quarta-feira, 12 de setembro de 2012

VENDENDO O CARÁTER


Giulio Sanmartini
Ficou fácil entender qual foi a conversa que Marta Suplicy teve com Lula e a fez mudar de idéia, com relação a Fernando Haddad.
Ela sentiu-se preterida quando não foi a escolhida para disputar o prefeitura paulista e criou um ambiente ruim  entre ela e o candidato Haddad,  escalado pessoalmente pelo presidente Lula. Não queria fazer campanha para ele de forma alguma, saia pela tangente e não poupava ironias.
Mas de repente Lula a chamou para uma reunião, de onde a senadora saiu lépida e fagueira para fazer campanha pró Haddad.
Está certo que “la donna è mobile” (1), mas nem tão pluma ao vento como aconteceu com a Marta relaxa e goza.
Mas o caroço que estava debaixo do angu foi divulgado ontem.
A ministra Ana de Hollanda (Cultura), foi chamada para uma audiência com a “presidenta”, finda esta ele mesma anunciou que estava deixando a pasta
Logo depois, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República divulgou nota destacando que a presidenta Dilma Rousseff agradeceu à ministra “o empenho e os relevantes serviços prestados ao país” à frente da pasta.
A nota registra ainda que Dilma manifestou a confiança de que Marta Suplicy, “que vinha dando importante colaboração ao governo no Senado”, dará prosseguimento às políticas públicas e aos projetos que estão transformando a área da cultura nos últimos anos. A posse está marcada para as 11h da próxima quinta-feira.
Marta veio provar que no dicionário petista não existe a palavra caráter, ela vendeu sua opinião, tal qual um mensaleiro, não levou dinheiro em espécie, a moeda corrente foi a vaidade pessoal.
Saudade dos tempos que os senadores eram pessoas ilibadas e sérias.
(1) Ária “La donna è mobile” faz parte da ópera Rigoletto, de Giuseppe Verde e libreto de Francesco Maria Piave (1851). Diz em sua primeira estrofe: “La donna è mobile/ qual piuma al vento,/ muta d’accento/ e di pensiero”. (A mulher é volúvel/ Como pluma ao vento,/ Muda de acento/ E de pensamento.)
(2) Fotomontagem: Marta Suplicy e Ana de Hollanda.

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