quarta-feira, 20 de junho de 2012

OBRA-PRIMA DO DIA - OURIVESARIA Objetos de Arte: A Águia de Suger (1147)


Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa - 
20.6.2012
 | 12h00m

Suger, conselheiro dos reis Luís VI e Luís VII, abade de Saint-Denis, cuidou muito para que o tesouro de sua abadia ficasse cada vez mais rico. Ao descobrir, nos cofres da velha igreja, um vaso em pórfiro vermelho que hoje se calcula ser proveniente ou do Egito ou do Império Romano, resolveu transformá-lo em vaso litúrgico.
Essa peça não difere muito de outros vasos em pedra dura encomendados por Suger a ourives que trabalhavam para Saint-Denis, neste caso específico, os ourives da Île de France.
O abade Suger, que mais tarde foi regente do Reino, encarregou-se da reconstrução daabadia e de seu embelezamento. A coleção que montou de incomparáveis vasos litúrgicos foi um dos pontos altos.
Inspirado pelas teses do Pseudo-Denys, o aeropagita, que na ocasião confundiam com São Denis, Suger acreditava que a contemplação de bens preciosos transcendia a alma humana e a aproximava de Deus.
Dessa suntuosa coleção subsistem o Cálice de Ágata, do acervo da National Gallery de Washington, a Jarra de Calcedônia e a Águia de Pórfiro, conservadas no Louvre.
Nunca se soube por qual motivo Suger mandou montar o vaso em forma de águia. É possível que tenha se baseado em vasos zoomórficos orientais ou que tenha copiado antigos tecidos bizantinos, com motivos representando águias estilizadas.
Pela espantosa naturalidade da cabeça da águia e a estilização de sua plumagem, a jarra é um belo exemplo do início da arte gótica.
Montada em vermeil, a peça mede 43 cm de altura e 27 cm de largura.

Acervo Museu do LouvreParis

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