FOLHA DE SP - 10/12
No primeiro teste eleitoral do presidente Nicolás Maduro, os pleitos municipais na Venezuela, realizados no domingo, evidenciaram, mais uma vez, um país dividido.
Em eleição definida como "plebiscitária" pela própria oposição, o PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) e outras siglas governistas conquistaram um número bem maior de prefeituras e obtiveram 49% do total de votos, contra 43% da MUD (Mesa de União Democrática) e seus aliados.
Foi o que bastou para Maduro celebrar o resultado e sacar, da cartilha chavista, declarações agressivas contra seu principal adversário, Henrique Capriles. Afirmou que o líder oposicionista é "fascista e prepotente" e o exortou a deixar a política, como se as urnas houvessem dado razão para tanto.
Longe de ser o caso. A oposição voltou a vencer em quatro dos cinco municípios que formam Caracas, além de seu distrito metropolitano. Manteve Maracaibo e Valencia, segunda e terceira maiores cidades do país, e tomou dos chavistas a prefeitura de Barinas, capital do Estado natal de Hugo Chávez.
Num país conturbado como a Venezuela, é difícil precisar quem se saiu melhor. Com o desabastecimento de alimentos e produtos de primeira necessidade, a inflação galopante (já perto de 60% ao ano), a falta de dólares na praça e a insegurança crescente, uma oposição mais forte talvez tivesse amealhado mais votos.
No entanto, são conhecidos os métodos chavistas. Os meios de comunicação são praticamente monopólio do governo, e eleitores têm fundados motivos para temer represálias caso votem na oposição.
Maduro, além disso, adotou medidas tão irresponsáveis quanto populistas a fim de obter sucesso eleitoral. Ordenou, mês passado, a redução do preço de eletrodomésticos em até 50%. A ação gerou uma onda de consumo e teve impacto na campanha, chamado por analistas de "efeito TV de plasma".
Vale, portanto, o mesmo raciocínio aplicado à oposição: não seria natural esperar votação mais expressiva dos governistas?
Do ponto de vista eleitoral, o copo está meio cheio, meio vazio. Já a situação da Venezuela não pode ser relativizada da mesma maneira. Entrincheirados em seus redutos, governo e oposição recusam
No primeiro teste eleitoral do presidente Nicolás Maduro, os pleitos municipais na Venezuela, realizados no domingo, evidenciaram, mais uma vez, um país dividido.
Em eleição definida como "plebiscitária" pela própria oposição, o PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) e outras siglas governistas conquistaram um número bem maior de prefeituras e obtiveram 49% do total de votos, contra 43% da MUD (Mesa de União Democrática) e seus aliados.
Foi o que bastou para Maduro celebrar o resultado e sacar, da cartilha chavista, declarações agressivas contra seu principal adversário, Henrique Capriles. Afirmou que o líder oposicionista é "fascista e prepotente" e o exortou a deixar a política, como se as urnas houvessem dado razão para tanto.
Longe de ser o caso. A oposição voltou a vencer em quatro dos cinco municípios que formam Caracas, além de seu distrito metropolitano. Manteve Maracaibo e Valencia, segunda e terceira maiores cidades do país, e tomou dos chavistas a prefeitura de Barinas, capital do Estado natal de Hugo Chávez.
Num país conturbado como a Venezuela, é difícil precisar quem se saiu melhor. Com o desabastecimento de alimentos e produtos de primeira necessidade, a inflação galopante (já perto de 60% ao ano), a falta de dólares na praça e a insegurança crescente, uma oposição mais forte talvez tivesse amealhado mais votos.
No entanto, são conhecidos os métodos chavistas. Os meios de comunicação são praticamente monopólio do governo, e eleitores têm fundados motivos para temer represálias caso votem na oposição.
Maduro, além disso, adotou medidas tão irresponsáveis quanto populistas a fim de obter sucesso eleitoral. Ordenou, mês passado, a redução do preço de eletrodomésticos em até 50%. A ação gerou uma onda de consumo e teve impacto na campanha, chamado por analistas de "efeito TV de plasma".
Vale, portanto, o mesmo raciocínio aplicado à oposição: não seria natural esperar votação mais expressiva dos governistas?
Do ponto de vista eleitoral, o copo está meio cheio, meio vazio. Já a situação da Venezuela não pode ser relativizada da mesma maneira. Entrincheirados em seus redutos, governo e oposição recusam
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