23/04/2013
Magu
Há na Noruega um norueguês (que novidade), de 60 anos de idade, que era professor de História. Ele gostava muito de ser professor e isso durou 20 anos. Vivia na cidade de Alesud, distante 400 kms de Oslo, a capital. Essa cidade é o centro da pesca do país. Um dia qualquer, ele diz que percebeu que as crianças desejavam fazer alguma coisa com as próprias mãos, ao mesmo tempo notando que nem tudo que precisavam aprender estava nos livros. Então, teve a idéia de trocar a sala de aulas por um barco. Levou sua idéia ao governo e obteve aprovação. Começou a recrutar crianças do jardim de infância e jovens entre 15 e 16 anos para ensinar teoria e prática de pesca. As escolas e os pais dos alunos também receberam bem a idéia. No projeto piloto, levava uma turma, devidamente protegidas e em segurança, ao alto-mar. Mas não previu que a experiência mudaria sua vida.
O projeto piloto foi em 2000. E não parou mais. O navio-escola leva uma turma de 20 alunos, duas vezes por semana, crianças de 10 e 11 anos. A satisfação dele ao ver as crianças vibrarem ao entrar pela primeira vez num barco é inesquecível, a ponto de alguns alunos, ao voltarem para casa, dizem que, quando crescerem, querem ser pescadores. Nos dias úteis, a turma é de adolescentes entre 15 e 16 anos, que desejam ser pescadores. Eles pegam os peixes, limpam e vendem. Eu mostro que pescar e vender é apenas parte. Para torná-la sustentável, é preciso respeitar o tempo da pesca de cada tipo de peixe e colocar a rede no lugar correto, para pegar apenas o que buscam. É preciso pescar com critério e inteligência. Ainda é preciso aprender diferentes idiomas para freqüentar portos de outros países, e ter calma para lidar com adversidades.
Esse trabalho ajuda a combater o preconceito que a profissão carrega. Existe uma falsa idéia que tornar-se pescador é coisa de perdedor que não conseguiu trabalho melhor. Não é verdade. Espero que mais gente possa olhar para a pesca e o trabalho no mar com o mesmo amor e respeito que eu. Ele diz que o mundo poderá morrer de fome se não soubermos cultivar o que nos foi dado.
Comentário pessoal: Os japoneses deveriam ler essa lição desde os bancos escolares. Quem sabe não fariam mais os arrastões com redes quilométricas, pegando tudo o que aparece no caminho, não matariam mais baleias e nem golfinhos a porrada, como já vimos em uma específica laguna no Japão, em que o mar fica vermelho com o sangue. .Isso me leva a pensar se os terremotos e maremotos no Japão não tem sua razão de ser