quinta-feira, 4 de outubro de 2012

DICIONÁRIO (falando sobre Mario Quintana)



Magu
Eu gosto muito de dicionários. Pesquisando aleatóriamente na internet, me deparei com o dicionário de Mario de Miranda Quintana (foto), poeta, tradutor e jornalista gaúcho (1906/94). Solteiro, viveu parte da vida em hotéis.
Quando foi despejado do Hotel Majestic, no centro de Porto Alegre, por falta de pagamento, porque o jornal Correio do Povo, onde trabalhava, tinha fechado suas atividades, Falcão, jogador da seleção e comentarista esportivo, cedeu um dos quartos do Hotel Royal, de sua propriedade. Quando uma amiga o visitou, achou o quarto pequeno. Quintana mostrou sua grandeza, dizendo: “Eu moro em mim mesmo. Não faz mal que o quarto seja pequeno. É bom, assim tenho menos lugares para perder as minhas coisas.” Vejam os verbetes do dicionário dele.
“Deficiente” …é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
“Louco” …é quem não procura ser feliz com o que possui.
“Cego” …é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria. E só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
“Surdo” …é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão, pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.
“Mudo” …é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
“Paralítico” …é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.
“Diabético” …é quem não consegue ser doce.
“Anão” …é quem não sabe deixar  o amor crescer.
E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois, “Miseráveis” são todos os que não conseguem falar com Deus.

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