segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Ordem prostituída



Gilvan Rocha
A bandeira nacional trás consigo um lema de natureza positivista, como positivistas eram os conspiradores republicanos. Diz a referida insígnia: “Ordem e Progresso”. Quando eles se referem à ordem estão clamando pelo exercício da paz social, estão clamando pela permanência de um estado de acomodação de tal forma que o conjunto da sociedade consinta, tranquilamente, a existência da mais cruel desigualdade.
Ordem, vale repetir, é o conformismo com os fatos de que poucos desfrutem de tudo, enquanto à imensa maioria falte o essencial para uma vida que possamos chamar de digna. A palavra ordem é seguida pela palavra progresso. Dizendo melhor, pretendem eles, os donos da república capitalista, que floresçam a ordem social e o progresso dos negócios que tanto servem para enriquecer uma ínfima minoria.
Posto o quadro de nossa realidade nesses termos, poucos são os que percebem que por trás de uma presumida ordem, o que de fato reina, é a mais profunda prostituição dos valores mínimos que deviam reger a sociedade em que vivemos. A ordem prostituída é aquela que permite transitar livremente um dos maiores corruptos dessa república, o sr Paulo Maluf. A ordem prostituída é aquela que manda arquivar um processo criminal contra o larápio e ex-ministro Antonio Palocci.
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COLLOR “ABSOLVIDO”
Essa ordem prostituída que através do Superior Tribunal Federal- STF, absolveu de qualquer culpa a figura emporcalhada do sr. Fernando Collor de Melo é essa mesma ordem prostituída que franqueia o retorno do sr Collor ao cenário político, hoje de mãos dadas com o petismo não menos prostituído, sob a liderança do ex-metalúrgico Luis Inácio da Silva.
Os atos de prostituição “lícitos” e ilícitos, dessa pútrida república que ostenta em sua bandeira o lema “ordem e progresso”, são tantos que não haveria espaço e tempo para nominá-los. Quando num gesto singular, o STF julga e condena a quadrilha do mensalão, levantam-se vozes em protesto, dizendo que o ato de punição foi um ato golpista levado a cabo de forma irmanada entre o STF e a imprensa.
Por que esses senhores não bradaram diante do “golpe” que absolveu o sr Fernando Collor de Mello? Por que esses mesmos senhores não levantaram os seus protestos quando foi mandado arquivar a denúncia do propineiro Antonio Palocci?
Por tudo que foi dito, cabe-nos uma única conclusão: a ordem burguesa, a ordem capitalista, não passa de uma ordem profundamente prostituída e a serviço de uns poucos.
(DBlog de Gilvan Rocha)

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