quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Surge das urnas um novo mapa político para o país



Pedro do Coutto
Leandro Colon e Natuza Nery, Folha de São Paulo do dia 09 de outubro, ao revelarem o resultado global das urnas de domingo passado, forneceram o novo mapa político do país sintetizado nas forças partidárias mais presentes junto ao eleitorado. O PMDB foi vitorioso em 1019 prefeituras, seguido do PSDB com 689, PT 628, PSD 493, PP 465, PSB que avançou para 433. Em seguida o PDT 308, o PTB 296, o DEM que conquistou 276 cidades. Ocupam um plano destacado das demais agremiações.
Nas eleições de domingo passado, vale acentuar ter sido muito grande o número de votos brandos e nulos. Em São Paulo, por exemplo, 31% anularam o voto ou votaram em branco. Crescimento de 9% em relação à eleição anterior. Nove pontos, no caso, representam um avanço acentuado no distanciamento. O voto nulo e voto em branco são uma prova de falta de sintonia da opinião pública, portanto da sociedade com o quadro partidário. Um alerta bastante concreto para os partidos.
A sucessão presidencial de 2014, por seu turno, parece delineada na medida em que coloca logicamente, com base na perspectiva de hoje, o desfecho entre a presidente Dilma Rousseff, que lutará pela reeleição, e o senador Aécio Neves, do PSDB, representando as correntes de oposição. Com mandato de oito anos a cumprir, Aécio é um postulante natural, jovem e livre para marcar sua presença no quadro nacional.
Mas o campo de ação aberto a Dilma também é bastante amplo. Copa de 2014 será em nosso país, começam os preparativos para as Olimpíadas, a imagem da presidente da República estará largamente visível, fortalecendo sua imagem. Não é provável uma ruptura do quadro atual de poder que leve o governador Eduardo Campos a se afastar do esquema de poder do planalto.
Conquistando 1019 prefeituras, o PMDB, ao que tudo indica, manterá a atual aliança vitoriosa de 2010. O quadro está assim balizado, porém pode-se considerar um desenho, um panorama, mas não se consolidar uma certeza. Ao que tudo indica, a aliança logicamente deve se fortalecer. Mas um estudo interessante é, a partir da matéria da Folha de São Paulo, iniciar-se uma pesquisa séria para explicar as principais causas do maior afastamento do eleitorado em matéria de escolher candidatos. Inclusive não há motivo para rejeição, uma vez que tem havido reajustes nas respectivas datas-base com a reposição inflacionária aceitável.O desemprego situa-se em nível menor que o de pouco tempo atrás.
Porém a insatisfação se faz sentir. O mapa partidário encontra-se projetado. Um exercício inteligente será a colocação de mensagens políticas em contexto social definido. As legendas têm que representar vontades e tendências. Isso porque são propostas de representação de espaço. Os partidos têm que ir ao encontro das forças e aspirações sociais Este o plano no qual as ações partidárias se desenvolvem. Nesse movimento há mais encontros que desencontros. É preciso unir as vontades da sociedade. Esta a função da política.

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