Márcio Thomaz Bastos, militante petista, ex-ministro da Justiça e atual advogado de um dos réus do mensalão, precisa, aos 77 anos, voltar a estudar alguns livros-texto sobre o regime democrático e o funcionamento do estado de direito. Por que afirmo isso?
Há cinco candidatos disputando o comando da OAB-SP: lideram quatro chapas de oposição os advogados Alberto Toron, Roberto Podval, Ricardo Sayeg e Rosana Chiavassa; pela situação, Marcos da Costa, que assumiu a presidência em junho, quando Luiz Flávio Borges D’Urso decidiu se candidatar a vice-prefeito da capital.
Muito bem. Conheço alguns advogados. Falo frequentemente com eles. Fiquei sabendo ontem que “Doutor Márcio” — chamado “God” (!) por alguns pares; parece que está levando a sério — procurou o grupo de Podval para compor uma chapa liderada por Toron. E essa seria, então, a chapa “apoiada pelo PT”.
Como iria encontrar Podval à noite no programa da VEJA.com, esperei para falar com ele pessoalmente. O diálogo, no café, teve a sua graça. Não gravei. Reproduzo de memória.
— Fiquei sabendo que o Márcio Thomaz Bastos procurou a sua chapa para compor com o Toron. Seria, assim, uma espécie de chapa do PT. Isso aconteceu, Podval?
— (rindo) Vem cá, quem lhe contou essa história?
— (rindo) Ô, doutor! A Constituição me garante o sigilo da fonte!— Se eu lhe falar que “não”, você deixará de publicar?— Não! Vou publicar mesmo assim e dizer que você negou, mas eu sei que aconteceu porque a informação está devidamente confirmada com outras fontes. Compreendo que você não queira falar sobre o assunto e até me desculpo por chateá-lo com isso no nosso café. — Olhe, Reinaldo, eu só quero lhe dizer o seguinte: se alguém me chamasse para uma composição desse tipo, que tivesse caráter partidário, eu não aceitaria. Eu não quero ser presidente da OAB do PT, do PSDB, de partido nenhum! Até porque não existe essa ordem. Existe a OAB que é de todos os advogados.— Bom, é o que eu também acho…
— Fiquei sabendo que o Márcio Thomaz Bastos procurou a sua chapa para compor com o Toron. Seria, assim, uma espécie de chapa do PT. Isso aconteceu, Podval?
— (rindo) Vem cá, quem lhe contou essa história?
— (rindo) Ô, doutor! A Constituição me garante o sigilo da fonte!— Se eu lhe falar que “não”, você deixará de publicar?— Não! Vou publicar mesmo assim e dizer que você negou, mas eu sei que aconteceu porque a informação está devidamente confirmada com outras fontes. Compreendo que você não queira falar sobre o assunto e até me desculpo por chateá-lo com isso no nosso café. — Olhe, Reinaldo, eu só quero lhe dizer o seguinte: se alguém me chamasse para uma composição desse tipo, que tivesse caráter partidário, eu não aceitaria. Eu não quero ser presidente da OAB do PT, do PSDB, de partido nenhum! Até porque não existe essa ordem. Existe a OAB que é de todos os advogados.— Bom, é o que eu também acho…
EncerroBem, meus caros, o fato é que Bastos tentou essa articulação, buscando fazer de Toron o candidato “do partido”. O que vocês querem que eu diga? O óbvio! A Ordem dos Advogados do Brasil é um órgão de classe, mas também é uma expressão da sociedade civil brasileira. Como tal, ela deve ser uma entidade que deve, digamos assim, vigiar os demais entes, inclusive partidos, para que se mantenham na estrita observância do estado de direito. O que doutor Bastos está propondo é justamente o inverso: que um partido passe a vigiar a OAB-SP.
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