quinta-feira, 11 de outubro de 2012

OBRA-PRIMA DO DIA - ESCULTURA Semana Henry Moore: Oval com Pontos (1968/70)



Desde que entrara em contacto com a arte ameríndia, quando viu em Paris peças da cultura Tolteca Maia, Moore se dedicara a explorar as formas abstratas. A forma que mais caracterizaria suas peças, a figura reclinante, surge depois de ver uma figura desse tipo na coleção de arte Maia.
As que se seguiram, numa evolução constante, tinham como objetivo não só a massa esculpida como o espaço em torno dela e o espaço visto através dela, pelos furos que ele fazia e com os quais jogava: ora eram côncavos, ora convexos.
Quando estourou a Segunda Guerra, os Moore foram morar na casa de Kent e o artista ia e vinha para a cidade grande, para lecionar. Quando a Escola de Arte de Chelsea foi evacuada ele se demitiu e se inscreveu na Politécnica de Chelsea, para aprender a fazer ferramentas para armamentos.
Antes de ser admitido, no entanto, foi requisitado para desenhar abrigos antiaéreos a serem instalados nas estações do metrô londrino.
O estúdio de Moore em Hampstead foi bombardeado durante a blitz e ele se mudou para Much Hadham no condado de Hertfordshire, sempre trabalhando para a criação e aprimoramento dos abrigos antiaéreos.
Foi só em 1943 que ele pode voltar a esculpir, quando recebeu uma encomenda para criar “A Madona e a Criança”, para a Igreja de São Mateus, em Northhampton (da qual falamos aqui anteontem).
Quando a guerra acabou Moore pode voltar ao seu ofício e passou a dar valor ao que antes desprezava: a moldagem. Começou em 1952 com uma pequena fundição no seu quintal, para aprender as bases desse processo. Em 1960 ele já declarava: "a diferença entre esculpir e moldar é que moldar é mais rápido, nos dá a chance de nos livrarmos de mais ideias mais depressa”.


Havia outra razão: as encomendas para obras monumentais, que ocupariam espaços públicos de renome. Como a peça que mostramos hoje: “Oval com Pontos” (foto acima).
Inspirada no crânio de um elefante, está em Kew Gardens, o jardim botânico de Londres, um dos lugares mais lindos da Inglaterra. Em 1970, Henry Moore presenteou o jardim com sua obra.
Foi colocada de modo a servir de moldura para a bela Palm House. E surpreende os visitantes pela leveza do bronze...

Detalhe

É a mais conhecida das 6 edições da obra. As outras cópias estão no Museu de Belas Artes de Columbus, Ohio; nos jardins da Universidade de Princeton; numa praça em Hong Kong; no Parque de Esculturas de Yorkshire; na Galeria de Arte de Ontario, Canada. O original está na sede de Much Hadham da Henry Moore Foundation.

Acervo Kew Gardens, Londres

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