quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Dilma e a desgraça da Graça

http://vespeiro.com/2014/08/11/dilma-e-a-desgraca-da-graca/

11 de agosto de 2014
a1Êpa!
Agora que a chuvarada virou direto pra cima da amiga Graça Foster, dona Dilma se abespinhou: “Isso é tudo factóide político (…) tem que ter sentido de Estado, de nação e de país (…) não se deve misturar a maior empresa de petróleo do país com a eleição”.
Paulo Roberto Costa diz que é o contrário; que se o abandonarem à chuva e ele contar tudo que sabe “não vai ter eleição”…
Tá difícil, mesmo, fazer as pessoas descrerem do que têm visto.
Primeiro porque não tem político nenhum nessa história, a produzir “factóides“, a não ser aqueles com quem o ex “diretor de Abastecimento” (nunca houve título que viesse tanto a calhar) da Petrobras que a Justiça insistiu em manter recolhido a uma penitenciária mesmo depois do último ministro nomeado por Dilma para o STF ter conseguido libertá-lo uma vez, mais o companheiro Alberto Youssef, “doleiro” de profissão, transacionavam “malas e malas de dinheiro” segundo afirmações da contadora deste último, Meire Bonfim Poza à revista Veja deste fim-de-semana. E estes eram os “políticos” do costume: figuras graduadas do PT, do PMDB, do PP e etc. donos de caudalosas folhas corridas na crônica policial brasiliense tais como Luis Argolo, o inefável Andre Vargas que desafiava Joaquim Barbosa em plenário, Candido Vaccarezza, o menino dos recados amorosos, Fernando Collor de Mello e suas duas Ferraris, variados réus do “mensalão“, et sucia
a6Queridas!
Nessa “virada” da chuva ácida pra cima da amiga Graça Foster o que parece ter havido foi só uma armadilha do destino mesmo.
Embora o ex-presidente Lula e o Advogado Geral da União, Luis Ignácio Adams, antevendo o calibre do que vinha vindo lá dos intestinos da “maior empresa do Brasil”, tivessem tentado barrar a investigação fazendo embaixadas públicas junto ao TCU, não deu para freá-la. Mas ficou combinado aquele esquema de sempre: fogo nos peixes menores; nos chefões, não.
O resultado foi que o TCU bloqueou os bens de todos os diretores envolvidos com a compra de Pasadena, incluindo na lista Ildo Sauer, um velho e competente tecnocrata que tem história que chegue no estudo das questões envolvendo energia no Brasil. A amiga Graça Foster foi poupada e dona Dilma deu-se por satisfeita. Mas logo descobriu-se que ela não foi incluída na lista “por uma falha na relação de diretores do ano de 2008 fornecida pela Petrobras”.
a7O nome certo no cargo errado
Acontece que Ildo Sauer já não estava na diretoria que lhe era atribuida em 2008 naquela listagem. Graça Foster era a verdadeira ocupante do cargo! E por isso o TCU foi obrigado a rever não a decisão de bloquear contas que tinha sido acatada por todos, mas a quem, de fato, ela se aplicava.
O mais chato é que ninguém tinha levantado um dedo por Ildo, o único da lista dos bloqueados totalmente insuspeito de estar onde estava por indicação política. mas se Ildo fora bloqueado por engano, Graça deveria ser bloqueada por acerto. E se bloqueada fosse, completava o ministro Jose Jorge, do TCU, não poderia continuar sendo a presidente da Petrobras.
Imediatamente o que antes tinha sido aceito como fato já tragado e digerido por dona Dilma, passou a ser “factóide”.
E tome decreto, como é do gosto de madame: “Para o governo Graça Foster não cometeu nenhuma irregularidade e não ha contra ela nenhum processo” (dane-se o ministro Jose Jorge), não passando de “apelação política” também a volta ao palco dos 45 contratos, 20 dos quais sem concorrência, assinados entre a Petrobras sob a direção de Graça Foster e a empresa do seu amantíssimo esposo, Colin Foster, único proprietário daColin Foster Serviços e Equipamentos que vive exclusivamente dos que presta e aluga à empresa presidida por sua cônjuge.
a12Colin
Dona Dilma, que semanas antes fora dispensada de qualquer responsabilidade pela compra de Pasadena embora fosse a presidente do Conselho de Administração da Petrobras, a única entidade com poder para aprovar essa mesma compra na época em que ela ocorreu, contiua cega e surda a todos os fatos, mas deixou de ser muda assim que os fatos passaram a falar por si mesmos. Para negá-los: “Acho um absurdo colocar as diretorias da Petrobras submetidas a esse tipo de procedimento“.
Os fatos antes aceitos por Dilma transformam-se em “factóides”, acrescente-se, uma semana depois de ter vindo à luz o vídeo gravado por um dos participantes de uma reunião na sala de reuniões privativa de dona Graça Foster entre advogados dos réus, assessores da Presidência da República e senadores do PT titulares da CPI da Petrobras em que perguntas e respostas a serem apresentadas aos “investigados” pela compra de Pasadena foram passadas aos próprios para serem decoradas e recitadas diante das Câmeras da TV Senado, que estrela a dita CPI. O filme – que filme é e portanto incontestável – fez daquilo que foi tramado como uma farsa uma fratura exposta.
É mais um “factóide” de que não participa um único membro da oposição ou qualquer pessoa de fora da lista dos amigos e assessores da maior confiança e intimidade de Dilma Rousseff, de Graça Foster e do PT.
a8Intimidades
Tudo isso derrama-se, finalmente, por cima do fato “infactoidável” da Petrobras, “a maior empresa de petróleo do país” que incidentalmente teve seu valor de mercado dividido por dois e seu endividamento multiplicado por quatro durante a Era PT, manter nada menos que 1.832 contas bancárias da empresa (!!!!) em nome do encarcerado “diretor de Abastacimento”, Paulo Roberto Costa, sócio de Alberto Youssef, o “doleiro”, dando voltas pelos mais mal afamados paraísos fiscais e lavanderias internacionais de dinheiro sujo – da Suiça ao Panamá – 90% das quais (exatas 1.726) partindo do Banco do Brasil, segundo investigação do Banco Central do PT, aquele que sabe ate a hora em que vai ao banheiro todo brasileiro que emite uma vez na vida qualquer cheque maior que R$ 5 mil, e tem poderes para bloquear, via internet, qualquer conta de quem não tenha costas quentes e que exibam sem maiores pudores “sinais evidentes de riqueza” não justificada ou até menos que isso.
E, no entanto, enquanto essa dinheirama circulava pra lá e pra cá debaixo dos olhos de lince dos supercomputadores da Receita Federal, Paulo Roberto e sua mulher Marici, que são desse tipo muito consciente de que a vida é uma só, iam comprando para consumo próprio carros de R$ 200 mil, mansões em Petrópolis, barcos de milhão, praias em Mangaratiba (R$ 3,2 mi), e guardando “trocos” em casa, para o gasto, como o milhão e duzentos mil dolares e euros que a polícia apreendeu no apartamento em que ele foi preso.
a14O doleiro Youssef (já solto)
Mesmo assim, até hoje – pasme-se – várias dessas contas continuam em nome de Paulo Roberto Costa que foi preso destruindo provas no dia 20 de março passado, tres dias depois da Policia Federal ter posto em marcha a Operação Lava Jato que investiga movimentações ilegais de mais de R$ 10 bilhões entre este senhor, Alberto Youssef, réus do Mensalão e outras figuras de escol da República petista, embora ele continue encarcerado e esteja há dois anos fora do cargo que teve na Petrobras!
É esta a gente em cuja defesa se levanta indignada a presidente da Republica dita “faxineira”, bradando em nome da preservação “do Estado, da Nação e do país”.
Se ha algum “factóide político” nessa mixórdia toda, portanto, ele vem dos intestinos do próprio PT e, segundo as provas até agora tornadas publicas, do próprio Palácio do Planalto, aquele de cujos computadores saem também os falsos perfis acrescentados à Wikipédia para denegrir jornalistas que incomodam.
a10Todos

A banalização do crime - Merval Pereira, O Globo


Sem ter como desmentir as recentes denúncias de manipulação criminosa, os governistas e sua vasta rede de militantes que atuam na internet passaram a uma bem orquestrada ação de banalização dessas atividades ilegais, como se fossem corriqueiras. É o caso da preparação dos ex-diretores da Petrobras para depoimentos na CPI que apura a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, acusada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) de prejudicial aos cofres da empresa.
A própria presidente Dilma abriu essa discussão ao acusar publicamente o ex-diretor Nestor Cerveró de ter produzido um relatório falho tecnicamente, que induziu o Conselho Administrativo da Petrobras, presidido por ela na ocasião, ao erro de aprovar uma transação que se mostrou equivocada. Pois bem, como é sabido a Petrobras demitiu Cerveró, que à época trabalhava na BR Distribuidora, e a própria presidente da estatal, Graça Foster, admitiu no Congresso que aquela não fora uma boa compra. Descobre-se agora que a Petrobras está pagando as multas com que os ex-diretores foram punidos pelo TCU, e que todos eles, inclusive o culpado pelo prejuízo, estavam recebendo orientações especiais e treinamento para o depoimento na CPI da Petrobras.
Não bastasse a estranheza de a estatal prejudicada bancar a defesa de ex-diretores acusados de malversação de dinheiro público, gravações de uma reunião na sede da Petrobras revelaram que a chegada de Cerveró à sede da empresa foi cercada de preocupações e cautelas para que sua presença não fosse notada. E que as perguntas que seriam feitas a ele e a outros diretores já estavam previamente preparadas pelos próprios membros da CPI da base aliada do governo.
O ministro das Comunicações Paulo Bernardo, para justificar essa tramoia, deu uma declaração absolutamente absurda: segundo ele, desde Pedro Álvares Cabral, as CPIs são arranjadas. Esqueceu-se de que a CPI que derrubou o então presidente Collor foi liderada pelo PT, e que outras, como a dos Correios, acabaram levando à cadeia diversos líderes petistas envolvidos no mensalão.
Na verdade, as CPIs, um instrumento das minorias, sempre tiveram papel importante no desvendar de atos corruptos, e só quando a maioria resolve boicotá-la é que se transforma em uma farsa como a da Petrobras. Na própria gravação é possível ouvir os advogados da Petrobras procurando uma maneira segura de enviar as perguntas a José Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, o que não seria necessário se não fosse um ato escuso. Treinar os depoentes em CPIs é uma coisa, montar uma farsa com perguntas previamente combinadas é outra muito diferente. A mesma coisa acontece com o caso dos perfis da Wikipédia alterados por pessoas de dentro do Palácio do Planalto.
Que a Wikipédia é um ambiente aberto a todos, ninguém discute. Mas a inclusão de informações inverídicas e calúnias no perfil de alguém não pode ser considerada normal. Especialmente se essas ações são feitas no Palácio do Planalto, de onde saíram mais de 200 alterações em diversos perfis, muitas para incluir elogios a pessoas do governo, outras para atacar jornalistas independentes como Míriam Leitão ou Carlos Alberto Sardenberg.
A própria presidente Dilma, ao repudiar a ação, cometeu um ato falho ao dizer que “nesse caso específico, é algo que quem quiser fazer individualmente que faça, mas não coloque o governo no meio.” A fala da presidente é reveladora de uma maneira de pensar a luta política: distorcer informações sobre pessoas consideradas inimigas do governo pode ser uma atividade política que alguns utilizam, desde que não coloque embaraços para o governo.
Que a guerrilha virtual é uma atividade corriqueira dos petistas, já é sabido. A novidade, que agrava a situação, é que agora essa prática criminosa está sendo feita de dentro do Palácio do Planalto, numa demonstração de que não há mais um mínimo de separação entre o governo e a campanha eleitoral, até mesmo nas ações mais baixas. É uma ação de guerrilha de dentro do palácio do governo. Como a presidente pode lavar as mãos? Não há cadeia de comando? Nem dentro do Planalto? Como o Gilberto Carvalho pode dizer que foi “uma bobagem” e ficar tudo bem?
Nesse caso, pelo menos politicamente, o ônus da prova se inverte. É a Presidência que precisa entregar o culpado e provar que era um aloprado celerado agindo por conta própria. Caso contrário, é como se o Nixon dissesse que quem instalou aquelas escutas no prédio Watergate foram uns aloprados do Partido Republicano. 

A CAMPANHA DO PÃO COM PÃO


Coluna do Carlos Brickmann

Carlos Brickmann

Carlos Brickmann


Quando dá notícias da Petrobras, a imprensa está vendida aos tucanos. Quando dá notícias do aeroporto de Aécio, a imprensa está vendida ao petistas. Nunca dantes na história desse país os pobres foram tão beneficiados, dizem os petistas. Nunca dantes na história desse país se roubou tanto, dizem os oposicionistas.

É fantástico: nenhum dos lados parece pensar que, para vencer as eleições, é preciso convencer eleitores adversários, ou indiferentes. Os eleitores cujo voto já está definido, aqueles que chamam o PSDB de extrema direita, aqueles que chamam os petistas de petralhas, não precisam ser convencidos. Se um tucano duplicar sua raiva contra o PT, seu voto continua valendo a mesma coisa. Se um petista explicar a outro que não chove em São Paulo por culpa dos tucanos, não terá conquistado um só voto. E, no entanto, é assim que estão as campanhas.

James Carville, que comandou o marketing da campanha vitoriosa de Bill Clinton contra um presidente muito popular, insistiu o tempo todo em discutir preços e nível de emprego. “É a economia, estúpido!” era sua frase favorita. Clinton ganhou as eleições. Não acusou o presidente Bush pai de roubalheira, não ficou caçando escândalos: concentrou-se em discutir a vida real do eleitor.

A campanha é aborrecida, em parte, porque nenhum candidato é entusiasmante. Não há um Juscelino, um Jânio, um Lacerda – ou até mesmo um Tancredo, que virou carismático a bordo de um movimento popular. E está aborrecida, principalmente, porque todos querem converter os convertidos. Eta, gente chata!

Sem fantasia

Um grande empresário, inteligente e culto, com meio século de atividade, explica por que acusações de corrupção não decidem eleições. Para o eleitor, em geral o político é ladrão. Se todos são ladrões, que se escolha o mais eficiente. Ou leva-se em conta o magnetismo pessoal.

O PT ameaçou mudar essa fórmula, com líderes vindos dos sindicatos e proclamações de honestidade – diferente de tudo que estava aqui. Mas as coisas mudaram (e isso explica algumas das dificuldades que Dilma enfrenta nas pesquisas): empresários juntaram-se ao PT, o próprio Lula diz que jamais os banqueiros ganharam tanto quanto nos Governos petistas, e hoje políticos do PT, sob o peso de acusações graves, tentam provar que são como os adversários, aos quais acusam de também roubar.

É a volta ao habitual: se são todos iguais, o critério de escolha do eleitor tem de ser outro.

Efeito Bonner

Excelente a iniciativa da Rede Globo de entrevistar, no Jornal Nacional, os principais candidatos. Quanto mais informação de qualidade sobre os candidatos, melhor (e os entrevistadores são ótimos). Mas dificilmente isso terá influência sobre o resultado da eleição.

Entrevistas e debates derrubam candidatos que escorregarem. Mas, se o candidato for bem, seus índices não se mexem.

Petrobras, as dúvidas

1 – De repente, em duas publicações diferentes, surgem notícias semelhantes. Numa, Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, pensa num acordo de delação premiada (e para isso, dizem, contribui o rigor com que é tratado na prisão, ficando algemado boa parte do tempo). Em outra, quem quer falar é Alberto Youssef, acusado dar destino aos superfaturamentos. Os dois tomarem decisão semelhante, sem se comunicar, ao mesmo tempo? Estranho. E a história das algemas não existe. Paulo Roberto está abalado, mas pelo desenrolar dos acontecimentos, não por ser maltratado. E o juiz Sérgio Moro não permite maus tratos.

2 – De repente, surge uma pessoa que nem era citada nas investigações. Meire Poza, que foi contadora de Youssef, aparece no caso, por vontade própria, e conta tudo. Estava tranquila, fora do problema, e resolve se meter na briga – sabendo que os atingidos tentarão desmontar seu depoimento. Tão estranho que, logo depois, surge outra notícia, de que teria sido namorada de Youssef. Tudo explicado: a velha história da mulher abandonada que se vinga. Será tão simples assim?

É hoje!

Meire Poza foi convidada para a reunião de hoje do Conselho de Ética da Câmara, e aceitou. Se a reunião se realizar, prepare-se: ela já mostrou que fala.

Lembranças

Em discurso na Assembléia de Deus, Dilma citou o salmo 33, atribuído ao rei David: “Feliz é a Nação cujo Deus é o Senhor”. A escolha provocou certo mal-estar entre os ouvintes (que tradicionalmente votam contra o PT), porque a frase se transformou em lema da Igreja Universal do Reino de Deus, que a apoia e cujas relações com a Assembléia de Deus, que apoia o Pastor Everaldo, não chegam a ser próximas.

Mas pelo menos o salmo existe e foi citado corretamente.

Crise? Que crise?

Está tudo bem; nunca dantes na história desse país esteve tudo tão bem. Mas a Petrobras demitiu, nos últimos três meses, 3.102 funcionários. E hoje, 12 de agosto, o volume de impostos recebido pelos governos municipais, estaduais e Federal alcançou um trilhão de reais. Veja o aumento da carga de impostos: este número foi alcançado, em 2013, 15 dias mais tarde. Em 2008, primeiro ano em que os impostos atingiram R$ 1 trilhão, a data foi 15 de dezembro.

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Apartamentos de um dormitório viram tendência

fonte: InfoMoney

Já que os outros não vendem, o número de lançamentos de imóveis com um dormitório / quarto teve um crescimento superior a 90% entre 2012 e 2013 em São Paulo

6508 2 L : Apartamentos de um dormitório viram tendência
Apartamentos com apenas um quarto variam entre quitinetes e flats (Divulgação/Vitacon)
Há uns 20 anos, quem queria comprar um imóvel procurava casas com, pelo menos, dois quartos e um quintal para os filhos brincarem. Porém, o perfil das propriedades mudou:só na cidade de São Paulo, de acordo com o Balanço do Mercado Imobiliário 2013 do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), foram vendidas 8,9 mil unidades de um dormitório, mais do que o dobro registrado no ano anterior.
Já o número de lançamentos de imóveis com um quarto teve um crescimento superior a 90% entre 2012 e 2013 em São Paulo. No ano passado, foram lançados mais de 9,2 imóveis desse tipo, representando 28% do total, sendo que entre 2004 e 2012 os apartamentos de um quarto não chegavam a 10% dos imóveis lançados.
Para diretor de relações institucionais da imobiliária Paulo Roberto Leardi, Germano Leardi Neto, são vários os motivos que ajudam a explicar essa tendência. “Uma primeira explicação envolve o boom do mercado imobiliário no Brasil nas grandes capitais. Com a maior facilidade de acesso ao crédito imobiliário, tanto pelos bancos públicos quanto nos privados, os lançamentos aumentaram, assim como a procura dos
clientes”, afirma.
Isso significou, na prática, uma pressão pelo aumento do metro quadrado em toda cidade. Como os lançamentos de um dormitório se concentram em bairros mais comerciais, que já possuem área mais valorizada, isso trouxe lucratividade maior para as construtoras. O preço médio do metro quadrado em São Paulo saltou de 7,2 mil reais em 2012 reais para 8,7 mil reais em 2013.

Moradores

Há dois grandes tipos de públicos para os imóveis de um dormitório: jovens, normalmente estudantes, que estão buscando a sua primeira casa; e profissionais que migraram de outra cidade, mas não pretendem fincar raízes no lugar em que trabalham.
Nos dois casos, essas pessoas procuram esse tipo de imóvel para ficar por um tempo determinado, normalmente em aluguel. Por isso, os imóveis ficam concentrados em regiões próximas de áreas comerciais ou de universidades.
“Há um terceiro perfil interessante para esse setor. Por ter valor menos elevado do que os imóveis de dois ou mais dormitórios, esse tipo de apartamento costuma ser comprado por quem começa a investir no setor imobiliário”, lembra Leardi.

Tipos

Quitinetes
Entre as opções de apartamentos com um dormitório, é possível encontrar na ponta mais econômica as quitinetes (ou conjugados): esse tipo de apartamento, com um único cômodo, integra cozinha, sala e quarto, além de um pequeno banheiro. Com, no máximo, 35 metros quadrados, as quitinetes são interessantes para quem quer gastar menos e ter garantias que a procura por aluguel será alta – desde que o imóvel esteja localizado em bairros centrais ou com muita procura.
Lofts
Do outro lado, na ponta de custo maior, estão os lofts: esse tipo de apartamentos possuem um dormitório apenas, mas são bem amplos e tem desenho moderno, aproveitando o espaço de maneira mais inteligente. Neste caso, um único cômodo agrupa quarto, cozinha e sala, enquanto o banheiro fica separado. Eles são opção interessante para quem quer um público que não precisa de muito espaço, mas procura uma arquitetura diferenciada.
Flats
A última opção nesse setor são os flats: esse tipo de apartamento faz a junção entre condomínio e hotelaria, oferecendo para os moradores serviços como lanchonetes, lavanderias e arrumadeiras. Quanto ao tamanho, variedade é o que não falta. Os mais tradicionais costumam ter 25 metros quadrados a 66 metros quadrados úteis.

Fonte: InfoMoney - Juliana Américo Lourenço da Silva