sábado, 1 de dezembro de 2012

CRÔNICA Cartas de Seattle: Pra pescaria não tem tempo ruim



Mostrando a uma amiga os diversos tipos de salmão expostos no Pike Place Market, o mercado público mais antigo dos Estados Unidos (foto abaixo), perguntei se peixe era mais barato no Alasca, onde ela mora. Afinal, muitos vendedores aqui em Seattle se orgulham em ter peixes do Alasca, como se fosse uma chancela de qualidade do peixe. Há de ser mais caro que lá.

Foto: @CC lytfyre

A resposta da minha amiga me pegou de surpresa. “Não sei preço de peixe. Eu pesco o peixe que eu como.” E olha que ela mora na maior cidade do Alasca, Anchorage. Achei muito pitoresco. Mais do que o tradicional arremesso de peixe do mercado.
Fui pesquisar e descobri que esta é uma ótima época para pescar nos arredores de Seattle. Se for para fazer como minha amiga, aluga-se um barco com todo o equipamento necessário. O capitão Gary Krein leva até seis pessoas para passeios de 6 horas no seu All Star Fishing Charters.
Ele já sabe os melhores lugares para pescar, ensina a manejar o equipamento, e fica atento às regras da região. É preciso ter uma licença de pesca. Há espécies que devem ser devolvidas ao mar. Cada pessoa só pode levar dois peixes para casa. Coisas assim.
O capitão veleja há quase 30 anos e considera a pescaria um momento para fazer amizades e construir memórias, como se diz por aqui. O vento cortante desta época do ano pode ser um incentivo para ficar em casa, mas a cabine tem aquecimento e o cliente leva pra casa o peixe já tratado e cortado. Bônus da viagem: há a possibilidade de ver leões marinhos e até baleias.
Claro que sempre dá para fazer pescaria na costa, mesmo perdendo o benefício da abundância das águas mais profundas. Amadores e profissionais podem integrar um clube de pesca, que se reúne regularmente para planejar pescarias e compartilhar informações. Algumas vezes dá pra pegar carona no barco de alguém e diminuir as despesas.
Não vai abastecer minha geladeira de peixe por vários meses como faz minha amiga, mas pode valer a aventura. Isso se eu não congelar durante a pescaria.

Melissa de Andrade é jornalista com mestrado em Negócios Digitais no Reino Unido. Ama teatro, gérberas cor de laranja e seus três gatinhos. Atua como estrategista de Conteúdo e de Mídias Sociais em Seattle, de onde mantém o blog Preview e, às sextas, escreve para o Blog do Noblat.

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