24/03/2013
Charge de Roque Sponholz e Texto de Giulio Sanmartini
Os que estão no atual governo, formam duas castas: os incompetentes e corruptos e os incompetentes que nem conseguem ser corruptos.
Não se encontra um ministro eficiente, muitos chegam com ares de rei da cocada preta e em poucos meses voltam à insignificância de onde foram tirados.
O cidadão paga seus pesados impostos, mas nada recebe por essa paga, pois a saúde é uma tragédia, a segurança é uma temeridade e o ensino deseduca.
Todavia, está se tornando cada dia mais difícil aturá-lo, estou falando do último escândalo, que chegou às raias do risível.
São os incríveis fatos que aconteceram na correção das redações do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM.
Uma professora especialista em estudos lingüísticos que foi corretora do ENEM na última edição fez duras críticas. Ela contou que foi convidada por alguém que já era avaliador da prova de redação para fazer parte do grupo de corretores. Segundo ela, em nenhum momento foi pedido que apresentasse seu diploma ou a comprovação de seu trabalho e sua experiência na área.
A avaliadora revelou que uma semana antes da reunião os corretores foram chamados para uma conversa fechada com supervisores, sobre como deveria ser o processo de correção das redações. Nesse encontro, dois pontos causaram indignação da avaliadora:
— Acho preocupante a indicação. Em nenhum momento é solicitado o diploma. Fico me perguntando que segurança o MEC tem. Como eles sabem se eu tenho formação ou não? Isso é uma questão grave. Outra questão é que foi dito que bastava o candidato mencionar a palavra imigração ou imigrante em qualquer parte do texto e ele não poderia ser eliminado — contou ela.
Para anular, de acordo com ela, apenas em casos extremos, em que não se falasse em imigração ou o candidato não desse a entender que estava falando do tema. O supervisor chegou a dizer que mesmo um poema inserido na redação seria válido.
— Se um candidato escrevesse uma poesia em vez de um texto argumentativo e desse para eu perceber que essa poesia tinha pelo menos um argumento qualquer relacionado à imigração, isso também seria considerado.
Ela disse que as redações com receitas de Miojo e o hino do Palmeiras não a surpreendem. A professora explicou que anulou pouquíssimas redações por causa disso. Uma das que foram desclassificadas era de uma aluna que escreveu um texto falando do filho, do marido, da gravidez, mas não disse que era imigrante.
— Eu anulei justificando que ela não era imigrante. Não mencionava a palavra imigrante — contou.
O futuro do país estará irremediavelmente comprometido com a admissão desses candidatos ao ensino superior.
A presidente, que sabe tu, não diz nada, e o ministra que não sabe nada a acompanha. Vai mal o Brasil.
Texto de apoio: Leonardo Vieira, Juliana dal Piva e Manuela Andreoni
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