04/09/2012
Giulio Sanmartini
O ex-retirante, o ex-vendedor de doces, o ex-operário, o ex-sindicalista, o ex-deputado, o ex-presidente da República e, sobretudo o ex-pobre Luiz Inácio Lula da Silva, vem descendo a ladeira aos trambolhões.
Logo que foi eleito assumiu, na imprensa internacional, o papel de um lutador que começou do nada e por méritos próprios chegou ao mais alto cargo do país. Toda via, sendo muito bronco, perdeu completamente o senso da proporção e começou a abusar do direito de fazer merda. De um momento para o outro a imprensa estrangeira começou a mostrar os podres de seu governo.
Em agosto, o julgamento do mensalão entrou na pauta da imprensa internacional, jornais de todo o mundo destacaram em suas páginas o “julgamento do século” do Brasil.
Os periódicos estrangeiros aproveitaram o episódio para falar sobre a cultura da corrupção no país e ainda analisam , que o julgamento põe em xeque o legado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pode comprometer os planos do petista de voltar ao poder.
Também muitos intelectuais criticaram o posicionamento de Lula diante do escândalo. Com destaque para o poeta maranhense Ferreira Gullar, afirmando no artigo “Só o chefe não sabia” (12/8) que o ex-presidente sabia de tudo e que comandava o mensalão por meio de paus-mandatos.
“Falando francamente, qual é a imagem que se tem de Lula? Melhor dizendo, se alguém lhe pedisse uma definição do nosso ex-presidente da República, qual daria? Diria que se trata de uma pessoa desligada, pouco objetiva, que mal repara no que se passa à sua volta? Estou certo de que não diria isso, nem você nem muito menos quem privou ou priva com ele. (…)
É evidente que Lula não podia ignorar o mensalão porque não se tratava de uma questão secundária de seu governo. Longe disso, o mensalão foi o procedimento encontrado para, com dinheiro público, às vezes, e com o uso da máquina pública, noutras vezes, comprar o apoio de partidos e os votos de seus representantes no Congresso.(…)
Lula, apavorado, advertiu os seus comparsas para que assumissem a culpa, pois, se ele, Lula, caísse, todos estariam perdidos. E assim foi para a televisão, disse que havia sido traído e se safou. (…)
Bem mais tarde, com a cara de pau que o caracteriza, afirmou que nunca houve mensalão mas, ainda assim, tentou chantagear um ministro do Supremo”. (leia na íntegra Só o chefe não sabia)
Além disso, os candidatos a prefeito das capitais que ele apóia, não estão particularmente bem. Lula, de uma feita afirmou que ler lhe dá uma disgramada preguiça, portanto ele não leu essa frase de Guimarães Rosa: “Quando chega o dia da casa cair – que, com ou sem terremotos, é um dia de chegada infalível- o dono pode estar: de dentro, ou de fora. É melhor de fora”. Por isso, com a casa desabando, ele insiste em ficar “de dentro”.
(*) Fotomontagem: Lula e Ferreira Gullar
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