sexta-feira, 6 de junho de 2014

OBRA-PRIMA DO DIA (PINTURA) - David, o grande pintor da Era Napoleônica


Jacques-Louis David nasceu em Paris no dia 30 de agosto de 1748. É considerado o mestre da Escola Neoclássica Francesa tanto pelo estilo de suas pinturas quanto pela escolha dos temas. Abaixo, um belo exemplo, A Morte de Sócrates, 1787, 130x196 cm, acervo Metropolitan Museum, NY.


Formado pela Academia Real de pintura e escultura, seu talento é logo reconhecido. Torna-se membro da Academia o que não o impede de lutar contra ela no decorrer daRevolução Francesa. Passa a trilhar dois caminhos paralelos: pintor e político, deputado que foi na Convenção e também o coordenador das festas revolucionárias.
Foi um dos votos a favor da morte de Luís XVI; quando da queda de Robespierre, de quem era amigo pessoal, foi preso e ficou sete meses encarcerado.
Com o advento do Diretório, liga-se a Napoleão Bonaparte, a quem serviria dali em diante e por quem viria a nutrir grande admiração. Abaixo um retrato inacabado do aindaGeneral Bonaparte, 1797, acervo Museu do Louvre.


Os revolucionários, como todos os anteriores e os posteriores, quiseram modificar tudo e fecharam as Academias voltadas às Artes, Letras, Ciências, Música. Na Convenção, no entanto, em sua antepenúltima reunião, em 25 de outubro de 1795, concluiram que seria impossível a França progredir intelectualmente sem associações com o mesmo fim e resolveram então agrupá-las sob um único teto e assim nasceu o Institut de France.
Foi época de grande esplendor pessoal para o pintor, pois foi quando ele criou sua obra mais famosa, A Coroação de Napoleão (abaixo), 1805/1807.  Medindo 6,21 × 9,79 cm, com quase 200 personagens da História da França, David aproveitou muito bem a luz filtrada e a penumbra da grande catedral. É impressionante ver – e tudo isso pode ser comprovado no Louvre, no Departamento de Artes Gráficas – como David estudou exaustivamente o interior da Catedral de Notre Dame para poder realizar esse quadro que é o mais completo testemunho da cerimônia em que Bonaparte se transforma em Napoleão 1º, pelas próprias mãos.



                    Detalhe: já coroado ele se prepara para coroar sua Imperatriz

                  Outro detalhe: o Papa Pio VII que se limitou a abençoar o Imperador

Mortificado por não ser escolhido como diretor da nova Academia de Belas Artes, David abandona a vida na Corte porém continua a ser o retratista oficial do Imperador e de outros membros da Corte, sempre fiel a Napoleão. 
Com a volta dos Bourbons, o pintor se exila na Bélgica, onde abre um atelier muito requisitado. Continua a ser um grande retratista, mas não abandona as telas mitológicas, como Marte Desarmado Por Vênus e Pelas Graças, 1824308 × 265cmMuseu Real de Belas Artes, Bruxelas (abaixo).


Raramente um artista casou com tanto sucesso e talento as grandes causas de seu tempo, misturando intimamente a Arte e a Política.
Jacques-Louis David morreu em Bruxelas no dia 29 de dezembro de 1825.

 
                               Autorretrato, 1790, 63x52 cm, Museu Pushkin, Moscou

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