FOLHA DE SP - 12/01
No final da década de 1980, um conhecido economista europeu me fez uma pergunta interessante: por que os brasileiros estão sempre querendo reinventar a roda na economia?
Analisando não só as políticas econômicas brasileiras e seus resultados, mas também as reações a elas, conclui que ele tinha razão. Há, de fato, uma visão muito difundida de que governo progressista deve adotar políticas originais e não testadas.
O resultado dessa criatividade é negativo. Os períodos de melhores resultados macroeconômicos do país ocorreram quando foram aplicadas políticas já testadas e analisadas em diversos países, com eficácia comprovada.
Numa analogia médica, seria como se os médicos brasileiros, para serem bons profissionais, tivessem de refutar tratamentos testados e aprovados na maioria dos países e devessem sempre inventar fórmulas "geniais". Seria muito arriscado para nós, pacientes.
Na economia não é diferente. Políticas econômicas como equilíbrio fiscal, meta de inflação e câmbio flutuante têm eficácia comprovada em diversos países, com estudos acadêmicos analisando resultados em casos suficientes para ter relevância estatística.
Mas esse contexto é estranho a muitos analistas brasileiros devido à politização do debate econômico.
Quando aplicamos, logo no início, um conjunto de políticas testadas e analisadas em diversos países, como sistema de metas de inflação, câmbio flutuante e superavit primário capaz de assegurar trajetória cadente da dívida pública, fiquei surpreso com análises e críticas de que estávamos "imitando" o governo anterior, como se todas essas políticas tivessem sido "inventadas" na outra gestão.
Na realidade, fomos um dos últimos países relevantes a adotar, em 1999, o regime de metas de inflação, criado no final dos anos 1980 na Nova Zelândia. Tampouco fomos pioneiros na parte fiscal ou cambial, e não há nenhum demérito nisto.
Política economicamente bem-sucedida é a que faz diagnóstico correto da situação e toma medidas suficientemente fortes para resolver os problemas. Em nossa administração, sempre mantivemos foco nos resultados, não no politicamente correto.
Em resumo, é importante que não só aprendamos com nossos erros e acertos, mas que analisemos e aprendamos com a experiência internacional. Políticas bem-sucedidas são resultado de várias experiências internacionais, não são propriedade de nenhum governo ou país.
Políticas econômicas criativas e inovadoras, mas que fracassam, devem ser corrigidas. A experiência histórica mostra que o melhor caminho é adotar políticas que deram certo em grande número de países, inclusive no Brasil.
No final da década de 1980, um conhecido economista europeu me fez uma pergunta interessante: por que os brasileiros estão sempre querendo reinventar a roda na economia?
Analisando não só as políticas econômicas brasileiras e seus resultados, mas também as reações a elas, conclui que ele tinha razão. Há, de fato, uma visão muito difundida de que governo progressista deve adotar políticas originais e não testadas.
O resultado dessa criatividade é negativo. Os períodos de melhores resultados macroeconômicos do país ocorreram quando foram aplicadas políticas já testadas e analisadas em diversos países, com eficácia comprovada.
Numa analogia médica, seria como se os médicos brasileiros, para serem bons profissionais, tivessem de refutar tratamentos testados e aprovados na maioria dos países e devessem sempre inventar fórmulas "geniais". Seria muito arriscado para nós, pacientes.
Na economia não é diferente. Políticas econômicas como equilíbrio fiscal, meta de inflação e câmbio flutuante têm eficácia comprovada em diversos países, com estudos acadêmicos analisando resultados em casos suficientes para ter relevância estatística.
Mas esse contexto é estranho a muitos analistas brasileiros devido à politização do debate econômico.
Quando aplicamos, logo no início, um conjunto de políticas testadas e analisadas em diversos países, como sistema de metas de inflação, câmbio flutuante e superavit primário capaz de assegurar trajetória cadente da dívida pública, fiquei surpreso com análises e críticas de que estávamos "imitando" o governo anterior, como se todas essas políticas tivessem sido "inventadas" na outra gestão.
Na realidade, fomos um dos últimos países relevantes a adotar, em 1999, o regime de metas de inflação, criado no final dos anos 1980 na Nova Zelândia. Tampouco fomos pioneiros na parte fiscal ou cambial, e não há nenhum demérito nisto.
Política economicamente bem-sucedida é a que faz diagnóstico correto da situação e toma medidas suficientemente fortes para resolver os problemas. Em nossa administração, sempre mantivemos foco nos resultados, não no politicamente correto.
Em resumo, é importante que não só aprendamos com nossos erros e acertos, mas que analisemos e aprendamos com a experiência internacional. Políticas bem-sucedidas são resultado de várias experiências internacionais, não são propriedade de nenhum governo ou país.
Políticas econômicas criativas e inovadoras, mas que fracassam, devem ser corrigidas. A experiência histórica mostra que o melhor caminho é adotar políticas que deram certo em grande número de países, inclusive no Brasil.
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