Pedro Álvares Cabral é o navegador português, a quem é atribuída a descoberta do Brasil, nasceu em Belmonte,em 1467 ou 1468, filho do alcaide-mor daquela localidade. Com cerca de 10 anos foi para a corte e, uns anos maistarde, viria a casar-se com uma sobrinha de Afonso de Albuquerque. Sabe-se que D. João II lhe concedeu umatença, embora se ignorem os motivos.Depois do regresso de Vasco da Gama da Índia, em 1499, Pedro ÁlvaresCabral foi nomeado comandante de uma frota de treze navios que partiram em Março de 1500 com destino à Índia.Seguiu a rota indicada por Vasco da Gama, mas ao passar por Cabo Verde sofreu um desvio maior para sudoeste,atingindo, a 22 de Abril de 1500, a costa brasileira. Mandou um navio a Portugal com a nova da descoberta eseguiu para a Índia, chegando a Calecute a 13 de Setembro de 1500. Vários barcos se perderam, entre eles o deBartolomeu Dias, que naufragou perto do Cabo da Boa Esperança, que ele próprio dobrara anos antes pelaprimeira vez. Depois de cumprir a sua missão no Oriente, Pedro Álvares Cabral regressou em 1501 e foi fixar-senos seus domínios, na zona de Santarém, onde acabaria por falecer em 1520.
Pedro Álvares Cabral. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
A Carta de Pero Vaz de Caminha foi escrita a D. Manuel I em 1500, por altura da descoberta do Brasil pelonavegador Pedro Álvares Cabral. Este é um documento essencial e curiosíssimo de um momento supremo daHistória e da cultura portuguesas, e, como tal, um paradigma da literatura de viagens do Renascimento e dacultura nova, de base experimental e tendência crítica, na qual, segundo Jaime Cortesão, está contido o «fermentocrítico» responsável pelo espírito filosófico do século XVIII.Trata-se de uma verdadeira carta-narrativa, na qual sãodescritos a geografia, a fauna, a flora do Brasil, a aparência e a psicologia dos nativos, os métodos e experiênciasde contacto dos portugueses e as reações mútuas, obviamente a partir de uma perspetiva etnocêntrica que estudaa nova terra e a população com o objetivo de colher algum proveito: «[Nesta terra] não pudemos saber que hajaouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro, nem lho vimos. A terra, porém, em si é de muito bons ares[...]. Mas o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente».
A própria «salvação» religiosa da população nativa é capitalizável, na medida em que os portugueses acalentavamentão a noção de que a grandiosidade dos seus empreendimentos derivaria do facto de os feitos da sua História serelacionarem com a expansão da fé cristã, e portanto beneficiarem sempre da proteção de Deus. É a mesmaconceção providencialista da História portuguesa que encontramos em Os Lusíadas. A expansão era encarada,não só como o alargamento da civilização e da cultura em que o Homem de então mais perfeitamente realizava assuas potencialidades - a portuguesa -, mas também Deus mais dilatava no mundo a sua lei. Numa perspetivahumanista e neoplatónica, portanto, era através da expansão portuguesa que o Homem se aproximava cada vezmais do estatuto divino, o qual, aliás, se cumpre metaforicamente nos cantos finais de Os Lusíadas.
Deste modo, a Carta do Achamento do Brasil é um documento fundamental para a compreensão do Renascimentoportuguês, logo, também da História do mundo.
Carta do Achamento do Brasil. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
Wikipedia (Imagens)
Pedro Álvares Cabral aos 32 ou 33 anos de idade em uma pintura do início do século XX.
Nau de Pedro Álvares Cabral
Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro - Oscar Pereira da Silva
Carta de Pero Vaz de Caminha ao rei D. Manuel I, comunicando sobre o descobrimento da Ilha de Vera Cruz
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