07/11/2012
Hélio Garcia
Batata baroa, bicho, bichô, bicho-de-cachorro, bicho-de-porco, bicho boco, bicho-do-pé, bicho-do-porco, bitacaia, chique, chitacaia, dengoso, espinho-de-bananeira, esporão, jatecuba, matacanha ou bitacaia (Angola e Moçambique), djigan (Guiné-Bissau), moranga, nígua (Portugal), olho-branco, olho-de-pinto, pique, piolho-de-faraó, pitxoca/pitxoka, pulga-da-areia, pulga-de-bicho, pulga-do-porco, pulga-penetrante, sico, taçura, taçuru, tatarné, tuçuru, tunga, tunguaçu, vitacaia, xiquexique, xíquia, zunga, zunge, zunja. Esse é o famoso bicho de pé(1), tão bem conhecido; coça que é uma delícia, e arrefece com gelo, à noite, sem tratamento. Tratamento prá ele é pé no colo da mãe, um cotonete umedecido com pouquinho de querosene, diesel ou gasolina, agulha, paciência dela, ele retirado inteirinho, buraquinho no dedo.
Quem nunca pegou uns carrapatinhos ou carrapatões, quando moleques (mesmo na cidade), mas principalmente os criados ou visitantes contumazes de chácaras, sítios e fazendas? Acho que pelo nosso sangue “mestiçadíssimo”, nascemos imunes à terrível febre que o tal pode causar. Já vi gringo quase morrer aqui no Brasil por ter sido mordido por um deles(2). Ontem, de papo com um amigo pelo Skype, notei nele certo desconforto nas partes baixas, pois dirigia as grandes mãos prá lá em frenéticos movimentos com o braço balançando. Fiquei desconfiado com a expressão de certa satisfação do dito ao protagonizar o gesto e questionei de imediato: – Tá me estranhando, cara? O que ocê tá fazendo ai? Ato continuo ele começou a dar risadas e mostrou-me uma baita pinça (daquelas de dentista prá colocar e tirar algodão de nossas bocas).
Pontonas prá baixo. – Helinho, a barriga não deixa ver, mas acho que é um carrapato na virilha; deu prá sentir. Vou solicitar à uma de minhas Oficiais de Higienização Doméstica que o retire, mas ainda estou escolhendo qual delas terá o direito de pegar, manter bem acondicionado na mão e deixar de lado carinhosamente o suporte alvo não alcançado pelo tal. Ufa! Que alívio. Desejei-lhe boa sorte e desliguei. Afinal não gostaria de interferir em tão nobre missão que a moça teria.
O carrapato é encontrado em locais tropicais como no Hawaii e semi-áridos como no Arizona. Mais precisamente é encontrado em pele e pelos de seres vivos que não tomam banho, fedem e parecem um chiqueiro ambulante, como por exemplo seres humanos. Os veterinários dizem que os carrapatos são mais encontrados em vacas, cavalos e cachorros, porém esta é uma informação não exata, pois em humanos são até encontrados em lugares mais inóspitos, como no saco e na perseguida.
(1) O Tunga penetrans, mais conhecido como bicho-de-pé, é um inseto sifonáptero, da família dos tungídeos, de presumida origem sul-americana, relativamente comum nas zonas rurais. É o agente causador da tungíase: a fêmea fecundada penetra na pele do homem ou de outros animais, causando forte coceira e ulceração que pode servir como porta para infecções de agentes patogênicos como o Clostridium tetani, causador do tétano.
(2) A febre maculosa, também chamada de febre do carrapato é uma doença febril aguda, de gravidade variável, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii e transmitida pela picada do carrapato da espécie Amblyomma cajennense , que antes tenha picado uma capivara, ambiente preferido da bactéria.
ESTE BLOG É CULTURA PURA, MESMO. E QUEM DISSER QUE NÃO…
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