07/11/2012
Magu
A revista Exame, de agosto, trouxe um artigo de Angela Pimenta, com o título acima, que me serve de texto de apoio. Teceu comentários sobre a riqueza que roda por Brasília. Também pudera. Quando o glorioso partido™ ascendeu ao poder federal, a primeira coisa que fez foi aparelhar todos os ministérios e agências federais, colocando seus apadrinhados em todos os cargos possíveis.Nenhuma surpresa. Todos os partidos fazem isso. O pulo do gato foi a criação de muito mais cargos em comissão, com grande elevação de vencimentos, e farta montagem de “conselhos”, todos muito bem remunerados. Claro que vivem lá todos os funcionários públicos concursados que servem à sede do poder. Interessante essa última frase. A mudança do artigo a transforma em “sede de poder”. Mesma grafia, significados diferentes. Os concursados nada tem a ver com essa “riqueza”. Só os comissionados. Vamos ver um pouco de História.
Em 1955, ao pisar pela primeira vez no cerrado goiano que daria lugar a Brasilia, o então presidente Juscelino Kubistchek (foto- na minha opinião, de péssima memória) se viu tomado por uma inspiração épica (eu diria demoníaca). Mais tarde escreveu: “Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais antevejo esta alvorada com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino.” (tinha razão; dizem que ficou rico).
Antes, no final do século XIX, o padre italiano Giovanni Bosco, que jamais veio ao Brasil, havia profetizado sobre “uma terra prometida, donde correrá leite e mel” (a profecia não explicava se isso se aplicaria a todos), cuja localização seria justamente onde hoje se ergue a capital federal. Os sonhos grandiosos de JK e dom Bosco, de certa forma, concretizaram-se. Brasília, nutrida por verbas cada vez mais gordas da União, é hoje um centro de poder que esbanja riqueza. Com apenas 1,4% da população do país, responde por 4% do produto interno bruto. Para os apaniguados, leite e mel à vontade. O Tesouro (nós) paga. Para as paupérrimas cidades satélites, onde se instalaram os candangos que não ganharam dinheiro por fora, pobreza e insalubridade. Título do artigo muito bem aplicado. A cara do brasil…
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