Leticia Fernandes, O Globo
Revista humanizada, progressão de pena pela leitura e oferta de cursos profissionalizantes. Com a instalação desse tripé em alas de 20 dos 86 presídios, chamados de Módulos de Respeito, a Secretaria de Administração Penitenciária e Justiça de Goiás (Sapejus) vem conseguindo economizar dinheiro e reduzir a violência nas unidades prisionais do estado.
Para integrar o Módulo de Respeito, que começou a funcionar em 2009, é preciso que o detento tenha bom comportamento, trabalhe, estude, e cuide da limpeza e conservação da ala, que tem segurança mínima.
Em geral, apenas 10% dos presos de uma unidade são transferidos para os módulos. Se o preso quebrar a rotina, volta à cadeia “normal”.
Secretário da Sapejus, Edemundo Dias Filho, explica que o objetivo é preencher o espaço ocupado pelo crime:
— Se o Estado não fizer o papel social que tem que fazer, as facções criminosas vão fazer, e aí elas controlam o sistema, vira um pacto social num mundo à parte, o cárcere. A gente procura oferecer aos presos os serviços que o Estado tem obrigação de oferecer para que eles não se transformem em massa de manobra dos criminosos profissionais.
Mas nem tudo são flores. Em visita ao Módulo de Respeito da Penitenciária Coronel Odenir Guimarães, a maior do estado, o mutirão carcerário do CNJ destacou, em 2011, a discrepância da ala “com relação a todo o resto do estabelecimento”, além de criticar a falta “de critério objetivo para a inserção naquele local”, onde “havia presos com penas altíssimas a cumprir e custodiados havia bastante tempo, e detentos que haviam sido recapturados em data recente”.
Leia mais em Em Goiás, ‘módulos de respeito’ reduzem tensão
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