domingo, 16 de setembro de 2012

O trabalho de Felipão foi ruim. Outro técnico teria saído antes., por TOSTÃO


Tostão (Jornal O Tempo)
O título da Copa do Brasil, sem as principais equipes brasileiras, não tem tanta importância técnica. Tem, e muito, para a história do Palmeiras. A Copa do Brasil foi também a maior responsável pela atual situação. O título iludiu e criou uma acomodação, por garantir vaga na Libertadores. O elenco do Palmeiras é fraco, mas não é para ser rebaixado. É também absurdo pagar uma fortuna a Felipão ou a qualquer outro treinador.
 Não deu certo
Um torcedor do Atlético, que vai a todos os jogos no Independência, me disse que nunca tinha visto de perto um jogador tão magistral quanto Ronaldinho. A imprensa não deveria ter receio de elogiá-lo, por não haver segurança de que essa fase vai durar muito tempo. Temos de ver e admirar o Ronaldinho do presente, sem pensar na Copa.
Mesmo sendo o melhor jogador do Brasileirão, pela qualidade, regularidade e presença em quase todos os jogos, Ronaldinho não foi nem deveria ter sido convocado. Não havia motivos também para chamar Luis Fabiano. Ele e Fred, tão pedidos para a seleção, estão, com frequência, contundidos ou suspensos.
Alguns jogadores, como Luis Fabiano, Fred, Ronaldinho e outros mais veteranos, brilham no futebol brasileiro porque estão bem preparados e porque o nível técnico é baixo. Na Copa de 2010, Luis Fabiano estava muito melhor do que hoje. Fred, quando jovem e já artilheiro, ficou longo tempo na reserva do Lyon, da França. Os dois são excelentes, artilheiros, mas nunca foram nenhuma maravilha.
A goleada sobre a China serviu apenas para lembrar que, na única vitória, por 2 a 1, nas três recentes partidas contra o México – o Brasil perdeu as outras duas -, o ataque era formado por Neymar, Hulk e Lucas, sem um típico centroavante.
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TATU-BOLA
Mudo de assunto. Gostei da escolha do tatu-bola para mascote da Copa de 2014. Foi uma sugestão da ONG cearense Associação Caatinga. O tatu-bola está em extinção. É preciso salvá-lo.
O fato de virar uma bola e ter a bola no nome foram motivos também para sua escolha. A bola precisa ser tratada com carinho. Deveria haver duas regras no futebol. Uma, de que é proibido maltratar a bola. Outra, de que todo jogador de meio-campo teria de saber dar um passe de curva e fazer a bola contornar o corpo do adversário e chegar ao companheiro. Não é uma filigrana. É um recurso técnico.
No Brasil, há um excesso de chutões e de lançamentos longos para o companheiro marcado. Na Europa, predomina o passe burocrático, curto, com a parte interna do pé, de chapa, seguro, para não perder a posse de bola. Os dribles e os passes de curva são raros. “A linha reta não sonha” (Oscar Niemeyer).
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TUDO NA MESMA
Não adianta o Cruzeiro jogar com dois ou três zagueiros, com alas ou laterais, com um ou dois atacantes na frente de Montillo. O time não melhora nem piora. Perde e ganha, mas sempre joga mal. Contra o Figueirense, Leandro Guerreiro atuou como um autêntico terceiro zagueiro, e Souza, de ala, e não de lateral.
Há dois grupos separados no campo. Um que defende, do meio para trás, dá chutões, faz falta (é o time que mais faz faltas no campeonato), dá pontapés, e outro que corre, do meio para frente, esperando a sorte de a bola cair para alguém livre. Não há meio-campo, passagem da bola, de pé em pé, até chegar ao gol. Além de ruim, é muito feio. Desse jeito, não dá.

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