29/10/2012
Magu
O prefeito eleito da minha cidade resolveu oferecer um banquete de comemoração pela sua eleição em primeiro turno, para os amigos mais chegados. Como é um político filho da puta de esperto, convidou também o padre da igreja central e o rabino da sinagoga. A chefe do cerimonial, imaginando, não sei porque, que os representantes de religião deveriam ficar juntos, botou o padre católico sentado na mesma mesa do rabino judeu ortodoxo, aqueles com filactérios (faixa de pergaminho, com escritos religiosos, que os judeu enrolam no braço e prendem à fronte, também um amuleto contra os inimigos) e peiot (cachos de cabelos laterais característicos dos judeus ortodoxos). Coincidentemente, a minha mesa ficava exatamente ao lado dos dois. Como sou muito curioso, estava de antena ligada, uma vez que a Mme. Marie de Choux estava mais preocupada em comer. Quando foi servido o “plat de résistance” (a parte principal da refeição), num carrinho que ia parando ao lado das mesas, o padre encheu o prato de pedaços do suculento leitão assado em suco de laranja, com pedaços de maçã espetados. Depois, cumprindo o ritual de educação à mesa, oferece para o “colega”. E o rabino recusa, dizendo:
– Muito obrigado. Penso que o sr. não sabe que a minha religião não permite a carne de porco.
Aí o padre, querendo tirar uma da cara do rabino, comenta com ironia:
– Noooossa! Que religião mais esquisita! Comer leitão é uma delííícia!
E a coisa foi andando. Findo o jantar, na despedida, já de pé, o rabino se dirige ao padre e diz:
– Mande minhas recomendações a sua mulher!
O padre ficou horrorizado:
– Minha mulher? O sr. não sabia que a minha religião não permite casamento de sacerdotes?
O rabino, sem rir mas com uma expressão de ironia que nunca vi na vida, diz, em voz baixa mas que permitiu-me ouvir, me deixando engasgado de rir, mordendo o guardanapo branco de algodão 400 fios, com Mme. Marie de Choux me dando cotoveladas para não fazer escândalo:
– Noooossa! Que religião mais esquisita! Comer uma mulher é uma delííícia!
O prefeito eleito da minha cidade resolveu oferecer um banquete de comemoração pela sua eleição em primeiro turno, para os amigos mais chegados. Como é um político filho da puta de esperto, convidou também o padre da igreja central e o rabino da sinagoga. A chefe do cerimonial, imaginando, não sei porque, que os representantes de religião deveriam ficar juntos, botou o padre católico sentado na mesma mesa do rabino judeu ortodoxo, aqueles com filactérios (faixa de pergaminho, com escritos religiosos, que os judeu enrolam no braço e prendem à fronte, também um amuleto contra os inimigos) e peiot (cachos de cabelos laterais característicos dos judeus ortodoxos). Coincidentemente, a minha mesa ficava exatamente ao lado dos dois. Como sou muito curioso, estava de antena ligada, uma vez que a Mme. Marie de Choux estava mais preocupada em comer. Quando foi servido o “plat de résistance” (a parte principal da refeição), num carrinho que ia parando ao lado das mesas, o padre encheu o prato de pedaços do suculento leitão assado em suco de laranja, com pedaços de maçã espetados. Depois, cumprindo o ritual de educação à mesa, oferece para o “colega”. E o rabino recusa, dizendo:
– Muito obrigado. Penso que o sr. não sabe que a minha religião não permite a carne de porco.
Aí o padre, querendo tirar uma da cara do rabino, comenta com ironia:
– Noooossa! Que religião mais esquisita! Comer leitão é uma delííícia!
E a coisa foi andando. Findo o jantar, na despedida, já de pé, o rabino se dirige ao padre e diz:
– Mande minhas recomendações a sua mulher!
O padre ficou horrorizado:
– Minha mulher? O sr. não sabia que a minha religião não permite casamento de sacerdotes?
O rabino, sem rir mas com uma expressão de ironia que nunca vi na vida, diz, em voz baixa mas que permitiu-me ouvir, me deixando engasgado de rir, mordendo o guardanapo branco de algodão 400 fios, com Mme. Marie de Choux me dando cotoveladas para não fazer escândalo:
– Noooossa! Que religião mais esquisita! Comer uma mulher é uma delííícia!
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