A ideia, me parece, é mesmo dominar o mundo. E, para isso, os pernambucanos têm um plano e já o estão colocando em prática: se espalhar para conquistar.
Tudo indica que a estratégia começou pelo futebol: cada time numa divisão! É preciso se infiltrar e, só por isso, temos times em todas as séries.
O Salgueiro, vulgo Carcará do Sertão (esse não pega, nem mata, nem come), despencou para série D.
O Santa Cruz, apelidado com muito amor de Çanta Cruis devido ao caráter popular da sua torcida, permanece firme e forte na C (se apegou, sabe como é, né?!).
O Sport, também conhecido como o glorioso ou melhor time do mundo, está fazendo sua parte na dominação do universo e tem se esforçado para ir para a série B (mesmo sabendo que não pertence aquele local, mas são os sacrifícios da guerra).
O Náutico, carinhosamente chamado de Barbie, graças à semelhança da sua sede com a casa da famosa boneca, está lá na série A (se agarrando como carrapicho na barra da calça.).
Mas, colocando de lado o mirabolante plano da conquista mundial, fica a pergunta: por que homem gosta tanto de futebol?
Nós, mulheres esclarecidas que somos, da raça pokemons evoluídos, nos preocupamos com coisas muito mais importantes, como salão de beleza e compras nos shoppings, e ficamos atordoadas com tanto amor ao time. O cara troca de mulher, de roupa, de país, mas não muda de time.
Sim, outros questionamentos nos deixam sem sono, como o porquê do americano colocar picles no hambúrguer, mas deixemos essa questão filosófica para outro dia.
Voltando ao amor pelo futebol, só posso chegar a uma conclusão de tanto apego ao jogo do domingo: medo da gozação do dia seguinte!
Não é por conta da sopa de letrinhas das séries A, B nem C, não é pensando no troféu que vai ficar exposto na sede do clube, nem na conquista da faixa. É simplesmente o medo da piadinha. É a zombaria do colega de trabalho que o torcedor tem que aguentar calado e humilhado no dia seguinte.
São os trocadilhos, o sorrisinho de canto de boca, a ironia nas entrelinhas que mata o cidadão.
E é justamente por isso, imagino eu, que os homens ficam a ponto de ter um infarto agudo do miocárdio toda vez que o time vai bater um pênalti. É por isso também que a pressão sobe a cada falta e a taquicardia ataca em toda disputa de bola.
Enquanto isso, no reino encantado do Recife, a gente está se concentrando em conquistar e dominar, não o brasileirão nem a Libertadores, mas o mundo mesmo.
*Indo para segunda divisão sem perder a ternura!
Téta Barbosa é jornalista, publicitária, mora no Recife e vive antenada com tudo o que se passa ali e fora dali. Escreve aqui sempre às segundas-feiras sobre modismos, modernidades e curiosidades. Ela também tem um blog - Batida Salve Todos
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