OBRA-PRIMA DO DIA - ENGENHARIA
Em 1584, por ordem de Felipe II de Espanha (e de Portugal a partir de 1580), a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande foi construída bem próxima ao porto da vila de Santos para resguardá-lo de corsários.
Sua planta original é atribuída ao arquiteto militar italiano Giovanni Battista Antonelli e foi artilhada com algumas peças de um galeão capturado a corsários. No entanto, era considerada de fraca construção e não resistiu ao ataque do corsário inglês Thomas Cavendish (1590).
Reforçada pode rechaçar a tentativa de reabastecimento do almirante neerlandês Joris van Spielbergen ( 1615) e, posteriormente, à tentativa de assalto do corsário francês Jean-François Duclerc (1710), que se dirigiu em seguida para o Rio de Janeiro.
Em 1702 a praça recebeu o comando de Luiz da Costa de Siqueira e sua guarnição compunha-se de um alcaide e cem soldados.
A Carta-régia de 11 de setembro de 1709 mandou aumentá-la, e que do Rio de Janeiro se remetesse artilharia de grosso calibre para sua defesa.
Manuel de Castro de Oliveira, um particular residente em Santos, propôs em 1711 à Coroa Portuguesa reconstruir e armar a fortaleza às suas custas, em troca de algumas mercês. A Coroa, pela Carta-régia de 26 de janeiro de 1715, aceitou o oferecimento daquele morador de Santos "para reconstruí-la e armá-la, mediante a mercê do foro de fidalgo, o Hábito [da Ordem] de Cristo, tença anual de 80$000 e um ofício nas Minas [Gerais], que tivesse de rendimento 400$000, para seu filho" (Garrido, 1940:133).
Em 1717 foram adicionados parapeitos, reduto, cortina, casa de pólvora e realizadas outras obras. Alguns anos depois, foi terminada a muralha, sendo a praça finalmente artilhada com trinta e duas peças. Ao longo dos anos sofreu outras reformas (em 1742 a Casa de Pólvora foi transformada em Capela) e em 1765 o forte foi restaurado e ampliado. Em 30 de junho de 1770, o governador informava que essa praça estava artilhada com vinte e oito peças: três de 24, oito de 18, três de 12, três de 8, e onze de 6 (Garrido, 1940:133).
Suas instalações foram utilizadas como presídio político. Novamente reformada em 1885, durante a Revolta da Armada, entre 1893 e1894, suas baterias trocaram tiros com os cruzadores República e Palas, a caminho do Sul, quando suas muralhas foram atingidas.
Em 1911, passou para a jurisdição do Ministério da Marinha, quando foi desativada. Desde 2 de setembro de 1993 a fortaleza é guardada e conservada por um Protocolo de Intenções assinado pelo IPHAN, a Prefeitura Municipal de Guarujá e a Universidade Católica de Santos (UNISANTOS).
Devemos destacar também a doação, pela família do pintor Manabu Mabe, do mural "Vento Vermelho", que adorna a capela do forte. Veja o leitor que, por todos os motivos, é imperdível uma visita à Fortaleza de Santo Amaro.
Ilha de Santo Amaro, município do Guarujá, SP
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