terça-feira, 21 de agosto de 2012

O revogador do irrevogável virou camelô de nuvens para fingir que o ensino público na UTI está com saúde de vaca premiada


AUGUSTO NUNES

Os vendedores de nuvens tentam esconder a falência do sistema de ensino público, informa o título do post de 14 de setembro de 2011reproduzido na seção Vale Reprise. De lá para cá, só mudou o nome do ministro da Educação: Fernando Haddad, escalado para perder a eleição em São Paulo, cedeu o gabinete a Aloízio Mercadante, transferido de ministério antes que liquidasse a ciência e exterminasse a tecnologia em território brasileiro. Cumpre-lhe agora fingir que um sistema educacional na UTI está, na imagem de Nelson Rodrigues, com saúde de vaca premiada.

Para quem revogou o irrevogável, não custa nada virar vendedor de nuvens e, simultaneamente, camelô de si próprio. As crianças não aprendem nada? Mude-se o currículo. Os adolescentes chegam à idade adulta sem saber que dois mais dois são quatro? Amplie-se o sistema de cotas para que metade das vagas nas universidades sejam reservadas aos egressos de escolas do governo. O país amarga um bisonho o 88° lugar no ranking da Unesco? Conteste-se a metodologia utilizada na avaliação. O Brasil Maravilha registrado em cartório tem de ser tratado como a potência emergente que faz de conta que é.
Os mágicos de circo querem convencer os brasileiros de que o paciente abalado por tumores gravíssimos está pronto para correr a São Silvestre. Se continuarem tentando curar o ensino público com embustes e gabolices, não demorarão a transformá-lo em doente terminal.

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