segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A crise atual e uma comparação inevitável com o governo Collor, o pior que o país já teve.



Francisco Bendl
Se a questão é conceituar governos que mais crimes cometeram, corrupção desenfreada ou prejuízos ao País e à população, Collor é incomparável. Nenhum imperador, presidente ou ditador que tivemos, desde nosso descobrimento, teve a audácia de confiscar o dinheiro do povo. Nenhum.
No entanto, propositadamente ou não, Collor não é mencionado pelos petistas. Por quê?
Questão de afinamento político? Certamente que não. Collor mudou? Claro que não. E não estou defendendo FHC, que foi outro péssimo presidente no seu segundo mandato.
Mas, quantos brasileiros morreram no transcurso daquele um ano e meio depois que tiveram seu dinheiro criminosamente confiscado, até Collor e sua equipe econômica começarem a devolver os recursos dos poupadores, e levaria mais 18 meses até sua integralização, 36 meses depois.
Quantos milhões de cidadãos e cidadãs foram prejudicados em suas vidas por esta atitude ignominiosa e cruel de um deslumbrado pelo Poder? Menos de seis meses depois do lançamento do Plano Collor I, o aumento da inflação levou o governo a elaborar novo “pacote” ou “medida de impacto”: o Plano Collor II. Desde o início, a medida enfrentou forte oposição popular e empresarial. E assim como o primeiro plano, este também fracassou. O PT, onde está que não fala disso?
Os planos econômicos do governo Collor pecaram pelo autoritarismo e pelo intervencionismo exagerado, numa violência contra o sistema econômico. Foi maciça a transferência de renda do setor privado para o setor público. As radicais mudanças econômicas impostas à nação – congelamentos, confiscos, bloqueios, interferência nos sistemas de contratos econômicos – não conseguiram eliminar a inflação nem dar estabilidade à economia.
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US$ 80 BILHÕES!!!
Somente o primeiro plano bloqueou o equivalente a 80 bilhões de dólares. Como reflexo do impacto causado à nação, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 6% nos três primeiros meses do governo.
Em maio de 1991, a ministra Zélia Cardoso de Mello demitiu-se. Marcílio Marques Moreira, embaixador brasileiro em Washington, assumiu o Ministério da Economia. Não adotou choques ou congelamentos, mas também não conseguiu acabar com a inflação, porque tentou jogá-la para debaixo do tapete, lembram?
Não houve governo pior do que o de Collor de Mello. Queiram ou não, isto é História, não se trata de versões ou meramente opiniões que possam alterar a realidade dos fatos. Neste particular, FHC e Lula não chegaram aos pés de Collor em seus escândalos pessoais e no governo.
E não há um registro sequer de algum petista reclamar do bombardeio que Collor sofreu da imprensa. Ao contrário, via-se êxtase em desforra da derrota que ele havia aplicado em Lula nas eleições. As manchetes em letras garrafais eram a vingança, um prato que se come frio.
Que fim levou este antagonismo? Bem ou mal, FHC liquidou com a inflação. Deixou o Plano Real para seu sucessor (Lula) que era radicalmente contra este programa econômico, a ponto de Lula confessar que, na oposição, ele e o PT cometeram muitas “bravatas”!
Se é para mensurar os crimes cometidos antes da era Lula, então que se faça corretamente tal medição, sob pena de se informar mal o frequentador deste espaço democrático ou, pior, demonstrar uma tendência política que prejudica a verdade, que tenta escondê-la, mascará-la, e tal procedimento é simplesmente desonestidade.

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