Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa -
21.11.2012
| 12h00m
Dorothea Margaretta Lange Nutzhorn nasceu em 1895, em Hoboken, NJ, filha de uma segunda geração de imigrantes alemães. Aos 7 anos teve poliomielite, que enfraqueceu sua perna direita e a deixou para sempre marcada. Aos 12 anos, seu pai abandonou a família e Dorothea nunca mais usou seu nome. Passou a se assinar Dorothea Lange, nome de solteira da mãe.
Estudou na New York Training School for Teachers(Escola Normal, nós chamaríamos) de 1914 a 1917. Completou o curso decidida a ser fotógrafa e matriculou-se na Universidade de Columbia, NY. Terminado o curso, deixou Nova York e foi viver em São Francisco. Em 1919 abriu um estúdio que fez muito sucesso.
Mas fotografar em estúdio não era o que ela mais gostava e pensava em outros caminhos quando o crash de 1929 precipitou as coisas e Dorothea começou a fotografar os efeitos da decadência econômica, como a célebre foto sobre a greve geral em São Francisco.
Nesse mesmo ano conheceu o economista Paul Schuster Taylor com quem foi trabalhar num organismo do estado da California destinado ao auxílio de emergência aos necessitados. Mais tarde, no mesmo ano, ela pediu para ser transferida para o departamento que lidaria com a migração dos trabalhadores rurais. Aí trabalhou até 1942.
A California, durante a Depressão, recebia cerca de seis mil migrantes por mês, vindos do Meio Oeste, fugindo do desemprego, da seca e da perda do direito de trabalhar nas terras que não lhes pertenciam, eram alugadas.
Em 1939, com texto de Paul Taylor, ela publicou o livro The American Exodus (O Êxodo Americano), que versa sobre os problemas dos migrantes.
Dorothea Lange ficou muito conhecida por seu trabalho durante os anos da Depressão pois suas fotos mostraram as consequências trágicas desse período e influenciaram a opinião pública. O livro O Êxodo Americano foi usado num relatório para o Congresso e suas fotos publicadas em inúmeros jornais e revistas acabaram por contribuir para que esse grave problema ficasse nacionalmente conhecido.
Não foi fácil o caminho até chegar às redações e ao Congresso. Como ela mesma disse um dia: “O tempo, é claro, é um grande editor. O tempo deu a essas fotos o valor que têm”.
Greve Geral: São Francisco, California, 1934
Filha de um mineiro do Tennessee, num acampamento em Sacramento, CA. 1936
acima e abaixo: Mãe Migrante, 1936
Dorothea tirou seis fotos dessa família
Três fazendeiros: inquilinos expulsos com sua dor, agonia, indignação
Dorothea faleceu em 1965 e deixou filhos e netos de seus dois casamentos, sendo que o segundo foi com Paul Taylor, grande entusiasta e admirador de seu trabalho. (Obs 1: esta semana não pretende ser um estudo sobre cada um dos fotógrafos apresentados, mas sim mostrar onde e de que modo seus trabalhos tiveram importância fundamental.Obs 2: Quem não assistiu que procure ver As Vinhas da Ira, de John Ford, 1940, com Henry Fonda. Baseado em romance de John Steinbeck, fala exatamente sobre a época e os terríveis momentos fotografados por Dorothea Lange)
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