Quem apostou nos fundos imobiliários não tem do que se queixar. O segmento registrou nos últimos anos desempenho melhor do que quase todos os outros investimentos e segue uma trajetória de crescimento que nem mesmo a desaceleração da economia ou a expectativa de estabilização nos preços dos imóveis parece abalar.
“A trajetória é de bom desempenho nos anos em que o mercado de ações vai bem e de resistência nos períodos de crise”, diz José Diniz, diretor da Rio Bravo. “São um porto seguro em momentos de crise”, afirma Vitor Bidetti, diretor da Brazilian Mortgages. “É um produto que se protege bem da desvalorização dos ativos”, endossa Carlos Massaru, presidente da BBDTVM.
“A cota valoriza ou desvaloriza, mas o potencial do mercado e as vantagens tributárias compensam”, afirma Eduardo Forestieri, superintendente de produtos de investimentos do Citibank. “É cada vez mais atrativo”, completa Vitor Hugo dos Santos Pinto, gerente nacional de fundos para o setor imobiliário da Caixa Econômica Federal.
Os fundos imobiliários surgiram há pouco mais de uma década. Se antes se voltavam mais para imóveis residenciais, hoje focam os escritórios comerciais, galpões logísticos e shopping centers. Desde 2005 têm rendido em média 27,3% ao ano, contra 12,6% da Selic e 12,4% do Ibovespa.
A Brazilian Mortgages é a líder e pioneira do setor com 40% de market share. A carteira, que começou em 1999 com o Fundo Imobiliário Shopping Pátio Higienópolis, em São Paulo, hoje engloba 34 fundos com volume de recursos de R$ 9,2 bilhões. A Caixa Econômica Federal, com R$ 5 bilhões em fundos imobiliários, e a Rio Bravo, com R$ 4,1 bilhões e uma carteira de 27 fundos, vêm logo atrás.
Os fundos da Brazilian Mortgages valorizaram 21,6% até abril deste ano contra 3% de Selic e 9% do Ibovespa antes da grande queda de maio. Dois dos fundos do grupo são o Torre Almirante, na avenida Almirante Barroso, no Centro do Rio, alugado à Petrobras, e o Torre Eldorado, do Shopping Eldorado, em São Paulo.
Os fundos da Rio Bravo tiveram este ano rentabilidade de 15% até abril. Só o Pátio Higienópolis, que tem patrimônio de R$ 370 milhões e garante rentabilidade com o aluguel das lojas do Shopping Higienópolis, subiu 40%. A cota, vendida por R$ 100,00 no lançamento, em 1999, hoje vale R$ 630,00. O Fundo de Renda Corporativa, mais conservador e com patrimônio de R$ 190 milhões, acumulou variação de 20% nos quatro primeiros meses deste ano.
A CEF se prepara para oferecer ao mercado nos próximos nove meses R$ 1,5 bilhão em novas ofertas em fundos imobiliários. A Caixa tem ainda entre as carteiras que administra o Fundo de Investimentos Almirante Barroso, do prédio do banco no Centro do Rio, o Porto Maravilha, que capitalizou a prefeitura carioca para a revitalização da região portuária da cidade, e o Caixa Cedae, que capitalizou R$ 80 milhões para a construção da nova sede da companhia de abastecimento de água do Rio. O FII BB Progressivo, com ativos locados para o Banco do Brasil no Rio e em Brasília teve a melhor valorização de cota em 2011: 50%.
Fonte: Valor Econômico
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