segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Decisões erradas estão por trás do baixo crescimento - - Míriam Leitão


 Míriam Leitão - 
17.12.2012
 | 
15h18m
NA CBN


O Brasil caminha para ter crescimento de 1% este ano e inflação perto de 6%, é um resultado muito ruim. Nos dois anos de governo de Dilma Rousseff, daria uma média de 1,8% e inflação próxima do teto da meta.
O país precisa retomar o crescimento de forma vigorosa. O mundo atrapalhou bastante, por causa da crise, mas grande parte desse baixo desempenho é provocada pelas decisões erradas do governo, que não investe nem o que está no Orçamento. Segundo o site Contas Abertas, foram investidos 40% do previsto, muito pouco.
Outras decisões tomadas também tumultuaram o ambiente econômico pela maneira como foram feitas. O modelo de privatização dos aeroportos, por exemplo, mudou algumas vezes. A queda do preço da energia é positiva para a competitividade das empresas, mas a renovação das concessões foi feita de forma tumultuada. Primeiro, o governo anunciou um percentual de redução; depois, chamou as empresas do setor para conversar. Há erros gerenciais em outras áreas também, o que faz com o que o país cresça pouco.
Em entrevista ao "Valor", Márcio Holland, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, diz que está tudo maravilhoso. Que o investimento crescerá 8% no ano que vem, por exemplo. O experiente jornalista Cristiano Romero, então, questionou o que ele tinha falado, que estamos numa fase forte de investimento. Mas Holland afirmou que a expansão acumulada nos últimos 8 anos era de 60%.
E ele voltou a dizer que é natural um pouco mais de inflação - uma velha tese contra a qual o Brasil se bate há muitos anos. Inflação de 6% é muito alta, ele deveria estar preocupado com esse número.
Essa entrevista mostra, portanto, como o governo está conformado com o desempenho baixo, achando que está aumentando o investimento, quando não está, além de criar confusão em várias áreas, adiando investimentos no setor privado.
Me preocupa o fato de o Ministério da Fazenda estar conformado com uma situação de baixo crescimento e inflação alta.

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