quarta-feira, 21 de novembro de 2012

VIVER NUMA BLITZKRIEG (1)



Ralph J. Hofmann
Em 1944 quando Londres passava a receber os impactos das “Bombas Voadoras” alemãs que eram lançadas constantemente dia e noite o autor de um livro sobre a época ouviu uma senhora comentar no metrô:  “Eu preferia os bombardeios com aviões tripulados. Estes ataques são muitos frios. Não tem o toque pessoal.”
Isto vinha de uma população que passara pelo menos quatro anos sendo bombardeada.
Pois é, em Israel as bombas são todas anônimas e frias transformando cada habitante do país em alvo e combatente. Qualquer idiota pode apontar um foguete e dispará-lo. Acertar é outra história. Mas o objetivo claro é matar alguém se possível, sabendo que mesmo assim, as pessoas estão com suas vidas transtornadas, tendo de correr aos abrigos dentro de quinze segundos de uma sirene de alerta. Isto foi confirmada por Sylvia Rotman paulista de nascimento, residente em Israel, que conversou ontem com a Ruth, nossa articulista.
São essas sirenes de alarma que têm salvado vidas, junto com programas de construção de abrigos antiaéreos. Há naturalmente o perigo, como aconteceu em Londres na segunda guerra mundial, que as pessoas se acostumem com os ataques e algumas passem a não ir aos abrigos, filosoficamente aceitando o risco.
Até o momento, o fato de ser um povo disciplinado tem evitado muitas mortes. A questão é se esta disciplina poderá ser continuada por muito tempo. E me imagino escrevendo um artigo e ficando ao meu computador “só mais um pouquinho” para acabar de escrever o pensamento.
Do outro lado, devemos lembrar, não só não foram construídos abrigos como representantes do Hamas declaram abertamente na televisão que cada um de seus cidadãos faz parte do escudo que os defende, queira ou não queira. Portanto planta suas bases e paióis no meio da população.  Israel ao tentar eliminar as bases de fogo fatalmente precisa tornar a guerra “pessoal”  usando aeronaves tripuladas que acertem o mais próximo possível os lançadores de ogivas.  O melhor piloto do mundo não pode evitar fatalidades colaterais e estas mortes, de única e inteira responsabilidade do Hamas passam ser imputadas a Israel.
Alegam que para três mortes israelenses eles perderam 30 ou 40 pessoas. Se estas pessoas foram usadas como escudo os seus algozes são do próprio Hamas.
Há outra conta a fazer. Considerando as populações dos países árabes que apóiam o Hamas, mais o Irã, percentualmente Israel teve três vezes mais mortes que o mundo islâmico. E o mundo islâmico todo esta escondido pusilanimemente atrás dos civis de Gaza.
Esta guerra não é sobre Israel ou o Islã. Esta guerra é sobre líderes que governam pelo poder e explicam toda sua incompetência pela guerra. Israel é igual à “herança maldita” de Lula.
(1) Do alemão, “Blitzkrieg”, pode ser traduzida como “Guerra Relâmpago”. Trata-se de uma tática militar teorizada na Alemanha, principalmente por Alfred Von Schlieffen e Hans Von Seeckt a partir de 1914, durante a Grande Guerra, todavia, utilizada pela primeira vez  pelas grandes unidades alemãs durante a Segunda Guerra. É baseada na utilização combinada de tropas mecanizadas, aviação, artilharia e blindados em uma ou mais manobras rápidas e envolventes.
(2) Foto: Um bebê judeu emoldurado por estilhaços de um janela quebrada após um foguete disparado por militantes palestinos na Faixa de Gaza e atingido sua casa no sul da cidade de Netivot, Israel, em 12 de novembro.

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