domingo, 7 de outubro de 2012

Um castelo para fãs de vinho e design


Hotel esbanja requinte no coração verde da Itália

23/09/2012 | POR REDAÇÃO; FOTOS MARIO DI PAOLO

|
|
  (Foto: Mario di Paolo)
Pouca gente sabe, mas uma das maiores áreas verde da Europa fica na Itália. E poucos imaginam que esse verdadeiro “coração ecológico mediterrâneo” está a uma distância de aproximadamente 20 km do mar Adriático, o mesmo que banha a atualmente tão badalada Croácia. É exatamente nessa região, em Abruzzo, na província de Chieti, que se torna possível esquecer a Itália da Toscana ou da Sicília e entrar nas montanhas de Maiella para mergulhar nas plantações de uvas e oliveiras.
Bem ali, fica o Castello di Semivicoli, propriedade da família produtora de vinhos que levam seu próprio nome, Masciarelli, verdadeiros apaixonados pelo que fazem. O palazzo, construído entre os séculos 17 e 18, que já foi morada da nobre família Perticone, passou por uma época de decadência e hoje recebe turistas entusiastas de vinhos e história em seus 11 quartos. O responsável por trazer a vida de volta a essa bela locação é o arquiteto Lelio Orio di Zio, sócio do escritório italiano Oriano Associati Architetti, muito conhecido por reformar construções históricas sem tirar seu brilho original.
  (Foto: Mario di Paolo)
Comprado pela família Masciarelli em 2004 e aberto ao público desde maio de 2009, o Castello é um deleite para os enólogos de plantão. Em épocas de colheita, os hóspedes são convidados a participar, ajudando a escolher as uvas para a produção dos vinhos e aprendendo tudo, de A a Z, sobre as plantações e os processos dessa formidável cultura.
O hotel faz parte do Eco-World Group, graças ao uso consciente que faz da água e da energia. Seu grande objetivo é não só hospedar pessoas vindas de fora, mas também ajudar o desenvolvimento cultural e econômico da região de Abruzzo. De tempos em tempos, são organizados encontros e palestras nas dependências do Castello. Neste ano, por exemplo, já houve uma mostra sobre as criações dos pioneiros designers Charles e Ray Eames, organizado pela italiana D’amico em parceria com a Vitra.
  (Foto: Mario di Paolo)
A melhor forma para se chegar na bela e bucólica região e se hospedar nesses quartos de paredes grossas, que misturam de forma mágica o antigo e o moderno, é de carro. De Pescara, cidade próxima à Roma, até Chieti, a viagem dura por volta de três horas entre as lindas montanhas de San Martino Sulla Marrucina.
 (Foto: Mario di Paolo)

  (Foto: Mario di Paolo)

  (Foto: Mario di Paolo)

  (Foto: Mario di Paolo)

   (Foto: Mario di Paolo)

  (Foto: Mario di Paolo)

  (Foto: Mario di Paolo)

  (Foto: Mario di Paolo)

  (Foto: Mario di Paolo)

SP ganha seu primeiro design hostel


Móveis garimpados e décor atual definem o We

01/10/2012 | POR REDAÇÃO; FOTOS FRAN PARENTE

|
|
  (Foto: Fran Parente)
O conceito de design hostel chegou há pouco tempo ao Brasil. No Rio de Janeiro, o Oztel, que funciona em Botafogo, é o primeiro exemplar deste tipo de hospedagem – que reúne o preço e a descontração dos albergues ao conforto e refinamento dos melhores hotéis. Agora São Paulo dá a sua resposta com a recente abertura do We Hostel Design.
Felipe Hess é o responsável pela recuperação da mansão construída no início do século 20, localizada em uma arborizada rua da Vila Mariana, próxima ao Parque Ibirapuera. O projeto de interiores também ficou a cargo do jovem arquiteto paulistano, que optou por pintura em tons superbrancos, tanto das paredes externas quanto das internas.
A generosa luz natural que penetra pelas janelas reflete-se nas superfícies claras e no piso original de tábuas de madeira maciça. A decoração é vintage e despojada, composta por móveis garimpados por toda a cidade. Peças contemporâneas se misturam a este cenário, renovando a atmosfera que parte do estilo eclético do casarão, passa pelas linhas retrô dos móveis e culmina na praticidade das soluções de hospedagem.
Dividido entre quartos coletivos, privativos, uma suíte para mulheres e um quarto de casal, todos com armários e luzes de leitura individuais, o We Hostel tem a cara de uma São Paulo que ainda resiste, aqui e ali, reunindo seu passado recente de opulência e refinamento à funcionalidade da metrópole.
  (Foto: Fran Parente)

  (Foto: Fran Parente)

  (Foto: Fran Parente)

  (Foto: Fran Parente)

  (Foto: Fran Parente)

RECLAMES CENSURADOS (III)



Marc Albert

Clique na foto para ampliá-la

Educação é prioridade em Mato Grosso! Vejam a Escola Estadual José Mariano Bento.



A política e atualidades com humor e credibilidade.A política e atualidades com humor e credibilidade.


G1: Há cinco anos, cerca de 200 crianças e adolescentes estudam em barracos cobertos de palha na Escola Estadual José Mariano Bento, na comunidade Quilombo, em Barra do Bugres, a 169 quilômetros de Cuiabá. A unidade não possui banheiro e nem bebedouro próprio. A nova escola estava prevista para ser entregue em setembro do ano passado. No entanto, as obras estão paradas há 60 dias.
Comentário meu: vale lembrar que há cinco anos o governador era Blairo Maggi (PR), o mesmo que apareceu na TV falando durante a campanha eleitoral pedindo votos para o seu candidato e dizendo que em seu governo tudo era perfeito. Maggi fez de seu vice, Silval Barbosa, o atual governador, que tem dado continuidade a toda essa ‘obrada’ de Maggi. As crianças da Escola Estadual José Mariano Bento estão com sorte. No estado ha escolas funcionando em container.

SÃO JORGE DE BORDEL


Ancião
Do que fala Augusto Nunes, neste texto que explicito, dou fé. Eu também fui adolescente em cidade, se bem que não tão pequena, porque portuária. A Rua General Câmara tem muito o que contar. Ah, se tem…
E que me perdoem os puristas mas, “cérebro baldio” é coisa de gênio. Pura galhofa. Ave, Augustus.
“Em agosto de 2005, num texto publicado no Jornal do Brasil, lembrei que a vida de adolescente em cidade pequena era bem menos divertida antes da revolução dos costumes desencadeada no fim dos anos 60. As moças se casavam virgens, motel só aparecia em filme americano, drive-in era coisa da capital. A esfregação nunca ia muito longe. E também os moços pouco ou nada saberiam de sexo se não houvesse, em qualquer município com mais de 10 mil habitantes, uma zona. Ninguém chamava pelo nome completo ─ zona do meretrício ─ aquele punhado de casas com uma luz vermelha na varanda, plantadas no difuso território onde a cidade já acabou sem que o campo tenha começado. O mobiliário se limitava à mesa com cinco ou seis cadeiras, um sofá, três ou quatro poltronas e uma vitrola antiga. Às vezes, nem isso. Só não podiam faltar a cama de casal em cada quarto e o quadro de São Jorge na parede da sala. Bonito, aquilo.
As vestes de guerreiro, o corcel colérico, a lança em riste, o dragão subjugado, as imagens beligerantes contrastavam esplendidamente com a expressão beatífica. Todo santo de retrato é sereno, mas nenhum se mete com monstros que soltam fogo pelas ventas. Só um São Jorge de bordel poderia arrostar tamanho perigo com aquela fisionomia plácida  que sublinhava o espetáculo da coragem. Concentrado no duelo tremendo, o exterminador de dragões não prestava a menor atenção no que acontecia fora do retrato. Na sala, mulheres e fregueses negociavam o acerto que os levaria a algum dos quartos escurecidos pela meia-luz que eternizava o crepúsculo. Deles não paravam de chegar sons muito suspeitos, mas o santo guerreiro nada ouvia. Estava na parede para proteger a zona do meretrício, não para vigiá-la nem convertê-la em convento. Quem luta com dragões não perde tempo com batalhas de alcova. São Jorge de bordel era chamado naquele tempo todo homem que mantinha a cara de paisagem enquanto desfilavam a um palmo do nariz iniqüidades, bandalheiras, delinqüências e safadezas domésticas. O filho abandonara os estudos e voltava da rua com mais dinheiro, a filha se apaixonara pelo cafajeste do bairro e exagerava na pintura no rosto, a mulher vivia arrastando vizinhos para o quarto do casal, o sobrinho furtava as economias da avó ─ e a tudo seguia indiferente o chefe de família. Como um São Jorge de bordel. Como um São Jorge de bordel sempre agiu Luiz Inácio Lula da Silva. O advogado Roberto Teixeira nunca lhe cobrou aluguel pela casa onde viveu durante oito anos. O inquilino fez de conta que nem notou. Em 2002, sobrou o dinheiro que faltara a todas as campanhas anteriores. O beneficiário não quis saber como se dera o milagre. Tampouco perguntou quem financiara a milionária festa da vitória na Avenida Paulista. Instalado no gabinete presidencial, não enxergou as agudas mudanças na paisagem. Bons parceiros como Djalma Bom estacavam na secretária do ajudante de ordens. Entravam sem bater na sala presidencial aliados como Pedro Correia ou Valdemar Costa Neto. Fundadores do PT eram expulsos do partido. Roberto Jefferson ganhava cheques em branco. Contratos milionários engordavam a base alugada. Lula nem conferia rubricas, assinaturas e endossos. Sílvio Pereira e Delúbio Soares se tornaram clientes assíduos dos palácios, ganharam salas para negociar com a freguesia, assimilaram hábitos de novo-rico. O dono da casa não enxergou o entra-e-sai, não ouviu o ronco do Land Rover de Silvinho, muito menos a barulheira dos jatinhos de Delúbio. Não percebeu que sindicalistas promovidos a diretores de banco agora usavam gravata borboleta, fumavam charuto e davam gorjetas do tamanho dos salários dos tempos difíceis. Despertado pelo ruído provocado por Waldomiro Diniz, Lula voltou a dormir depois das explicações sussurradas por José Dirceu. Não ouviu o governador de Goiás, Marconi Perillo, assombrado com a desenvoltura dos trambiqueiros aliados que tentavam comprar mais deputados. Não quis ouvir a mesma denúncia repetida por Roberto Jefferson. Não enxergou a expansão do pântano. Não viu as marcas de lama nos tapetes do Planalto. Numa zona de antigamente, a figura protetora desceria da parede para botar ordem na casa. Num Brasil em decomposição moral, o São Jorge de bordel só quebra o silêncio para berrar improvisos insensatos. Que os outros santos nos protejam. Passados sete anos, o São Jorge de São Bernardo faz de conta que nem sabe direito o que se passa no Supremo Tribunal Federal. Jura que, em vez de acompanhar o resgate da roubalheira de verdade, prefere gastar o cérebro baldio seguindo as bandalheiras inventadas pela novela das nove. A fila dos condenados aumenta, mas Lula continua fingindo que nada viu, nada ouviu e de nada soube. Marcos Valério começou a abrir a medonha caixa preta. Pela primeira vez,http://veja.abril.com.br/multimidia/video/marcos-valerio-acusa, uma alta patente da quadrilha confirmou que falta alguém no banco dos réus do Supremo. Nem assim o chefe da seita se anima a falar em mensalão. Acha que vai ficar até o fim dos tempos pendurado no retrato na parede. Não percebeu que a farra na zona foi longe demais e descambou para o terreno da pouca vergonha. Nem desconfia que a casa vai cair.”

O PARAISO! AONDE?



Walter Marquart
É quase tão mau matar um homem como matar um bom livro; quem mata um homem mata uma criatura racional, uma imagem de Deus; mas quem destrói um bom livro mata a própria razão”. Nossa “democracia”, tão triste quanto criminosa, não quer aprender, está toda reunida em Brasília para discutir, sabe deus em quantas comissões, de como emplumar a embromação.Estamos vivendo um momento sinistro, com uma oposição envergonhada, o antes opositor se tornou o poder censor; executando tudo aquilo, e pior ainda, que antes criticava. Todos confiaram que fosse um critico honesto, defensor do povo, pois cantava louvores à liberdade; quem adivinharia que o mentiroso se tornasse um bem sucedido ladrão com faixa de Presidente da República; livre, com a sua maioria submissa (por cargos e dinheiro), para instalar a tirania da reeleição, o incansável adepto de como calar a imprensa, e se possível, queimar todos os livros, pode começar a rosnar. O povo que não raciocina e vota nos defensores de privilégios e de um estado totalitário, onde não floresce a liberdade de ser budista, cristão ou mesmo um (como todos até hoje) idiota marxista socialista honesto.
A sociedade deverá, com muita sabedoria, analisar e traçar rumos para a “democracia” que está instalada no Brasil; em todas as urnas deveria estar gravado: para o bem da nação e felicidade do próprio povo, fica estabelecido que os ignorantes, inconseqüentes e Bolsistas de qualquer natureza estão proibidos de votar, por terem abusado do direito que a petulância lhes havia conferido. A Justiça Eleitoral não pode eleger loucos, abonados pelo voto de cegos, se continuar a fazê-lo, todos, eleitores ou não, passarão a dar cabeçadas na melhor hipótese, ou cairão no precipício, onde a luz não chegará mais. Voltaremos ao tempo de Caim e Abel. Estou vibrando com o que aconteceu neste início do julgamento do mensalão, e agora mais ainda quando ele está chegando ao seu final, que atinge, atomicamente. O STF, na pessoa de oito ou nove Ministros, é quase certa a condenação dos cabeças bichadas do lulo-petismo. Será o espancamento da figura do jactancioso Luiz Inácio Silva da Mentira. O autêntico arrogante que quis cunhar uma mentira igual àquela do “realizei 50 anos em 5”, a fanfarrice levou-o a cunhar a frase: “nunca dantes nesssste país”. A mudança que está sendo iniciada pelo STF, e com ela está criando (Deus queira) exemplos que devem tomar conta do país, instruir vozes e ações do Legislativo e impor disciplina ao Executivo. Vibrarei mais ainda quando os peixes graúdos estiverem na rede que os levará à prisão. Deveremos fornecer-lhes todos os livros que quiseram queimar, para que se tornem honestos.

Diga não a político ladrão




Paulinho da Viola canta Timoneiro




O caminho do voto, por Miriam Leitão



Miriam Leitão, O Globo
Tudo é intenso no enredo vivido pelo país. Na semana que desembocou nas eleições de hoje, uma pessoa emblemática do mais popular governo da República ouviu duras acusações, uma enfática defesa e vislumbrou a condenação na mais alta corte. O julgamento terminou a semana tenso e inconcluso. Mesmo assim, é incerto o impacto de tudo isso na escolha municipal.
O efeito mais importante da já histórica Ação Penal 470 não será em eleições municipais, mas sim na estrutura institucional do país. O cientista político Jairo Nicolau, que acaba de lançar o livro “Eleições no Brasil. Do Império aos dias atuais”, avalia que as eleições municipais têm uma agenda muito própria e que o efeito de temas nacionais nas escolhas locais ocorrem apenas em alguns municípios. Em São Paulo, ele acha que pode haver algum impacto:
— Esta será a oitava eleição geral para prefeito e vereador desde 1988, ano da Constituição democrática. São 5.664 cidades escolhendo prefeito e mais de 50 mil cadeiras de vereador. Eleição já virou rotina, e o eleitor sabe que tem que escolher o que é melhor para a sua cidade. Os temas nacionais continuam sendo importantes, mas essa escolha tem outra lógica.
Jairo Nicolau também não acredita que 2012 seja uma prévia de 2014:
— No Rio, PMDB e PT estão juntos, mas dentro de dois anos podem se enfrentar no governo do estado. PT e PSB estão com rugas mas podem se coligar em dois anos. O PRB é fenômeno restrito a São Paulo e o desempenho de Russomanno terá pouco efeito na vereança. O PMDB continuará sendo o partido com mais municípios, mas perderá espaço. É interessante ver se o PT continuará indo para o interior.
Em algumas cidades, os eleitores estão dando sinais de cansaço em relação aos partidos políticos tradicionais e, em outras, estão repetindo o padrão de tomar decisões nas eleições municipais por razões locais.
O eleitor paulistano deu um recado forte nas intenções de voto neste primeiro turno. Avisou aos tucanos que descessem do salto alto e aos petistas que Lula não é Deus, ao contrário do que afirmou a ministra da Cultura, Marta Suplicy. A decisão final ficará para o segundo turno, mas ninguém está garantido de véspera. É a eleição mais embolada e mais emocionante.
O impacto mais importante do julgamento do mensalão no ambiente político será o de quebrar a certeza da impunidade que incentivou, nos últimos anos, as mais ultrajantes práticas políticas.
O julgamento não será uma maravilha curativa. Em Parauapebas, no Pará, a imagem do dinheiro apreendido para ser usado na campanha não deixa dúvidas de que a prática da propina continua.
Mas no STF ocorre a mais vigorosa resposta das instituições brasileiras à deterioração dos costumes políticos. Como todo processo de avanço institucional, este será gradual. A boa notícia é que o primeiro passo está sendo dado agora.
Ninguém individualmente tem o monopólio da virtude, mas certos votos no STF servem como aulas de como as autoridades do executivo devem entender o privilégio de representar o eleitorado ou ocupar postos de comando do governo.
Democracia vai além do direito do voto, mas ele é o passo inicial de qualquer projeto civilizado de organização de governo. No Brasil da minha juventude nem os prefeitos das grandes cidades podiam ser escolhidos pelo voto direto. O governo central decidia por nós. Frequentemente, contra nós.
Que todo o intenso enredo recente da política brasileira sirva para melhorar a qualidade da democracia, jamais reduzir a confiança no caminho do voto.

Pesquisas são contraditórias na Venezuela. Duas delas mostram Capriles na frente, e a outra aponta vitória de Chavez.



O Globo publica que duas de três pesquisas de boca de urna não oficiais divulgadas neste domingo na Venezuela dão vitória ao candidato opositor, Henrique Capriles. De acordo com a Ivad, Hugo Chávez ganharia por oito pontos percentuais, mas, segundo os institutos Consultores 21 e Varianza, Capriles seria o presidente, com quatro e dois pontos percentuais de vantagem, respectivamente.
O primeiro boletim de resultados será emitido quando a tendência das urnas for irreversível e já apontar o vencedor. As leis nacionais proíbem a divulgação de pesquisas antes do primeiro boletim oficial. A maioria das seções eleitorais do país já encerrou a votação.
Segundo números divulgados pela Varianza, o opositor teria 51,3% dos votos, contra 48,06% para o presidente venezuelano.O jornalista colombiano Daniel Coronell afirmou, pelo Twitter, que “fontes não oficiais do chavismo e da oposição falam de um resultado apertado”. Em sua conta no Twitter, o ministro das Relações Exteriores do Equadro, Ricardo Patiño, disse que tinha acesso a uma das bocas de urnas não oficiais.

Charge do Sponholz



O voto de Toffoli e a independência do STF


Professores da FGV Direito Rio analisam julgamento do mensalão


RIO - Nesta semana, o ministro Dias Toffoli apresentará o seu voto no julgamento do mensalão. Enquanto isso, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado continuará a sabatina de Teori Zavascki, indicado para integrar o Supremo Tribunal Federal (STF). Assuntos que a princípio parecem diferentes estão intimamente ligados.
Se no início do julgamento do mensalão, a dúvida era se Toffoli votaria, agora, é como votará. Como se sabe, ele passou pela Casa Civil durante a gestão de José Dirceu, foi advogado do PT e, antes de integrar o Supremo, foi advogado-geral da União, nomeado pelo então presidente Lula. Por isso, existe uma expectativa difusa de que ele não condenará Dirceu. Se ele vota pela absolvição ou condenação, no momento é mera especulação. O importante a ser notado em seu voto é se a sua justificativa refletirá sua independência. A sua trajetória não pode conduzir seu voto.
Para se chegar à mais alta Corte de um país, há diversos caminhos. Na Alemanha, onde os juízes do Tribunal Constitucional Federal têm mandato, metade deles é escolhida pela Câmara e a outra metade, pelo Senado. Nos Estados Unidos, Earl Warren foi governador do estado da Califórnia antes de ser nomeado para compor a Suprema Corte. A trajetória anterior de cada candidato não necessariamente exclui relações políticas. A grande questão para a sociedade é, no entanto, saber que o desempenho do ministro do Supremo não está relacionado a como ele lá chegou ou a quem o indicou, mas sim se ele garante a proteção da Constituição. Para Toffoli, isso quer dizer que as razões do seu voto podem ser mais decisivas do que a orientação final pela condenação ou absolvição de Dirceu.
Já Teori Zavascki continuará a ser sabatinado no Senado. Sua trajetória profissional é diferente da do ministro Toffoli. Vem de longo período de atuação na magistratura. Essa trajetória não é necessariamente melhor ou pior para uma atuação independente. O ponto de encontro entre esses dois fatos é saber como preservar a independência de um ministro do STF e, assim, preservar a independência do próprio Tribunal.
Mas as relações entre as atividades anteriores de qualquer candidato ao Supremo, as disputas e acordos partidários em torno da sua nomeação e o seu futuro comportamento na Corte não podem ser desconsideradas em qualquer processo de indicação. É provável que futuros candidatos a uma vaga no Supremo tenham tido vinculações políticas ou exercido cargos após nomeação pelo chefe do Poder Executivo. Caberá às futuras sabatinas garantir o valor mais importante dos membros de um órgão judicial: a sua independência. E aos ministros, confirmá-la em suas decisões.
Fernando Leal e Tânia Rangel são professores da FGV Direito Rio

Sinal de vida, por Fernando Henrique Cardoso


A condenação clara e indignada, por ministros do Supremo Tribunal Federal, do mau uso da máquina pública revigora a crença na democracia
Tenho dito e escrito que o Brasil construiu o arcabouço da democracia, mas falta dar-lhe conteúdo. A arquitetura é vistosa: independência entre os poderes, eleições regulares, alternância no poder, liberdade de imprensa e assim por diante. Falta, entretanto, o essencial: a alma democrática.
A pedra fundamental da cultura democrática, que é a crença e a efetividade de todos sermos iguais perante a lei, ainda está por se completar. Falta-nos o sentimento igualitário que dá fundamento moral à democracia. Esta não transforma de imediato os mais pobres em menos pobres. Mas deve assegurar a todos oportunidades básicas (educação, saúde, emprego) para que possam se beneficiar de melhores condições de vida. Nada de novo sob o sol, mas convém reafirmar.
Dizendo de outra maneira, há um déficit de cidadania entre nós. Nem as pessoas exigem seus direitos e cumprem suas obrigações, nem as instituições têm força para transformar em ato o que é princípio abstrato.
Ainda recentemente um ex-presidente disse sobre outro ex-presidente, em uma frase infeliz, que diante das contribuições que este teria prestado ao país não deveria estar sujeito às regras que se aplicam aos cidadãos comuns... O que é pior é que esta é a percepção da maioria do povo, nem poderia ser diferente, porque é a prática habitual.
Pois bem, parece que as coisas começam a mudar. Os debates travados no Supremo Tribunal Federal e as decisões tomadas até agora (não prejulgo resultados, nem é preciso para argumentar) indicam uma guinada nessa questão essencial. O veredicto valerá por si, mas valerá muito mais pela força de sua exemplaridade.
Condenem-se ou não os réus, o modo como a argumentação se está desenrolando é mais importante do que tudo. A repulsa aos desvios do bom cumprimento da gestão democrática expressada com veemência por Celso de Mello e com suavidade, mas igual vigor, por Ayres Britto e Cármen Lúcia, são páginas luminosas sobre o alcance do julgamento do que se chamou de “mensalão”.
Ele abrange um juízo não político-partidário, mas dos valores que mantêm viva a trama democrática. A condenação clara e indignada do mau uso da máquina pública revigora a crença na democracia. Assim como a independência de opinião dos juízes mostra o vigor de uma instituição em pleno funcionamento.
É esse, aliás, o significado mais importante do processo do mensalão. O Congresso levantou a questão com as CPIs, a Polícia Federal investigou, o Ministério Público controlou o inquérito e formulou as acusações, e o Supremo, depois de anos de dificultoso trabalho, está julgando.
A sociedade estava tão desabituada e descrente de tais procedimentos quando eles atingem gente poderosa que seu julgamento — coisa banal nas democracias avançadas — transformou-se em atrativo de TV e do noticiário, quase paralisando o país em pleno período eleitoral. Sinal de vida. Alvíssaras!
Não é a única novidade. Também nas eleições municipais o eleitorado está mandando recados aos dirigentes políticos. Antes da campanha acreditava-se que o “fator Lula” propiciaria ao PT uma oportunidade única para massacrar os adversários. Confundia-se a avaliação positiva do ex-presidente e da atual com submissão do eleitor a tudo que “seu mestre” mandar.
É cedo para dizer que não foi assim, pois as urnas serão abertas esta noite. Mas, ao que tudo indica, o recado está dado: foi preciso que os líderes aos quais se atribuía a capacidade milagrosa de eleger um poste suassem a camisa para tentar colocar seu candidato no segundo turno em São Paulo. Até agora o candidato do PT não ultrapassou nas prévias os minguados 20%.
No Nordeste, onde o lulismo com as bolsas-família parecia inexpugnável, a oposição leva a melhor em várias capitais. São poucos os candidatos petistas competitivos. Sejam o PSDB, o DEM, o PPS, sejam legendas que formam parte “da base”, mas que se chocam nestas eleições com o PT, são os opositores eleitorais deste que estão a levar vantagem.
No mesmo andamento, em Belo Horizonte, sob as vestes do PSB (partido que cresce), e em Curitiba são os governadores e líderes peessedebistas, Aécio Neves e Beto Richa, que estão por trás dos candidatos à frente. Em um caso podem vencer no primeiro turno, noutro no segundo.
Não digo isso para cantar vitória antecipadamente, nem para defender as cores de um partido em particular, mas para chamar a atenção para o fato de que há algo de novo no ar. Se os partidos não perceberem as mudanças de sentimento dos cidadãos e não forem capazes de expressá-las, essa possível onda se desfará na praia.
O conformismo vigente até agora, que aceitava os desmandos e corrupções em troca de bem-estar, parece encontrar seus limites. Recordo-me de quando Ulysses Guimarães e João Pacheco Chaves me procuraram em 1974, na instituição de pesquisas onde eu trabalhava, o Cebrap, pedindo ajuda para a elaboração de um novo programa de campanha para o partido que se opunha ao autoritarismo.
Àquela altura, com a economia crescendo a 8% ao ano, com o governo trombeteando projetos de impacto e com a censura à mídia, pareceria descabido sonhar com vitória. Pois bem, das 22 cadeiras em disputa para o Senado, o MDB ganhou 17. Os líderes democráticos da época sintonizaram com um sentimento ainda difuso, mas já presente, de repulsa ao arbítrio.
Faz falta agora, mirando 2014, que os partidos que poderão eventualmente se beneficiar do sentimento contrário ao oportunismo corruptor prevalecente, especialmente PSDB e PSB, disponham-se cada um a seu modo ou aliando-se a sacudir a poeira que até agora embaçou o olhar de segmentos importantes da população brasileira.
Há uma enorme massa que recém alcançou os níveis iniciais da sociedade de consumo que pode ser atraída por valores novos. Por ora atuam como “radicais livres” flutuando entre o apoio a candidatos desligados dos partidos mais tradicionais e os candidatos daqueles dois partidos.
Quem quiser acelerar a renovação terá de mostrar que decência, democracia e bem-estar social podem novamente andar juntos. Para isso, mais importante do que palavras são atos e gestos. Há um grito parado no ar. É hora de dar-lhe consequência.

Fernando Henrique Cardoso é ex-presidente da República

Choques do novo, por Luis Fernando Veríssimo



Na noite de 29 de maio de 1913 quase tiveram que chamar a polícia para conter uma revolta que começara no interior do Théâtre des Champs-Élysées, em Paris, e ameaçava transbordar para a rua. A revolta era da plateia contra o balé “Ritos da primavera”, de Igor Stravinsky, com coreografia de Nijinski para o Ballet Russe, de Sergei Diaghilev.
Não se sabe o que provocou as primeiras manifestações de desagrado da plateia, que foram num “crescendo” até se transformarem em rebelião: se a música de Stravinsky ou a coreografia de Nijinski. Suponho que o balé tenha ido até o fim, apesar das vaias e da iminência de invasão do palco pelo público, com o risco de linchamento de bailarinos.
Hoje você ouve a música de Stravinsky e não consegue entender o que revoltou tanta gente. E não dá para imaginar uma coreografia tão estranha que destoasse do que se vê hoje em qualquer palco.
O que aconteceu com a plateia no Théâtre des Champs-Élysées na noite de 29 de maio de 1913 foi o mais notório exemplo do choque do novo na história da arte. Criadores incompreendidos que precisaram esperar anos para o reconhecimento da sua novidade foram muitos, mas nenhum episódio reverberou tanto, na sua época e depois, quanto a violenta rejeição de “Ritos da primavera”.
Até se pode dizer que a revolta da plateia naquela noite de primavera foi uma espécie de rito de passagem. Depois dela nenhum choque do novo foi tão grande, ou pelo menos tão barulhento.
Qualquer vanguardista lhe dirá que fica cada vez mais difícil espantar a burguesia. Coisas como a exposição de animais esquartejados como arte podem enojar, o que não é o mesmo que chocar.
É como se tivesse ficado na nossa memória coletiva o comportamento daquela plateia em 1913 e nos preocupássemos em não repetir o vexame. Nada mais nos choca, e se chocasse não diríamos.
Mas também não deixa de haver uma certa nostalgia pelo tempo em que a arte nova despertava paixões, mesmo paixões reacionárias. E ela tinha uma importância que perdeu, agora que se aceita tudo.

QUAL ELITE?


            Com grande dose de insistência, os petistas têm afirmado que a “elite” não se conforma em ver um metalúrgico ter sido presidente da nossa pútrida república. Em primeiro lugar, é necessário deixar bem claro, que não se tratava de um metalúrgico no Planalto. Luis Inácio da Silva, que um dia representou as classes trabalhadoras, quando líder sindical e fundador do PT, deixou de ser um metalúrgico para se converter, tanto de corpo como de alma, em confiável gerente dos interesses do capitalismo.
            O seu primeiro passo, no sentido de sua radical mudança de postura, deu-se quando publicou a sua famosa “Carta ao Povo Brasileiro”. Neste documento público, o ex-metalúrgico apresentou-se como alguém em quem o grande capital deveria confiar. Eleito presidente, Lula e o seu partido, fizeram todo o empenho, em cumprir à risca o que havia prometido a burguesia e ela não haveria de ficar insatisfeita com essa atitude.
            Diante disso, cabe-nos perguntar: qual elite não se conformava em ver Lula no governo? Seria a elite do capital financeiro, cuja encarnação é formada pelos banqueiros tão bem sucedidos nos governos petistas? Seria a elite do agronegócio, que tem acumulado vultosas fortunas nesses últimos anos de governo? Seria a elite da burguesia industrial, que tem resmungado e se mostrado descontente com a leve diminuição dos seus lucros? Mas não foi essa elite industrial beneficiada com a renúncia fiscal através da suspensão de cobrança do IPI, em alguns ramos de atividade? Seria a elite do crime organizado, que tanto prosperou nesses últimos anos, os insatisfeitos com o aludido governo? Enfim, qual é mesmo a elite que não se conforma com a presença do lulismo?
            Essa questão deveria ficar mais clara e não encoberta por nuvem de fumaça, alimentada pelo petismo e seus asseclas, com o objetivo de que tudo fique nebuloso, que nada seja visto. É dever da verdadeira, porém diminuta esquerda, explicitamente anticapitalista, procurar desnudar a inconsistência e a falácia desse mentiroso discurso de que a elite se sente incomodada com o Lula e com o lulismo. Isso é uma desbragada enganação, e é bom que nos lembremos do reconhecimento público do líder maior do capitalismo mundial, sr. Barack Obama, quando se referindo ao ex-metalúrgico disse: “ele é o cara”.

Direita? Que direita?



Gilvan Rocha
É comum ouvirmos comentários de pessoas do PT e do PCdoB, nos seguintes termos: “É preciso cuidar, a direita está à espreita e quer voltar ao poder”. É claro, que alguns fazem esse comentário de boa fé. É claro, também, que outros o fazem de má fé.
Antes, devemos desfazer um erro. Governo e poder são coisas diferentes. Como temos mostrado, governos vão e vem, enquanto o poder (o Estado), é permanente. Os governos têm, como função gerenciar, episodicamente, os interesses do capitalismo, ou seja, têm a missão de gerenciar a desigualdade. Quando determinados governos colidem com os interesses da burguesia, esses governos são depostos.
Os exemplos são fartos e, dentre eles, temos, a ressaltar, o caso do governo João Goulart, deposto por um golpe de Estado, levado a cabo pela burguesia, que soube usar as suas forças policiais e militares.
Fica evidente que o poder é o Estado e suas instituições. Sua função, no capitalismo, é preservar os interesses desse sistema. Os processos eleitorais não põem em disputa o poder, de fato. Não votamos para escolher o Estado Maior das Forças Armadas, nem para o Judiciário. Não escolhemos os que exercem funções, ditas como de Estado.
Feitas essas observações, voltemos à questão inicial que seria o perigo da direita. Cabe-nos formular uma pergunta: não serão componentes da direita fisiológica os senhores José Sarney, Renan Calheiros, Jader Barbalho, Romero Jucá, Michel Temer, Fernando Collor, Paulo Maluf…? Essa gente não é apenas de direita, como direita eram Ulisses Guimarães, Mario Covas, Franco Montoro, Tancredo Neves… Acontece, que esta direita tinha um perfil nitidamente ideológico, enquanto o primeiro grupo citado, tem a inequívoca marca do fisiologismo e, não foi com a direita ideológica que o petismo se entendeu, pelo contrário, foi com a escória da direita fisiológica que eles se mancomunaram.
Como, diante desse quadro real de nossa conjuntura política, podemos imaginar que existe uma disputa entre direita e esquerda? É evidente que existe uma acirrada disputa entre um setor da direita explícita contra outro setor de direita, representado, acentuadamente, pelos partidos PT, PCdoB e PSB, o que vem confundindo muita gente.
Negar esses fatos significa querer tapar o sol com a peneira. O carimbo de esquerda só se aplica àqueles que, de forma explícita e direta, se colocam em oposição, não aos fortuitos governos, mas ao capitalismo. Isso sim, é usar, com todo rigor necessário, o conceito de esquerda, o resto é falácia.
(Do Blog do Gilvan Rocha)

Charge do Sponholz



UM TEXTO PARA ELEIÇÕES



Magu
Eu poderia escrever laudas. Mas correria o risco de perder o foco. Por isso, recorri a um texto de Lúcia Hippólito, melhor e atenta redatora, que não perdeu o foco : Uma urgente aula de história.
“Nascimento” do PT: O PT nasceu de cesariana, há 29 anos ( na época do artigo). O pai foi o movimento sindical, e a mãe, a Igreja Católica, através das Comunidades Eclesiais de Base. Os orgulhosos padrinhos foram, primeiro, o general Golbery do Couto e Silva, que viu dar certo seu projeto de dividir a oposição brasileira.
Da árvore frondosa do MDB nasceram o PMDB, o PDT, o PTB e o PT… Foi um dos únicos projetos bem-sucedidos do desastrado estrategista que foi o general Golbery. Outros orgulhosos padrinhos foram os intelectuais, basicamente paulistas e cariocas, felizes de poder participar do crescimento e um partido puro, nascido na mais nobre das classes sociais, segundo eles: o proletariado.
“Crescimento” do PT: O PT cresceu como criança mimada, manhosa, voluntariosa e birrenta. Não gostava do capitalismo, preferia o socialismo. Era revolucionário. Dizia que não queria chegar ao poder, mas denunciar os erros das elites brasileiras. O PT lançava e elegia candidatos, mas não “dançava conforme a música”. Não  fazia acordos, não participava de coalizões, não gostava de alianças. Era uma gente pura, ética, que não se misturava com picaretas. O PT entrou na juventude como muitos outros jovens: mimado, chato e brigando com o mundo adulto. Mas nos estados, o partido começava a ganhar prefeituras e governos, fruto de alianças, conversas e conchavos.  E assim os petistas passaram a se relacionar com empresários, empreiteiros, banqueiros. Tudo muito chique, conforme o figurino.
“Maioridade” do PT: E em 2002 o PT ingressou finalmente na maioridade. Ganhou a presidência da República. Para isso, teve que se livrar de antigos companheiros, amizades problemáticas. Teve que abrir mão de convicções, amigos de fé, irmãos camaradas. Pessoas honestas e de princípios se afastam do PT. A primeira desilusão se deu entre intelectuais. Gente da mais alta estirpe, como Francisco de Oliveira, Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho se afastou do partido, seguida de um grupo liderado por Plínio de Arruda Sampaio Junior. Em seguida, foi a vez da esquerda. A expulsão de Heloisa Helena em 2004 levou junto Luciana Genro e Chico Alencar, entre outros, que fundaram o PSOL. Os militantes ligados a Igreja Católica também começaram a se afastar, primeiro aqueles ligados ao deputado Chico Alencar, em seguida, Frei Betto. E agora, bem mais recentemente, o senador Flávio Arns, de fortíssimas ligações familiares com a Igreja Católica. Os ambientalistas, por sua vez, começam a se retirar a partir do desligamento da senadora Marina Silva do partido. Quem ficou no PT? Afinal, quem do grupo fundador ficará no PT? Os sindicalistas. Por isso é que se diz que o PT está cada vez mais parecido com o velho PTB de antes de 64. Controlado pelos pelegos, todos aboletados nos ministérios, nas diretorias e nos conselhos das estatais, sempre nas proximidades do presidente da República. Recebendo polpudos salários, mantendo relações delicadas com o empresariado. Cavando benefícios para os seus. Aliando-se ao coronelismo mais arcaico, o novo PT não vai desaparecer, porque está fortemente enraizado na administração pública dos estados e municípios. Além do governo federal, naturalmente. É o triunfo da pelegada.

RECLAMES CENSURADOS (II)



Marc Albert

Clique na foto para ampliá-la
 

A principal empresa laranja do esquema Cachoeira


sáb, 06/10/12

por Gerson Camarotti 
As informações contidas nas quebras de sigilos enviadas à CPI do Cachoeira, e analisadas pelo gabinete do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), mostram que a empresa Adécio & Rafael Construções foi a empresa laranja que mais movimentou recursos do esquema: pelo menos R$ 37 milhões. Esse valor foi repassado pela empreiteira Delta.O valor já supera os recursos movimentados pela Alberto e Pantoja, até então, a principal laranja do esquema.
 Agora, a CPI tenta analisar o destino dos recursos repassados para a Adécio & Rafael. Segundo Randolfe, como aconteceu com a Alberto e Pantoja, a Adécio transferiu recursos para a Excitante. “Temos que investigar o caminho desse dinheiro. O cheque usado para comprar a casa do governador Marconi Perillo era da Excitante. Os repasses aconteceram no mesmo período”, ressalta o senador do PSOL.
Publicado às23h32