O ESTADÃO - 12/01
"Quem ganhar em dois dos três maiores colégios eleitorais será presidente do Brasil”, afirma e reafirma o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso aos correligionários do PSDB, que adotam o prognóstico como mantra e concentram esforços na montagem de alianças eficientes em São Paulo, Minas e Rio.
Sem descuidar do Norte, Nordeste, Sul e Centro-Oeste porque o trajeto é acidentado e a chance de vitória, uma hipótese ainda remota. O critério principal dos tucanos nessa altura dos acontecimentos é regional. O instrumento, o mapa do Brasil usado como manual de instruções para a montagem do plano eleitoral.
Está decidido no PSDB que o caminho já não é o da aliança partidária. O tempo de televisão não tem sido considerado o mais importante. Até porque nesse quesito não dá para competir com o governo. Tanto que a tendência é a escolha de um vice do PSDB. Se for mulher, o nome é o da ex-ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie, filiada desde outubro ao partido.
A ideia é agregar regiões, sair com ao menos três milhões de votos à frente em Minas, território do candidato, ganhar em São Paulo e rezar para que o vexame não seja muito grande no Rio de Janeiro, onde o PSDB inexiste.
Os tucanos estão relativamente tranquilos quanto ao desempenho nos estados do Sul e do Centro-Oeste, tomando por base o resultado de eleições anteriores.
No Nordeste, contam com a redução de danos em relação à supremacia do PT, aliando-se com o PMDB na Bahia e no Ceará, com o adversário da família Sarney no Maranhão, abrindo mão de candidato em Pernambuco para deixar o campo livre para Eduardo Campos sugar votos da presidente Dilma Rousseff.
O “discurso” virá num segundo momento, quando a candidatura estiver oficializada na prática. Aécio Neves vai sustentar a campanha inicialmente em dois pilares: a desconstrução da imagem de gestora eficiente de Dilma, mostrando a fragilidade de resultados nas ações de governo, e a exposição do “time” – composto por autores e gestores do Plano Real – com o objetivo de recuperar o patrimônio da estabilidade e mandar mensagem de confiança ao mercado e ao setor produtivo.
Nas últimas semanas o candidato a ser confirmado em março incorporou ao seu repertório a frase “vou ganhar a eleição”, acompanhada de um sorriso confiante. Mas é evidente que a assertiva segura faz parte de seu show. É preciso aspergir otimismo, pois o cenário real é de uma batalha dura, cheia de obstáculos e expectativas adversas. Sem a vantagem inicial de 2010, quando largou no patamar de 40% das intenções de votos para José Serra, o tucanato tem se embrenhado país adentro conquistando parceiros, colhendo promessas de apoios, construindo pontes projetadas com precisão, sob a estreita vigilância da direção nacional.
As realidades locais serão observadas. Não para que cada seção do partido se movimente como bem entender, ao contrário: pois a ordem unida é a absoluta obediência das alianças às conveniências da candidatura presidencial.
Indigesto caviar. Mão no queixo, olhos fechados, rosto abaixado, a fisionomia do ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, ao lado da governadora Roseana Sarney enquanto ela afirmava que “o Maranhão vai muito bem”, na entrevista sobre as carnificinas nas prisões do estado, dizia mais que qualquer palavra.
Na versão dela, a violência aumenta em decorrência da prosperidade local. Na expressão do ministro, a consciência do peso (estrito senso) de uma aliança malsã, a exposição do elo do PT com o atraso e o desconforto de calar para não desagradar ao tantas vezes celebrado clã aliado.
"Quem ganhar em dois dos três maiores colégios eleitorais será presidente do Brasil”, afirma e reafirma o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso aos correligionários do PSDB, que adotam o prognóstico como mantra e concentram esforços na montagem de alianças eficientes em São Paulo, Minas e Rio.
Sem descuidar do Norte, Nordeste, Sul e Centro-Oeste porque o trajeto é acidentado e a chance de vitória, uma hipótese ainda remota. O critério principal dos tucanos nessa altura dos acontecimentos é regional. O instrumento, o mapa do Brasil usado como manual de instruções para a montagem do plano eleitoral.
Está decidido no PSDB que o caminho já não é o da aliança partidária. O tempo de televisão não tem sido considerado o mais importante. Até porque nesse quesito não dá para competir com o governo. Tanto que a tendência é a escolha de um vice do PSDB. Se for mulher, o nome é o da ex-ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie, filiada desde outubro ao partido.
A ideia é agregar regiões, sair com ao menos três milhões de votos à frente em Minas, território do candidato, ganhar em São Paulo e rezar para que o vexame não seja muito grande no Rio de Janeiro, onde o PSDB inexiste.
Os tucanos estão relativamente tranquilos quanto ao desempenho nos estados do Sul e do Centro-Oeste, tomando por base o resultado de eleições anteriores.
No Nordeste, contam com a redução de danos em relação à supremacia do PT, aliando-se com o PMDB na Bahia e no Ceará, com o adversário da família Sarney no Maranhão, abrindo mão de candidato em Pernambuco para deixar o campo livre para Eduardo Campos sugar votos da presidente Dilma Rousseff.
O “discurso” virá num segundo momento, quando a candidatura estiver oficializada na prática. Aécio Neves vai sustentar a campanha inicialmente em dois pilares: a desconstrução da imagem de gestora eficiente de Dilma, mostrando a fragilidade de resultados nas ações de governo, e a exposição do “time” – composto por autores e gestores do Plano Real – com o objetivo de recuperar o patrimônio da estabilidade e mandar mensagem de confiança ao mercado e ao setor produtivo.
Nas últimas semanas o candidato a ser confirmado em março incorporou ao seu repertório a frase “vou ganhar a eleição”, acompanhada de um sorriso confiante. Mas é evidente que a assertiva segura faz parte de seu show. É preciso aspergir otimismo, pois o cenário real é de uma batalha dura, cheia de obstáculos e expectativas adversas. Sem a vantagem inicial de 2010, quando largou no patamar de 40% das intenções de votos para José Serra, o tucanato tem se embrenhado país adentro conquistando parceiros, colhendo promessas de apoios, construindo pontes projetadas com precisão, sob a estreita vigilância da direção nacional.
As realidades locais serão observadas. Não para que cada seção do partido se movimente como bem entender, ao contrário: pois a ordem unida é a absoluta obediência das alianças às conveniências da candidatura presidencial.
Indigesto caviar. Mão no queixo, olhos fechados, rosto abaixado, a fisionomia do ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, ao lado da governadora Roseana Sarney enquanto ela afirmava que “o Maranhão vai muito bem”, na entrevista sobre as carnificinas nas prisões do estado, dizia mais que qualquer palavra.
Na versão dela, a violência aumenta em decorrência da prosperidade local. Na expressão do ministro, a consciência do peso (estrito senso) de uma aliança malsã, a exposição do elo do PT com o atraso e o desconforto de calar para não desagradar ao tantas vezes celebrado clã aliado.
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