CARLOS VIEIRA
Aos domingos o canal SESC TV leva ao ar um belíssimo programa sobre Literatura – Autor por autor. No último domingo foi apresentada a vida e obra de Ignácio de Loyola Brandão. Escritor, cronista e romancista nascido na cidade de Araraquara-SP, premiado em 2008 com o Prêmio Jabuti pelo seu romance “O Menino que Vendia Palavras”, como melhor livro de ficção do ano.
A certa altura da fala de Ignácio sobre sua vida, ele marca a sua experiência dolorosa de ter tido um aneurisma como uma cesura: experimentou e sentiu a questão da transitoriedade humana, da finitude e da mortalidade. Pode parecer uma coisa óbvia o que escrevo, mas ao ouvi-lo me senti vivo, e vivo nesse momento, por que?
O Brasil vai viver mais uma vez uma mudança, uma ruptura, uma transformação em seu Poder Jurídico. Deixa a presidência do STF o ministro Ayres Britto e toma possa na mesma função, Joaquim Benedito Barbosa Gomes. É um privilégio estar vivo nessa hora! O Poder Judiciário ressurge com essas duas pessoas públicas dando uma nova esperança à população – a esperança de que a Justiça retire suas vendas para punir crimes nas classes dominantes.
Ayres Britto teve uma conduta exemplar, mesmo em seu “parto prematuro de sete meses”. Sua cria, ao contrário de prematura, nasceu viva, sadia e forte. Um homem afetivo, respeitoso, delicado e com uma capacidade incrível de manejar momentos críticos no grupo ministerial. Sem ódio, ressentimento, vingança e sem atitude de triunfo ou revanchismo político e partidário, mostrou à Nação que a Verdade é o alimento da alma, e mais, buscá-la sempre é e será um compromisso do Judiciário.
O próximo Presidente, o ministro Joaquim Barbosa chega com outro estilo. Um homem nascido nas “minas” de Paracatu mostra ser alguém mais contundente. Contrário ao foro privilegiado para autoridades; simpático à legalização do aborto e abertamente contra o poder do Ministério Público de arquivar inquéritos administrativos.
Segundo fontes do G1 (Globo) e da Folha de São Paulo lemos frases de impacto tais como: “Enganaram-se os que pensavam que o STF iria ter um negro submisso, subserviente...” “Vossa Excelência está destruindo a justiça desse país (...) Vossa Excelência não está na rua. Vossa Excelência está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário Brasileiro. Vossa Excelência, quando se dirige a mim, não está falando com seus capangas do Mato Grosso, ministro Gilmar.”
A certa altura da fala de Ignácio sobre sua vida, ele marca a sua experiência dolorosa de ter tido um aneurisma como uma cesura: experimentou e sentiu a questão da transitoriedade humana, da finitude e da mortalidade. Pode parecer uma coisa óbvia o que escrevo, mas ao ouvi-lo me senti vivo, e vivo nesse momento, por que?
O Brasil vai viver mais uma vez uma mudança, uma ruptura, uma transformação em seu Poder Jurídico. Deixa a presidência do STF o ministro Ayres Britto e toma possa na mesma função, Joaquim Benedito Barbosa Gomes. É um privilégio estar vivo nessa hora! O Poder Judiciário ressurge com essas duas pessoas públicas dando uma nova esperança à população – a esperança de que a Justiça retire suas vendas para punir crimes nas classes dominantes.
Ayres Britto teve uma conduta exemplar, mesmo em seu “parto prematuro de sete meses”. Sua cria, ao contrário de prematura, nasceu viva, sadia e forte. Um homem afetivo, respeitoso, delicado e com uma capacidade incrível de manejar momentos críticos no grupo ministerial. Sem ódio, ressentimento, vingança e sem atitude de triunfo ou revanchismo político e partidário, mostrou à Nação que a Verdade é o alimento da alma, e mais, buscá-la sempre é e será um compromisso do Judiciário.
O próximo Presidente, o ministro Joaquim Barbosa chega com outro estilo. Um homem nascido nas “minas” de Paracatu mostra ser alguém mais contundente. Contrário ao foro privilegiado para autoridades; simpático à legalização do aborto e abertamente contra o poder do Ministério Público de arquivar inquéritos administrativos.
Segundo fontes do G1 (Globo) e da Folha de São Paulo lemos frases de impacto tais como: “Enganaram-se os que pensavam que o STF iria ter um negro submisso, subserviente...” “Vossa Excelência está destruindo a justiça desse país (...) Vossa Excelência não está na rua. Vossa Excelência está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário Brasileiro. Vossa Excelência, quando se dirige a mim, não está falando com seus capangas do Mato Grosso, ministro Gilmar.”
Que a calma e a tolerância de Ayres inspire a pessoa de Joaquim! O nosso Carlos Drummond tem um poema, da sua “fase política” – “Áporo” que talvez possa também inspirar o nosso futuro Presidente:
“Um inseto cava/ cava sem alarme/ perfurando a terra/ sem achar escape.
Que fazer, exausto,/ em país bloqueado,/ enlace de noite/ raiz e minério?
Eis que o labirinto/(oh razão, mistério)/ presto se desata:
Em verde, sozinha,/ antieuclidiana,/ uma orquídea forma-se.”
“Um inseto cava/ cava sem alarme/ perfurando a terra/ sem achar escape.
Que fazer, exausto,/ em país bloqueado,/ enlace de noite/ raiz e minério?
Eis que o labirinto/(oh razão, mistério)/ presto se desata:
Em verde, sozinha,/ antieuclidiana,/ uma orquídea forma-se.”
Estamos, prezando leitor, num momento histórico e delicado na vida política e judiciária do nosso país. É claro que à medida que o STF traz à tona fatos e verdades soterradas pelo “poder constituído”, os túmulos tremem e os protagonistas de cada lado se exaltam. O risco do revanchismo, da vingança e de atitudes de triunfo é grande, assim como as reações de ódio dos que se sentem “injustiçados”. Demos a essas turbulências o sentido natural de oscilações naturais da passagem a uma nova ordem. Que os Juízes não se enredem em ganhos pessoais, e que os penalizados por crimes que realmente cometeram não usem o “poder” para uma competição narcísica e destrutiva. Não é tempo de disputa de poder, é tempo de resgatar a credibilidade dos Poderes da República! Estamos cansados de assistir à impunidade, à contravenção, aos crimes de colarinho branco, à corrupção história desde o “reino português”. Nossos filhos nunca precisaram tanto de instituições que possam resgatar a Ética no poder Judiciário, Legislativo e Executivo.
Volto a Carlos Drummond na esperança de “um novo tempo” nesse nosso sofrido e alegre país emergente:
Mãos Dadas
“Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olhos meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olhos meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
Não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
Não distribuirei entorpecentes ou cartas suicidas,
Não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
A vida presente.”
Não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
Não distribuirei entorpecentes ou cartas suicidas,
Não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
A vida presente.”
Carlos.A.Vieira, médico, psicanalista, Membro Efetivo da Sociedade de Psicanálise de Brasilia e de Recife. Membro da FEBRAPSI e da I.P.A - London.
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