sábado, 10 de março de 2012

O senador esqueceu que defensores da lei não podem ser amigos de casos de polícia



Integrante do Ministério Público de Goiás desde 1983 e secretário de Segurança entre 1999 e 2002, o promotor licenciado Demóstenes Torres deveria saber que quem prende não pode conviver fraternalmente com candidatos à cadeia. Reeleito em 2010 por brasileiros entusiasmados com a declarada por Demóstenes à corrupção institucionalizada e impune, o senador do DEM deveria saber que a coerência proíbe a quem critica em público parcerias promíscuas cultivar, na vida privada, ligações igualmente perigosas. Deveria saber, mas não sabe. Ou finge que não, o que dá na mesma.
Se soubesse que um defensor da lei não pode ser amigo de um caso de polícia, como ressalta o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, o senador excluiria do círculo restrito aos muito íntimos o delinquente de estimação Carlos Augusto Ramos, vulgo Carlinhos Cachoeira, condenado na semana passada a dez anos e meio de prisão. Segundo reportagem de VEJA, escutas telefônicas autorizadas pela Justiça registraram 288 diálogos travados em 2010 entre o parlamentar oposicionista e o oficial graduado da máfia dos caça-niqueis. Uma conversa por dia.
“Carlinhos é meu amigo”, confirmou Demóstenes. “É uma figura conhecida em Goiás, simpática com todo mundo, é um empresário daqui”. A descrição pode ser estendida aos bicheiros ─ ou “empresários carnavalescos” ─ do Rio de Janeiro. “Carlinhos não era conhecido entre nós por explorar jogos de azar”, garantiu. “Para os amigos, dizia que não mexia com nada ilegal”. É o que ele diz também aos parentes e à polícia. Mas só índios das tribos isolados  ignoram que, desde o século passado, o simpático meliante atropela o Código Penal amparado nas relações especiais com políticos influentes.
Na terça-feira, ao discursar da tribuna, Demóstenes repetiu que não cometeu nenhum crime nem foi alvejado por acusações formais. Foi homenageado por 44 apartes solidários. Representantes de todas as bancadas ─ de Pedro Simon e Jarbas Vasconcelos a Romero Jucá e Lobão Filho, de Aécio Neves e Aloysio Nunes Ferreira a Alfredo Nascimento e Eduardo Suplicy ─ louvaram as virtudes do colega injustiçado. Marta Suplicy, por exemplo, presenteou-o com o título de “maior e mais brilhante opositor na Casa” e uma frase em dilmês primitivo.
“A atitude de ter vindo se colocar em plenário levou toda a Casa a ter uma postura uníssona, de situação e oposição, o que é muito raro”, disse a vice-presidente do Senado. “Deve ter sido agradável perceber o respeito que seus companheiros têm e a sua presunção de inocência, o gesto que todos lhe fizeram”. E muitos balançaram afirmativamente a cabeça quando Ana Amélia declamou a interrogação tremenda: “A quem interessa calar a voz mais dura, mais contundente, às vezes até ferina, às denúncias das mazelas da corrupção em nosso país? A quem interessa?”.
Interessa à maioria da turma que lotava o plenário, berraria um senador sincero se tal raridade ainda existisse. Os 44 apartes poderiam ser fundidos numa frase: “Bem-vindo ao clube, Demóstenes Torres”. O que pareceu uma sessão de desagravo ao colega em situação adversa foi uma demonstração de unidade dos presididos por José Sarney. O aplauso unânime da Casa do Espanto sugere que o aplaudido fez algo de errado. Demóstenes Torres não ficou melhor no retrato.
Ele faz de conta que nunca viu o vídeo, divulgado em 2004, em que Carlinhos Cachoeira contracena com Waldomiro Diniz, o parceiro bandalho de José Dirceu. Mas não escapará de assistir à mais recente produção de Carlinhos Cachoeira, que estreou nesta sexta-feira. Agora, o mafioso sem cura trama pilantragens com o deputado federal Rubens Otoni, do PT goiano. “Todo mundo, de todos os partidos, fala com Carlinhos e com os demais empresários”, disse Demóstenes na terça-feira. É verdade, sublinha o vídeo.
É improvável que o senador se anime a tratar do caso. Se resolver provar que já não anda em má companhia, ouvirá em sucessivos apartes o mesmo lembrete: não se abandona um velho amigo em apuros. A Casa do Espanto festejou o discurso de Demóstenes para inibir os próximos. Pela primeira vez, o senador deverá calar-se diante de um escândalo. O primeiro silêncio será a anunciação da mudez definitiva.
Fonte: Augusto Nunes

Corretor tropa de elite: Grupo dos 5%




Você já deve ter percebido que o mercado imobiliário vem passando por profundas mudanças ao longo dos últimos anos. Avanços no que diz respeito à tecnologia, aos hábitos de vida da população e à economia são alguns dos fatores que demandaram um novo perfil de profissional para o segmento. Você já havia parado para pensar nisso?

É diante dessa necessidade de evolução que surge o corretor tropa de elite, assunto que iremos refletir hoje. Possivelmente ao ler o título deste artigo você se lembrou do filme Tropa de Elite e deve ter se perguntado qual a relação da obra com o mercado imobiliário.

De acordo com o dicionário Aurélio, elite significa aquilo o que há de melhor em uma sociedade. O Batalhão de Operações Especiais, o Bope é a tropa de elite da polícia militar com uma postura diferenciada que coloca os profissionais deste grupo em uma posição de destaque no cenário da segurança pública. É daí que vem a motivação para a nossa reflexão.

Costumo dividir o mundo em dois grupos: o dos 95% e o dos 5%. Vamos entender no que eles se diferenciam. O grupo dos 95% é formado pelas pessoas que sabem o que precisa ser feito para atingir seus objetivos.

Já o grupo dos 5% é composto por aquelas pessoas que sabem e fazem o que precisa ser feito para alcançar seus objetivos, que colocam seus conhecimentos em prática. É nesse grupo que estão inseridos os corretores tropa de elite

Essa diferenciação, que em um primeiro momento pode parecer simples, na realidade não é. Na prática, fazer parte do grupo dos 5% é um dos principais desafios para os profissionais, independente da área de atuação. Não pretendo com este artigo criar uma nova teoria, mas levar os profissionais do mercado imobiliário a uma reflexão profunda sobre a sua atuação.

Não estou aqui para inventar a roda, mas entendo que o corretor de elite deve ter como meta fazer com que essa roda gire mais rápido, potencializando os resultados. Isso só será possível com o envolvimento dos profissionais do setor. Você está pronto para esse desafio? Quer se tornar um corretor tropa de elite do grupo dos 5%? Acompanhe-me nesta revolução.

A essência do grupo dos 5% não está naquilo que o profissional sabe e sim naquilo que executa. É o conhecimento transformado em ação planejada que o qualifica para a tropa de elite. Sempre digo que quem tem conhecimento é capaz de gerar o convencimento, pois é capaz de colocar o seu saber em ação por meio da argumentação.

E quem sabe argumentar gera um encantamento no interlocutor, supera expectativas. Enquanto o grupo dos 95% visa atender as expectativas, o corretor tropa de elite quer ir além, quer surpreender e superar as perspectivas dos seus clientes.

Para isso, o corretor do grupo dos 5% precisa trabalhar com foco em metas por meio de um planejamento estratégico estruturado por um conjunto de ações alinhadas aos objetivos do profissional. É necessário ainda compreender que esses objetivos precisam estar bem definidos tendo a consciência do que é primário e secundário.

Dentro desse planejamento, o profissional da tropa de elite deve ter a compreensão da importância da comunicação, não só na perspectiva da divulgação de um produto, mas com uma visão mais ampla sobre a importância do processo comunicativo como um todo.

Nesse sentido é necessário estabelecer um relacionamento com o cliente percebendo que deverá envolver um processo comunicativo diferenciado, que contemple desde a forma como o profissional se comporta, a maneira como dialoga com cliente, as informações que tem sobre a empresa e o empreendimento que representa até as melhores ferramentas de marketing para divulgar o imóvel.

E importante frisar ainda que o diferencial da ação do corretor dos 5% só é possível por meio de um processo de análise profunda do perfil do cliente. O profissional tropa de elite entende e respeita o seu interlocutor, pois sabe que por trás daquele cliente há um ser humano que tem uma história de vida de muitos sonhos, desafios e renuncias. E assim, o corretor dos 5% visa descobrir esses elementos a partir da arte de escutar atentamente o cliente, buscando ir além das informações passadas, ou seja, interpretando história, comportamentos e fatos.

Com isso, o corretor dos 5% é um eterno aprendiz. Usa até mesmo de seus erros para melhorar a sua ação. Busca as experiências vividas no mercado, tanto boas quanto ruins, sejam elas no imobiliário ou não, para analisar o presente e potencializar suas ações no futuro.

Sendo assim, esse profissional de elite visa estabelecer uma relação de confiança com o corretor. Explora os elementos do corretor 360°, ou seja, tem uma visão holística do mercado imobiliário. Entende não só do imóvel, mas também de direito, financiamento, entre outras áreas e transforma esse conhecimento em argumentação gerando as informações necessárias para buscar no mercado a superação das expectativas do cliente.

O corretor do grupo dos 5% compreende que a venda é uma consequência do relacionamento estabelecido com o cliente. Além disso, entende que um interlocutor já vai para um relacionamento com suas convicções pré-estabelecidas e que para promover uma mudança de percepção é necessário gerar um envolvimento.

Desse modo, podemos fazer outra analogia com o Bope.

O corretor 5% é como o sniper que é o melhor atirador de um batalhão, ou seja, com apenas um tiro ele alcança o seu objetivo. Sendo assim, o corretor tropa de elite parte para o relacionamento com a certeza de que vai fechar um negócio e dispõe dos elementos necessários para atingir essa meta de maneira a otimizar os seus resultados, sem precisar “desperdiçar balas”.

Por isso, o profissional tropa de elite tem um autocontrole sobre os seus comportamentos. Ele sabe que vai lidar com as emoções e os sonhos das pessoas e que para isso precisa estar envolvido racionalmente em um processo a fim de oferecer as melhores soluções para o cliente.

E acima disso, compreende que cada cliente é um ser humano diferente, que cada relacionamento é único. Por isso, não se deixa entrar em zona de conforto e não cai em armadilhas. Sabe que em cada relacionamento precisa começar do zero, pois cada cliente terá uma experiência individual.Ele cria um rapport, ou seja, uma sintonia e uma relação de confiança.

Por fim, o corretor tropa de elite tem a convicção de que suas realizações não dependem de sorte. Sorte é para quem não está preparado. O sucesso é fruto do planejamento, de objetivos bem definidos, da qualificação, da dedicação, da disciplina e do comprometimento.

Lembre-se que a elite é o que há de melhor em uma sociedade e por isso o corretor que quer fazer parte do grupo dos 5% deve estar em busca do aperfeiçoamento constante, caso contrário corre o risco de voltar para o grupo dos 95%. A linha entre o grupo dos 95% e dos 5% é muito tênue e o corretor precisa estar atento para se manter na tropa de elite.

Ressalto que a principal diferença entre o grupo da maioria para o de elite está naquilo que o profissional faz com o conhecimento adquirido. É necessário saber gerir as potencialidades e as fraquezas, entendendo que o relacionamento acontece com pessoas e não com clientes.

#gmachadorecomenda uma mensagem para reflexão: “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas”. (Sun Tzu)

E agora que você conhece a diferença entre o grupo dos 95% e o grupo de elite, ou seja, o dos 5%, em qual deles você está inserido? É nesse grupo que você gostaria de estar? Vamos aprender juntos, divida conosco a sua experiência.


Guilherme Machado
Administrador com Pós em Gestão Empresarial. Expertise no desenvolvimento de equipes comerciais com foco em resultado. Palestrante e Coach.

Assim funciona o inútil Senado



Publicado 09/03/2012 17:43
                O Senado deu mais uma demonstração, esta semana, de sua total inutilidade e do baixo padrão de boa parte dos senadores, que estão ali não para exercer condignamente um mandato e prestar um serviço público, mas para gozar de privilégios, benesses, mordomias e, claro, reforçar seus orçamentos domésticos. O Senado, hoje, graças aos senadores que o comandam, de direito ou de fato, é um sofisticado balcão de negócios regido pelo compadrio. Se fosse extinto, o país só teria a ganhar, sob todos os aspectos. Os recursos absurdos gastos pelo Senado certamente poderiam ser mais bem aplicados e a Câmara asseguraria a existência do Poder Legislativo.
                Na semana que termina, os senadores deram mais dois bons exemplos de que são inúteis e agem com base em interesses particulares. Num dia, passaram a mão na cabeça do senador Demóstenes Torres, do DEM, apesar do claro, nítido e suspeito envolvimento dele com o conhecido Carlinhos Cachoeira. No outro, rejeitaram o indicado pela presidente da República para dirigir uma agência reguladora porque não se conformam em ter suas fontes de capital político e financeiro limitadas pelo governo e querem dominar os negócios do órgão.
O senador Demóstenes Torres, que procura cultivar uma imagem de vestal moralista e quer ser candidato a presidente pelo quase falido DEM, foi à tribuna se defender e justificar suas suspeitas relações com Cachoeira, que está preso. Fez um pronunciamento vazio e ridículo, chegando até a considerar normal que um senador seja íntimo e ganhe presentes caros de um notório contraventor e suspeito de inúmeros crimes. No final do discurso, recebeu tapinhas nos ombros e foi cumprimentado pelos colegas, que lhe manifestaram a solidariedade própria dos mafiosos que se protegem. Por comodismo, conivência, conveniência ou rabo preso, até senadores do PT silenciaram e confraternizaram com Demóstenes, que não poupa o governo federal de seus ataques.     
                E boa parte desses senadores resolveu, em votação secreta, rejeitar a indicação de Bernardo Figueiredo para a direção-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Aparentemente, os 36 senadores acataram as objeções levantadas pelo histriônico e truculento senador Roberto Requião, do PMDB, há meses em campanha contra Figueiredo. Requião, que goza de pouca ou nenhuma credibilidade entre os colegas, manipulou impunemente mentiras e relatórios do Tribunal de Contas da União e do Ministério Público que se referiam a período anterior à posse dele na ANTT.
                Apenas aparentemente os senadores atenderam a Requião, claro, pois seria um feito histórico rejeitarem alguma indicação do Executivo por suspeita de prática de corrupção ou de ineficiência e desconhecimento técnico para a função. Pelo contrário: a prática do inútil Senado é fazer meras simulações de sabatinas primárias e aprovar até as indicações mais esdrúxulas, mas movidas pela politicagem e pelo fisiologismo. Houve um indicado para a ANTT, por exemplo, que disse que conhecia transporte terrestre apenas como usuário. De automóvel, claro. De trem, só se for na Europa.  
                Figueiredo foi rejeitado por uma armação articulada, especialmente, pelo que deveria ser o maior defensor do governo no Senado, o líder Romero Jucá, do PMDB, auxiliado pelo também peemedebista Renan Calheiros, pelo petebista Gim Argello e pelo deputado Valdemar Costa Neto, presidente do PR. Todos vão negar de pés juntos, ajudados pela votação secreta e pela omertá em vigor naquele território perigoso ao norte da Praça dos Três Poderes.
                Essa turma queria duas coisas. A primeira, como eles mesmos dizem, era dar um “recado” à presidente de que a famosa base aliada está insatisfeita, pois não tem emendas liberadas, nomeações concretizadas e ministérios concedidos, entre outros agrados que sempre esperam do governo para ficar ao seu lado nas votações. Dane-se o mérito das questões submetidas a eles, o que importa é demonstrar força e chantagear. Esse é o método da turma.
A segunda coisa que Jucá e companhia queriam era controlar a ANTT, tirando de lá um técnico competente e ligado diretamente à presidente Dilma. Sem Figueiredo para atrapalhar os outros dois diretores (um indicado por Renan, outro por Gim) e o que ainda não foi aprovado pelo Senado, indicado por Valdemar, o caminho para a atuação da turma estaria livre.
Com o apoio de uma oposição que continua perdida e incompetente, e que ingênua e bobamente achou que estava confrontando Jucá e Renan, e não apenas Dilma, a turma conseguiu derrotar o governo e impedir a continuidade de Figueiredo. Mas não ganhou tudo. Deram o recado, e como o governo precisa do Senado, a chantagem pode ser relativamente bem-sucedida. Mas não vão conseguir controlar a ANTT, pois a presidente já busca outra indicação de sua confiança, vai trabalhar duro por ela e talvez retire a indicação do apadrinhado de Valdemar -- e assim os protegidos de Renan e de Gim não vão tomar o controle da agência. E para Bernardo Figueiredo, Dilma tem outro lugar no governo.
E Requião, o acusador inclemente? Ora, qual a importância de Requião?  

Fonte: Blog do Hélio Doyle