Carlos Newton
Aprovado no Senado em maio, o projeto de decreto legislativo que acaba com os salários extras pagos aos parlamentares vai rolando devagarinho na Câmara dos Deputados. Após mais de três meses em tramitação, foi, finalmente, incluído na pauta da Comissão de Finanças e Tributação.
Ainda assim, a inclusão da proposta não é garantia de que vá ser votada rapidamente. Na última pauta da CFT, antes do recesso parlamentar, havia 57 matérias na fila e nenhuma foi votada, porque duas reuniões foram canceladas por falta de quórum.
Agora, é provável que a situação se repita. O motivo principal das ausências é o impasse sobre o projeto de reajuste dos servidores do Judiciário. A aprovação desse texto é alvo da pressão do Supremo Tribunal Federal, dos servidores daquele poder e da oposição, que obstrui os trabalhos da comissão há mais de um ano. Enquanto isso, os governistas esvaziam as sessões em que a proposta está pautada por não haver liberação financeira do Palácio do Planalto.
Negociações recentes com o próprio Executivo, porém, abrem espaço para que o controverso texto saia da pauta, liberando-a para outras votações importantes, como a do fim do 14º e do 15º salários.
“Eu tenho a impressão de que, com essa conjuntura de mobilização dos servidores e o prazo do envio da Lei de Diretrizes Orçamentárias para o Congresso se esgotando, haverá um acordo para um desenlace dessa questão”, comentou o relator Afonso Florence à repórter Adriana Caitano, do Correio Braziliense.
Mas acontece que as eleições estão se aproximando e os parlamentares já estão sumindo de Brasília.
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