"Hoje, o mercado imobiliário existe, é ativo. Assim como na linha branca e em veículos, as construtoras e incorporadoras passaram a oferecer bônus e descontos nos imóveis, apostam em algum tipo de diferencial", comenta.
Em algumas regiões, para determinados tipos de apartamentos, há superoferta. É o caso do bairro Rita Vieira, com estoque alto de apartamentos entre R$ 185 mil e R$ 210 mil, permitindo que os clientes tenham mais chances para negociar as melhores oportunidades.
Contudo, em Mato Grosso do Sul, os empreendimentos dentro do programa do governo federal Minha Casa Minha Vida são o destaque. A grande procura é por apartamentos entre R$ 110 mil e R$ 170 mil, de 45 a 65 metros quadrados, com dois ou três quartos. "É onde a demanda está realmente mais aquecida", enfatiza Netto.
Segundo ele, na capital, por exemplo, todos os bairros têm sido contemplados com o programa.
No segmento comercial, o que chama a atenção é o grande número de lojas de atacarejo, que vendem tanto no atacado como no varejo, acrescenta Netto do Secovi-MS. "Todas as bandeiras se estabeleceram aqui", afirma.
Além do positivo desempenho do agronegócio na região, nos últimos anos o Estado têm atraído muitas indústrias, alavancando ainda mais a economia, que já contava com comércio e funcionalismo público fortes.
Crescimento. O Estado do Mato Grosso cuja produção de grãos dobrou nos últimos quatro anos, tem crescido acima do PIB do País. Cuiabá, a capital, foi escolhida como uma das sedes dos jogos da Copa e tem recebido muitos investimentos em infraestrutura. Por esses motivos, o setor imobiliário vive clima positivo.
Segundo levantamento do Secovi do Mato Grosso, este ano serão entregues 80 edifícios residenciais. Em 2014, serão mais 47 torres e, em 2015 estão previstas 49. Após ter passado por um período de acomodação, o mercado imobiliário avança este ano.
"Estamos vendendo 15% a mais do que 2012. Este é um ano de recuperação", destaca Rogério Fabian Iwankiw, diretor regional do grupo Plaenge Cuiabá. A construtora paranaense que atua no Centro-Oeste - há 30 anos em Cuiabá e há 25 anos em Campo Grande -, é considerada uma das maiores da região.
Em Cuiabá, o grupo está erguendo 20 torres, sendo 11 pela Vanguard Home, marca voltada ao segmento de primeira moradia com apartamentos de R$ 250 mil, em média, em uma faixa superior ao Minha Casa Minha Vida, e outras 9 torres pela Plaenge, que comercializa imóveis de R$ 250 mil a R$ 500 mil.
Já em Campo Grande, estão em construção 27 edifícios residenciais, sendo 12 pela Vanguard Home e 15 pela Plaenge. "Ambos os segmentos estão aquecidos", avalia.
Os empreendimentos comerciais avançaram nos últimos anos, mas em 2013 diminuiu o ritmo de lançamentos. Porém, Cuiabá já conta com três shoppings e está em andamento o projeto de um quarto.
No Estado de Goiás, o Minha Casa Minha Vida se expande no interior. "Em Goiânia, os preços dos terrenos inviabilizam o programa", explica Marcelo Baiocchi Carneiro, presidente do Sindicato da Habitação de Goiás.
Na capital, predominam as vendas de apartamentos entre R$ 150 mil a R$ 300 mil, de 50 a 120 metros quadrados, com dois ou três quartos. Na Grande Goiânia, ganham fôlego os empreendimentos comerciais. As salas em lançamento chegam a custar R$ 6 mil reais o metro quadrado.
Estabilização. No Distrito Federal, de modo geral, é mais intensa a comercialização de imóveis acima da faixa do Minha Casa Minha Vida. "Porém, hoje, temos estoque, é possível encontrar qualquer tipo de imóvel, coisa que há dois anos não acontecia. Não há queda abrupta de preço, apenas uma estabilização porque existe oferta, as pessoas podem comprar com mais tranquilidade", ressalta Carlos Hiram Bentes David, presidente do Secovi-DF.
Daniela Rocha
Fonte: Estadão
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