sexta-feira, 25 de maio de 2012

Como homens e mulheres negociam a compra de um imóvel

Compartilhar no Orkut.
O número de pessoas que moram sozinhas, como no Rio por exemplo, aumentou consideravelmente na última década, segundo censo do IBGE – passou de 11,2% para 15,6%. Só que na hora de fechar o negócio, o gênero feminino é mais objetivo do que o masculino, dizem especialistas. Enquanto os homens são guiados pelo lado racional e costumam demorar para tomar uma decisão, a mulher, conduzida pelo emocional, ao sentir amor à primeira vista pelo imóvel, o agarra logo com todas as forças.

De acordo com o corretor Henrique Besdin, especializdo na área da Zona Sul, a maior parte dos homens que procuram um apartamento para morar sozinho é desquitada e tem mais de 40 anos. Além disso, busca opções de dois quartos, para que um seja transformado em escritório ou sala de TV. Esses potenciais compradores são mais práticos, mas, por terem a tendência de colocar tudo na balança, de forma racional, costumam demorar para fechar o negócio.

“Eles, em geral, não têm paciência para visitar muitos apartamentos. Isso poupa tempo. Por outro lado, quando encontram algum que corresponda às suas necessidades e desejos, demoram para se decidir, pois precisam pesar o lado financeiro entre outras questões lógicas, como as ligações de transportes e a proximidade de equipamentos públicos. E muitas vezes, nesse tempo, eles acabam perdendo o apartamento”, explica Besdin.

Foi o caso do biólogo Rogério Nóbrega. O objetivo era encontrar uma moradia de dois quartos por até R$ 400 mil em Laranjeiras. Depois de dois meses de procura, achou um charmoso apê no alto de uma ladeira, com a tipologia que queria e por um preço um pouco menor, R$ 380 mil. O problema é que o curitibano pediu um tempo ao corretor para consultar amigos e ter a certeza de que valia a pena assumir este compromisso. Depois de uma semana, enquanto ainda refletia, acabou perdendo o imóvel para a publicitária Ana Maria Quintela, que, na dança das cadeiras, foi muito mais rápida.

“Eu nem cheguei a procurar outros imóveis, mas quis colocar tudo no papel, pois o acesso ao prédio não era tão fácil e eu não tenho carro. Como era a minha primeira compra, imaginava que o apê ficasse ali, à espera da minha decisão”, confessa o biólogo, que está, temporariamente, na casa dos pais.

Ana Maria, baiana e residente no Rio há pouco mais de dois anos, morava de aluguel. No meio deste ano, começou a procurar um apartamento para comprar. Ela visitou cinco imóveis em três semanas. Mas, quando avistou , o jardim de inverno que havia no fundo daquele imóvel de Laranjeiras, não titubeou e apertou a mão do corretor:

“O apartamento era a minha cara. Disse logo que o queria! Mas, antes de fechar o negócio, mandei algumas fotos para uma prima, só para ter a certeza”, lembra entusiasmada, sem dar muita atenção ao lado pouco prático de chegar até o imóvel. “Eu já tenho um taxista para me levar em casa. A corrida custa uns R$ 8 da esquina da rua até o meu prédio.”

A publicitária afirma que foi bastante racional em sua escolha, pois observou cada detalhe do imóvel. Segundo Frederico Judice, da imobiliária Judice & Araújo, de fato, as mulheres são mais detalhistas do que os homens. Mas se sentirem uma forte atração pelo prédio, por exemplo, já é um indício de que o imóvel tem grandes chances de ganhar a cliente.

“Elas são até mais exigentes do que os homens. Pois levam em conta a energia do lugar, o clima, a vizinhança. São mais subjetivas em suas escolhas”, explica.

Pode parecer que a mulher se apaixona mais facilmente por um imóvel, sem pesar prós e contras. Mas, segundo os especialistas, elas são bem mais exigentes em suas escolhas, no que diz respeito à estrutura do bem. Enquanto os homens, apesar de serem mais racionais e pesarem a parte financeira, acabam por perder ótimas oportunidades.

Fonte: O Globo 

A Bancada dos Sem-Vergonhas vão divulgar nota?



Brasil

 


1 Minuto com Augusto Nunes

Eles são nossos e nós somos deles

Depois do depoimento do comparsa de Cachoeira, a CPI está obrigada a investigar a Delta, Sérgio Cabral, Marconi Perillo e Agnelo Queiroz.

Comentários


Vinho de R$ 11,50 é eleito um dos melhores do mundo



Espanhol ‘Toro Loco’ ganhou de tintos dez vezes mais caros no teste cego

  
Icon_mirela-portugal-fto
)

Construtoras compram hotéis para demolir e fazer casas em Balneário Camboriú


Valorização dos terrenos e dificuldade nos negócios faz com que hotéis antigos de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, deem espaço a prédios residenciais

Entre os milhares de edifícios que se erguem na orla deBalneário Camboriú, em Santa Catarina, o mercado da construção civil parece ter encontrado um novo espaço para crescer. Nos últimos cinco anos, hotéis têm sido derrubados para dar lugar a residenciais. O fenômeno atinge a rede hoteleira mais antiga, que enfrenta um dilema: ou investe em modernização, apesar da sazonalidade das hospedagens, ou resiste ao apelo dos construtores.
O negócio mais recente envolveu o Hotel Camboriú Palace, com 45 anos de história, e a construtora Embraed. Desde o início do mês, o prédio vem sendo desocupado e os 32 empregados foram demitidos. Mário Sieverdt, ex-proprietário do hotel, diz que cansou do negócio. "De 20 anos para cá, surgiram hotéis demais. Há muita oferta, e a procura não é tão grande. Ter hotel não é mais tão rentável."
A falta de mão de obra e os custos com pagamento de impostos e manutenção estão entre os principais motivos que levam os proprietários a cederem às propostas dos construtores. Segundo o Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (Sindisol), pelo menos oito hotéis deram lugar à construção civil nos últimos cinco anos.
Construído na década de 1950, o Hotel Fisher, na Avenida Atlântica, é um deles. O prédio, adquirido pelaConstrutora Procave, começou a ser demolido há cerca de 10 dias. "A valorização imobiliária em Balneário Camboriú é muito alta, diferente de qualquer outro lugar. Recebo propostas toda semana, inclusive do exterior", diz Dirce Fistarol, gerente de hospedagem do Sindisol e proprietária de um hotel.
Se para os hoteleiros a venda pode ser uma boa alternativa, para os construtores é a oportunidade de conseguir um terreno grande, bem localizado, e de proprietário único. "Sai mais caro porque não se compra só o terreno, mas o prédio. Muitas vezes é o hoteleiro quem procura o comprador", diz Carlos Haack, presidente doSindicato da Indústria da Construção Civil de Balneário Camboriú (Sinduscon).
Empresário defende investimento e renovaçãoRogério Rosa, proprietário da construtora Embraed, que nos últimos anos negociou três hotéis para transformá-los em residenciais, não pensa que a mudança na rede hoteleira impactue no turismo. Ele acredita na necessidade de renovação para manter a visitação na cidade.
"Balneário Camboriú assistiu nos últimos anos à morte silenciosa da figura do turista. Hoje temos veranistas, que têm apartamento na cidade. Para atrair os turistas precisamos de equipamento turístico e hotéis em locais aprazíveis", avalia.

Banco do Brasil ou Bradesco: prós e contras de cada um na briga pelo Santander


Em jogo, estaria a compra de uma fatia de 30% a 40% do banco espanhol no Brasil, de acordo com fontes do mercado

  
Icon_tatiana-vaz


O presidente do Banco Santander, Emilio Botín
Emilio Botín: visita ao Brasil para negociar venda de parte do banco
São Paulo – O fato de metade do lucro do Santander, no ano passado, ter vindo do Brasilclarificou a importância da operação brasileira do banco espanhol no mundo – além de levantar uma dúvida sobre qual seria a decisão sobre o negócio por aqui: fazer mais investimentos ou vender uma parte para levantar recursos para a matriz?
A informação, divulgada hoje pelo Estadão, que uma participação entre 30% e 40% do banco no Brasil está à venda deixou evidente que a segunda opção é a que vingará. Banco do Brasil e Bradesco estariam negociando a compra que movimentaria até 64 bilhões de reais. Apesar do Santander negar a venda, o rumo da trajetória do banco no Brasil já vinha sendo especulado pelo mercado desde o final do ano passado. O agravamento da crise espanhola e a venda de outras participações do banco no Chile e Colômbia reforçaram a suspeita. 
“Com os rumores, Itaú, BTG, Bradesco e Banco do Brasil passaram a sondar uma possível compra de participação, mas prevaleceu a proposta do BB e Bradesco”, afirma um executivo ligado ao Santander no país. De acordo com ele, o banqueiro Emílio Botín, presidente mundial do Santander, teria vindo ao Brasil no início de maio conversar com os presidentes dos dois bancos interessados.
Até agora, os rumores são de que o Banco do Brasil e o Bradesco são os mais cotados para fechar o negócio. Isto porque o Itaú ainda estaria digerindo a compra do Unibanco. Mas quem poderia levar a melhor na disputa? Veja os prós e contras dos dois na negociação de uma fatia no Santander, de acordo com analistas e fontes do mercado.
Bradesco
Depois de ter de se contentar com o segundo lugar no ranking dos maiores bancos brasileiros, após a compra do Unibanco pelo Itaú, em 2008, o Bradesco poderia se tornar o maior banco do país novamente com a compra de uma participação do Santander. Além de reforçar sua atuação no país, agregando à sua carteira de clientes contas globais e mais de 102 milhões de clientes, a transação seria ainda um belo jeito do Bradesco firmar seu plano de globalizar as operações.
A provável estratégia que está sendo desenhada pelo Bradesco para essa finalidade, de acordo com especialistas no setor, seria a mesma adotada pelo Itaú na compra do Bank Boston, em 2006: troca de ativos.
Na época, o BankBoston, controlado pelo Bank of America, recebeu cerca de 2,2 bilhões de dólares em ações do Itaú. “No caso do Santander, a troca seria de ativos mesmo porque o banco espanhol precisa de liquidez no momento, de garantias que comprovem a solidez do banco para com seus clientes”, diz um dos analistas. 
Em troca de seus ativos, o Bradesco poderia atuar nos escritórios do Espanhol em outras partes do mundo. E também poderia manter as duas bandeiras no Brasil, o que evitaria transtornos mais complicados de aprovação frente ao Cade.

Banco do Brasil
Com caixa livre de 56 bilhões reais, o Banco do Brasilseria outro potencial comprador da fatia do Santander no Brasil. Em 2000, com a compra do Banespa por 7 bilhões de reais, o Santander passou de quinto a terceiro maior banco privado do país. A compra da instituição pública nunca foi muito bem deglutida pelo Santander, principalmente no que diz respeito à integração dos sistemas, cuja robustez e exatidão sempre foram essenciais para o pagamento dos servidores provenientes do banco estatal.
Na negociação, o Banco do Brasil poderia fazer um acordo para ficar apenas com a invejável folha de pagamentos dos funcionários públicos do Estado de São Paulo, ainda em poder do Santander. “A folha conta com milhões de clientes captados a custo zero e com potencial imenso para venda de outros serviços”, afirma um consultor de bancos que preferiu não se identificar por prestar serviços às instituições.
A compra pelo Banco do Brasil ainda poderia ser, de quebra, aprovada com mais facilidade pelo Cade, diz o analista – bastaria que o governo realmente aprovasse a transação.
Coisa que não será tão fácil de acontecer. Nesta semana, notícia divulgada pelo Estadão afirma que a presidente Dilma Rousseff teria barrado a operação de compra das operações do Santander no país pelo Banco do Brasil. O motivo? Ela não querer ver um banco público colaborar com a concentração do setor.

* Atualizada às 20h01

Aécio: Chega de PT. Chega de falácia. Chega de corrupção


Enviado por Ricardo Noblat - 
25.5.2012
 | 18h58m
POLÍTICA


Senador tucano incorpora o papel de candidato à Presidência da República em encontro do PSDB mineiro: “Chega de PT. Chega de falácia. Chega de corrupção”. Na platéia, cerca de mil pré-candidatos a prefeito pelo partido no interior do estado gritavam: “Aécio presidente”; detalhe: Dilma também é mineira
247
O cenário era o Mercury, um sofisticado hotel na região centro-sul de Belo Horizonte. Lá, cerca de 1,5 militantes do PSDB participavam do encontro estadual do partido, realizado nesta sexta-feira. Pré-candidatos nas eleições de outubro aguardavam oportunidade de aparecer para lideranças estaduais como o governador Antonio Anastasia, o presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro ou o vice-governador, Alberto Pinto Coelho, do PP.


Mas a atenção estava voltada mesmo para o senador Aécio Neves. Ele sabia disso. Aos gritos de “Aécio presidente”, o ex-governador incorporou o papel de candidato à presidência da República como talvez nunca tenha feito antes:
“É a hora de Minas comandar o Brasil”, disse Aécio, para delírio dos tucanos presentes. “Chega de PT. Chega de falácia. Chega de corrupção”, discursou o presidenciável do PSDB. Mais tarde, falando para a imprensa já na saída do encontro, voltou a lançar farpas para os petistas: “O PT é um partido de pouca generosidade”. Continuou nessa linha ao falar do depoimento do contraventor Carlos Cachoeira esta semana, na CPI. “Achei estranho o ex-ministro da Justiça do PT sentado ali, corroborando com aquela cena absolutamente patética”.
Mas ainda fiel ao seu estilo mineiro, Aécio evitou dizer se lançava, ali, sua pré-campanha à presidência. “Antes de 2014 temos 2012”, saiu pela tangente o senador, se referindo às eleições municipais deste ano. Mas não precisava falar mais nada.

Agnelo, há juízes em Brasília



17:01:54

Foto: Google Imagens
Agnelo Queiroz tapeou os 875.612 cidadãos que o elegeram em 2010. Recentemente tentou tapear a Justiça, mas não conseguiu

Em 27 de maio de 2011 postei aqui no blog um pedido de socorro. O apelo não era pessoal, atendia aos anseios de pais e mães de portadores de doenças em minoria que, já naquela época, começavam a sentir na pele que as promessas de campanha não se cumpririam. Todos os brasilienses ainda aguardavam esperançosos o respeito de seu governador recém-eleito. ...

Eram passados apenas 4 meses e 27 dias da posse do “Novo Caminho”, eleito pela maioria dos brasilienses, e nada de concreto acontecia. Todos já se sentiam meio tapeados e aqueles que mais necessitam de atenção na saúde – e que haviam acreditado na promessa de que em três meses tudo estaria em funcionamento nesta área – constatavam que tudo o que foi dito em campanha esvaziava-se pelo ralo. Da mesma forma como acontece com os cínicos, corruptos, quadrilhas de colarinho branco e políticos que, para chegarem ao poder, prometem o céu, o mar, a terra. Vendem ainda sonhos que ao serem vistos, ouvidos e lidos no calor de uma campanha política conseguem fazer crer à população que há uma esperança. Em2010, este era o sonho de uma população triste e envergonhada pelas revelações da Caixa de Pandora.

No meu pedido de socorro feito naquele dia, lembrei a Agnelo e a seu secretário de Saúde, Rafael Barbosa, uma das coisas que foram prometidas: não iria faltar leite PKU aos fenilcetonúricos. Para quem não sabe, aos portadores da enfermidade, este leite é o mesmo que o ar que respiramos. As crianças vivem na dependência da Secretaria de Saúde do DF, uma vez que este leite não é vendido em nenhum lugar e só pode ser comprado pelo Estado. Confesso que até hoje não sei o motivo que leva um fornecedor a ter um único cliente – O Estado. A alegação é que como os consumidores são em número reduzido e por isso se enquadram em “doentes em minoria” o produto só pode ser vendido para o governo.

Mas ao invés de atender ao pedido feito, Agnelo buscou o caminho que entendeu mais fácil: moveu uma ação criminal contra o titular deste blog e tentou tapear também o nosso Judiciário, mas não conseguiu. Ao contrário do que deve pensar Agnelo – há juízes no Tribunal de Justiça do Distrito Federal que não se curvam a quem quer que seja.

Enquanto Agnelo tenta buscar sem sucesso o que seria a “reparação de sua honra”, os portadores de doenças em minoria permanecem na mesma situação crítica de sempre. Para os portadores de fibrose cística, por exemplo, estão faltando suplementos e enzimas. Aliás, justamente por isso, o senhor secretário de Saúde terá de se explicar ao Tribunal de Contas do DF. O leite PKU está sempre sob ameaça de faltar nos estoques do GDF; os hemofílicos continuam indignados com o desmonte do Hospital de Apoio; o Hemocentro não fornece a quantidade de remédios necessários; servidores que denunciam continuam a ser perseguidos. E o ainda pior: agora crianças morrem por falta de UTI neonatal, embora no Jornal Hoje exibido ontem o Ministério da Saúde afirme que não falta dinheiro.

Apesar disso, não é o que se vê. Os corredores dos hospitais estão a cada dia mais abarrotados como se fossem portas de abatedouros. O caos está instalado e sem qualquer perspectiva de trilhar o tal caminho prometido.

Quanto a nós, continuaremos na mesma linha, combatendo o caos instalado na saúde e em quaisquer das áreas onde a população seja tratada com descaso. Leia aqui a sentença

Por Edson Sombra

Fonte: com informações do TJDFT / TRE-DF / Redação - 25/05/2012

COMENTE:

Portabilidade de crédito imobiliário tem que ter custo reduzido para compensar


Para transferir o financiamento de um imóvel de R$ 200 mil de um banco para outro, por exemplo, os gastos em cartório e com a Prefeitura podem chegar a R$ 7 mil

iG São Paulo - Thatiane Faria Barroso, especial para o iG 
Getty Images
Taxas da portabilidade são três: ITBI, averbação de quitação do imóvel, registro do novo financiamento
No Brasil, os devedores podem transportar um crédito de um banco para outro - seja um pequeno empréstimo ou um financiamento imobiliário - desde 2006, por meio da chamada portabilidade de crédito. No entanto, apesar de funcionar bem quando se trata de linhas financiamento de produtos e veículos, a prática pode ser desvantajosa na categoria imobiliária, devido ao custo do processo.
Por isso mesmo, o governo anunciou na última semana estar buscando novas regras nesta área específica. E para tornar a portabilidade de crédito imobiliário mais viável, é preciso diminuir os gastos do tomador de crédito com documentos cartoriais e impostos relativos à transferência da propriedade, segundo especialistas.
Para transferir seu crédito imobiliário, o mutuário primeiro procura a nova instituição financeira para a qual deseja transferir o financiamento. Em seguida, se for aprovado pelo banco, será feita uma liquidação antecipada do valor do imóvel ao banco anterior, isto é, todo o saldo devedor será quitado pelo novo credor, explica Celso Petrucci, economista do Secovi-SP (Sindicato da Habitação).
De acordo com a Caixa Econômica Federal, qualquer contrato pode ser portado e as condições para receber transferências de financiamentos são as mesmas praticadas ao se iniciar um crédito.
Até aí, tudo parece bem. Mas como o imóvel fica no nome do banco durante um financiamento, no sistema de alienação fiduciária, a nova instituição deverá transferir o bem para si. E apesar da portabilidade não embutir nenhum custo bancário, existem três tarifas a serem pagas: a averbação de quitação do imóvel e o registro do novo financiamento, ambos custos cartoriais, e o ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis), taxa da prefeitura, complementa Petrucci.
Isso quer dizer que se o seu banco cobra 10,5% de juros ao ano e você quer mudar para outro que cobre 8,5%, isso é possível. Porém, “em um imóvel de R$ 200 mil, você poderá pagar até cerca de R$ 7 mil! Não vale a pena no fim das contas”, opina o economista.
O presidente do Canal do Crédito, Marcelo Prata, lembra também que esse valor deve ser desembolsado pelo mutuário de uma só vez ao fazer a portabilidade do crédito. Por isso, é preciso ficar atento se o comprador tem esta verba. Outro ponto importante citado por Prata é a diferença no valor a ser pago nas novas parcelas.
Parcelas podem ficar mais caras
Ele explica que é comum os financiamentos serem feitos no Sistema de Amortização Constante (SAC), o que significa que o valor das parcelas vai diminuindo com o tempo. No entanto, quando o mutuário muda de banco, é como se iniciasse um novo financiamento. E as parcelas podem começar mais altas para depois irem caindo aos poucos. Tudo isso deve ser levado em consideração.
O especialista inclui como impeditivo a dificuldade nos processos operacionais que o mutuário pode enfrentar, considerando que a portabilidade no crédito imobiliário não é tão comum. “Não é má vontade dos bancos. É complicado mesmo”, finaliza.
Prata apresenta uma situação em que a portabilidade pode compensar. “Para financiamentos contratados há três anos, financiando 80% do valor do imóvel e com prazo total de 360 meses, essa economia real acontece desde que a portabilidade leve a uma redução de 1,5% na taxa de juros”, diz.
Saiba quais são os custos de transferência de um imóvel
É possível ter uma ideia do quanto custaria fazer a portabilidade de crédito imobiliário do seu imóvel. Para isso deve-se somar:
- 2% do valor do imóvel em ITBI (no caso da prefeitura de São Paulo)
- Taxa de engenharia de R$ 250, de acordo com informações da Arisp (Associação dos Registradores Imobiliários de São Paulo)
- Averbação de quitação do financiamento
- Registro do novo financiamento
As duas últimas tarifas podem ser encontradas no site da Arisp, em uma tabela que varia com o valor da propriedade. Nesta tabela, há os valores dos imóveis e o total das respectivas taxas. Para imóveis que custam menos que R$ 500 mil, que fazem parte do SFH (Sistema Financeiro de Habitação), há um desconto de 50% neste total.
Por exemplo, em uma propriedade de R$ 300 mil, o ITBI custaria R$ 6 mil, mais R$ 250 de taxa de engenharia, averbação de R$ 210,49 e R$ 765,17 no novo registro. O mutuário teria que desembolsar, de uma só vez, R$ 7.225,66 para realizar a portabilidade.
Soluções
Assim como o governo anunciou que está estudando novas regras para facilitar o processo da portabilidade na categoria imobiliária, a Arisp informou que os registradores de imóveis também estão buscando alternativas para facilitar esta prática.
Na opinião de Celso Petrucci, do Secovi-SP, é necessário alguma mudança na lei de registros, permitindo apenas uma averbação ou um contrato, ou a criação de descontos no ITBI para este tipo de operação.
Para o presidente do Canal do Crédito, a integração digital entre os cartórios poderia facilitar a portabilidade. Principalmente quando o imóvel estiver localizado em municípios distantes do mutuário, já que não seria necessária a presença dele no local.
A partir do momento em que o processo for simplificado, pode haver um aumento no número de portabilidades e “é aí que os bancos terão que se adaptar”, completa Prata.

Os bons companheiros - CPMI do Cachoeira


Por Demétrio Magnoli em 25/05/2012 na edição 695 - Observatório de Imprensa

Reproduzido do Estado de S.Paulo, 24/5/2012; intertítulos do OI

De “caçador de marajás” Fernando Collor transfigurou-se em caçador de jornalistas. Na CPI do Cachoeira seu alvo é Policarpo Jr., da revista Veja, a quem acusa de se associar ao contraventor “para obter informações e lhe prestar favores de toda ordem”. Collor calunia, covardemente protegido pela cápsula da imunidade parlamentar. Os áudios das investigações policiais circulam entre políticos e jornalistas – e quase tudo se encontra na internet. Eles atestam que o jornalista não intercambiou favores com Cachoeira. A relação entre os dois era, exclusivamente, de jornalista e fonte – algo, aliás, registrado pelo delegado que conduziu as investigações.
Jornalistas obtêm informações de inúmeras fontes, inclusive de criminosos. Seu dever é publicar as notícias verdadeiras de interesse público. Criminosos passam informações – verdadeiras ou falsas – com a finalidade de atingir inimigos, que muitas vezes também são bandidos. O jornalismo não tem o direito de oferecer nada às fontes, exceto o sigilo, assegurado pela lei. Mas não tem, também, o direito de sonegar ao público notícias relevantes, mesmo que sua divulgação seja do interesse circunstancial de uma facção criminosa.
Os áudios em circulação comprovam que Policarpo Jr. seguiu rigorosamente os critérios da ética jornalística. Informações vazadas por fontes diversas, até mesmo pela quadrilha de Cachoeira, expuseram escândalos reais de corrupção na esfera federal. Dilma Rousseff demitiu ministros com base nessas notícias, atendendo ao interesse público. A revista em que trabalha o jornalista foi a primeira a publicar as notícias sobre a associação criminosa entre Demóstenes Torres e a quadrilha de Cachoeira – uma prova suplementar de que não havia conluio com a fonte. Quando Collor calunia Policarpo Jr., age sob o impulso da mola da vingança: duas décadas depois da renúncia desonrosa, pretende ferir a imprensa que revelou à sociedade a podridão de seu governo.
Inteligência e tortura
A vingança, porém, não é tudo. O senador almeja concluir sua reinvenção política inscrevendo-se no sistema de poder do lulopetismo. Na CPI opera como porta-voz de José Dirceu, cujo blog difunde a calúnia contra o jornalista. Às vésperas do julgamento do caso do mensalão, o réu principal, definido pelo procurador-geral da República como “chefe da quadrilha”, engaja-se na tentativa de desqualificar a imprensa – e, com ela, as informações que o incriminam.
O mensalão, porém, não é tudo. A sujeição da imprensa ao poder político entrou no radar de Lula justamente após a crise que abalou seu primeiro mandato. Franklin Martins foi alçado à chefia do Ministério das Comunicações [N. da R.: Na realidade, da Secretaria da Comunicação Social da Presidência da República, com status de ministro] para articular a criação de uma imprensa chapa-branca e, paralelamente, erguer o edifício do “controle social da mídia”.
A sucessão, contudo, representou uma descontinuidade parcial, que se traduziu pelo afastamento de Martins e pela renúncia ao ensaio de cerceamento da imprensa. Dirceu não admitiu a derrota, persistindo numa campanha que encontra eco em correntes do PT e mobiliza jornalistas financiados por empresas estatais. Policarpo Jr. ocupa, no momento, o lugar de alvo casual da artilharia dirigida contra a liberdade de informar.
No jogo da calúnia, um papel instrumental é desempenhado pela revista Carta Capital. A publicação noticiou falsamente que Policarpo Jr. teria feito “200 ligações” telefônicas para Cachoeira. Em princípio, nada haveria de errado nisso, pois a ética nas relações de jornalistas com fontes não pode ser medida pela quantidade de contatos. Entretanto, por si mesmo, o número cumpria a função de arar o terreno da suspeita, preparando a etapa do plantio da acusação, a ser realizado pela palavra sem freios de Collor. Os áudios, entretanto, evidenciaram a magnitude da mentira: o jornalista trocou duas – não 200 – ligações com sua fonte.
A revista não se circunscreveu à mentira factual. Um editorial, assinado por Mino Carta, classificou a suposta “parceria Cachoeira-Policarpo Jr.” como “bandidagem em comum” (ver “Trevas ao meio-dia”). Editoriais de Mino Carta formam um capítulo sombrio do jornalismo brasileiro. Nos anos seguintes ao AI-5, o atual diretor de redação da CartaCapital ocupava o cargo de editor de Veja, a publicação em que hoje trabalha o alvo de suas falsas denúncias. Os editoriais com a sua assinatura eram peças de louvação da ditadura militar e da guerra suja conduzida nos calabouços.
Um deles, de 4 de fevereiro de 1970, consagrava-se ao elogio da “eficiência” da Operação Bandeirante (Oban), braço paramilitar do aparelho de inteligência e tortura do regime, cuja atuação “tranquilizava o povo”. O material documental está disponível no blog do jornalista Fábio Pannunzio,sob a rubrica “Quem foi quem na ditadura”.
Interesse vitais
Na Veja de então, sob a orientação de Carta, trabalhava o editor de Economia Paulo Henrique Amorim. A cooperação entre os cortesãos do regime militar renovou-se, décadas depois, pela adesão de ambos ao lulismo. Hoje Amorim faz de seu blog uma caixa de ressonância da calúnia de Carta dirigida a Policarpo Jr.
O fato teria apenas relevância jurídica se o blog não fosse financiado por empresas estatais: nos últimos três anos, tais fontes públicas transferiram bem mais de R$ 1 milhão para a página eletrônica, distribuídos entre a Caixa Econômica Federal (R$ 833 mil), o Banco do Brasil (R$ 147 mil), os Correios (R$ 120 mil) e a Petrobrás (que, violando a Lei da Transparência, se recusa a prestar a informação).
Dilma não deu curso à estratégia de ataque à liberdade de imprensa organizada no segundo mandato de Lula. Mas, como se evidencia pelo patrocínio estatal da calúnia contra Policarpo Jr., a presidente não controla as rédeas de seu governo – ao menos no que concerne aos interesses vitais de Dirceu. A trama dos bons companheiros revela a existência de um governo paralelo, que ninguém elegeu.
***
[Demetrio Magnoli é sociólogo e doutor em Geografia Humana pela USP]

COMENTE ESTE ARTIGO

Blog de menina com críticas a merenda obriga escola a mudar cardápio


Camilla Costa
Atualizado em  25 de maio, 2012 - 07:03 (Brasília) 10:03 GMT
Martha Payne. | Foto: Arquivo pessoal
Martha começou o blog porque queria 'escrever como jornalista'
Uma menina escocesa de 9 anos provocou mudanças na alimentação de sua escola depois de fazer um blog que teve mais de 1 milhão de visitações e acabou rendendo um tuíte de apoio do conhecido chef Jamie Oliver.
Martha Payne fotografava seus lanches com a permissão da escola e postava as fotos diariamente em seu blog "Never seconds" ("Nunca repetir o prato", em tradução adaptada), com comentários e notas sobre a comida.
Entre os aspectos avaliados pela menina, estão a qualidade da comida, a quantidade de "garfadas" em uma porção e o número de fios de cabelo encontrados.
A repercussão do blog fez com que o conselho municipal de Argyll, na Escócia, se pronunciasse sobre o assunto e fizesse uma visita à escola da menina. O cardápio da merenda, segundo ela e seu pai, Dave, também melhorou, ainda que temporariamente.
"Dá para ver no blog que a comida voltou a piorar", disse ele à BBC Brasil.
Pai e filha foram convidados para um encontro realizado pelo chef escocês Nick Nairn, autor de diversos livros e apresentador de programas de TV, que também terá políticos e ativistas da alimentação saudável em escolas.

Fotos 'chocantes'

Almoço de Martha Payne. | Foto: Arquivo pessoal
Em um dos primeiros almoços fotografados, a menina reclamou da pouca quantidade de comida
A ideia de criar o blog, segundo Dave Payne, surgiu quando Martha chegou em casa comentando sobre um texto "jornalístico" que teve que fazer para um trabalho escolar.
"Ela chegou dizendo que queria escrever como uma jornalista todos os dias e achamos que um blog seria a melhor ideia", conta o pai.
Desde então, a menina, que vive com a família em uma fazenda, passou a postar fotos do que comia diariamente, com comentários sobre o cardápio.
"A coisa boa deste blog é que meu pai entende por que eu estou com fome quando chego em casa", disse ela em um dos posts.
As primeiras fotos de Martha, de acordo com seu pai, foram reveladoras. As refeições, sempre em porções pequenas, incluíam pizza, hambúrgueres, frituras, poucas verduras e nenhuma fruta.
"Para ela, as fotos eram completamente normais. Para mim, foram chocantes, terríveis. Quase tão chocante quanto isso era o fato de que as crianças achavam aquela comida normal. Ela reclamava um pouco em casa, mas eu não dei muita atenção", disse Dave.
Pouco depois do primeiro post de Martha, ele escreveu em seu perfil de Twitter sobre o blog da filha. "Na primeira meia hora, três pessoas tinham visto o blog. No dia seguinte, eram mais de 20 mil", conta. Agora, um mês depois, o "Never seconds" já contabiliza cerca de 1,2 milhão de visitantes.
Alertado por internautas sobre o projeto, o chef Jamie Oliver chegou a mandar uma mensagem para a menina através do Twitter: "Blog chocante, mas inspirador. Continue! Com amor, Jamie".

Mudanças

Almoço de Martha Payne. | Foto: Arquivo pessoal
Após a "mudança", a merenda escolar passou a ter mais vegetais
O sucesso do blog colocou o governo local em uma saia justa. Em uma entrevista à BBC escocesa, uma representante do conselho municipal de Argyll afirmou que o almoço servido na escola não tinha problemas.
"Ela disse que não havia nada errado com a comida e que a culpa era de Martha porque ela escolheu os alimentos errados, mas ela escolhe tudo o que pode todos os dias", afirma Payne.
"Mesmo irritados, não quisemos dar mais entrevistas e nos envolver, mas depois disso a comida melhorou na escola. Coisas que ela nunca viu começaram a aparecer no cardápio. Membros do conselho foram visitar a escola com jornalistas e a comida era muito diferente."
Os estudantes também passaram, a partir daquele dia, a ter direito a porções ilimitadas de salada, frutas e pão, além da opção de se servir novamente do que quisessem.
Martha chamou o blog de "Nunca pela segunda vez" porque não era permitido que ela repetisse o prato, o que frequentemente a deixava com fome.
"Pela primeira vez eu vi no almoço tomates-cereja, rabanetes, cenouras e pedaços de pepino. Eu escolhi macarrão com queijo, purê de batatas, pepino e pimentões. O macarrão com queijo é sempre bom, mas eu comeria mais. Hoje me perguntaram pela primeira vez: 'É o suficiente para você?'", escreveu a menina no dia da visita.

COMENTE O ARTIGO