domingo, 26 de agosto de 2012

O PAÍS DA FANTASIA


Anhangüera
Recentemente disciplinas como pontes e grandes estruturas, drenagem rodoviária, portos, geometria descritiva 2 e 3 (antiga GD do primeiro ano das escola de Engenharia) foram retiradas ou tornadas optativas (eletivas, conforme a faculdade) nas universidades.  Sem “grandes estruturas” no currículo, os novos engenheiros não serão muito mais que os antigos técnicos do CTU. Projetar sem o treinamento da GD? Fazer estradas sem conhecer – e conhecer bem – Drenagem? Desculpe, mas não tenho outra expressão: Poooootaquiupariuderoda! O CREA está precisando intitucionalizar uma prova como a da OAB – só teria o título de engenheiro quem passar. Como verão abaixo, se os CRM não endurecerem, os cotistas da medicina irão matar gente de montão. 
Dizem também os fardados que já estão imitando o som dos tiros nos treinamentos do exercito, por falta de munição. (Tão brincando de mocinho e bandido). E falta grana para a comida, por isso os recos só fazem meio turno no sábado – para almoçarem em casa.  A petralhada tá fazendo a gente ter saudades da ditadura…
Médicos reprovados – Os resultados do projeto-piloto criado pelos Ministérios da Saúde e da Educação para validar diplomas de médicos formados no exterior confirmaram os temores das associações médicas brasileiras. Dos 628 profissionais que se inscreveram para os exames de proficiência e habilitação, 626 foram reprovados e apenas 2conseguiram autorização para clinicar. A maioria dos candidatos se formou em faculdades argentinas, bolivianas e, principalmente, cubanas. As escolas bolivianas e argentinas de medicina são particulares e os brasileiros que as procuram geralmente não conseguiram ser aprovados nos disputados vestibulares das universidades federais do País. As faculdades cubanas, a mais conhecida é a Escola Latino-Americana de Medicina (Elam) de Havana, são estatais e seus alunos são escolhidos não por mérito, mas por afinidade ideológica. Os brasileiros que nelas estudam não se submeteram a um processo seletivo, tendo sido indicados por movimentos sociais, organizações não governamentais e partidos políticos. Dos 160 brasileiros que obtiveram diploma numa faculdade cubana de medicina, entre 1999 e 2007, 26 foram indicados pelo Movimento dos Sem-Terra (MST).
Desde que o PT, o PC do B e o MST passaram a pressionar o governo Lula para facilitar o reconhecimento de diplomas cubanos, o Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira têm denunciado a má qualidade da maioria das faculdades de medicina da América Latina, alertando que os médicos por elas diplomados não teriam condições de exercer a medicina no País. As entidades médicas brasileiras também lembram que, dos 298 brasileiros que se formaram na Elam, entre 2005 e 2009, só 25 conseguiram reconhecer o diploma no Brasil e regularizar sua situação profissional. Por isso, o PT, o PC do B e o MST optaram por defender o reconhecimento automático do diploma, sem precisar passar por exames de habilitação profissional – o que foi vetado pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Médica Brasileira. Para as duas entidades, as faculdades de medicina de Cuba, da Bolívia e do interior da Argentina teriam currículos ultrapassados, estariam tecnologicamente defasadas e não contariam com professores qualificados. Em resposta, o PT, o PC do B e o MST recorreram a argumentos ideológicos, alegando que o modelo cubano de ensino médico valorizaria a medicina preventiva, voltada mais para a prevenção de doenças entre a população de baixa renda do que para a medicina curativa. No marketing político cubano, os médicos “curativos” teriam interesse apenas em atender a população dos grandes centros urbanos, não se preocupando com a saúde das chamadas “classes populares”. Entre 2006 e 2007, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara chegou a aprovar um projeto preparado pelas chancelarias do Brasil e de Cuba, permitindo a equivalência automática dos diplomas de medicina expedidos nos dois países, mas os líderes governistas não o levaram a plenário, temendo uma derrota. No ano seguinte, depois de uma viagem a Havana, o ex-presidente Lula pediu uma “solução” para o caso para os Ministérios da Educação e da Saúde. E, em 2009, governo e entidades médicas negociaram o projeto-piloto que foi testado em 2010. Ele prevê uma prova de validação uniforme, preparada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do MEC, e aplicada por todas as universidades. Por causa do desempenho desastroso dos médicos formados no exterior, o governo – mais uma vez cedendo a pressões políticas e partidárias – pretende modificar a prova de validação, sob o pretexto de “promover ajustes”. As entidades médicas já perceberam a manobra e afirmam que não faz sentido reduzir o rigor dos exames de proficiência e habilitação. Custa crer que setores do MEC continuem insistindo em pôr a ideologia na frente da competência profissional, quando estão em jogo a saúde e a vida de pessoas.

Com renda de até R$ 12 mil mensais, mães do DF sustentam a família com dinheiro da prostituição


Posted: 26 Aug 2012 08:17 AM PDT
Gustavo Frasão, R7

Elas são mães, casadas ou noivas e sustentam a família com o dinheiro dos programas. Elas ganham bem, recebem de R$ 8 mil a R$ 12 mil mensais. Estudam, fazem faculdade e todas têm planos para tentar melhorar de vida.

Bruna*, de 29 anos, não tinha intenção em ser garota de programa. Sua relação com a prostituição aconteceu por uma "fatalidade da vida". Aos 14 anos, ela engravidou do ex-marido e teve uma surpresa.

— Quando fomos morar juntos eu descobri que ele era dono de um prostíbulo. Ou seja, ao mesmo tempo que era mulher dele acabava trabalhando como prostituta para ajudar na renda familiar. Muita gente nem sequer desconfiava que eu era menor de idade, porque não tinha corpo de menina.
Elas são casadas, noivas e têm filhos, mas tentam esconder da família a profissão
Com o dinheiro ganho nos programas, Bruna adquiriu independência financeira e aprendeu a administrar a própria vida. Aos poucos, ela conseguiu realizar um sonho.

— Sempre quis ser psicóloga. Decidi entrar na faculdade e paguei todo o curso com o dinheiro dos programas. Foi uma batalha dura, mas consegui me formar. Na sala, apenas as pessoas mais próximas sabiam da minha situação.

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Formada há oito anos, a jovem diz que tentou trabalhar na área (psicologia) e até arriscou outras profissões, mas não conseguiu sair da prostituição.

— Tenho um filho de dez anos e sou casada há quatro [anos]. Eles acham que eu sou gerente de uma casa noturna. Para não correr riscos, tentei ser vendedora, mexi com telemarketing, mas nenhuma profissão paga o que recebo hoje, algo em torno de R$ 12 mil.

Internet
A internet também tem facilitado o trabalho dessas garotas de programa, que encontraram uma maneira mais discreta, segura e eficaz de anunciar os serviços. Nos perfis de sites de relacionamento elas se definem como "acompanhantes". Normalmente têm entre 18 e 35 anos e a maioria tem ou está fazendo algum curso superior. O valor médio da hora é de R$ 280, dependendo do dia, horário e situação.

Para essas mulheres, que não podem mostrar a vida profissional aos familiares, a rede virtual trouxe segurança e privacidade. Elas conseguem mostrar o corpo sem divulgar o rosto e usam emails e números diferentes dos que a família e amigos próximos conhecem. Desta forma, fica mais fácil conciliar a prostituição, estudos e a vida pessoal.

É o caso de Camila*, de 28 anos. A jovem mantém seu anúncio virtual em sites especializados de Brasília e tem a própria página pessoal. Ela formou-se em administração de empresas no meio do ano e acredita que a formação trouxe clientes mais exigentes, refinados e requintados.

— Eles pagam mais pela hora e nem sempre é preciso fazer sexo. Às vezes, quem me procura quer apenas uma companhia, um bom bate-papo. Tenho uma excelente qualidade de vida, falo vários idiomas. Paguei toda minha faculdade com o dinheiro da prostituição. Consegui comprar meu carro, alguns objetos de valor e faço viagens com frequência, para diversos lugares do mundo. Também faço aplicação mensal do meu dinheiro para que ele nunca falte. Tenho uma vida digna.

Apesar de estar bem-sucedida neste momento na vida profissional, Camila contou à reportagem do R7 que tem como meta passar em algum concurso público até o fim do ano.

— Continuo atendendo aos meus clientes e faço cursinho. Preciso ter um excelente emprego garantido para sair da prostituição, até porque tenho uma filha de três anos e um marido que nem sonham que trabalho com isso.

A estudante de educação física Eloísa*, de 23 anos, conta que iniciou no mundo da prostituição para se "vingar" do ex-namorado.

— Tinha 18 anos e namorava há cinco, quando descobri que estava sendo traída. Por vingança, decidi traí-lo também e acabei virando garota de programa. Hoje vivo disso, é minha principal fonte de renda. Pago minha faculdade e tenho uma qualidade de vida que é para poucos.

Mas Eloísa tem planos altos para o futuro. A moça diz que pretende largar a prostituição quando se formar, porque vai abrir o próprio negócio.

— Vou abrir minha academia e mudar de vida. Estou noiva e ele não sabe disso. Ainda não temos previsão para o casório, mas moramos juntos. Quando oficializarmos tudo, eu digo adeus de uma vez por todas para essa vida.

A exemplo de Eloísa, a psicóloga Bruna também pretende deixar a prostituição. Ela reconhece que o sucesso é temporário e que se não tiver um plano B pode passar por apertos no futuro.

— Não dá para ficar para sempre, meu corpo não aguentaria. Para ter um futuro garantido estou guardando dinheiro, fazendo bons investimentos e aplicações. Uma hora eu paro, sim, espero que não demore tanto tempo. Tenho medo que meu filho e marido descubram, então não posso vacilar.

JARDIM




Duda Sanmartini
Jardim, palavra de origem hebraica, gan – proteger, defender;  éden – encanto, paraíso, delícia, satisfação. Desta forma o paisagista nada mais é que um protetor das delícias do edem.Concordam?  Estou pelo meio do meu curso de paisagismo e resolvi que prefiro a derivação, Jardineira, ao titulo paisagista, que me perdoem os que pensam de forma diferente.
Preparar um jardim é muito mais que dispor plantas, é estudar os hábitos de quem vai freqüentá-lo, e cuidar e nutrir cada muda para que cresçam saudáveis.
Tudo na natureza é mutável, você já não é o mesmo de 10 minutos atrás, assim também acontece com as plantas, vão crescer dar flores e frutos e quando já não forem mais capazes de passar pelos ciclos das estações, vão começar a murchar e morrerão.
Pensando bem, ando tão meditativa, deveria ser assim também com o ser humano, ciclos de mudanças e aprendizado permanente. Produtividade não quer dizer juventude, nem quero matar todos os velhinhos, antes que me entendam de forma errada. Jatobás são nobres e vivem muito mais que se pode imaginar, produzem frutos, que quando maduros ficam cobertos por uma espécie de farinha de cheiro forte e paladar agradável e é utilizada na fabricação de bolos, pães e geléias. A resina é utilizada em medicina popular. Fora a sombra que oferece, ela faz diferença, já que é típica dos cerrados e caatinga.

Itamaraty endurece o tom com a Síria


A guerra civil na Síria já tomou proporções grandes o suficiente para que o Brasil retirasse seus diplomatas do país. Foram 7 meses de espera até que o Itamaraty tomasse a decisão. Em 20 de julho a embaixada brasileira foi transferida para o Líbano e, com ela, seus respectivos diplomatas. O próprio Itamaraty justificou a atitude pela falta de segurança e o ministro Antonio Patriota explicou: “A situação está se deteriorando e há um grau elevado de imprevisibilidade”. A mudança aconteceu logo após a morte do ministro da Defesa do país, o general Daud Rajha. Mas a saída dos diplomatas não significou um corte nas relações diplomáticas e, muito menos, deixou de ser mantida a imparcialidade brasileira diante do conflito instalado, mesmo tendo o Ministério aumentado seu tom de dureza. ...


Quase um mês depois, o embaixador da Síria no Brasil, Mohammed Khaddour, convidou os diplomatas brasileiros a retornarem ao país e aproveitou para nos tecer elogios. Ele afirmara não ter visto mudança na posição brasileira diante do regime e que o Brasil tem mantido uma política coerente a favor do diálogo. Aproveitou para classificar os rebeldes como terroristas.

Mas a declaração do embaixador contrasta com as posições brasileiras dos últimos meses. Em maio, Patriota afirmou que “a disposição para um diálogo não deve ser caracterizada como elogio; é o mínimo que se espera”. Já no início de junho, a embaixadora Maria Nazareth Farani Azevêdo fez um pronunciamento duro no Conselho de Direitos Humanos da ONU. Segundo ela, “é imperativo que o governo sírio coopere plenamente com a Missão de Supervisão da ONU na Síria”, e que “o Brasil insta a Comissão de Inquérito a investigar as mortes e estabelecer responsabilidades por esses crimes”.

Em julho, antes de retirar seus diplomatas, o Itamaraty emitiu nota afirmando tomar, finalmente, conhecimento “com grande preocupação” da utilização de armas pesadas contra os civis sírios. A posição oficial do governo foi de que “o Brasil insta o governo sírio a romper imediatamente quaisquer ações militares contra civis desarmados”. A embaixadora brasileira na ONU, Maria Luiza Ribeiro Viotti, classificou o conflito como guerra civil, sendo a demonstração mais forte do Itamaraty diante da crise. Já a presidente Dilma não descartou que o Brasil adote as sanções econômicas ao governo de Assad e declarou que “o país está aberto a qualquer discussão a respeito”.

Enquanto isso o Irã, um dos maiores aliados de Assad, convidou o Brasil a participar de uma reunião, que aconteceu no último dia 9, sobre a crise na Síria. O Brasil não participou com o argumento de que apoia discussões multilaterais e não as paralelas.

O Itamaraty tem se mostrado mais duro frente às ações do ditador Assad, mas não apoia qualquer intervenção militar. O Brasil, historicamente, mantém uma posição de suporte ao diálogo e tenta se mostrar ao mundo como um país pacífico que defende a soberania de qualquer Estado. É como dizer que – pelo que parece na lógica do Itamaraty, qualquer país que sofra uma guerra civil com proporções tamanhas como a da Síria, mereça passar por todos os processos internos sem grandes intervenções externas para chegar à democracia. É como dizer: deixe que eles se resolvam, mas vamos observar.

Do outro lado, parece que o embaixador sírio não tem prestado atenção ao tom brasileiro ou fechou os olhos para o que acontece no próprio país. Diante das declarações do Itamaraty, da retirada dos diplomatas de Damasco, do tom endurecido dos nossos embaixadores na ONU, Khaddour ainda afirma que não viu mudanças na posição brasileira frente à crise. É um reflexo do próprio regime de Assad, que tapa o sol com a peneira e tenta abrandar declarações e esconder fatos reais. Estejam os rebeldes ou o próprio regime errados ou não, a escalada de violência já causou a morte de mais de 20 mil pessoas, a maioria inocente, e ambos os lados não querem ceder. E a China e a Rússia, dois países com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, são aliados de Assad. A briga dentro da ONU sobre o que fazer e o que não fazer é tão dura e lenta como a guerra-civil na Síria.

Só para registrar: Lula visitou Assad na Síria, em 2003, e foi retribuído, em 2010, com a vinda do ditador ao Brasil. Na época não se falava em guerra-civil e os dois presidentes assinaram diversos acordos de cooperação. Da visita de Lula até a vinda de Assad, o comércio bilateral passou de US$ 78 milhões para US$ 307 milhões, em 2009.

*Leonardo Dalla é jornalista da área internacional e colaborador semanal do Blog
Fonte: Colaboradores - 26/08/2012

A parábola dos cegos


Wálter Maierovitch



Na pinacoteca do Museo Nazionale di Capodimonte está exposto o famoso quadro do holandês Pieter Bruegel, pintado em 1568 e intitulado A Parábola dos Cegos, com a cena de um homem sem visão a guiar outros. À Ação Penal 470, apelidada de “mensalão”, foi imposto um “iter” às cegas, incomum, onde a busca do processo justo cedeu lugar à pressa atabalhoada.
No pretório excelso existem centenas de processos, com matérias relevantes, que aguardam anos para ingressar na pauta de julgamentos. Quanto ao mensalão, tão logo o relator Joaquim Barbosa concluiu o seu preparo, passou-se a forçar o ministro Ricardo Lewandowski a concluir a revisão em prazo determinado. Tudo para colocar o caso em pauta na primeira sessão após o recesso decorrente das férias forenses de julho.
Infelizmente, não foi levada em conta a inconveniência de se marcar um julgamento de grande impacto midiático em período eleitoral. Onde o processo criminal do mensalão, com foro privilegiado pela presença de três deputados e não desmembrado em relação aos 34 demais corréus, poderia ser explorado para demonizar partidos políticos e acusados. Mais ainda: com a par conditio desprezada no que diz respeito ao desmembrado “mensalão tucano”. Frise-se ainda a inexistência de urgência, ou melhor, nenhum risco, pela pena em abstrato tomada pelo máximo, de extinções de punibilidades de réus por proximidade de prescrições de pretensões punitivas.
Pelo que hoje se percebe, a pressa, além do fato de Carlos Ayres Britto buscar algo de relevância histórico-política para marcar a sua curta presidência, objetivava evitar a perda do voto, pela aposentadoria compulsória, em 3 de setembro, do ministro Cezar Peluso. Assim os ministros, na ausência do revisor Lewandowski, elaboraram um extenuante calendário de sessões. Do calendário ao fatiamento do julgamento, houve um festival de desencontros e de obviedades, como, por exemplo, cada ministro poder escolher, no seu voto, a metodologia desejada.
O fatiamento gera, porém, a cada item da proposta de condenação ou absolvição feita pelo relator manifestações balizadas, limitadas, do revisor e dos demais ministros. O fatiamento, por evidente, prejudica o script inicial, ou seja, o de Peluso, após o relator e o revisor, antecipar o seu voto completo. A antecipação, ressalte-se, apenas cabe nos casos de não fatiamento do julgamento. Essa inédita antecipação representaria uma teratologia lógico-procedimental. No popular, seria como o padre começar a missa pela bênção final.
Enquanto os ministros supremos procuram uma bússola para acertar o norte, não deve ter passado despercebido de Têmis, a deusa da justiça e da coerência, o voto de Joaquim Barbosa que absolveu, pela fórmula plena da ausência de provas e não pela da insuficiência, o ex-ministro Luiz Gushiken.
A única prova nos autos do mensalão a incriminar Gushiken era o relato, na CPI dos Correios, do corréu Henrique Pizzolato. Como Barbosa não engoliu a história contada por Pizzolato sobre os 360 mil reais recebidos, considerado o preço da sua corrupção, foi coerentemente desprezada pelo relator a delação extrajudicial contra Gushiken.
Ensinam os processualistas europeus que para ser aceita a delação do corréu é necessária a total admissão da sua responsabilidade. Aquele que delata deve concordar com o núcleo central acusatório. Fora isso, o julgador não pode “fatiar” a confissão, tirando a parte que entende verdadeira e excluindo a mendaz. E outra: na célebre lição de Enrico Altavilla, na obraLa Psicologia Giudiziaria, “a acusação de um corréu não deve ser uma simples afirmação, antes precisa ser enquadrada numa narração exauriente”.
O famoso Tommaso Buscetta delatou os chefões da Máfia, mas admitiu a sua condição de mafioso e a coautoria em vários crimes. A isso se chamou Teorema Buscetta, aceito, na sua parte fundamental, pela corte de cassação da Itália.
No mensalão, Roberto Jefferson, o principal delator, admite ter recebido importância vultosa, mas esconde os nomes dos beneficiários do repasse. Fora isso, Jefferson atacou José Dirceu após vir a público o pagamento de propina a um diretor dos Correios indicado pelo PTB. Talvez por isso tudo, Jefferson conseguiu se eleger presidente do Partido Trabalhista Brasileiro.
A essa altura e com a costumeira coerência, Têmis, que nunca usou venda, apesar de ter se espalhado o contrário na Idade Média, deve estar com uma pergunta engatilhada: será que Barbosa, que não aceitou a delação de Pizzolato contra Gushiken, vai aceitar como válida a delação de Jefferson contra Dirceu?
No caso do ex-ministro, como insistiu o seu defensor constituído na sustentação oral, a única acusação contra ele, colhida na fase judicial, provém de Jefferson.

O País traído


Editorial

24.08.2012 10:06

Carta Capital

Paisagem corriqueira. Vinte e oito por cento da população brasileira vive em favelas. E não é porque queira. Foto: Wilton Junior/AE
Em São Paulo, tempos ásperos. Leio: uma residência particular é assaltada a cada hora, o roubo de carros multiplica-se nos estacionamentos dos shopping centers. Entre parênteses, recantos deslumbrantes, alguns são os mais imponentes e ricos do mundo. Que se curva. Um jornalão, na prática samaritana do serviço aos leitores, fornece um receituário destinado a abrandar o risco. Reforce as fechaduras, instale um sistema de alarme etc. etc.
Em vão esperemos por algo mais, a reflexão séria de algum órgão midiático, ou de um solitário editorialista, colunista, articulista, a respeito das enésimas provas da inexorável progressão da criminalidade. Diga-se que uma análise honesta não exige esforço desumano, muito pelo contrário.
Enquanto as metrópoles nacionais figuram entre as mais violentas do mundo, acima de 50 mil brasileiros são assassinados anualmente, e um relatório divulgado esta semana pelas Nações Unidas coloca o Brasil em quarto lugar na classificação dos mais desiguais da América Latina, precedido por Guatemala, Honduras e Colômbia. O documento informa que 28% da população brasileira mora em favelas, sem contar quem vive nos inúmeros grotões do País.
Vale acrescentar que mais de 60% do nosso território não é alcançado pelo saneamento básico. Ou sublinhar a precariedade da saúde pública e do nosso ensino em geral. Dispomos de uma cornucópia maligna de dados terrificantes. Em contrapartida, capitais brasileiros refugiados em paraísos fiscais somam uma extravasante importância que coloca os graúdos nativos em quarto lugar entre os maiores evasores globais.
É do conhecimento até do mundo mineral que o desequilíbrio social é o maior problema do País. Dele decorrem os demais. Entrave fatal para o exercício de um capitalismo razoavelmente saudável. E evitemos tocar na tecla do desenvolvimento democrático. Mas quantos não se conformam? Não serão, decerto, os ricos em bilhões, e a turma dos aspirantes, cada vez mais ostensivos na exibição de seu poder de compra e de seu mau gosto. Não serão os profissionais da política, sempre que não soe a hora da retórica. Não será a mídia, concentrada no ataque a tudo que se faça em odor de PT, ou em nome da igualdade e da justiça.
Nada de espantos, o Brasil ainda vive a dicotomia casa-grande–senzala. CartaCapital e especificamente o acima assinado queixam-se com frequência do silêncio da mídia diante de situações escusas, de denúncias bem fundamentadas, de provas irrefutáveis de mazelas sem conta. Penso no assunto, para chegar à conclusão de que há algo pior. Bem pior. Trata-se da insensibilidade diante da desgraça, da miséria, do atraso. Da traição cometida contra o País que alguns canalhas chamam de pátria.
Exemplo recentíssimo. Há quem lamente os resultados relativamente medíocres dos atletas brasileiros nas Olimpíadas de Londres. Parece-me, porém, que ninguém se perguntou por que um povo tão miscigenado, a contar nas competições esportivas inclusive com a potência e a flexibilidade da fibra longa da raça negra, não consegue os mesmos resultados alcançados em primeiro lugar pelos Estados Unidos. Ou pela Jamaica. Responder a este por que é tão simples quanto a tudo o mais. O Brasil não é o que merece ser, e está muito longe de ser, por causa de tanto descaso, de tanto egoísmo, de tanta ferocidade. De tanta incompetência dos senhores da casa-grande. Carregamos a infelicidade da maioria como a bola de ferro atada aos pés do convicto.
Mesmo o remediado não se incomoda se um mercado persa se estabelece em cada esquina. Basta erguer os vidros do carro e travar as portas. Outros nem precisam disso, sua carruagem relampejante é blindada. Ou dispõem de helicóptero. Impávidos, levantam seus prédios como torres de castelos medievais e das alturas contemplam impassíveis os casebres dos servos da gleba espalhados abaixo. A dita classe média acostumou-se com os panoramas da miséria, com a inestimável contribuição da mídia e das suas invenções, omissões, mentiras. E silêncios.
Às vezes me ocorre a possibilidade, condescendente, de que a insensibilidade seja o fruto carnudo da burrice.

JK, a história revista O ex-presidente se sentia traído por João Goulart e Castelo Branco, teria ameaçado Jânio Quadros com um soco e procurado ajuda na Opus Dei durante uma depressão



Michel Alecrim
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ISOLAMENTO
Duas semanas antes do acidente, Juscelino ficou amargurado com a
falsa notícia de que ele teria sido vítima de uma colisão: morte anunciada
Ao lançar em 1982 o livro “Memorial do Exílio”, baseado nas memórias do ex-presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976), o jornalista e romancista Carlos Heitor Cony não pôde esmiuçar o episódio sobre o qual tinha mais interesse: a morte de JK num desastre automobilístico cercado de mistério. Com os direitos políticos cassados após o golpe militar de 1964, a suspeita era de que Juscelino tivesse sido assassinado pela ditadura (nesse mesmo ano de 1976, morreriam João Goulart e a estilista carioca Zuzu Angel, também num acidente pouco explicado). A própria família do estadista deu o recado para Cony não se aprofundar em certos assuntos. A recomendação mais veemente veio da esposa, Sarah, pois havia a suspeita de que, momentos antes, o ex-mandatário teria se encontrado num hotel com a amante, Maria Lúcia Pedroso. Agora, 30 anos após a primeira edição da obra, a visão do político mineiro sobre o período posterior à sua saída do poder volta às livrarias, com o acréscimo desse ponto nebuloso do acidente. Cony não traz uma prova cabal de que o ex-presidente foi eliminado pelo regime militar. Apenas reúne indícios. Cabe ao leitor tirar as conclusões.
Essa edição revista ganhou o título “JK e a Ditadura” (Objetiva) e, assim como a original, é lançada sem festa e noite de autógrafos. Mas, enquanto na época o governo do general João Batista Figueiredo proibiu qualquer alarde, agora é a discrição do próprio autor que falou mais alto. Ele contou à ISTOÉ que Juscelino suspeitou de que morreria duas semanas antes do fatídico dia 22 de agosto de 1976. Em sua fazenda em Goiás, ele se sentiu profundamente amargurado depois que um boato dava conta de sua morte num acidente de carro numa viagem para Brasília. Para o escritor, essa morte anunciada teve outros sinais de que fora planejada, devido à rápida presença de militares no local da tragédia, quando o carro Opala que levava JK para o Rio bateu em uma carreta na via Dutra, próximo a Resende. O relatório da comissão de militares apontava um suposto encontro com a amante, momentos antes, fato que foi por ela desmentido. Cony esteve com Juscelino nesse dia, em São Paulo, e ressalta que não foi devidamente investigado o fato de a perícia ter constatado defeito na suspensão do Opala, um sinal claro de sabotagem: “Quem primeiro apareceu na cena do desastre foi o Guilherme Romano, eminência parda do regime.”
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DESEJO REALIZADO
Na edição anterior do livro, a morte do ex-presidente
não foi abordada: o autor atendeu ao pedido da família
O autor organizou as memórias do ex-presidente a partir da posse de Jânio Quadros. Conta que na transmissão do cargo o político paulista se livrou de levar um murro do antecessor, preocupado com o teor de suas ofensas no discurso. Um Juscelino até então aguerrido sofreu tantas perseguições que deu lugar a um homem amargurado e deprimido. “Ele chegou a pensar em suicídio no exílio nos EUA”, diz Cony. Precisou recorrer até à religiosidade e, em 1973, participou de um cursílio patrocinado pela organização Opus Dei. Os maiores ressentimentos vinham de dois colegas: João Goulart, que foi o seu vice, por não ter apoiado a sua volta ao poder em 1965, e o ex-presidente Castelo Branco, por não ter cumprido o prometido. O marechal e ditador contou com o apoio de JK para sua eleição pelo Congresso, mas recusou-se a fazer uma transição democrática. “Juscelino ainda acreditava que ia desempenhar o papel que muito tempo depois coube a Tancredo Neves, de ser o civil que ia reconduzir o País à democracia”, conclui Cony.
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Fotos: Arquivo/Ag. Istoé; Divulgação

Leia um trecho do primeiro capítulo da obra :
O sucessor sem sucesso
31 de janeiro de 1961 — “... infelizmente, ainda estamos na América Latina”. A 10 mil metros de altura, cruzando o Atlântico rumo a Dacar, em escala para Paris, o DC-7 Bandeirante Antônio Raposo Tavares deixara Brasília três horas antes. Levava a bordo uma espécie de novo bandeirante, o brasileiro Juscelino Kubitschek de Oliveira, de 59 anos, que acabara de transmitir a presidência da República a Jânio da Silva Quadros. Aparentemente, fora uma sucessão tranquila do ponto de vista constitucional. Contrariando antiga praxe entusiasticamente adotada no país, ninguém pensou em anular as eleições ou em negar posse ao eleito. Além de tranquila — seria também a última eleição presidencial pelos próximos vinte e tantos anos —, fora uma sucessão gloriosa para quem deixava o poder. Juracy Magalhães, seu adversário político, mas amigo pessoal, sintetizara numa frase o espetáculo da multidão que provocou o primeiro congestionamento nas largas avenidas que JK abrira no áspero chão do cerrado: “O seu governo tem um ocaso que parece uma alvorada!” E de todos os cantos do país já surgira o refrão, JK-65, que nascera tão logo ele se recusara a articular uma emenda na Constituição para tornar-se elegível à própria sucessão — outra praxe, também, de nossos costumes políticos. 
Ao descer a rampa do Palácio do Planalto, acompanhado pelo novo presidente, ambos ouviram os gritos da multidão que antecipavam, de forma exagerada, o problema sucessório: ao mesmo tempo que se tornava um ex-presidente, transformava-se em poderoso candidato presidencial, em torno do qual, por bem ou por mal, gravitariam todas as articulações políticas. E como o Brasil estranhamente tem pressa — ao menos nessa questão —, essas articulações costumam começar no mesmo dia em que um cidadão toma posse de qualquer poder.
Em sua poltrona, cercado pela família — dona Sarah, Márcia e Maria Estela —, seu médico Carlos Martins Teixeira, os amigos José Sette Câmara e Saulo Diniz, JK tenta forçar o sono que habitualmente lhe vinha fácil em viagens demoradas (15 anos mais tarde, dormindo, sofreria o acidente fatal na Rio-São Paulo). A frase ressoava em sua cabeça, prolongamento monótono do ruído dos motores: “... infelizmente, ainda estamos na América Latina”. Frase que, ao encerrar seu último volume de memórias, fez questão de transcrever, tornando-a ponto final não apenas de um período de sua vida que acabara, mas, sobretudo, de um novo desafio que começava.
 Momentos antes, o comandante do avião viera chamá-lo à cabina. O rádio de bordo transmitia, através da Voz do Brasil, a primeira manifestação pública do novo presidente do Brasil. JK ouvira apenas algumas frases — o bastante para compreender que, afinal, era o discurso que o preocupara nos últimos dias, que toldara sua habitual serenidade diante do drama político. Na semana anterior, recebendo em visita protocolar o futuro ministro da Justiça, Oscar Pedroso Horta,fora informado de que Jânio falaria durante a cerimônia de posse e, na certa, alguns aspectos da antiga administração seriam criticados.
A princípio, ele não dera importância. Sabia que empossaria um adversário político, um homem que se elegera com espetacular votação, usando os recursos normais de qualquer candidato da oposição. Mais tarde, alguns amigos também o advertiram no mesmo sentido. Dizia-se que Clemente Mariani, futuro ministro da Fazenda, ou o próprio Carlos Lacerda, o mais virulento adversário de todos os presidentes da República desde a redemocratização do país, em 1945, um ou outro ou ambos haviam redigido um discurso insultuoso, apocalíptico, letal. E Auro de Moura Andrade, da tribuna do Senado, deixara escapar uma frase que, subitamente, se destacou em seu subconsciente: “Vá tranquilo, presidente”, dissera o senador, “estaremos no Legislativo defendendo suas obras, sua honra pessoal e cada ato praticado por Vossa Excelência em benefício do Brasil!”

Cidade de Porto Alegre é museu arquitetônico a céu aberto Centro da capital gaúcha traz diversos prédios históricos de diferentes estilos arquitetônicos


A cidade Porto Alegre, especialmente sua região central, é um museu arquitetônico a céu aberto. Quem caminha pelo Centro da cidade pode observar prédios históricos com diferentes estilos arquitetônicos, refletindo influências que fizeram época na capital gaúcha. Aproveitando isso, oPense Imóveis separou dez construções de destaque para você se inspirar e, quem sabe, aproveitar seu tempo livre e fazer um passeio pela história da arquitetura de Porto Alegre.

Biblioteca PúblicaA construção da Biblioteca Pública de Porto Alegre, na esquina das ruas Riachuelo e General Câmara, começou em 1912, com projeto de Affonso Hebert. Porém, o projeto original sofreu alterações para agradar aos positivistas que dominavam a política neste mesmo. Medalhões com efígies de celebridades da literatura foram substituídos por figuras históricas cultuadas por Augusto Comte, criador do Positivismo. 
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A primeira fase da construção foi finalizada em 1915, completando o bloco de frente à Rua Riachuelo. Em 1919, foi iniciada a ampliação da parte dos fundos, sob responsabilidade do engenheiro Teófilo Borges de Barros. A estrutura foi terminada apenas em 1921, quando se passou à decoração. O diretor da biblioteca e poeta Victor Silva, que ficou incumbido desta parte, inspirou-se na Igreja Saint Geneviève de Paris.

Casa de Cultura Mario QuintanaO prédio da Casa de Cultura era, originalmente, um hotel de luxo, chamado Hotel Majestic. Foi lá, entre 1968 e 1982, que o poeta Mario Quintana viveu. O prédio, projeto do arquiteto alemão Theodor Wiederspahn, foi o primeiro grande edifício de Porto Alegre em que se utilizou concreto armado. 
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Em 1980, o antigo prédio do Majestic foi comprado pelo Banrisul. Dois anos mais tarde, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul adquiriu o Majestic do Banrisul. Em 1983, o prédio foi considerado patrimônio histórico, tendo início, então, sua transformação em Casa de Cultura.

A obra de transformação física do Hotel em Casa de Cultura, entre elaboração do projeto e construção, foi de 1987 a 1990. O projeto arquitetônico foi assinado pelos arquitetos Flávio Kiefer e Joel Gorski, que tiveram o desafio de planejar 12 mil metros quadrados de área construída para a área cultural, em 1.540 metros quadrados de terreno. A casa foi reaberta em setembro de 1990.

Catedral Metropolitana O arquiteto João Batista Giovenale, então professor da Academia de Belas Artes - São Lucas - de Roma, e membro da Comissão de Arte Sacra da Basílica de São Pedro, foi o responsável pelo projeto da Catedral. Sua construção durou de 1921 a 1972, mas Foi apenas em 1986, a Catedral pôde ser consagrada e dada como concluída. 
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A obra chama atenção por vários motivos, como por suas linhas arquitetônicas e pelo material empregado, o granito róseo de Teresópolis. O contraste de três corpos salientes (frontispício e torres) com intervalos na altura dos terraços sobre as naves laterais dão movimento à construção. A profundidade e contraste entre claro e escuro são garantidos pela parte central e pelos grandes vãos.

Com 65 metros de altura ao nível da Praça da Matriz, a cúpula da Catedral também se destaca. Ela tem um diâmetro interno de quase 18 metros, sendo maior que o da cúpula de Santo André della Valle, em Roma (16,50 metros), a maior cúpula romana até então, depois da de São Pedro, que tem 42 metros de diâmetro.

Chalé da Praça XVTombado em 1998, o Chalé foi fabricado em aço desmontável inglês e chegou a Porto Alegre em 1911. Funcionando como restaurante desde então, a construção traz referências do art-noveau, explorando materiais como o ferro e o vidro. 
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Destaque para os gradis de ferro com motivos florais, para as peças metálicas (grades e pilares) e para o painel externo de madeira e vidro. A edificação é composta de dois pavimentos em planta octogonal, mais subsolo e mezanino, totalizando 195,23 metros quadrados de área construída fechada.

Galeria ChavesO projeto da galeria comercial mais antiga de Porto Alegre foi feito pelo arquiteto Fernando Corona, com colaboração de Nilo de Lucca, em 1936. A execução ficou a cargo de Azevedo, Moura & Gertum. Localizada entre a Rua dos Andradas e a Rua José Montaury, a galeria previa, originalmente, o uso comercial no andar térreo e residencial nos demais pavimentos.

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Hoje em dia, a construção consiste no porão, no pavimento térreo (onde passa a galeria comercial, iluminada por uma clarabóia e vitrais), o entre-solo e mais quatro pavimentos superiores (destinados a comércio e serviços). 

Externamente, o prédio é revestido por pó de pedra em tom grafite, com esquadrias em verde escuro. A fachada junto à Rua da Praia faz referências aos modelos de palácios renascentistas, com sua forma cúbica e o grande portal de entrada e sua cornija. Além do portal na entrada ser acompanhado duas colunas de granito, o primeiro pavimento também traz quatro colunas do mesmo tipo.

Em abril de 1986, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre tombou o prédio da Galeria Chaves.


Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs)O prédio ocupado atualmente pelo Margs na Praça da Alfandêga tem quase 5 mil metros quadrados e foi projetado pelo arquiteto alemão Theo Wiederspahn. Construído em 1913 para abrigar a Delegacia Fiscal, ele passou a ser sede do Margs em 1978. A construção oponente com seus vitrais e mármores era símbolo do ideal de progresso da república positivista gaúcha do início do século passado.

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O prédio foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1981. Três anos mais tarde, passou a integrar o patrimônio cultural do Rio Grande do Sul. Em 1985 foi contemplado com o tombamento definitivo.

Mercado PúblicoProjeto do arquiteto alemão Friedrich Heydtmann, o Mercado Público teve sua construção concluída em 1869. De estilo neoclássico, o prédio passou por diversas transformações ao longo dos anos dos anos. Originalmente tinha um único pavimento que abrigava armazéns, bares, açougues, fruteiras, restaurantes, barbearias, entre outros.
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Com a construção de um novo pavimento, em 1912, a fachada do mercado também foi alterada dando a ele a aparência que tem hoje. O prédio passou por momentos difíceis, em sua história, como enchente de 1941, os incêndios de 1976 e 79 e as constantes idéias de demolição. Mas o Mercado Público e, desde 1979, é Patrimônio Histórico Cultural de Porto Alegre.

Paço MunicipalO edifício foi construído entre os anos de 1889 e 1901 para ser sede da Intendência de Porto Alegre. Inicialmente, o projeto foi encomendado ao engenheiro Oscar Muniz Bittencourt. Porém, não foi aprovado ao ser submetido a Júlio de Castilhos, então governador do Rio Grande do Sul. O político, então, encarregou o arquiteto João Antônio Luiz Carrara Colfosco de desenvolver o projeto. O prédio representa bem o gosto pela suntuosidade e monumentalidade do Estado gaúcho durante o período positivista.
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A construção tem vários elementos simbólicos como os grupos de esculturas da fachada principal. Próximo à fachada da Avenida Borges de Medeiros, figura central representa a Liberdade, a da direita representa a História; o busto de Péricles, a Democracia; a figura da esquerda representa a Ciência. 

Próximo à fachada da Rua Uruguai, há a figura central representando a Agricultura, a da direita representando o Comércio e a da esquerda, a Indústria. Além destes dois grupos encontram-se duas figuras isoladas que representam a Justiça e a República. Na fachada da torre existem dois bustos, o da esquerda é de José Bonifácio e o da direita é do Marechal Deodoro da Fonseca. No centro está o Brasão da República.

O Paço Municipal foi tombado pela Prefeitura de Porto Alegre em 1979.

Theatro São PedroConstruído entre 1833 e 1858, o Theatro São Pedro é o teatro mais antigo de Porto Alegre. Localizada na Praça da Matriz, a obra foi executada por Filipe de Normann. Seu estilo neoclássico e decoração com veludo e ouro fizeram o São Pedro ser considerado uma das mais belas casas de espetáculo do Brasil.
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O Theatro, porém, passou por alguns problemas ao longo dos anos. Em 1973, foi fechado devido ao mau estado de conservação e às precárias condições de segurança. Ele só foi reaberto em 1984. Destaque para Eva Sopher, que assumiu a direção do local em 1975, com a tarefa de dirigir as obras de restauração e construção.

O prédio foi tombado em 1984 pelo então Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat). Juntamente com a área da Praça da Matriz e da Alfandega, o Theatro foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE) e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN ).

Viaduto Otávio RochaSeu projeto, feito pelos engenheiros Manoel Barbosa Assumpção Itaqui e Duilio Bernardi, foi aprovado em 1927. O Viaduto foi entregue à população em 1932, depois de fases de desapropriação e desaterro da área.

O Viaduto Otávio Rocha tem uma estrutura de concreto armado com três vãos, tendo os laterais 4,80 metros e o central, 19,20 metros. No centro da construção, há dois pórticos transversais em que se localizam localizados dois grandes nichos com esculturas de Alfred Adloff.
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Quatro rampas de acesso para pedestres ligam as avenidas Borges de Medeiros e Duque de Caxias. A parte inferior das rampas é ocupada por lojas de comércio e serviços e instalações sanitárias. Os passeios são revestidos de mosaicos de cimento, do tipo pedra portuguesa. 

Em 1988, tombado pela Secretaria Municipal da Cultura (SMC) de Porto Alegre por suas características arquitetônicas e por sua relevância sociocultural.

Entenda como funcionam as churrasqueiras integradas à cozinha



Elas vêm com mecanismos que controlam emissão de fumaça e isolam cheiros

Quem disse que churrasqueira tem que ser externa? Um dos diferenciais dos apartamentos modernos é a churrasqueira integrada nas cozinhas. Há diversos tipos de churrasqueiras que podem ser instaladas em ambientes internos com mecanismos que controlam a emissão de fumaça e isolam cheiros.

churrasqueiras integradas à cozinha
Se sua preocupação é o cheiro forte de churrasco ficar espalhado pelo apartamento, relaxe. Segundo José Carlos Silveiro, coordenador de projetos executivos da construtora PDG, isso não acontece.

A exaustão da fumaça é feita por uma máquina instalada na cobertura do prédio. Um pulsador de LED (tipo um interruptor) ao lado da churrasqueira aciona essa máquina na cobertura, que funciona como uma ventoinha. A churrasqueira tem ainda um temporazidor em que você pode programar o tempo de utilização da máquina.

As churrasqueiras vêm com uma espécie de chapa metálica, chamada de dumper. Quando a churrasqueira não está sendo utilizada, o dumper deve ficar fechado, impedindo assim que o cheiro e da fumaça das churrasqueiras vizinhas cheguem ao seu apartamento.

A limpeza da churrasqueira é feita da mesma forma que em uma churrasqueira comum. "Você tira a grelha pela boca da churrasqueira, lava a grelha e retira os restos de carvão", explicou Silveiro.