num total de 81.
O destino de Demóstenes pertence aos senadores José Sarney (PMDB-AP) e Renan Calheiros (PMDB-AL), os mais influentes ali. Se os dois preferirem que Demóstenes sobreviva, ele sobreviverá.
Sarney e Renan foram alvos de pesados ataques desferidos por Demóstenes. Uma vez Sarneu deixou a presidência do Senado só para se atracar com Demóstenes. Foi contido pelo colega Fernando Collor de Melo (PTB-AL).

A Arábia Saudita se recusa a enviar mulheres para Londres e corre o risco de ser banida da Olimpíada



Rodrigo Cardoso
Confira, em vídeo, cenas de quatro atletas que suam sob os trajes tradicionais da religião :
http://www.istoe.com.br/img/ico/ico-thumb-video-home-destaque.pngIstoE_Muculmanas_255.jpg
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SEGREGAÇÃO
Sauditas, como a amazona Dalma Malhas, não serão 
aceitas na delegação: ordem do príncipe Faisal
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Nunca houve uma Olimpíada em que todas as delegações contassem com pelo menos uma mulher entre os atletas. Tem sido assim, principalmente, porque países muçulmanos insistem em enviar apenas homens para a disputa, sob o argumento de não violar as regras da sharia, a lei islâmica que impõe restrições à liberdade feminina. Depois da edição de Pequim, em 2008, em que dezenas de atletas muçulmanas exibiram corpos cobertos e véus, o Comitê Olímpico Internacional (COI) tentou aparar essa aresta. Pressionou Catar e Brunei, dois dos três países que boicotavam a participação feminina, e eles estarão em Londres com suas esportistas. Neste mês, porém, a Arábia Saudita, terceira seleção que jamais levou mulheres às olimpíadas, recusou-se a dar um passo contra a discriminação. “Não vamos avalizar nenhuma participação feminina saudita nos Jogos ou em outras competições internacionais”, avisou o príncipe Nawaf Bin Faisal.

Foi o que bastou para que surgisse pressão pela exclusão da Arábia Saudita da Olimpíada. Em fevereiro, um relatório elaborado pela Human Rights Watch já denunciava a violação dos princípios olímpicos por parte do país muçulmano ao adotar políticas discriminatórias. Só para citar duas, o governo fechou, em 2009 e 2010, as academias de ginástica para mulheres, que também não participam das aulas de educação física nos colégios públicos. A amazona Dalma Malhas era uma das apostas sauditas para Londres. Ela conquistou o bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude, em 2010, depois de receber um convite do COI para ir à competição – já que seu país natal não autorizou sua ida ao torneio. Dalma está desamparada, agora, uma vez que a cartilha olímpica não permite representações individuais.
No passado, a África do Sul já foi excluída dos Jogos durante o apartheid, o regime de discriminação racial. No caso das nações muçulmanas, estão em jogo questões políticas, religiosas e culturais. “Países islâmicos não querem que as mulheres se envolvam com o esporte, pois isso seria uma maneira de dar autonomia a elas. E o que se prega em alguns governos é que a mulher não foi feita para ter poder”, diz Katia Rubio, pesquisadora do esporte da Universidade de São Paulo (USP).

Regidas sob o wahabismo, uma corrente ultraconservadora do islã, as sauditas não podem viajar sozinhas para o exterior, não têm direito de dirigir nem de votar. A Arábia não tem importância nenhuma na geopolítica olímpica. Por outro lado, é o país muçulmano mais influente do mundo árabe, próximo dos Estados Unidos e das potências europeias. Resta saber como o COI irá se posicionar.