quarta-feira, 22 de abril de 2015
Embora o Brasil já esteja bem posicionado na área de obras públicas no Panamá, com a ampliação do canal, que ficará pronta em um ano, há um espaço a ser ocupado por empresas brasileiras, a exemplo de companhias de países desenvolvidos. Brasil, Espanha e Itália são hoje os responsáveis pelos principais contratos do governo panamenho. Enquanto os espanhóis e os italianos detêm a expansão do Canal, o Brasil venceu licitações de hidrelétricas, estradas, aeroporto, urbanização da via costeira da capital, entre outras obras. Países desenvolvidos, por sua vez, como Estados Unidos, Reino Unido, Japão, além de Coreia, China e Cingapura, se concentraram nas áreas de logística, portos, zonas francas e serviços ligados a transportes marítimos. Colombianos, venezuelanos e panamenhos predominam na construção privada. Grande parte dos prédios novos e altíssimos na Cidade do Panamá são investimentos de grupos venezuelanos, além de colombianos. As construtoras que erguem os edifícios residenciais e corporativos são, em geral, da Colômbia e do próprio Panamá. Venezuelanos e colombianos estão também muito concentrados no setor de bancos. O Panamá é o segundo mercado financeiro da América Latina, atrás de São Paulo e antes do México, com cerca de US$ 100 bilhões em ativos. Está em lista de paraíso fiscal em vários países, como o Brasil. A ampliação do canal permitirá a circulação de navios maiores, o que mais do que triplicará o volume local com a passagem de embarcações com até 13 mil containers de 20 pés – hoje passam só os de cerca de 3.400 containers. Com a expansão, estima-se que em dez ou 15 anos, 10% do comércio mundial passarão pelo Canal. Companhias estrangeiras têm se posicionado no país atentas a esse potencial. Uma oportunidade para empresas brasileiras seria fazer a consolidação da carga de exportação de minérios e grãos para navios maiores no Panamá, afirma o embaixador do Brasil no Panamá, Adalnio Senna Ganem: "Em vez de usar serviços de uma empresa estrangeira, se investirmos aqui, dominaríamos a logística da exportação de nossos produtos". É o que fazem os chineses que têm a logística completa. Há portos privados, abertos a estrangeiros. Ganem vê ainda oportunidades na finalização de produtos para aproveitar acordos de livre comércio que o Panamá tem com quase todos os países do mundo. Em geral, esses pactos exigem integração local de cerca de 25%: "Uma terceira possibilidade é a distribuição de produtos brasileiros pelo país para rapidamente chegarem a outros mercados. Podem ser artigos de confecção e outros que sejam competitivos para exportação".
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