segunda-feira, 30 de julho de 2012

Jovens que espancaram rapaz que defendia mendigo não vão a júri popular Juiz decide que caso em que jovem sofreu 20 fraturas no crânio na Ilha do Governador não foi tentativa de homicídio


RIO - Os jovens que espancaram Vitor Suarez Cunha na Ilha do Governador em fevereiro deste ano quando ele defendia um mendigo não vão a júri popular, decidiu o Tribunal de Justiça do Rio na última sexta-feira. Segundo o juiz Murilo Kieling, da 3ª Vara Criminal da capital, as provas apresentadas nos autos não comprovam que Tadeu Assad Farelli Ferreira, William Bonfim Nobre Freitas, Fellipe de Melo Santos, Edson Luis dos Santos Junior e Rafael Zanini Maiolino tinham intenção de matar quando agrediram Cunha.
O magistrado decidiu devolver o caso para uma vara criminal comum, que agora vai analisar novamente a denúncia e as provas. Para ele, a violência das lesões não necessariamente torna a agressão uma tentativa de homicídio, que só seria comprovada com a intenção de matar.
Na sentença, Kieling determinou ainda a revogação da prisão preventiva de Zanini. Em relação aos outros quatro acusados, a prisão preventiva foi convertida na proibição de contato com Cunha, a obrigação de se apresentaram perante à Justiça mensalmente; a proibição de saírem do estado do Rio sem autorização judicial; e de saírem de casa entre às 20h e 6h, exceto em casos de emergência médica ou quando autorizados previamente pela Justiça.
Vitor Suarez Cunha, de 22 anos, foi espancado na Ilha do Governador pelos cinco acusados na noite do dia 2 de fevereiro ao defender um mendigo que era agredido pelo grupo. O rapaz foi derrubado no chão e atingido por vários chutes na cabeça e só não teria sofrido mais agressões porque um amigo teria se jogado sobre ele para protegê-lo.
Cunha teve 20 fraturas diferentes em 15 ossos da face e passou por inúmeras cirurgias, nas quais teve 63 parafusos, oito placas e duas telas de titânio implantadas no crânio. Além disso, fez um enxerto ósseo. Ao ter alta do hospital uma semana após a agressão, Vitor afirmou:
— Não me considero herói, mas faria tudo novamente se preciso fosse. Fui lá apenas para conversar. Convencer os agressores a pararem com o que estavam fazendo. Faria tudo de novo hoje, amanhã - disse ele, na época.

 

COMENTÁRIO Lula e Eduardo, por Ricardo Noblat



Foi meio azeda a conversa recente entre Lula e Eduardo Campos, governador de Pernambuco, a respeito da decisão do PSB de disputar a prefeitura do Recife, feudo do PT há 12 anos.
Eduardo preside o PSB.
Lula não gostou da aliança de Eduardo com o senador Jarbas Vasconcelos, do PMDB, duro opositor do seu governo.
"Presidente, não fui à casa de Jarbas me entender com ele. Foi ele que veio à minha", observou Eduardo.
Em seguida, garantiu: "Se para crescer o PSB concluir que em 2014 deve lançar candidato a presidente ou fazer outro tipo de aliança, o senhor será o primeiro a saber. Eu mesmo lhe direi".

Fim do mundo, por Elton Simões



Em uma das entradas da Universidade de Victoria, sempre encontro um sujeito que, todos os dias, garante que o fim dos tempos está chegando. Segundo ele, a conspiração armada por Satã inevitavelmente resultará em nossa extinção.
Ele não é muito especifico em relação à data ou às circunstancias do fim. Também não consegui entender muito bem porque Satã estaria provocando o fim do mundo, nem o que ele fará com seu tempo vago depois que o mundo acabar. Mas o fato é que ele garante que o fim dos tempos está próximo. Muito próximo.
Já lá se vão três anos que esse sujeito está por ali. Talvez ele e eu tenhamos noções diferentes sobre o que é “próximo”. Eu, cá do meu lado, diria que três anos já é tempo suficiente para abalar sua credibilidade como profeta. Ele provavelmente discorda e por isso fica ali pregando o fim do mundo com data marcada, mas não divulgada.


Parece que denunciar conspirações é uma ocupação popular nestes dias em que o imediatismo reina. Ligada à fornalha da curiosidade, a sede insaciável por entretenimento demanda roteiros de histórias com desfechos rápidos e emocionantes condensados em algumas horas, como se fosse um filme.
Explicar tudo através de tramas e conspirações com desfechos inevitáveis onde cada um de nós é um espectador ou participante involuntário torna tudo mais fácil de ser justificado.
Seja lá como for a vida não é nem tão dinâmica, nem pode ser editada ao sabor da nossa sede de novidades. A existência é construída em pequenos atos diários, constantes e, na maior parte das vezes, sem qualquer glamour.
Esses atos vão, a cada segundo, minuto após minuto, construindo a trajetória e a identidade de cada um de nós.
A essência de cada um se revela todos os dias. É com tempo, consistência e valores que se constroem as trajetórias. Erros e acertos se misturam com tropeços e reerguimentos e, a cada passo, moldam aquilo que somos ou nos tornamos.
A construção das coisas verdadeiramente importantes acontece em velocidade lenta e imperceptível. Por isso, tudo o que é bom é também frágil e precisa ser cuidado. O patrimônio ético de cada um é conquistado diariamente, a cada segundo, em cada decisão, por menor que seja.
É a somatória das ações de cada um que forma a jornada da existência. Credibilidade e honra são patrimônios que demoram a ser construídos, mas cuja posse é precária. Credibilidade se constrói em capítulos, mas se perde em parágrafos. Honra é aquilo que ninguém dá e ninguém toma.

Elton Simões mora no Canadá há 2 anos. Formado em Direito (PUC); Administração de Empresas (FGV); MBA (INSEAD), com Mestrado em Resolução de Conflitos (University of Victoria). Email: esimoes@uvic.ca. Escreve aqui às segundas-feiras.

OBRA-PRIMA DO DIA - CATEDRAIS BIZANTINAS Arquitetura - Catedral de Smolensk (1524)



O Convento de Novodevichy, ou Novo Convento das Donzelas, fui fundado em 1524 por Vasily III em comemoração à recaptura de Smolensk das mãos dos lituanos, em 1514.
A principal igreja do convento, a Catedral da Assunção, foi dedicada ao ícone conhecido como Mãe de Deus; reza a tradição que o ícone foi pintado por São Lucas, o Evangelista.
O convento é uma miniatura do Kremlim; as magníficas cinco cúpulas de sua catedral seguem o estilo da Catedral da Assunção, que fica dentro do Kremlim.
 
 No início do século XVII, durante o reinado de Boris Godunov, as paredes da catedral foram ornamentadas com afrescos representando episódios históricos da luta pela criação de um Estado russo unido.
Em 1680, uma equipe de artistas e artesãos criou uma das obras mais lindas da época: um iconostasis todo em ouro. Iconostasis é uma parede ou biombo divisório decorado com ícones, que separa a nave da igreja do Santuário. O biombo da Catedral de Smolensk atrai visitantes do mundo inteiro (foto abaixo).
 
A Torre do Sino, semelhante à famosa Torre do Sino que Ivan, o Terrível, fez construir no Kremlin, foi erguida entre 1689 e 1690 e consiste numa estrutura hexagonal coroada por uma cúpula dourada. As muralhas de fortificação do convento são anteriores à catedral, e datam do final do século XVI.
 
 O cemitério, que faz parte do complexo, é dividido em Velho e Novo. No Novo Cemitério estão enterrados alguns notáveis, tais como Tchecov, Maiakosvsky, Gogol, Stanislavsky, os Tretiakov e Nikita Kruschev.
Em 1922, o convento foi fechado por ordem dos soviéticos, as freiras expulsas e o convento transformado no Museu da Emancipação da Mulher. Em 1964, tornou-se residência oficial do Metropolitano da Igreja Ortodoxa.
Hoje, todo o complexo, que inclui o convento e suas dependências, as muitas capelas, o refeitório, as dependências dos criados, além, como é óbvio (e como nunca deixou de estar), a Catedral, está aberto ao público.

Smolensk, Rússia

Mulher de Cachoeira tentou chantagear juiz com suposto dossiê Andressa Mendonça foi multada em R$ 100 mil e terá que se afastar de bicheiro




Andressa Mendonça, mulher de Cachoeira, ao deixar a Justiça Federal de Goiás, no último dia 24 Foto: Givaldo Barbosa / O Globo

Andressa Mendonça, mulher de Cachoeira, ao deixar a Justiça Federal de Goiás, no último dia 24GIVALDO BARBOSA / O GLOBO
GOIÂNIA - Andressa Mendonça, mulher do contraventor Carlinhos Cachoeira, tentou chantagear o juiz federal Alderico Rocha Santos, da 11ª Vara Federal de Goiânia, com um suposto dossiê, que tinha informações supostamente comprometedoras contra o magistrado. O objetivo era obter uma decisão favorável para seu marido. O juiz reagiu e fez um relato do caso ao Ministério Público Federal. Depois de analisar o caso, o MP pediu a prisão dela, que pode acontecer a partir de quarta-feira, caso ela não pague R$ 100 mil de fiança.
 Ela teve a desfaçatez de ir à Justiça Federal tentar chantagear ojuiz. Ele deve ter ficado perplexo. Foi muita ousadia da parte dela -disse uma autoridade que está acompanhando caso de perto.
Santos é o juiz que está conduzindo o processo contra o bicheiro e mais sete réus, por corrupção e formação de quadrilha armada, aberto após investigações da Operação Monte Carlo.
De acordo com informações da Polícia Federal concedidas nesta segunda-feira, Andressa, já foi liberada e terá um prazo maior para pagar a fiança. Além disso, a PF definiu que ela não poderá ter qualquer contato com envolvidos na operação Monte Carlo, que levou à prisão de Cachoeira, inclusive com o marido. Mais cedo, Andressa foi levada para prestar esclarecimentos à Polícia Federal. Os agentes da PF cumpriram mandado de busca e apreensão em sua casa, antes de encaminhá-la ao depoimento.
Na última quarta-feira, o Ministério Público Federal pediu à Polícia Federal que abra inquérito para apurar o suposto uso de Andressa como laranja de Cachoeira. Documentos apreendidos na Operação Monte Carlo indicam que Cachoeira negociou a compra de uma fazenda de R$ 20 milhões entre Luziânia e Santa Maria, a cem quilômetros de Brasília, e passou para o nome da namorada.
CPI do Cachoeira também já marcou a data para o depoimento da atual mulher do bicheiro Carlinhos Cachoeira e da ex-esposa do contraventor, Andréa Aprígio, na comissão que investiga as relações de Carlos Augusto Ramos com políticos e empresários. Ambas vão se apresentar à CPI no próximo dia 7 de agosto.

Mensalão: A quem se queixar, por Ricardo Noblat


COMENTÁRIO


Queixem-se ao bispo, mensaleiros! Ou a Lula e Dirceu, pais da ideia de criar a CPI do Cachoeira para se vingarem de Marconi Perillo, governador de Goiás, o primeiro a farejar o mensalão. E de parte da imprensa que denunciou escândalos ao longo do governo Lula.
A CPI serviria também para adiar o julgamento dos mensaleiros ou dividir com ela a atenção do público.
Deu errado.
Apressou-se o julgamento. E ninguém apressa julgamento para absolver os réus.