domingo, 14 de abril de 2013

A grande farra dos políticos


Antônio de Faria Lopes

Há uma estranha tendência de se apresentarem soluções parciais, às vezes simplórias, como um grande achado para resolver todos os males do nosso sistema político-eleitoral. A redução drástica do número de partidos existentes é uma delas.
Não seria melhor que se pensasse numa mudança radical que transformasse os partidos políticos em verdadeiros representantes das tendências e das aspirações da sociedade para que o povo, através do voto, se transformasse no verdadeiro dono do poder? Que diferença faz se hoje eles são 30 e amanhã serão 50?
Se todos são iguais, se representam apenas interesses de pequenos grupos que disputam o poder somente para dele se servirem, se têm donos, se não passam de balcões de negócios, se não praticam nem sequer a democracia interna, como poderão se arvorar em instrumentos de sua prática? Que diferença faz a quantidade deles? Agora mesmo estamos assistindo à criação de mais um ministério – falta um para termos 40 – e a designação de um ministro filiado a um partido que foi afastado do poder em virtude das “maracutaias” que cometeu no mesmo ministério.
LOTEAMENTO DO PODER
É o “presidencialismo de coalizão” que vai loteando, aparelhando e criando novos cargos públicos para garantir sua permanência no poder. Criar partidos é indispensável para participar do loteamento do poder, das comissões que as obras públicas possibilitam, dos contratos de consultoria quando são substituídos nos cargos públicos, das viagens e das festas, do acesso à mídia, da propaganda eleitoral gratuita, do Fundo Partidário, da grande farra às nossas custas.
Uma parte da população defende uma reforma política de profundidade que mude paradigmas, que convoque o povo a uma grande discussão sobre qual o melhor sistema de representação, aquele que impeça a transformação da política numa profissão de esperteza vitalícia, que não faça da impunidade um estímulo permanente a toda sorte de crimes, especialmente o de corrupção. É claro que uma reforma que aborde minimamente essas ideias não interessa à maioria do Congresso Nacional nem aos donos dos partidos.
O que eles querem é mais dinheiro para o Fundo Partidário, para o financiamento público das campanhas eleitorais e o voto nas listas que eles vão fazer e na ordem que lhes derem mais vantagens. Roger Garaudy já dizia que não existem partidos verdadeiramente democráticos. No Brasil, a maioria deles é dirigida por “comissões provisórias” nomeadas por seus donos. Em vez de querer limitar o número de partidos, não seria melhor proibir as coligações, acabar com o Fundo Partidário, com o voto obrigatório e com a chatice da propaganda gratuita?
(transcrito do jornal O Tempo)

Maluf, o invencível, continua lavando dinheiro na Suíça...



Jamil Chade (Estadão)
Bancos suíços suspeitam que Paulo Maluf continuaria lavando dinheiro e bloqueiam transação de sua empresa, a Eucatex, em Zurique. O UBS em Zurique alertou à COAF no Brasil sobre “possíveis atividades suspeitas” na tentativa da Eucatex de transferir a uma empresa uruguaia R$ 47 milhões no final de 2012. A movimentação foi considerada pela Justiça paulista como um sinal suspeito de que Maluf continuaria a usar a Eucatex como veículo para lavagem de dinheiro. O UBS se recusou a autorizar a transferência.
O banco Itaú – que representa o UBS no Brasil – foi intimado a executar a ordem da Justiça de São Paulo de bloquear os bens até o limite de R$ 519,7 milhões da Eucatex S.A. Indústria e Comércio. O valor corresponderia ao que teria sido desviado pelo ex-prefeito da capital paulista e deputado Paulo Maluf (PP) e serviria para ressarcir os cofres públicos por causa de dinheiro supostamente desviado da Prefeitura. A decisão é da juíza Celina Kiyomi Toyoshima, da 4.ª Vara da Fazenda Pública.
A liminar havia sido pedida pelo promotor Silvio Antônio Marques, da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público.
Segundo o Estado apurou, a nova suspeita na Suíça sobre Maluf foi registrada no dia 19 de fevereiro deste ano, quando o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) comunicou a tentativa da Eucatex de transferir ações de sua emissão do banco UBS à empresa uruguaia Cuznar. O banco envolvido na negociação, o Finter Bank de Zurique, se negou a revelar quem seria o dono dos valores mobiliários.
USANDO A EUCATEX
O alerta foi passado ao COAF pelo Itaú, banco que representa o UBS no Brasil. O banco brasileiro informou que, no dia 6 de outubro de 2012, o Finter Bank pediu ao UBS em Zurique fazer a transação de R$ 47 milhões da Eucatex aos uruguaios.
O UBS, em diversas ocasiões desde então, solicitou ao Finter Bank informações sobre quem seriam os propritários das ações. Cinco meses depois, o UBS ainda não tinha recebido as informações e o único dado repassado ao maior banco suíço foi que a pessoa envolvida era classificada no país como PEP – sigla para Politically Exposed People (Pessoas Politicamente Expostas). Sim informações, o UBS decidiu bloquear a transação até que ficasse esclarecida sua natureza.
Coube então ao Itaú, com base em cartas assinadas pelos executivos do UBS, Stephan de Boni e Oliver Barcholet, comunicar às autoridades brasileiras o fato.
Para a Justiça paulista, a mudança de custodiante das ações pela Eucatex foi uma prática que Maluf se utilizou em diversas ocasições nos últimos dez anos. Isso envolveu transações de até US$ 74 milhões em 2001 no mesmo Finter Bank de Zurique, além do uso da Durant Int, empresas que, em Jersey, já foi identificada como um dos veículos de Maluf para depositar dinheiro fruto de corrupção.

CHARGE DO NANI

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Nani, especial para A Charge Online

Caixa aceita contratações da MRV novamente, mas especialistas recomendam cautela a mutuários



 
Empreendimento da MRV em Cordovil, no Rio
Foto: Reprodução/InternetPublicado em
A Caixa Econômica Federal voltou a operar com a MRV Engenharia. A empresa, que havia entrado no cadastro do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) de empresas que submetem trabalhadores a situações análogas a de escravos, conseguiu, no final de janeiro, uma liminar no Superior Tribunal da Justiça (STJ) para retirada de seu nome da lista. Quando a MRV foi incluída, a Caixa suspendeu a contratação de novas propostas de financiamento de empreendimentos com a empresa, inclusive os do "Minha casa, minha vida".


Agora, a empresa está anunciando o lançamento da segunda etapa de um condomínio no Rio,também pelo programa de habitação popular do governo federal. A Caixa informou, por meio de sua assessoria, que não "há impedimentos para a contratação de novos empreendimentos pela empresa".


Fique atento


Como a decisão não é definitiva, especialistas aconselham osconsumidores a terem cautela.


— Numa situação de insegurança, deve-se aguardar até ter uma decisão definitiva — afirma a coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci.


Vinícius Leal, advogado do Procon-RJ, diz que, uma vez assinado o contrato, a Caixa tem que cumpri-lo:


— Se não honrá-lo, o consumidortem direto de exigir o cumprimento, solicitar outro produto ou prestação de serviço da Caixa ou rescindir o contrato, com a restituição da quantia paga com atualizações do valor.


Maria Inês afirma que, se a liminar cair no meio do processo, os consumidores serão prejudicados.


— Vão ter que entrar com uma ação coletiva contra a construtora e, como existe uma co-responsabilidade da Caixa, pode-se entrar contra o banco também.


Ela aconselha os consumidores a guardarem os documentos que atestam a compra, caso a Caixa interrompa, mais uma vez, as operações.


— Tem que guardar todos os comprovantes: propostas, contratose recibos.


O STJ analisa o pedido de derrubada da liminar, feito pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A pasta não se manifestou sobre o caso.

Fonte: Extra

Justiça quebra sigilo eletrônico de Rosemary Noronha, a amante de Lula



Posted: 14 Apr 2013 05:35 AM PDT

A Justiça Federal determinou a quebra do sigilo de três endereços eletrônicos de Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, e amante de Lula, que ainda não haviam sido acessados pela Polícia Federal. Dois desses endereços são oficiais, e eram usados por Rose no escritório do governo na capital paulista A 5ª Vara Criminal Federal solicitou que a Secretaria de Administração da Secretaria-Geral da Presidência da República, em ofício despachado no dia 22 de março, permitisse o acesso dos investigadores "ao conteúdo dos correios eletrônicos" de Rose nos servidores do Palácio do Planalto (planalto.gov.br) e da Presidência da República (presidencia.gov.br). Também foi pedido o acesso a um e-mail pessoal da ex-chefe de gabinete, hospedado em um servidor privado. Rose foi denunciada por falsidade ideológica, tráfico de influência, corrupção passiva e formação de quadrilha sob a acusação de participar de esquema de venda de pareceres dentro de órgãos do governo federal.

Leandro Fortes: Tucano Carlos Mosconi é acusado de tráfico de órgãos



Posted: 13 Apr 2013 04:07 PM PDT

Pela quarta vez consecutiva, Carlos Mosconi é presidente da Comissão de Saúde do Parlamento de Minas Gerais

por Leandro Fortes, em CartaCapital, sugestão de Julio Cesar Macedo Amorim no Vi o Mundo

Enquanto o Congresso Nacional é submetido a um constrangimento diário desde a eleição do deputado Marcos Feliciano (PSC-SP), pastor evangélico de discurso homofóbico e racista, para o comando da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, um caso semelhante na forma, mas muito mais grave no conteúdo, permanece escondido na Assembléia Legislativa de Minas Gerais.
Em 1˚ de fevereiro, o tucano Carlos Mosconi assumiu pela quarta vez consecutiva a presidência da Comissão de Saúde do Parlamento mineiro.
Médico de formação, Mosconi é idealizador da MG Sul Transplantes, ONG que servia de central clandestina de receptação e distribuição de órgãos humanos em Poços de Caldas, no sul do estado. Segundo uma investigação da Polícia Federal, Mosconi chegou a encomendar um rim para o amigo de um prefeito da cidade mineira de Campanha.

Em 19 de fevereiro, o juiz Narciso Alvarenga de Castro, da 1a Vara Criminal de Poços de Caldas, condenou quatro médicos envolvidos no esquema de compra e venda de órgãos humanos, a chamada “Máfia dos Transplantes”.
João Alberto Brandão, Celso Scafi, Cláudio Fernandes e Alexandre Zincone, todos da Irmandade Santa Casa, eram ligados à MG Sul Transplantes. Scafi era sócio de Mosconi em uma clínica da cidade. A ONG era responsável pela organização de uma lista de pacientes particulares que encomendavam e pagavam por órgãos retirados de pacientes ainda vivos. A quadrilha realizava os transplantes na Santa Casa, o que garantia, além do dinheiro tomado dos beneficiários da lista, recursos do SUS para o hospital.
A máfia de médicos de Poços de Caldas foi descoberta em 2002 por causa do chamado “Caso Pavesi”, que chegou a ser investigado na Câmara dos Deputados pela CPI do Tráfico de Órgãos Humanos, em 2004. Em 19 de abril de 2000, Paulo Veronesi Pavesi, 10 anos de idade à época, caiu de um brinquedo no prédio onde morava e foi levado à Santa Casa. O menino foi atendido pelo médico Alvaro Ianhez, coordenador do setor de transplantes do hospital e, soube-se depois, chefe da central clandestina de tráfico de órgãos. Ianhez é amigo particular do deputado Mosconi, responsável por sua nomeação no hospital.
A partir de uma denúncia do analista de sistemas Paulo Pavesi, pai do garoto, a PF abriu um inquérito e descobriu que a equipe de Ianhez havia decretado a morte encefálica de Paulo quando ele estava sob efeito de substâncias depressivas do sistema nervoso central.
Ou seja, teve os rins, o fígado e as córneas retirados quando provavelmente ainda estava vivo. Pavesi pai foi obrigado a pedir asilo na Itália, depois de ser ameaçado de morte por diversas vezes em Minas Gerais. Atualmente, mora em Londres, onde aguarda até hoje o julgamento do caso do filho.
Outros oito casos semelhantes foram descobertos pela PF e pelo Ministério Público Federal durante as investigações.
Um deles, o do trabalhador rural João Domingos de Carvalho, foi o que resultou nas condenações de fevereiro passado. Internado por sete dias na enfermaria da Santa Casa, entre 11 e 17 de abril de 2001, Carvalho foi dado como morto quando estava sentado e teve os rins, as córneas e o fígado retirados pelos médicos Fernandes e Scafi.
“Era pura ganância, vontade de enriquecimento rápido, sem se preocupar com o sofrimento dos demais seres humanos”, escreveu o juiz Nasciso de Castro na sentença que condenou os médicos da Santa Casa a penas de 8 a 11 anos de prisão, em primeira instância. Todos continuarão em liberdade até o julgamento dos recursos.
Pavesi não se amendrontou à toa. Em 24 de abril de 2002, Carlos Henrique Marcondes, administrador da Santa Casa, foi assassinado no dia exato de seu depoimento no Ministério Público sobre a atuação da máfia dos transplantes lotada no hospital. Ele tinha gravado todas as conversas com os médicos envolvidos no tráfico de órgãos e pretendia entregar as fitas às autoridades.
Antes de falar, Marcondes foi encontrado morto no próprio carro com um tiro na boca. Segundo um delegado da Polícia Civil da cidade, o ex-PM Juarez Vinhas, tratou-se de suicídio. O caso foi sumariamente arquivado. O laudo pericial constatou, porém, que três tiros haviam sido disparados contra Marcondes, embora apenas um o tenha atingido.
Mais ainda: a arma usada e colocada na mão da vítima desapareceu no fórum de Poços de Caldas, razão pela qual foi impossível periciá-la. Levado à Santa Casa, o corpo do administrador foi recebido por dois médicos do hospital. Um deles, João Alberto Brandão, foi condenado em fevereiro. O outro, Félix Gamarra, chegou a ser indiciado, mas acabou beneficiado pela lei de prescrição penal, por ter mais de 70 anos de idade.
A dupla raspou e enfaixou a mão direita de Marcondes, supostamente usada para apertar o gatilho, de modo a invibializar o exame de digitais e presença de resíduos de pólvora. E o advogado da Santa Casa, o também ex-PM Sérgio Roberto Lopes, providenciou a lavagem do carro.
O nome de Mosconi apareceu na trama em 2004, durante a CPI do Tráfico de Órgãos. Convocado pela comissão, o delegado Célio Jacinto, responsável pelas investigações da Polícia Federal, revelou a existência de uma carta do parlamentar na qual ele solicita ao amigo Ianhez o fronecimento de um rim para atender ao pedido do prefeito de Campanha, por 8 mil reais. A carta, disse o delegado, foi apreendida entre os documentos de Ianhez, mas desapareceu misteriosamente do inquérito sob custódia do Ministério Público Estadual de Minas Gerais.
Mosconi foi ouvido pelo juiz Narciso de Castro e confirmou conhecer Ianhez desde os anos 1970. O parlamentar disse “não se recordar” da existência de uma lista de receptores de órgãos da Santa Casa, da qual chegou a ser presidente do Conselho Curador por um período.
Sobre a MG Sul Transplantes, que fundou e difundiu, afirmou apenas “ter ouvido falar” de sua existência. Declaração no mínimo estranha. O registro de criação da MG Sul Transplantes, em 1991, está publicado em um artigo no Jornal Brasileiro de Transplantes (volume 1, número 4), do qual os autores são o próprio Mosconi, além de Ianhez, Fernandes, Brandão, e Scafi, todos investigados ou réus de processos sobre a máfia de transplantes de Poços de Caldas.
Procurada por CartaCapital, a assessoria de imprensa de Carlos Mosconi ficou de marcar uma entrevista com o deputado. Até o fechamento desta edição, o parlamentar não atendeu ao pedido da revista.

Os grupos neonazistas no Brasil



Posted: 13 Apr 2013 04:18 PM PDT

Por Léo Rodrigues, no sítio da EBC:

reproduzido no blog do Miro


O crescimento do número de simpatizantes neonazistas tem se tornado uma tendência internacional. É o que aponta um monitoramento da internet realizado pela antropóloga e pesquisadora da Unicamp, Adriana Dias. De 2002 a 2009, o número de sites que veiculam informações de interesse neonazistas subiu 170%, saltando de 7.600 para 20.502. No mesmo período, os comentários em fóruns sobre o tema cresceram 42.585%.

Nas redes sociais, os dados são igualmente alarmantes. Existem comunidades neonazistas, antissemitas e negacionistas em 91% das 250 redes sociais analisadas pela antropóloga. E nos últimos 9 anos, o número de blogs sobre o assunto cresceu mais de 550%.

Adriana Dias trabalha há 11 anos mapeando grupos neonazistas que atuam na internet e também no mundo não virtual. Devido ao conhecimento construído, a pesquisadora já prestou consultoria para a Polícia Federal e para serviços de inteligência de Portugal, Espanha e outros países.

- Veja as estatísticas do crescimento de sites com assuntos neonazistas:




Brasil


Segunda Adriana, os grupos neonazistas eram predominantes no sul do país, mas nos últimos anos têm crescido vertiginosamente no Distrito Federal, em Minas Gerais e em São Paulo. Ela vem mapeando o número de internautas que baixam arquivos de sites neonazistas e considera simpatizantes aqueles que já fizeram mais de 100 downloads. Por esse critério, seus dados de 2013 apontam que há aproximadamente 105 mil neonazistas na região Sul.

No caso de Minas Gerais, os movimentos parecem ter ganhado fôlego em 2009, como forma de responder ao assassinato de Bernardo Dayrell Pedroso. Fundador da revista digital "O Martelo", ele era uma referência do movimento neonazista na cidade. Acabou morto em um evento no município de Rio Branco do Sul (PR), por uma outra gangue de skinheads neonazistas que via em Bernardo uma barreira para sua ascenção.


Organização


Não é possível descrever um único percurso para ingresso no movimento neonazista. Mas há uma trajetória mais comum: "Geralmente, eles atendem ao proselitismo na juventude. O jovem em busca de uma causa acaba recebido pelo grupo, que o convencem de que o negro ou o judeu tomou seu espaço no mercado de trabalho, na universidade, etc", explica Adriana Dias.

Os líderes dos grupos geralmente não participam das ações violentas. "São pessoas que já possuem uma condição financeira melhor e geralmente possuem curso superior. Eles conduzem o movimento e leem muito material antissemita. Possuem um alto grau de instrução e buscam se resguardar de eventuais ações judiciais", descreve a pesquisadora.

Técnicas de Rapport



“Rapport é a capacidade de entrar no mundo de alguém, fazê-lo sentir que você o entende e que vocês têm um forte laço em comum. É a capacidade de ir totalmente do seu mapa do mundo para o mapa do mundo dele. É a essência da comunicação bem-sucedida.” 
Anthony Robbins

A palavra rapport,  tem origem Francesa e significa: relação; ligação; nexo; conexão.
Para que consiga fechar um negócio, num normal processo de vendas, é obrigatório criar uma relação de confiança. Essa ligação permite derrubar algumas barreiras que o prospecto tenha construído de forma a se tornar mais suscetível a aceitar as suas opiniões ou sugestões.
Muitos de nós já utilizamos técnicas de rapport, sem saber que o fazemos, pois temos uma predisposição quase “inata” de criar essa confiança e ser valorizado nas suas opiniões. A surpresa é que estas técnicas se podem aprender!
Antes de avançar para as técnicas, importa referir que o processo de criação de rapport, tem 2 etapas:
  • Em primeiro lugar – Empatia – ouça!- vai passar à outra pessoa um sinal decompreensão e de preocupação pelos seus problemas e opiniões. A pessoa sente-se valorizada e respeitada se for escutada e se der sinais que está a compreender a importante informação que ela lhe está a passar e que se consegue colocar no seu lugar. Você reconhece e valida o mapa da realidade do outro “entra na pele da outra pessoa”, ainda que possa não concordar com as suas posições. Atenção! seja genuíno nos seus comportamentos e posições!
  • Em segundo lugar – Liderança – depois de já ter ganho do prospecto o direito a tentarinfluênciá-lo, uma vez que já tem a sua confiança, agora pode persuadi-lo(a) a agir.
Como é que se consegue o rapport?
Espelhando em linguagem verbal (conteúdo) e não verbal (entonações, postura física, expressões faciais, gestos e movimento) no nosso interlocutor.

Técnicas de Rapport
Das várias técnicas existentes, vamos falar das que consideramos mais importantes, dividindo-as em 2 classes: verbais e não verbais.

1 – Verbais:

O conteúdo da linguagem das pessoas exterioriza a forma como pensam. Ou seja podemos ver imagens internas, ouvir diálogos internos ou fazer representações mentais de sensações, ié, no processo cognitivo, algumas pessoas são visuais, outras auditivas e ainda outras cinestésicas.
Dificil de entender?  …  Vamos então concretizar com um exemplo de uma hipotetica conversa com um prospecto:
a) Pois é Sr. Francisco, não estou a ver a luz ao fundo do túnel para os negócios com este produto. Temos de aumentar os negócios à velocidade da luz, senão a coisa vai ficar preta!!!
b) Ouça aquilo que lhe digo Sr. Francisco: não é normal falar desta maneira, mas grito de desespero com esta situação! Espero que me ouçam e que consiga dar a volta aos negócios! Ouviu o que acabei de lhe dizer?
c) Ando triste e muito angustiado com o rumo dos negócios. Esta situação têm-me afectado muito e mal consigo dormir, parece que envelheci 10 anos! Não consigo distanciar-me desta situação. Consegue perceber os meus sentimentos ?
Conseguiu agora perceber? No exemplo a) o seu potencial cliente, utilizou frases e palavras predominantemente visuais, no exemplo b) vocabulário eminentemente auditivo e em c) linguagem predominantemente cinestésica (emoções e sensações fisicas)

E então o que posso fazer ?
Simples! depois de identificar o tipo de linguagem do meu interlocutor, intencionalmente vou aumentar o meu repertório de vocabulário visual, auditivo ou cinestésico, para falar a mesma linguagem dessa pessoa, criando rapport!
Mais uma vez, seja genuíno: falar no mesmo “canal de comunicação” do seu prospecto, não quer dizer que concorde com todas as suas posições.

E relativamente à Voz?

Esta é uma das outras características que também posso espelhar / acompanhar no meu interlocutor. Quer no tom de voz, quer na velocidade da fala, criar algumas semelhanças, mas com subtileza e respeito, sem exagerar.

2 – Não Verbais:

Uma das técnicas usadas com muito sucesso na criação de rapport, é o espelhamento / acompanhamento do comportamento físico do seu interlocutor  de forma subtil em:
  • Postura corporal
  • Gestos da mão
  • Expressões faciais
  • Deslocamento do peso
  • Respiração
  • Movimento dos pés
  • Movimento dos olhos
Mais uma vez torna a comunicação mais eficaz criando rapport.

Parece difícil?
Vamos por etapas! Inicialmente tente apenas espelhar um dos aspectos do comportamento da outra pessoa, como por exemplo a postura. Quando se tornar fácil, inclua outro, como o movimentos dos olhos e assim sucessivamente. Não existe segredo no treino desta técnica de rapport, apenas prática!

Treine! Treine muito e não se esqueça de usar estas técnicas de rapport da próxima vez que falar com um prospecto ou cliente.

Um dos melhores livros de vendas, por Marcelo Ortega



 O livro “Do Fracasso ao sucesso em vendas”  é um dos livros mais especiais que já li. O encontrei a mais de 10 anos atrás num sebo, ainda com capa vermelha e se chamava “ Do Fracasso ao Sucesso na arte de Vender “.
Eis o livro que me deu a verdadeira significação para os controles em vendas. A Importância de fazer mapas de oportunidades, relatórios de visitas, controles em geral. Frank Betgger fazia seus controles e começou a vender mais, em clientes que naturalmente ele teria desistido no primeiro “Não” recebido logo no início. Ele ainda prova que sua produtividade aumentou, quando verificou que tinha dias da semana em que ele desperdiçava tempo em atividades improdutivas. Ele chamava seus controles de “caderninho”, o caderno que é tão usado entre profissionais de vendas até os dias de hoje.
No entanto a internet, as comunidades sociais, os avanços tecnológicos que dispomos podem nos ajudar muito mais na preparação e na estratégia da venda, mas a  falta de um mapa de oportunidades previamente preparado para começar a semana com foco, os maus hábitos como o casual day, comum nas sextas feiras, onde se abandona até mesmo o traje social, impedem muita gente de atingir suas metas.
Fig1. Visitas. Entrevistas e Resultados de Frank Bettger












Fig2. Quadro de horários semanais de Frank Bettger








Quem não gosta de auto-controles, tende a dispersar-se e isto em vendas é péssimo. Piloto de avião gosta de controle? A resposta é simples: tem que gostar, por questão de segurança, certo? Vendedores e pilotos de avião neste contexto têm muito a ver.

Cinco Caminhos para o Sucesso em Vendas que aprendi com Frank Bettger
  • Desenvolva uma atitude positivaAcredite em si mesmo, quando você faz o que conhece, e será reconhecido como uma pessoa com credibilidade. Pessoas com credibilidade adquirem o poder de persuasão, e você deve lembrar-se que este é um ponto essencial para o sucesso em vendas.
  • Procure clientes em potencialComo nem todas as pessoas (ou empresas) são clientes qualificados, cabe a você qualificá-los, mapear oportunidades e vender para eles.
  • Prepare sua apresentaçãoÉ importante causar uma boa impressão. Para isso, alguns quesitos fundamentais são a aparência, conhecimento prévio das necessidades do cliente e conhecimento de seus produtos/serviços.
  • Seja SinceroO que você vende, você compraria? O seu poder de persuasão estará sempre relacionado ao seu genuíno interesse em querer ajudar a resolver os problemas de seus clientes.
  • Busque o ConsensoQuanto mais a linguagem estiver sintonizada com a pessoa (ou empresa) mais poder de persuasão você terá.

Autor do artigo: Marcelo Ortega