Marcelo Mafra
Em relação à informação deste Blog, obtida de fonte da própria Polícia Federal, de que realmente existiriam as 122 gravações de diálogos entre Rosemary Noronha e o ex-presidente Lula, e que estas provas foram excluídas do inquérito da operação Porto Seguro, são necessários alguns comentários.
O delegado da Polícia Federal, fonte da informação para o Blog da Tribuna, disse: “Em qualquer investigação de esquema de corrupção, a primeira coisa que se faz é controlar as ligações telefônicas. Esta é a rotina da Polícia Federal, seguida em todas as investigações, sem exceção.”
Lembremo-nos, então, da época em que os jornais eram censurados e alguns publicavam, no lugar das verdadeiras notícias, receitas de bolo ou poemas. No caso do jornal Tribuna da Imprensa, as matérias censuradas vinham simplesmente em branco. É o que parece estar acontecendo agora, neste caso. Está se colocando um espaço em branco no lugar das gravações dessas conversas para parecer que elas nunca existiram e que não teriam sido encontradas provas ligando o ex-presidente Lula ao esquema criminoso investigado. É a censura.
Ou seja, para os demais investigados teriam feito as gravações das ligações telefônicas, mas para a principal personagem, Rosemary Noronha, que se comunicava e se entrelaçava com os outros integrantes do bando, não teriam feito. É primário demais acreditar que tivesse sido assim. Os investigadores teriam sido muito incompetentes, até porque, obviamente, não poderiam ter ocorrido apenas ligações telefônicas entre Rosemary e Lula, mas também entre ela e vários outros envolvidos no esquema criminoso, tanto agentes públicos quanto empresários beneficiados.
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DESCONSIDERAR PROVAS
DESCONSIDERAR PROVAS
Então, para proteger um dos possíveis envolvidos, só por ele ser um ex-presidente da República e de um partido político que está no governo, passou-se a desconsiderar provas? Isso é muito grave.
Parece que fica muito evidente estarem escondendo algo, devido ao que acabaram encontrando. Falta um pedaço dessa história.
Isso acaba exibindo uma outra face da Polícia Federal, em que aqueles tradicionais ocupantes de cargos de confiança ficam preocupados apenas com os próprios cargos, em vez de se preocuparem realmente com a função pública que exercem. Eles deixam a dignidade de lado e aderem ao lema “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”.
No lugar desse absurdo lema, eu proporia que resgatassem de volta a dignidade e entendessem que a Polícia Federal é de Estado, e não de Governo.
Então, se estão praticando coisas irregulares, ilegais, desonestas, ocultando provas que são fundamentais ao inquérito, para proteger determinado personagem, é porque “está mandando quem não pode, e obedecendo quem não tem juízo”.
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