quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O PEIXE



Hélio Garcia
Recebi um e-mail de um amigo (jurei que não informaria o remetente… só digo que é pescador mergulhador), dando conta de um fato inusitado ocorrido com ele há alguns dias quando numa manhã de sol. Num sábado, resolveu dar uns mergulhos para providenciar proteína nadante para uma bela moqueca, já que  a patroa o avisara que não faria almoço, pois iria ao cabeleireiro, manicure e pedicure, tendo também hora marcada com a esteticista para uma limpeza de pele. Marido dedicado e sabedor do gosto da Primeira-Dama resolveu mergulhar cedo e arpoar um belo Badejo, que faria ao molho de camarão, na panela de barro. Assim, quando ela voltasse encontraria o saborosissímo prato à espera. Questão de minutos prá cozinhar. Assim fez e, como o mergulho seria rápido, levou somente o arpão, máscara e snorkel. Após o rápido mergulho sentiu uma ligeira pancada no braço e se deu conta de que um criado badejo havia arrancado de seu pulso um relógio de ouro reluzente, presente da esposa. Desesperado, nadou atrás do tal com todo vigor e disparou o arpão, acertando-o em cheio, pescando o almoço e o relógio roubado.
Isso me fez lembrar de um “causo” que ouvi do Rolando Boldrin:
“No arraial, havia um sujeitinho danado pra roubar, o Justino. Todo o mundo estava acostumado. Numa dessas, sumiu o relógio do cumpadi João, que correu para a delegacia com três testemunhas. O delegado pergunta:
- Os senhores viram o Justino roubar o relógio do seu João? – Vê, eu num posso dizê que vi. Mas ele é ladrão mêmo. Pode prendê! E a segunda testemunha: – Óia, num vô falá que vi. Mas eu garanto que foi ele. – E o senhor? Viu ele roubar o relógio? – Num carece de vê, dotô! Prende logo esse peste! O delegado olha firme pro Justino: – Olha aqui. Eu também tenho certeza de que foi você. Mas, como não temos provas palpáveis… você está absolvido. – O quê? Qué dizê então que eu tenho que devorvê o relógio?”
heliohgt@uol.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário