LUIZ GARCIA
O combate para valer contra os traficantes que têm seus quartéis-generais na cidade começou há dois anos no chamado Complexo do Alemão.
Quem chegou agora, fique informado que "complexo" é o nome que se dá às maiores comunidades faveladas da cidade; ou seja, extensas áreas ocupadas por favelas contíguas, repartidas e dominadas por diversas quadrilhas de traficantes. Obviamente, são áreas onde a repressão ao crime organizado é extremamente difícil. E a situação, claro, é complexa.
Há dois anos, numa operação memorável que o resto da cidade acompanhou pela televisão, o Alemão foi ocupado pela polícia, com ajuda das Forças Armadas. Pouco depois, operação semelhante foi realizada com igual êxito na Rocinha. Hoje, há 27 Unidades de Polícia Pacificadora (UPPS), instaladas em 150 favelas. O nome é curioso: o que pode ser uma polícia, a não ser dedicar-se a estabelecer e manter a paz na cidade? Mas aceitemos que o adjetivo é tranquilizador — pelo menos, bem melhor do que "beligerante" ou coisa parecida.
O comando das UPPs anuncia agora uma nova arma contra o crime organizado — que, obviamente, ainda existe mesmo nas áreas pacificadas: em todas elas, os moradores poderão fazer denúncias ou queixas pelo telefone: é o Disque UPP (2334-7599). Moradores das favelas acharão isso mais seguro do que correrem o risco de serem vistos entrando numa delegacia. Outra boa notícia é a atitude realista do governador Sérgio Cabral. Ao comentar a provável reação dos traficantes, ele reconheceu a existência de policiais — uma minoria, disse — que mais servem aos bandidos do que à população. O estímulo à colaboração dos cidadãos honestos depende da rapidez e da eficiência da resposta da polícia às denúncias. Há um mês, O GLOBO mostrou que na Lapa o tráfico de drogas acontece abertamente nas ruas. Esta semana, o secretário de Segurança, José Maria Beltrame, disse o óbvio: que a PM e a Polícia Civil deveriam impedir a venda e o consumo de drogas a céu aberto. Até agora isso não aconteceu.
Será importante, para autoridades e cidadãos, acompanhar os esperados bons resultados do Disque-UPP. Ele pode representar uma saudável aliança entre cidadãos e autoridades. Que cada um faça sua parte — e, quem sabe, poderemos até ganhar essa guerra.
Quem chegou agora, fique informado que "complexo" é o nome que se dá às maiores comunidades faveladas da cidade; ou seja, extensas áreas ocupadas por favelas contíguas, repartidas e dominadas por diversas quadrilhas de traficantes. Obviamente, são áreas onde a repressão ao crime organizado é extremamente difícil. E a situação, claro, é complexa.
Há dois anos, numa operação memorável que o resto da cidade acompanhou pela televisão, o Alemão foi ocupado pela polícia, com ajuda das Forças Armadas. Pouco depois, operação semelhante foi realizada com igual êxito na Rocinha. Hoje, há 27 Unidades de Polícia Pacificadora (UPPS), instaladas em 150 favelas. O nome é curioso: o que pode ser uma polícia, a não ser dedicar-se a estabelecer e manter a paz na cidade? Mas aceitemos que o adjetivo é tranquilizador — pelo menos, bem melhor do que "beligerante" ou coisa parecida.
O comando das UPPs anuncia agora uma nova arma contra o crime organizado — que, obviamente, ainda existe mesmo nas áreas pacificadas: em todas elas, os moradores poderão fazer denúncias ou queixas pelo telefone: é o Disque UPP (2334-7599). Moradores das favelas acharão isso mais seguro do que correrem o risco de serem vistos entrando numa delegacia. Outra boa notícia é a atitude realista do governador Sérgio Cabral. Ao comentar a provável reação dos traficantes, ele reconheceu a existência de policiais — uma minoria, disse — que mais servem aos bandidos do que à população. O estímulo à colaboração dos cidadãos honestos depende da rapidez e da eficiência da resposta da polícia às denúncias. Há um mês, O GLOBO mostrou que na Lapa o tráfico de drogas acontece abertamente nas ruas. Esta semana, o secretário de Segurança, José Maria Beltrame, disse o óbvio: que a PM e a Polícia Civil deveriam impedir a venda e o consumo de drogas a céu aberto. Até agora isso não aconteceu.
Será importante, para autoridades e cidadãos, acompanhar os esperados bons resultados do Disque-UPP. Ele pode representar uma saudável aliança entre cidadãos e autoridades. Que cada um faça sua parte — e, quem sabe, poderemos até ganhar essa guerra.
O que pode ser uma polícia, a não ser dedicar-se a estabelecer e manter a paz na cidade?
Publicado no Globo de hoje.
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